– O que aconteceu? – Elsa perguntou assustada.

– Como sabem, seus pais viajaram para Corona numa embarcação. – Mickey respondeu e as três assentiram. – Houve uma terrível tempestade no trajeto e... – Ele não conseguiu terminar a frase.

– E? – Elena perguntou, embora já soubesse a resposta e seus olhos já estivessem se enchendo de lágrimas.

– Eu sinto muito. – Foi tudo o que o Diretor conseguiu dizer.

Anna ficou paralisada em seu lugar e lágrimas molharam seu rosto. Elsa se levantou abruptamente e correu para fora da diretoria. Elena a seguiu, também sentindo as mãos começando a queimar.

Elsa acabou por ir à torre de astronomia. Só deu tempo de Elena entrar antes que a loira trancasse a porta. A loira se encostou à porta de madeira e deixou-se escorregar até estar sentada e encolhida no chão, chorando.

Elena também chorava e se abaixou, se pondo ao lado de Elsa, segurando sua mão. A torre de astronomia estava coberta de cinzas e semidestruída desde a última vez que Elena esteve ali e agora, gelo percorria as paredes, enquanto alguns lugares começavam a pegar fogo.

As duas continuaram ali por várias horas. Qualquer pessoa que entrasse ali não reconheceria mais a torre de astronomia, uma vez que uma metade do lugar estava coberta de gelo e neve, enquanto outra estava coberta de cinzas e ainda tinha alguns lugares pegando fogo.

As horas foram se passando lentamente. Elsa não tinha mais lágrimas para chorar e o rosto estava vermelho e os olhos, inchados. Elena estava do mesmo modo, sem nem mesmo a capacidade de dizer qualquer palavra para consolar a irmã mais nova.

As duas ouviram passos de mais de uma pessoa do lado de fora da torre, mas não se mexeram. Batidas na porta foram ouvidas, mas nenhuma das duas saiu de seu lugar. As batidas vieram seguidas da voz de Anna:

– Elsa, Elena. – Anna chamou, mas não obteve resposta alguma, como costumava ser quando elas estavam em casa e as duas mais velhas estavam trancadas no quarto de Elsa. – Por favor, me escutem. – Anna começou a cantar, uma vez que era um costume que nem a idade lhe fizera perder. – Todos perguntam sem parar. – Quando ela disse isso, as gêmeas Gryffindor souberam que os passos a mais que foram ouvidos, eram dos outros sete amigos. – E me encorajam para lhes dizer, espero por vocês. Me deixem entrar. – Um barulho foi ouvido e do outro lado da porta, Anna estava sentada do mesmo modo que as outras duas. – Só temos umas as outras. O que vamos fazer? Temos que decidir. – A mais nova ficou em silêncio por alguns segundos antes de dizer algo que há muito tempo não dizia. – Você quer brincar na neve? ­­– Depois de alguns segundos sem resposta, ela completou. – Não precisa ser na neve.

Anna não ouviu nenhuma resposta, nem mesmo o costumeiro “Vá embora, Anna”, coisa que elas costumavam dizer na época em que ficavam trancadas no quarto, vindo de lá.

– Anna. – Rapunzel chamou, estendendo a mão para a amiga no intuito de ajudá-la a levantar para que pudessem ir embora.

A ruiva balançou a cabeça em negação e se encolheu ainda mais, sem olhar para nenhum dos outros sete ali presentes.

– Vão embora. – Ela pediu.

– Mas... – A loira tentou argumentar, mas Anna a interrompeu.

– Só me deixem sozinha. – A ruiva pediu novamente.

Mirana, que era a que mais a entendia por entre todos ali, foi a primeira assentir e se retirar junto com Alice. Merida, Soluço e Jacky foram logo em seguida, sobrando apenas Rapunzel e Jack olhando para Anna.

Jack balançou a cabeça e empurrou Rapunzel para fora da torre, mas voltou logo em seguida. Anna estava na mesma posição e a porta permanecia trancada.

O albino se aproximou da porta e bateu, mas não obteve resposta nenhuma. Ele passou a mão pelos cabelos de Anna e saiu da torre, olhando para trás uma última vez antes de ir embora.

Dentro da torre, Elsa só pareceu chorar ainda mais e abraçou Elena. A morena apenas afagou os cabelos loiros da outra na tentativa de fazê-la parar de chorar, embora ela mesma ainda estivesse chorando.