Jacky, ainda no chão e dolorida, então virou o rosto em tempo de conseguir ver que foi Jack O’Lantern Slytherin quem a salvara do bruxo que a mataria.

Com dificuldade e sentindo uma dor terrível preenchendo cada centímetro de seu corpo, provavelmente por causa de algum osso quebrado que ela não identificara, a garota se levantou e apontou a varinha para o pai com a mão trêmula e ferida.

– Abaixe isso, Jackeline. – Jack pediu quase suplicante e parecendo triste ao ver que sua filha realmente estaria disposta a lutar com ele.

– Me dê um bom motivo. – Ela respondeu em um tom hostil e amargurado.

– Eu sou seu pai e, além do mais, Jacky, nós precisamos conversar. – Jack tentou novamente, mas como ela não cedeu, foi obrigado a apontar sua própria varinha para ela. – Jacky... Apenas me escute. Confie em mim.

– Eu já confiei. – Ela respondeu no mesmo tom de antes, trazendo a sombra de uma mágoa antiga no seu rosto. – Eu confiava cegamente em você, pai. E por que você acha que foi tão ruim quando eu descobri? – Ela arqueou uma sobrancelha e quando Jack fez menção de falar para perguntar do que exatamente ela estava falando, ela continuou. – Você consegue ao menos imaginar a minha decepção quando eu acordei um dia e me lembrei de ter visto o seu rosto por baixo daquele capuz laranja?! – Era nítido o quanto ela estava com raiva, trazendo um sentimento quase homicida em seus olhos, um preto e um laranja que escurecia com o passar dos segundos. – VOCÊ CONSEGUE IMAGINAR?!

– Você sabia? – Com isso, Jack ficou surpreso, abaixando sua varinha.

– Eu nunca contei a nenhum deles. – Jacky respondeu com a voz falha e trêmula, parecendo conter sua raiva. – Mas eu sabia sim. Desde o segundo ano. – Cerrou os dentes. – Estupefaça! – Finalmente lançou um feitiço.

– Protego! – Jack não tardou em se defender. – Jacky, pare com isso.

– Expelliarmus! – Ela tentou mais uma vez e ele se defendeu com um feitiço Protego não verbal. – Impedimenta! – Mais uma vez o feitiço foi defendido. – Rictumsempra! – Defendido. – Pietro Fatinsky! – Novamente Jack se protegeu.

– Poderia, pelo menos, me escutar, filha? – O’Lantern pediu, mantendo a varinha a postos para se defender de qualquer outro feitiço que Jacky decidisse lhe lançar.

– Por que eu escutaria? – Ela desafiou, mantendo a varinha apontada para o pai. – Me dê um bom motivo para eu não te matar agora!

– Você vai me matar de qualquer jeito, só me dê a chance de lhe dizer o porquê! – Jack pediu, mantendo a varinha levantada, pronto para se defender.

– Ah, sim, claro! – Jacky sorriu com sarcasmo. – Quer que eu espere você me dizer que só queria evitar que eu fosse a sua ruína! – Rangeu os dentes. – Mas, me responda! Se você não tivesse feito tudo isso, se não tivesse me enfeitiçado e tentado matar a mim e aos meus amigos, que motivos eu teria para fazer qualquer coisa contra você?! – Se forçou a não deixar uma única lágrima cair.

Brigas familiares são bastante comuns

Mesmo que sua família não seja como a de alguns

A Herdeira de Slytherin problemas enfrentará

Quando o seu próprio pai ela confrontar

Por mais que não espere, há coisas que deverá saber

Então escute o que lhe disserem e suas respostas irá ter.

– Jacky... – Jack murmurou em um tom baixo e tristonho.

– Mas agora você fez a sua escolha. – Ela prosseguiu com a voz trêmula e falha, como se estivesse se segurando para não chorar e realmente estava. – E vai se arrepender. Tudo o que você vai ter será um coração vazio... – Levou a mão ao pescoço e puxou o cordão prateado com pingente laranja em forma de abóbora. – E um colar de abóbora! – Jogou-o nele, que nem ao menos se mexeu com o gesto. – Estupefaça!

– Protego! – Só então Jack pareceu sair de seu transe e se defendeu. – Jacky, me escute!

– Expelliarmus! – Ela prosseguiu.

– Protego! – Ele mais uma vez se protegeu. – Será que dá para me escutar?! – Elevou a voz algumas oitavas, mas ela não pareceu se importar.

– Bombarda Maxima! – Jacky tentou mais uma vez.

– Protego Maxima! – Ele falou o feitiço por entre os dentes trincados. Estava ficando irritado. Havia sido dele que Jacky herdara o mau-humor e a violência excessiva quando se irritava. – Jackeline O’Lantern Slytherin, você vai me escutar!

– Quer apostar?! – Jacky arqueou uma sobrancelha, desafiadora, trazendo também uma expressão homicida e assustadora. – Avada Kedavra!

– Protego Horribillis! – Jack se defendeu, embora parecesse chocado com o feitiço que lhe fora lançado.

Ele estava a ponto de gritar com ela quando percebeu que um dos olhos, mais especificamente o que ainda restara na cor laranja original, estava negro como o outro ficara depois da luta com Jennete. Aquilo nunca era um bom sinal.

– Jacky, se acalme. – Jack pediu, olhando a filha com certo temor nos olhos.

– Crucio! – Mais uma vez, ela não o escutou.

– Protego Horribillis! – Ele mais uma vez teve que se defender, sentindo apenas uma leve dor percorrendo seu corpo.

– Confringo! – Jacky apontou a varinha para o chão abaixo do pai, que explodiu, jogando-o para longe. – Estupefaça! – Jogou-o ainda mais para longe. – Fogomaldito! – Formou a figura do Cavaleiro Sem Cabeça montando em seu cavalo com o fogo.

– Eu ainda mato o Jafar por ter ensinado esse feitiço a ela. – Jack murmurou em voz baixa enquanto se levantava do chão e começou a correr dali. Sabia que nada apagava o Fogomaldito a não ser a pessoa que o lançara, algo que Jacky não parecia inclinada a fazer.

Jack não tinha outra escolha, apenas tinha que fugir ou conseguir fazer a filha se acalmar, algo que com toda certeza não seria fácil, ainda mais com ela perseguindo-lhe lançando Maldições Imperdoáveis acompanhada do Cavaleiro Sem Cabeça feito de Fogomaldito.

O’Lantern ainda se lembrava da profecia, uma vez que o envolvia e ele podia escutá-la.

Por mais que não espere, há coisas que deverá saber

Então escute o que lhe disserem e suas respostas irá ter.

Ele precisava fazer com que ela o escutasse, uma vez que a filha não sabia a história completa, mas aquilo parecia um coisa que Jackeline O’Lantern Slytherin não parecia nem um pouco disposta a fazer.