Crônica do Fim do Mundo escrita por Sr Devaneio


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Além não é azul... Nem branco... Nem preto...


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando e vamos lá terminar com isso...



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Antes mesmo de abrir os olhos, Pinguim sentiu algo firme debaixo de sua barriga. Percebeu que estava deitado, e que tudo ao redor era claro.

O Além...

Ele foi abrindo os olhos devagar, mal podendo conter a expectativa. Haviam sons ao redor. Vários deles.

Uau, o Além era barulhento!

Tudo clareou e a primeira cor que ele viu foi branco. Ele ficou ali, encarando a claridade, até que notou alguns desníveis na pureza glacial. Sim, ele acabara de sentir o frio. Um frio reconfortante, nem tão intenso quanto nas nevascas, nem tão fraco quanto na superfície da água aquecida pela Bola Brilhante.

Ao pensar nela, pinguim olhou para cima. E estranhou.

Eram várias Bolas Brilhantes. Não tão grandes nem tão quentes quanto a de quando ele morava no iceberg, mas não deixavam de ser curiosas.

Várias delas... Ligadas por uma linha reta e branca, que formava vários quadrados no céu.

Então. Ele viu a ponta do branco, de onde desciam várias linhas até desaparecerem no chão, no branco à sua frente. Ele se deu conta de que era um pedaço de gelo. Um enorme iceberg, que parecia estar preso em algo – ele não sentia o balanço da água embaixo, tampouco a via por ali -.

E no topo, uma cabecinha familiar surgiu. Era como a de seus pais, como a de seus amigos, como a de Pinguinha... Só poderia ser...

E o pinguim deslizou de barriga pelo iceberg imóvel, parando aos pés de Pinguim. Ele se levantou, encarou Pinguim por um instante, se levantou e saiu como se nada tivesse acontecido.

Pinguim estava em choque. O que fora aquilo? Um pinguim? Mas como? Seria este REALMENTE o além?!

Ele olhou ao redor, e logo viu vários outros pinguins. E no chão, vários peixes.

Eles caminhavam e deslizavam de um lado para o outro, apressados. Nem se importavam com a quantidade assustadora de sardinhas no chão. Era como se... Eles não tivessem vivido nem um pouco no Fim. E, ele não deixou de notar, não havia focas. Também não havia nenhum sinal de Branco.

Alguns iam para frente – ou trás, para Pinguim – e pulavam levantando gotas e desaparecendo em seguida.

Espera... Gotas??!

Sim, apesar de tudo, lá estava o mar.

O mar do Além não era tão azul assim. Na verdade, estava mais para verde.

Acima do “mar” (Pinguim começou a duvidar daquela água), uma criatura grande os espreitava. Seus olhos grandes vasculhavam o ambiente, até pararem em Pinguim. Ele encarou de volta.

A criatura era toda grande e colorida: olhos, cabeça, patas... Acima da cabeça, um pelo diferente e maior que o pelo do corpo era abundante. Se estendendo até depois do pescoço.

Parecia ser amarelo, enquanto o pelo corporal da criatura tinha a mesma cor que tripa de peixe, só que com tons mais claros.

Ro... Ros... Rosa. Sim, essa era a cor. Um tom ros... rosa... rosado, isso! Se estendia por toda a cabeça e patas. Do pescoço para baixo, um tom diferente – desta vez, rosa mesmo (e rosa forte) – se estendia por todo o peito, barriga e chegava até o começo das patas dianteiras. Na região das patas traseiras, a cor era diferente: algo entre o azul escuro e o preto. E seus olhos eram do azul mais fascinante que Pinguim já tinha visto.

Mais fascinante ainda, era que a coisa estava em pé. Firmada naturalmente sobre as patas traseiras (que por sinal eram bem maiores que as dianteiras), como se já tivesse nascido assim.

“Fantástico!” – pensou Pinguim – “Achei que só os ursos e nós, pinguins, conseguíssemos nos manter em pé.”

Ele se aproximou, lentamente. Fascinado e curioso.

Apesar de imponente, a criatura pareceu não poder chegar mais perto. Ela ficou ali, com as patas apoiadas em algo – uma espécie de barreira transparente – e, assim que Pinguim ficou cara a cara com a coisa, ela se virou e acenou para trás. Outra criatura grande (maior que a encostada na barreira) se aproximou rapidamente. As duas eram bastante parecidas – exceto no pelo corporal.

Pinguim acompanhou com os olhos e viu que do outro lado da barreira haviam mais deles. Iguais e diferentes. Em tudo.

O pelo da cabeça de uns era escuro, enquanto o de outros era claro. O mesmo valia para a pele do corpo.

O Além não era azul, nem branco, nem preto. Era de todas as cores e tons. As que ele já vira e as com que nunca sonhara!

Pinguim estava completamente impressionado, boquiaberto e interessado. Enquanto admirava as Criaturas do Além, ele sentiu um cheiro familiar.

Um cheiro suave, que lembrava algo gracioso, delicado e belo.

O cheiro de Pinguinha!

Com os olhos arregalados (se isso for possível para Pinguins) ele se virou e finalmente, depois de tudo, a viu.

Ela vinha andando com toda aquela graça e gingado de sempre. Olhava para ele e parecia sorrir.

Ele sorriu também e no instante seguinte, estava correndo em sua direção.

Só conseguia pensar em abraçá-la, contar como havia passado os dois últimos dias no Fim do Mundo e descobrir mais a respeito das criaturas e do Além onde estavam.

Eles finalmente se encontraram. Finalmente se abraçaram.

E quanto suas nadadeiras envolveram Pinguinha, e quando as dela o envolveram, ele se sentiu muito, muito, muuito feliz.

Naquele momento, ele sabia: ele estava feliz como nunca esteve em toda a sua vida.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim da nossa história. o/
Se você chegou até aqui comigo: muito, MUITO obrigado!
Realmente, espero que tenham gostado e assim que tiver mais ideias, outras histórias (mais emocionantes e envolventes, prometo) surgirão.
Um grande abraço, pessoa!
Espero que tenham gostado e vamos aos comentários! ^^
Até breve, pessoal!
*Caso você curta um Apocalipse Zumbi maroto, tenho um Original esperando por você.
Basta copiar o link e colar em seu navegador: http://fanfiction.com.br/historia/572464/ApocalipZe/
Respondo todos os reviews com atenção e carinho. Também prometo zoeira.
Obrigado galerinha!