Simplesmente Escolha escrita por Ju


Capítulo 34
Uma festa. Uma revelação. Uma escolha. Final.


Notas iniciais do capítulo

DESSA VEZ, A CULPA NÃO FOI DA AUTORA! E SIM DA SUA FERRAMENTA DE TRABALHO!

Meu not estragou, estava MORRENDO de saudade gente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/489958/chapter/34

Senhorita anônima: Obrigada pela recomendação, amei, de verdade! ♥
–--------------------------------------------------------------------------------

"Quero um choque de realidade, para perceber de uma vez, que nada do que eu imaginei, foi, é ou era real."

–----------------------------------------------------------------------------

Sabe quando você não vê mais a luz no fim do túnel? Não há saída? Até sua esperança morre? Sente, que, sua vida foi apenas mais uma ilusão? Me senti exatamente assim. Com Samanta a minha frente, ditando o caminho que minha vida tomaria dali pra frente. O pior de tudo era seu olhar. Não consegui sustentá-lo por muito tempo, mas o tempo que consegui, vi ódio, pena, melancolia, sofrimento. Misturados, em um só, que eu não consegui decifrar.

Quando a ficha caiu ou quando finalmente caiu, eu percebi o sentimento que a deixava tão amargurada.

–Você o ama. - Disparei incerta.

–Você senhorita.. - Senti o deboche e nervosismo em seu tom. Era isso, eu estava certa.

–Você o ama! Você o quer! Não negue!

–E se eu querer? Existem coisas maiores que o amor. - Seu jeito amargurado e frio, me deixou perplexa.

–Tudo é movido a base do amor. Não faça isso consigo mesma. Não se destrua, não faça algo que não poderá voltar atrás depois, pode ser tarde de mais. -Falei.

Samanta e eu começamos a sustentar nossos olhares em silencio.

–Você realmente ama Maxon? -Ela desviou o olhar depois disso, como um pedido de desculpas. - Quer dizer, isso não..

–Sim, eu o amo. E você? Ama Giovane? - Perguntei com receio. Eu não sabia até pouco tempo que ela era uma rebelde. Não sabia até o momento do que ela era capaz. E muito menos, se ela havia trazido alguém com ela, além de Victor.

–Do que adianta? Não sei mais o que sinto ou o que devo sentir. Tudo mudou. -Samanta suspira. - Não sei nem mesmo, o que já, senti.

–Por que está aqui? Fazendo isso comigo? Ou com você?

–Não sou quem está fazendo isso. - Disse ela fria.

–Quem está?

–Não interessa, apenas responda!

–Por que está fazendo isso comigo? Por favor eu preciso saber.

–Você? America, você sabe o que é passar a vida toda sabendo que é um objeto? A vida toda, sabendo tem apenas um objetivo antes de morrer, uma missão. Se você falhar, comprometerá a vida muita gente. E que depois disso, estaria supostamente "livre" ? Você não sabe, não. Não sou eu quem você que faz isso. Eu não escolho. Sou apenas uma dos escolhidos. Você não sabe a vida de ouro que papai deu a você.

Fiquei perplexa, de novo. Eu ouvi bem?

–Há não faça essa cara! Por favor, America. - Samanta quase riu debochando de mim. - Você REALMENTE, achou que Shalon era um santo? Pois lhe digo que não! Ninguém é inteiramente o mocinho. Nem você! Eu sei de tudo America..

Ouvir isso foi como um baque. Um soco no estômago. Minha vida uma mentira ou uma "verdade" contada?

–Desculpe, quer entender melhor? Prazer, sou Samanta Suan Singer. Ou melhor sua irmã.

#POV SAMANTA.

Assim que cuspi aquilo, minha vontade de voltar no tempo. Diante da "irmã desconhecida", todo o ódio que eu sentia, se misturou com todo o amor que eu jamais me permiti imaginar.

Todas as noites, antes de de dormir, quando era criança, ficava imaginando onde e o que papai estava fazendo quando não estava no acampamento. Todos diziam que eram assuntos complicados para uma criança entender, mas que eram importantes.

Tão importante assim, a ponto de esquecer meu aniversário de 9 anos?

#Flashback On

–Mãnheee - Gritava pelo acampamento.

–Quieta pirralha! - Bendita se achava a "miss" do acampamento. Se atirava para todos que lhe dessem alguns míseros segundos de atenção. Tinha apenas 18 anos, mas "pulava" em cima até de homens casados ou muito mais velhos. Pior, as vezes até maridos das amigas da própria mãe dela. - Sua mãe está no gabinete com seu pai.

Saí agradecida por não ter que trocar mais nenhuma palavra com aquele ser.

A metros do gabinete ouvi gritos de uma discussão. Estranhei. Sulistas sempre eram discretos, essa era a regra número 1 do acampamento. Ou seja, a coisa estava muito feia.

–Eu já disse que não Gabrielle! Você é apenas mãe de Samanta, não minha! -Reconheci a voz de papai.

–Mas ela precisa saber! - Minha mãe devolveu no mesmo tom.

–Você escolheu assim. Não me culpe.

–Eu tinha 28 anos, estava grávida e iludida! Queria uma vida confortável! Hoje com 37, vi que tomei a pior decisão da minha vida.

–Você escolheu a verdade, toda a verdade. Com ela vem o anonimato.

–Minha filha merece mais! - Minha gritou novamente.

–E America não? - Meu pai esbravejou.

–Ah, sua preciosa America! - Mamãe debochou.

–Não ouse!!

–Suas filhas não se conhecem. Não tem liberdade alguma! Eu não sou livre.

"Filhas" ? Remoí aquela palavra até a próxima frase de papai.

–E não saberão! America e Samanta, tem muito a aprender ainda, até o dia certo. Onde tudo irá para seu devido lugar. Ah, em relação a liberdade, o acampamento é aberto, saia a hora que desejar.

Papai saiu do gabinete e me viu. Sustentamos o olhar um do outro por longos minutos. Até, as lágrimas brotarem em minha face. Ele estendeu os braços, e eu corri. Não para ele, para o outro lado. Desci até o lago do tratado.

Lá me permiti chorar. E consegui tomar uma decisão, a mesma que mudaria para sempre minha vida.

***

A ficha caiu aos poucos e com ela o entardecer. Caminhei vagarosamente de volta. Bendita passou por mim de cabeça baixa.

–O que houve? - Perguntei. Ela sempre sorria, e estava sempre de cabeça erguida, procurando um novo alvo.

–Um ataque. - Engoli em seco.

–Quantos feridos? - Perguntei friamente.

–Não há estimativa. Nenhum morto. Mas..

–Mas o que?

–Sua mãe, ela estava na linha de frente...

–Onde está Shalon? - Bendita me olhou curiosa. Sempre o chamava de pai. Mas reparando ou não, ela não questionou.

–Está no gabinete. - Disse e seguiu.

Tentei ajudar no que pude durante o caminho até lá.

–ONDE ESTÁ LÁ? - Gritei entrando no gabinete.

Meu pai levantou os olhos dos papéis que segurava os abaixou de novo. Cheguei mais perto e apoiei as mãos em sua mesa. Eu era alta pra minha idade. Olhei em seus olhos e falei num fio de voz:

–Onde está minha mãe?

–Sabe, Samanta. Eu sou seu pai e também líder, você é minha filha, mas me deve tanto respeito quanto qualquer um daqui.

–Você considerou que qualquer coisa que eu senti ou sinto por você, papai, morreu ou vai morrer, desde que descobri que me escondeu uma parte da minha família? - Ficamos em silencio. - Só me diga onde ela está.

Meu pai não disse mais nada. Se levantou, me levou até onde estava minha mãe. Esperei ele sair da tenda, para finalmente me ajoelhar ao lado dela e segurar sua mão. Ficamos sozinhas, durante uma hora. Mamãe estava desacordada. Os médicos, que chegaram depois, me falaram que era melhor assim

–A dor seria muito grande para ela suportar. Lhe demos uma dose de morfina. Ela caiu em um sono profundo.

–O que aconteceu, de verdade? - Perguntei cansada.

–Ninguém sabe. Ela teve sorte. Não teve ferimentos mais sérios, mas toda a dor, foi causada por pisoteamento. Foi logo no começo do ataque.

–Tudo bem, obrigada doutor.

–E Samanta. Desculpe, se isso for imprudente, mas sua mãe era da linha de frente de defesa do acampamento?

A resposta era obviamente não. Meu pai sempre organizou essas coisas, não colocaria sua própria mulher lá. Isso era injusto e muito. Mas era a verdade e todos sabiam.

–Não sei. As coisas andam mudando tão rápido.

–Sinto muito. - E ele saiu.

Depois disso, tive algum tempo para reparar nos machucados que haviam no corpo de minha mãe. Principalmente na parte do colo. Tentei pensar positivo. Afinal, ela era forte. Sentei do seu lado, e não reparei quando peguei no sono.

Quando acordei, mamãe me olhava. E mexia no meu cabelo.

–Há acordei querida? - Me perguntou tranquilamente.

–Não, você está bem?

–Muito melhor. - Ela me olho esperançosa.

–Quer alguma coisa?

–Precisamos conversar. - Foi sua resposta. Acendi, com medo do que viria a seguir. - Não quero lhe enrolar, mas não irei contar tudo. Nem eu, nem ninguém sabe de tudo.

–Tudo bem.

–Como você sabe, tens uma irmã. America Singer. Filha somente de seu pai, 2 anos mais velha que você. Vive em Carolina. Tem 5 irmãos, contando com você. É uma escolhida, assim como você. Sinto muito por ter tomado uma decisão tão importante, em tão pouco tempo. Mas você, Sam, olhe pra mim, por favor. Receberá sua marca, depois de cumprir sua missão. Prometa para mim, que cumpri-la será, seu principal objetivo?

–Eu prometo, mãe.

***

Gabrielle Suan, morreu 7 dias depois do ataque. Sete dias depois do meu aniversário. Sete dias depois de eu descobrir uma irmã. Mas eu tinha uma divida com minha mãe. E eu, Samanta Suan Siger, não falharia.

#POV AMERICA

Samanta se perdeu em seus pensamentos por longuíssimos minutos. Tempo o suficiente para eu correr de volta ao Grande Salão. Estava havendo uma apresentação de acrobatas. Me misturei na multidão.

Surpresa ainda com a notícia. Querendo ou não éramos irmãs. E eu sabia que Samanta, viria atrás de sua resposta. Mas não imaginei que seria tão rápido. Na entrada estava Victor, olhando por cima dos outros convidados, ou seja, me procurando.

Eu não tinha saída. Não via um meio de fugir. O que eu fiz? Algo que todo mundo faria. Tirei para dançar o guarda mais próximo. Eu o nunca tinha visto pelo palácio.

Dançamos uma música lenta, calma. Deu até tempo para eu retomar o fôlego. Mas ainda sim, a palavra "irmãs" era meu pensamento constante. Uma irmã. Agora? Pedi licença ao guarda e fui ao banheiro.

Assim que entrei, verifiquei se não havia mais ninguém lá, depois de confirmar, tranquei a porta. Corri para a pia e lavei o rosto. Encostei a testa no espelho.

–O que eu faço? – Perguntei a mim mesma.

Dei um pulo, quando bateram na porta.

–Algum problema ai dentro? - Não reconheci a voz.

–Só um minuto! - Respondi Arrumando a maquiagem e soltando o cabelo.

Quando abri a porta, Celeste entrou desesperadamente.

–O que houve?

–Não lhe interessa! - Respondeu curta e grossa. - Mas vou contar, você vai saber daqui a pouco mesmo. Elsie já era.

–O que? - Exclamei.

–Não fique surpresa, por favor, não se faça de inocente. Todos sabíamos que ela não tinha chance alguma. Vão anunciar daqui a alguns minutos, esteja lá no palco.

–Tudo bem. - E saí. Olhei de relance para o banheiro, a tempo de ver Celeste soltando seu cabelo.

***

Me aproximei do palco. Kriss sorria e já estava aguardando. Elsie havia sumido e Celeste estava chegando.

–Todas aqui? - Perguntou Giovane, chegando pelo meu lado.

Ninguém respondeu, era óbvio que sim. Encarei o chão e de repente me senti totalmente fraca, tonta.

–America, tudo bem? - Maxon perguntou chegando a minha frente.

–Aham. - Respondi num fio de voz.

"Eu sei de tudo America." Falará Samanta. E do mesmo jeito que sua voz invadiu minha mente, a própria invadiu meu campo de visão. Victor ainda estava na entrada, mas dessa vez, ele sabia onde eu estava.

–Vamos começar? - Supliquei no ouvido de Maxon, que estava do meu lado.

Os príncipes subiram ao palco e foram ovacionados com palmas e assovios.

–Temos um comunicado. - Começou Maxon, me olhando de relance.

–Algo importante. - Continuou Giovane e me olhou em seguida.

"Ninguém é inteiramente o mocinho."

Samanta e eu nos encaramos. Eu sabia o que ela queria. Uma resposta. Eu queria respostas. Queria que meu pai estivesse ali. Que ele me desse um abraço e dissesse:

–Ei, tudo vai passar.

Mas, nada, em hipótese alguma é um conto de fadas. Nada é perfeito. Tudo era planejado. Maxon, sempre fora o príncipe perfeito, o exemplo da nação, uma peça da realeza. Giovane o "bad boy" perfeito, a peça dos rebeldes. Samanta, a heroína que deixa todos apavorados e fascinados, a peça que se encaixava em tudo.

Mas e eu? Queria ser uma peça solta ou uma que mudaria o rumo do jogo?

Como um grito desesperado, a sirene soou, anunciando o ataque.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai valeu a pena esperar?

Bjos gente :3