– O QUE?! – Anna, Jack, Merida, Soluço, Alice e Rapunzel gritaram em alto e bom som. Apenas Mirana e Jacky mantiveram-se caladas, perplexas demais para falar qualquer coisa.

Elsa manteve-se em seu lugar, paralisada, estática. Milhares de pensamentos assolavam sua mente desordenada. Era muita coisa para assimilar. Então Pitch Black, o homem responsável por todo o mal que atingira não só a ela, mas sua família e amigos também, era seu pai?

O mesmo não podia ser dito de Elena.

– Explique-se antes que eu decida fazer churrasco de você, seu desgraçado. – Apesar de ameaçadora e violenta, a frase da morena saíra arrastada e fraca, exalando cansaço, algo que Elsa estranhou, pois usar seus poderes, ainda mais em uma fração tão pequena, nunca custara muito esforço a nenhuma das gêmeas Gryffindor.

Não parecendo se importar, Pitch apenas sorriu.

– Que tal uma história? – O Professor de História da Magia propôs com seu habitual sorriso sádico. – Era uma vez, dois jovens que se conheceram na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts que acabaram se apaixonando. – Falou com visível tédio e vendo a confusão explícita no rosto de Elsa, uma vez que Elena recusava-se a deixar que qualquer emoção transparecesse em seu rosto, explicou. – Sim, eu já amei a mãe de vocês. Não nego isso. Casamos-nos e fomos felizes por algum tempo. Diga-se de passagem, acho que segui o exemplo do meu irmão. Ele e a esposa também tiveram gêmeas. Curioso, não acham? – Olhou de soslaio para Jacky, mas a garota não percebeu. – Enfim, chega a ser meio irônico já que ela era descendente de Godric Gryffindor e eu de Salazar Slytherin...

– Os Black não tem parentesco com os Slytherin. – Jacky o interrompeu.

– Mas os Riddle sim. – Pitch respondeu. – Na verdade os Gaunt, mas quem mandou a minha mãe se apaixonar pelo trouxa ridículo que era Tom Riddle? – Revirou os olhos, achando patético o sentimento da mãe pelo pai. – Sim, como vocês já devem estar imaginando, meu nome não é Pitch Black. – Sorriu com desgosto. – É Timothy. Timothy Tiberius Riddle. Tom Marvolo Riddle era meu irmão, bem como Thomas Servolo Riddle.

Os Dez mantiveram-se calados, atônitos, esperando que ele prosseguisse e assim o homem fez.

– De qualquer forma, sim, eu acabei me apaixonando por Annabelle Gryffindor. Na época, eu já havia saído de Hogwarts há bastante tempo, mais do que vocês imaginam, e estava de visita. Ela ainda era estudante do sétimo ano. A irmã dela, que é a mãe da ex-loira ali – Apontou para Rapunzel. – Nunca gostou de mim, mas Belle nunca se importou. – Revirou os olhos e bufou. – Nos casamos e o resto, vocês já devem ter pressuposto. – Apontou para Elsa e Elena. – A abandonei assim que soube que estava grávida. Filhos dão muito trabalho. – Deu de ombros como se fosse algo absolutamente comum. – De qualquer forma, ela seguiu com a vida dela. Ainda grávida das minhas filhinhas, se casou novamente e teve outra filha com o segundo marido. – Apontou para Anna. – Sorte dela que vocês – Olhou para Elsa e Elena. – são parecidas com ela. A ruivinha ia desconfiar. – Deu de ombros.

As pernas de Elsa estavam trêmulas e a loira parecia lutar para se manter de pé. Elena, por outro lado, mantivera-se quieta e rígida com a expressão assassina voltando aos poucos ao seu rosto.

– Onde estávamos? – Pitch fingiu pensar, mas rapidamente apontou sua varinha para Elsa. – Avada Kedavra!

– Protego Horribillis! – Elena protegeu a irmã mais nova, que ainda parecia estar numa espécie de transe. – Maldito. – Murmurou baixinho. – Avada Kedavra!

– Protego Horribillis. – Pitch repetiu o feitiço dito pela morena momentos antes. – Tentando matar seu próprio pai, queridinha?

– Você não é meu pai. – A morena replicou o tom gélido e cruel que adotara desde que voltara a Hogwarts. – Meu pai morreu em um naufrágio.

– Pense como quiser. – Pitch deu de ombros.

Logo, os Dez começaram a duelar contra o Professor de História da Magia, que estava dando conta do número enorme de adversários sem qualquer dificuldade.

– Protego! – Mirana se protegeu de um feitiço lançado pelo mais velho. – Alguma coisa está errada. – Murmurou para Alice e Jacky, que estavam mais perto dela.

– Como assim? – Alice questionou, enquanto desviava de um feitiço.

– Ele é experiente. Se quisesse, já poderia ter nos derrotado. – Mirana respondeu. – Não acho que ele esteja querendo nos matar. Apenas...

– ... Nos distrair. – Jacky completou e olhou para o céu, onde conseguiu ver milhares de bruxos chegando com vassouras. – Maldição. – Praguejou.

Os outros Nove seguiram o olhar da Herdeira de Salazar Slytherin e viram os bruxos chegando, bem como Pitch também viu.

– Finalmente. – Ele sorriu assim que os bruxos começaram a descer e atacar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Antes que pudessem perceber, uma batalha já estava sendo travada entre os estudantes e professores de Hogwarts e os bruxos recém-chegados. O caos se instalara e feitiços voavam para todos os lados, causando mortes e explosões.

– Vamos! – Elena puxou Elsa e Anna para longe dali, querendo tirá-las da batalha.

Os outros seguiram o exemplo dela, mas acabaram se separando. Jack, Merida, Rapunzel e Soluço foram para a Floresta Proibida, Jacky, Mirana e Alice também, mas em outra direção, e Elsa, Anna e Elena foram em direção ao Salgueiro Lutador.

– Sério que destruíram tudo na Batalha de Hogwarts, mas isso não? – Anna apontou para o Salgueiro, que evidenciava que não as deixaria passar pela Passagem Secreta que levaria à Casa dos Gritos em Hogsmeade.

Elena ergueu a mão e uma bola de fogo se formou ali, logo indo em direção ao Salgueiro, que ficou em chamas. A morena arfou, parecendo ter se esforçado enormemente para aquela simples ação, deixando Elsa ainda mais preocupada.

– Resolve? – Elena olhou para Anna e as Gryffindor imediatamente correram para a Passagem Secreta, que agora estava livre.

–

– Para onde vamos? – Merida questionou enquanto se distanciava cada vez mais dos terrenos de Hogwarts com os amigos.

– Para bem longe daqui. – Foi Jack quem respondeu, embora se demonstrasse relutante em abandonar os outros.

–

– Vamos logo! – Jacky puxava Mirana e Alice dali, uma vez que as duas não demonstravam nenhum sinal de que o fariam sozinhas.

–

Os Dez estavam fora de Hogwarts, exatamente como Pitch queria. Ainda parado à beira do Lago Negro, ele não se mexeu nem um pouco quando Jack Slytherin se aproximou.

– E então? – O recém-chegado arqueou uma sobrancelha.

– Hogwarts é nossa. – Pitch sorriu triunfante.