Querida Jadelyn escrita por ScissorsandCoffee


Capítulo 4
Influenciando


Notas iniciais do capítulo

Como estão?
Hoje eu trago mais um capítulo e estou muito feliz por não ter demorado com isto.
Os reviews me disseram que vocês realmente se surpreenderam com nossa Jade usando branco, e saltos, e sorrindo. E tudo mais. Sim, sim, eu sei. Mas olhem só o que está por vim...



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Uma manhã que eu penso que se tornará um dia melhor, depois de ter sorrido o dia inteiro ontem. E eu nem fazia ideia do que todo mundo pensou; alguns caras me chamaram para sair só que eu não havia aceitado ninguém (precisava saber antes quem atuava bem), Tori estava achando que eu realmente havia mudado do nada e Beck estava tão confuso que eu sentia até dó.

Mas hoje seria melhor, talvez eu encontrasse Cat no seu mundo cor-de-rosa cheio de unicórnios para ver o que ela achava de ‘meu novo eu’ e André, ou Robbie... Tanto faz. O mais importante era que eu precisava mostrar para algumas líderes de torcida que eu havia mudado e estava disposta a colocar algumas delas (as que se salvavam em uma mediana atuação) na minha peça.

O melhor de tudo era que se alguém realmente fosse atrás do que estava acontecendo comigo (creio que Beck ou a Vega) eu poderia mandá-lo ao Sikowtiz para ele lhe dizer que eu estava na minha semana de atuação permanente, ou seja, nenhum vexame quando eu voltar a ser eu mesma.

Estacionei o carro e peguei minha bolsa. Tomei cuidado para meu short não estar curto demais, eu iria apenas ser atraente e não uma vadia. Meu short era de jeans azul claro e eu estava com uma blusa de botões, branca. Bem diferente do meu habitual eu, só que o que me fazia sentir no meu verdadeiro habitat eram minhas botas de combate e algumas pulseiras pretas. E o melhor de tudo era o meu café.

Ignorei uns assobios anônimos enquanto procurava a Vega e suas líderes de torcida em meio a área do almoço lotada de alunos. Logo as achei em alguma mesa, todas reunidas usando os uniformes e saias vermelhas e Tori sentada com alguma roupa habitual. Tudo o que a Vega falava naquela escola, era lei. Já que as líderes a copiavam e todas as outras copiavam as líderes, ou seja, idiotice total. Gostava de quando era eu no comando, porque todo mundo tinha medo de me copiar e então, todo mundo era todo mundo.

Sentei ao lado dela, sem dizer nada. Quando estava estabelecida no banco sorri para o meu redor.

– Bom dia para vocês. Bom dia, Tori.

– Ah, oi Jade. – Ela sorriu meio espantada, deveria ser pelo fato de que eu realmente vim.

– Me chama de Jadey.

E a Vega quase morreu quando eu disse aquilo. Sorri para ela. – Que foi bobinha? Está tudo bem.

Decidi colocar em ação tudo o que eu sabia sobre líderes de torcida de Hollywood Arts. Elas eram diferentes das demais porque aqui elas precisavam entender a verdade de uma arte, coisa que desejavam e não corriam atrás de jeito nenhum por pura preguiça ou falta de fé naquilo que buscavam, ou até mesmo pouca capacidade para entender algo assim. Então deixavam se levar pelo papo dos outros a quem julgavam mais interessantes do que elas, porém sem admitir isto. Na verdade, elas eram pessoas sem qualquer tipo de conhecimento sobre qualquer tipo de coisa: então se você se mostrasse inteligente, elas iriam concordar com qualquer coisa que dissesse.

– Quero falar algo para você, Tori. E para essas garotas também... – Comecei com um grande sorriso, me virando para todas elas. – Todo mundo aqui sabe como Monet demonstrava a tristeza e a eterna solidão em suas obras, de forma bem indireta, já que todas elas eram pintadas com as pinceladas mais suaves e da maneira mais linda que já existiu. As tornando sempre maravilhosas, poucas pessoas realmente percebem a tristeza por trás daquelas belas imagens... Desta forma é como eu estou montando uma peça minha... Backfire. Fala sobre o mal de não ver o que está escondido dentro da mais bela criatura existente.

Dei uma pausa enquanto olhei para as caras de desentendidas delas, pelo jeito das coisas, não deveriam saber nem quem foi Monet. – Enfim, não acham que vai ser lindo mostrar este lado do paraíso para as pessoas? É revigorante toda a força dos aplausos emocionados que iremos receber, não é? Iremos porque eu penso que como preciso de ajuda no palco, vocês... Tão inteligentes, bonitas e belas atrizes do que qualquer um nessa escola, poderiam me ajudar com isto?? – Perguntei animada.

A maioria das meninas concordaram, sem ao menos entender o que realmente estava se passando. Tive que explicar outra vez a coisa sobre Monet e a minha peça e o restante concordou.

– Ótimo, já penso o quão ficariam encantadoras usando aquelas roupas vitorianas antigas... Querem vê-las hoje de tarde? Vai ser perfeito deixar todo mundo babando por vocês... – Desde que sentei naquela mesa fui obrigada a falar qualquer merda útil para elas acreditarem o poder que ganharão ao fazerem esta peça. Elas responderam que queriam em diferentes formas e eu fui obrigada a assistir algumas falando sobre “isto e aquilo, o querer e o entender de Monet e dos humanos...” e sem ter alguma estrutura básica de discussão, tornando tudo tão repetitivo e sem sentido.

Antes que eu morresse, alguma dela se levantou e falou num tom superior. – Jade West, não é?

Nem assenti sua pergunta. Ela continuou depois que viu que eu não iria responder.

– Era uma pergunta recíproca. – Ela falou debochando. “Foi por isto que eu não respondi, sua idiota!” Tive vontade de gritar isto para aquela retardada. – Sabe, Jade West, eu penso que você está nos enganando...

“Você não sabe nem pensar!” Sorri amigavelmente. – Como?

– Você está nos enganando com este papo de Monet e pinturas, e tudo mais para participarmos de sua peça!

– Minha peça é algo incrível e chama atenção das pessoas, eu não estou enganando ninguém, e nem forçando ninguém. Eu estou mostrando a oportunidade única de estarem num show futuro da Broadway com artistas de verdades, estrelando uma peça única e original...

– Viu, a Jadey só que nos dar o melhor! – Uma loira que eu mal conhecia falou olhando para a que estava discutindo comigo.

Tori continuou calada enquanto me fitava ainda, paralisada.

– Tori, você é a mais próxima da Jade... Diga o quanto acha estranho tudo isto que ela está fazendo! Ela nos odeia. – A idiota cruzou os braços e olhou fixamente para a Vega.

Tori começou a gaguejar sem encontrar algo para falar. Dei um murro de leve na sua barriga e ela, de imediato, respondeu: - A Jade é muito legal e eu acho que todos tem direito de mudar, foi como o que aconteceu com a Hannah no ano passado? Não é, Hannah?

– É. – A garota que estava no canto sorriu. Era estranha, não falava nada, usava aparelho e óculos, mas havia se tornado uma líder de torcida eu não sei por quê.

– Por que está fazendo isto, Jade? Diga-me, eu sei que você não tem medo de mim. – Ela bateu um punho na mesa. E eu já não aguentei mais, me levantei e olhei com raiva para ela, erguendo meu tom de voz fortemente.

– Você é que não deveria ter medo de mim. Eu estou fazendo isto porque eu quero e tenho o direito, me entendeu? Se tiver algum descontentamento, vaza.

As garotas ficaram em silêncio e a outra me olhou com certo medo.

– E aí? O que vai fazer? – Cruzei os braços e a fitei.

– Você quer o Beck de volta, não quer? Pois sabe que ele já está nas nossas mãos! – Ela parou e me olhou de forma curiosa. – Ahhhh... A não ser que você queira imitar a nós para consegui-lo de volta. – Ela sorriu para as meninas que concordaram. Estranhamente, me senti traída por parte delas.

– Qual é problema de vocês, hein? E eu nem sei do que está falando...? – Olhei para Tori pedindo ajuda. Ela sussurrou.

– Kristin.

– Eu nem sei do que está falando, Kristin. Eu não quero mais nada com Beck, ele é seu se você quiser. Sabe o que eu quero agora? – Olhei para as meninas, sabendo que esta era a hora de conquistá-las sim ou não. – Eu quero é garotas talentosas num elenco meu, e nada mais!

Peguei minha bolsa e dei uns passos para trás, todas me fitavam. Inclusive a tal Kristin que estava com muita raiva, eu olhei para as meninas sentadas e sorri para elas ao mesmo tempo em que puxei a Vega para ela se levantar e vim comigo.

– Tori vai ligar para vocês para nós nos encontrarmos no teatro para o teste, ok?

Quando chegamos ao corredor, eu não tinha ideia do porque havia trazido Tori comigo. Talvez para mantê-la longe daquelas idiotas, não sei ao certo... Já que Tori é capaz de ser tão idiota quanto elas. Mas enquanto eu pensava, nem a vi me arrastando com força para o armário do zelador.

Tori me empurrou e fechou a porta. – O que foi aquilo? - Ela quase gritou.

– Sabe com quem está falando? – Eu gritei de volta para ela. Mas aí me lembrei de que tinha que manter a ordem e agir como a Ann. – Tori, eu não fiz nada demais.

– Você ficou conversando e mimando aquelas garotas! E desde que nasceu você vive insultando o QI baixíssimo delas... Jade, isto não é nada normal. – Ela colocou a mão em minha testa para ver se eu estava com febre ou algo assim. – Você está louca, só pode ser.

– Qual é o problema? Eu fiz isto porque queria mudar. – Dei de ombros. – Eu precisava.

– Por quê? Ninguém muda de noite para o dia, você está enganando a gente! O que você está planejando de mau, hein?

– Porque acha que eu sempre tenho que ser má e ficar planejando algo ruim?

– Agora é a vítima? – Tori sorriu com desgosto. – A questão é; que você precisa pelo menos contar para mim o que diabos é isto tudo – ela apontou para as minhas novas roupas – e qual é problema para você sorrir tanto assim, antes que eu fique louca!

– Qual é Vega?

Quando eu disse seu sobrenome um silêncio invadiu o armário. Acho que ela tinha percebido que eu ainda era eu por fim das contas. Ela suspirou.

– Este plano vai durar muito?

– Não é um plano. – Menti convincentemente. Não queria que ela estragasse tudo antes que eu conseguisse meus atores.

– Então o que é?

– Você não precisa saber. – Eu respondi e me virei, saindo pela porta o mais rápido o possível.

Eu não iria deixar tudo fácil demais para a Vega, ela teria que descobrir por si própria. Fui andando sem rumo pela escola, tentando memorizar cada letra dos passos para o meu plano funcionar. ‘1- Convencer as vadias a estrelarem ao meu lado. 2- Ir atrás de bons atores para os papeis principais... ’ Legal, era isto que eu tinha que fazer.

Antes decidi ir atrás de uma lista para ver os nomes que haviam participado de peças bem sucedidas anteriormente em Hollywood Arts. Fui atrás de cinco meninos que jogam futebol porque, eles são bonitos e sempre se safam com uma atuação mediana. Neste horário da manhã já era provável que eles estivessem jogando no campo, já que é a única coisa que eles fazem nessa escola.

Cheguei à grade do ginásio exterior e observei os meninos enormes e gatíssimos que estavam vestindo camisetas vermelhas e soadas. Fiquei os observando enquanto iam embora para o vestiário se trocar, eles realmente trabalhavam duro. Decidi fazer o mesmo.

O vestiário masculino estava cheio e do corredor dava para ouvir o barulho dos chuveiros ligados. Sorri enquanto não tinha ninguém por perto e passei pela porta, já sentindo aquele calor abafado e as conversas aleatórias deles. Será que iriam me notar logo? Queria sair dali.

Alguns morenos, outros pálidos...

Eu só tentei não olhar muito enquanto me inclinava sobre as paredes e os armários. O chão estava molhado então eu tive que ter cuidado para não escorregar e cair. Tinha que achar minhas presas logo; James, Poul, Zack, Daniel e Collins. Moreno, ruivo, moreno, loiro e loiro.

Reconheci o Daniel por sua foto num exemplar do segundo ano, ou seja, ele já estava saindo de HA. O bonitão estava usando apenas uma toalha azul enrolada da cintura para baixo e imediatamente eu me senti horrível por estar ali, mas quem liga?

Já que ele estava meio que afastado dos demais (estava mexendo no celular, encostado em um armário) eu decidi atacar com sucesso. Vamos ver como eu me saia ao conversar com um menino só de toalha que eu não conheço?

– Daniel, ou o Amante N.1 da peça Lovers’ Smoking do ano passado? – Eu perguntei com um sorriso. Ele quase deu um pulo para trás de susto e me olhou desesperado.

– Q-Quem é você? O que está f-fazendo aqui?

Eu ri, me aproximando. – Sabe querido... – Passei a mão pelas gotas de água que escorriam do seu ombro. – Eu estava indo atrás de algum garoto realmente bom para minha peça, convincente, fortão e gato... – O encarei nos olhos. – Como você...

Ele tentou esconder o sorriso, me fitando ainda com receio. – E porque você veio falar comigo agora?

– Por que não? – Eu abaixei meu olhar. – Talvez eu já conheça o conteúdo. – Me aproximei e pisquei para ele. Em outra situação eu riria como louca até ficar sem ar nos pulmões.

Ele estava corando e eu achei muito fofo, é estranho. Mas enfim, ele era do tipo de garoto tímido. – Quer fazer essa peça comigo? Eu preciso de alguém realmente bom... Eu vi o vídeo da sua atuação. – Menti, o encarando. – E você estava fantástico.

– É mesmo? – Ele sorriu, ainda vermelho.

– Sim, é claro. – Me aproximei de novo, o encarando. O calor que estava vindo do chuveiro e do corpo dele estava me fazendo soar, mas vendo-se que não é um suor de dentro para fora e sim ao contrário, por causa da atmosfera abafada. – E está tão quente aqui. Ou é a minha impressão?

Ele novamente sorriu, bem tímido, como se fosse um flerte. Mas era engraçado, já que eu realmente estava reclamando do calor.

– Então você quer mesmo que eu faça uma peça com você?

– Sim.

– E o que eu tenho que fazer para isto acontecer? – Ele me fitou.

Tirei da bolsa um pedaço de papel esquecido e coloquei meu número e nome. O entreguei. – Me liga depois da aula que veremos que dia vai ser o ensaio. Ok? Não esquece! – Pisquei e já estava indo embora. – Ah, quase me esqueci de uma coisa...

Ele sorriu. – Fala.

– É uma peça que vai ter a presença de um grande nome no mundo dos filmes, e ele irá escolher um bom ator jovem para um filme de sucesso que será feito ano que vem. Então quando eu te vi no vídeo, tive a ideia total de que para isto dar certo e termos chances de você ser chamado... – Sorri para ele. – Sabe do que precisa? Esses quatro garotos, seus amigos, talvez. Paul, James, Zack e Collins... Conhece?

– Sim, Paul e Collins são do time, e da minha turma de artes o Zack e o James. São bons caras.

– Perfeito. – Sorri. – Os chame para o ensaio que eu falarei quando eu te ligar. Isto vai ser bom, por que eu vi o vídeo da atuação deles e nenhum atua tão bem quanto você. Ou seja, sucesso garantido para Hollywood de verdade... – Inclinei a cabeça com um biquinho, ele riu. – Só espero que você me leve quando for.

Nós rimos e eu desejei sair de novo dali. Ainda bem que havia sido esperta e agora eu não iria precisar ir atrás desses outros garotos. Pisquei para o Daniel e me virei de costas, antes que pudesse sair pela porta o ouvi me chamando. Virei-me e o vi com um olhar espantado no rosto.

– VOCÊ É JADE WEST?


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Notas finais do capítulo

O que pensam disto?
Ganharei reviews? Acho que mereço um seu!
Me diga o que pensa.



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