– E agora? – Jack perguntou enquanto todos se levantavam da pilha de gelo onde haviam caído. – O que faremos?

– Temos que levá-las de volta. – Mirana respondeu, franzindo o cenho. – Não acho que a Elena seja um problema. É a Elsa quem tem medo de sair.

– Eu também percebi isso. – Andersen concordou. – Mas a Elena também é uma cabeça-dura quando se trata da família. Ela não vai nos ajudar se a Elsa quiser o contrário, o que parece ser o caso.

– Então, qual é o... – Merida começou a falar, mas foi interrompida por Kristoff.

– Anna. – O loiro disse. – Seu cabelo está ficando branco.

– Você não está numa situação melhor. – A ruiva riu. – Seu cabelo também está coberto de neve.

– Não. – Soluço interviu. – Seu cabelo está ficando branco mesmo.

– Está ruim? – Anna se encolheu e pegou a trança onde viu uma mecha branca.

– Não. – Foi Jacky quem respondeu, uma vez que todos os outros ficaram calados. – Mas parece que teremos mais uma com cabelo branco aqui. – Apontou para Mirana e Jack.

– Anna precisa de ajuda. – Kristoff declarou e começou a andar numa direção.

– Mas não podemos ir todos. – Mirana falou antes que todos começassem a segui-lo. – Temos muitas coisas para fazer e pouco tempo, então vamos nos separar. Eu e Alice vamos voltar ao castelo e tentar as fazer mudarem de ideia. Kristoff, Andersen e Jack levam Anna para onde houver alguém que possa ajudá-la. Soluço, Jacky, Rapunzel e Merida vão a Hogwarts cuidar das coisas e impedir que alguém venha até aqui.

– Olha quem está dando uma de Rainha. – Merida sorriu e Mirana revirou os olhos.

– Vamos. – Jack disse e todos se separaram nos grupos reunidos pela Rainha Branca, cada um indo numa direção diferente.

–

Passada quase uma hora, Elsa finalmente parou de chorar e se sentou na cama. As lágrimas secas e o rosto vermelho denunciavam seu sofrimento.

– Está melhor? – Elena perguntou, virando-se para ela com um olhar de verdadeira preocupação.

Elsa assentiu silenciosamente, evitando olhar para a mais velha. Elena se levantou do chão e sentou ao lado de Elsa.

– Você sabia? – A loira questionou.

Elena assentiu, sabendo exatamente a que a irmã se referia.

– Por que não me disse nada? – Elsa prosseguiu.

– Porque eu não queria que você ficasse desse jeito. – Elena segurou a mão de Elsa. – Eu sinceramente só me preocupei em não te deixar infeliz.

Elsa olhou para a irmã mais velha. Há muitos anos ela não sabia o que era ter alguém que estava sempre ali para cuidar dela. Esse pensamento durou pouco tempo, sendo substituído pelo anterior.

– Não pode mesmo desfazer o que eu causei? – Elsa perguntou antes que a morena pudesse dizer alguma coisa.

– Eu não sei. – Elena suspirou infeliz. – Eu nunca tentei algo tão grande.

Elsa assentiu infeliz. Mais lembranças passaram por sua mente e a imagem de quando vira ambas as irmãs serem atingidas por seu gelo lhe deu outra prioridade.

– Você está bem? – Elsa prosseguiu.

– Claro. Claro. – A mais velha apressou-se em responder.

A loira concordou ainda desconfiada, afinal tinha visto quando Elena quase caiu ao ser atingida por seu gelo.

– Acha que a Anna vai ficar bem? – Elsa continuou suas perguntas.

– Espero que sim. – Foi o que Elena respondeu.

Definitivamente não era uma resposta boa para Elsa. A loira quase se pôs a chorar novamente quando as duas ouviram um barulho vindo de fora do castelo.

– Marshmallow está com problemas. – Elsa declarou, olhando para a porta do quarto.

– Você realmente apelidou uma coisa daquelas de Marshmallow? – Elena questionou incrédula.

Elsa deu de ombros e saiu do quarto, limpando as lágrimas pelo caminho. Elena suspirou e a seguiu.

As duas desceram uma das escadas que levava ao primeiro salão do castelo e pararam no alto da outra escada que havia ali. De lá, era possível ver o grande monstro de gelo que Elsa criou, Marshmallow, lutando contra vários soldados. Dois deles, que Elena reconheceu como os seguranças do Duque de Weselton, avistaram a duas e adentraram no castelo.

– Elsa, corra. – Elena pediu e a loira rapidamente obedeceu.

Os guardas correram pelo gelo e alcançaram a escada, começando a subi-la. Elena começou a derretê-la, mas eles, apesar de escorregarem algumas vezes, conseguiram subir. A morena foi fazendo isso pela escada seguinte, uma vez que esta levaria até onde Elsa estava, mas eles mais uma vez conseguiram subir.

Assim que chegaram ao andar de cima, Elena se postou próxima a Elsa e a loira trocou um olhar receoso com ela.

– Não. Por favor. – Elsa pediu, estendendo as palmas em um gesto para que parassem.

Os dois não lhe deram atenção e um deles logo atirou um feitiço na loira. Elena estendeu a mão para a energia saída da varinha do guarda e esta se desfez em cinzas antes de sequer chegar perto de Elsa. A loira percebeu assustada o ato no mesmo momento em que os dois guardas começaram a se movimentar pela sala.

– Fiquem longe! – Elsa pediu, lançando-lhe sem querer um raio de gelo pelo chão.

Os dois conseguiram desviar com um pouco de dificuldade e logo se colocaram novamente em posições de ataque.

– Fogo! – Um deles gritou. – Fogo!

Elsa continuou tentando pará-los com gelo enquanto Elena os atacava completamente furiosa, com bolas de fogo.

– Peguem-nas! – Eles gritavam.

Sempre que atiravam um feitiço na direção da loira, este era completamente queimado por Elena, enquanto Elsa continuava tentando afastá-los com raios de gelo.

Um deles atirou um feitiço Impedimenta, mas este foi mirado errado e acabara por atingir Elena, que foi arremessada para trás. Furiosa, Elsa encurralou o guarda que atirou com duas paredes de gelo de ambos os lados e começou a empurrar mais em direção a ele, empurrando-o para a sacada. O outro ela prendeu com vários espinhos à parede, sendo que um deles estava crescendo em direção ao pescoço.

– Rainha Elsa! – Hans, o noivo de Anna, havia chegado à sala com mais alguns guardas. – Não seja o monstro que eles pensam que você é! – Pediu.

Não foram as palavras de Hans que a despertaram de sua fúria, mas sim as que Elena falou ao mesmo tempo em que ele:

– Elsa, por favor. Você não é assim... – Elena pediu.

A raiva fora substituída pelo medo, uma vez que as palavras da morena pareciam roucas e fracas. Elsa virou-se para ela, que estava do lado oposto de Hans na sala, e viu Elena ainda de joelhos no chão.

No momento de distração da loira, o guarda que estava preso na parede por espinhos apontou a varinha para ela e estava prestes a atirar quando Hans o desviou de seu alvo. O feitiço ainda assim foi atirado e acertou candelabro de gelo que Elsa fizera no teto da sala. Este começou a despencar e cairia em cima da loira, uma vez que ela estava no centro da sala, exatamente abaixo dele.

Com um movimento rápido, Elena correu e empurrou Elsa dali, porém acabou não sendo rápida o suficiente para escapar e o candelabro caiu em cima dela, deixando a Gryffindor no chão, inconsciente.

Elsa apenas percebeu ser empurrada para onde Hans estava e caiu no chão, batendo a cabeça. A última coisa que vira antes de desmaiar foi o candelabro caindo em cima de Elena e a mais velha fechando os olhos. Uma lágrima escapou do olho azul da loira enquanto ela afundava na inconsciência.