Os medos de Rose Weasley escrita por Maryland


Capítulo 1
Os medos de Rose Weasley - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Bem, fiz essa One-Shot porque do nada algo me inspirou a escrever uma sobre este casal que eu amo!

Espero que gostem.



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No sétimo andar de Hogwarts, o mesmo corredor se alastrava por onde Rose Weasley passava. Ela tinha medo do escuro, das sombras criadas pelos lampiões que mal iluminavam o lugar, e do completo silêncio na calada da noite. Era de madruga e estava desrespeitando o toque de recolher, contudo não conseguiria ficar no dormitório. Dois anos atrás, talvez, estivesse animada para ir se deitar e conversar com suas amigas, mas tudo havia mudado drasticamente no fim de seu terceiro ano naquela escola de magia. Ela não tinha medo apenas do escuro e das sombras, mas também daquele fogo instalado no que pareciam velas pelas paredes e muros. Ela se lembrava do que havia acontecido, e sentia vontade de chorar.

Sim, ela tinha treze anos naquele dia, ou ao menos era o que conseguia se lembrar. Havia acabado de sair de um jogo da Grifinória, como sempre a posição de artilheira sendo perfeita para ela, e seu time havia ganhado da casa da Sonserina com mérito. Após várias horas de comemoração, acabou decidindo que iria para a Sala Precisa, descoberta sem querer um ano antes, e lá poderia descansar melhor do que na comunal, sem todos os vivas e palmas por onde passasse. Quando estava chegando perto do muro que apareceria uma porta, Lilian, sua priminha um ano mais nova, apareceu.

Sempre foram melhores amigas, e naquela hora alguma coisa mudou. A face da menor exibia raiva, ao mesmo tempo em que a insígnia da Sonserina estava à mostra ‒ a diferença entre as casas não era um problema para nenhuma das duas ‒. A pequena também segurava uma varinha, enquanto Rose tinha seu objeto guardado em algum lugar de sua bolsa. E foram poucos segundos necessários para o feitiço de fogo ser feito. Primeiro ao lado da ruiva maior ‒ durante os longos anos de amizade, Lilian descobrira o medo do fogo de sua prima ‒, sem dar tampo para que ela se defendesse, e o segundo jato veio direto em seu rosto, manchando aquela cálida e doce face. Foi o começo de seu próprio inferno, impossível fugir.

Rose se lembrava daquilo tudo, mas não com detalhes. Apenas a feição de ódio no rosto da ex-melhor amiga e nos feitiços sendo conjurados. A dor que a consumira, e o medo, eram horríveis, mas ver quem fizera isto com ela, mesmo sem saber os motivos, era insuperável. E desde então se fechara no seu próprio mundo, sem nunca revelar a ninguém a autora daquele ataque. Com feitiços, fora possível tirar partes das marcas e também aliviar a dor, mas a face, agora parecendo sempre estar marcada por fulige, exibia duas cicatrizes cinza, iguais, marcando cada uma cada lado do rosto. A cicatriz era uma lembrança constante do passado, e também do que viera a acontecer no futuro.

Não era incomum encontrar pessoas, de todas as casas, xingando-a e caçoando-a, como se aquilo fosse algo completamente normal, e os professores, assim como a diretora Minerva ‒ antes admirada por Rose ‒, já haviam desistido de fazê-los parar. Era uma maldição?, Rose se perguntava, ou apenas o inferno se revelando cedo demais? Qualquer que fosse a resposta, deixou de pensar nisso, quando chegou ao mais alto andar da Torre de Astronomia. A visão poderia tirar qualquer um do fôlego, e isso se repetia sempre que a grifina ia ali, fitando as diversas constelações e estrelas do céu incrivelmente acima de Hogwarts. Talvez a única fuga de seu pesadelo, e ela gostava daquilo. Sentou-se num banco, e ali ficou.

Foi quando percebeu o barulho de passos. Não eram passos altos demais, provenientes de algum adulto ou superior, mas pareciam vindos de algum aluno ou aluna. Teve de prender a respiração, mantendo-se imóvel, uma técnica de se misturar com as sombras que aprendera com intuito de se esconder. Mas não funcionara, o intruso já tinha descoberto sua presença e agora se dirigia à ruiva. Ela decidiu que não restava mais nada a fazer do que se virar, e foi quando um loiro apareceu em sua visão. Era, incrivelmente, o único loiro que nunca levantara uma palavra para falar mal dela, e nenhum gesto ou imagem com esse mesmo intuito. Rose nunca fora desesperada por isso e não era o tipo de garota que tinha sonhos com pessoas como aquele, mas fora impossível parar um sentimento de nervosismo e desespero nos poucos instantes.

Ele se aproximou, sem nenhum som, apenas os passos, misterioso como sempre, e sentara a seu lado. Os minutos se estenderam lentamente, passados em silêncio, até que o loiro virou seu rosto, analisando a garota que tinha vindo procurar, um sorriso disfarçado em seu próprio rosto. A ruiva fizera o mesmo, ao sentir aqueles olhos cinza e frios fitando-a, surpreendida pelo que parecia ser uma feição amigável, sendo possível vê-la com a luz do luar, atravessando as grandes janelas de vidro. Era um segredo do sonserino que manterá a si mesmo, mas era apaixonado pela ruiva desde que a conhecera, no primeiro ano, e descobriu isso no fim do terceiro, ao saber do que havia acontecido, desde então passando a protegê-la, ainda que Rose não soubesse, sempre tentando vingar aqueles que a deixavam daquela forma.

Não eram necessárias palavras para o garoto dos olhos cinza fazer sua própria ação. Curvou o rosto ligeiramente, e encostou os próprios lábios no de Rose, surpreendendo-a. Não fora nada digno de cinema, nem mesmo de um livro ou filme, apenas um leve selinho, como alguns gostavam de chamar. O coração batia descompassado no peito, mas manterá o mesmo semblante de sempre e, sem dizer mais nada, se levantara e saíra, deixando uma ruiva confusa e corada na torre. Por incrível que parecesse, Rose não tinha mais medo do escuro. Nem das sombras. Nem dos fogos. E nem das pessoas que teria de encontrar na manhã seguinte. Agora, só conseguia pensar em como teria de vê-lo novamente. Como iria encará-lo depois daquela noite, no mínimo, estranha? Rose Weasley tinha um novo problema, agora, e esse problema tinha um nome: Scorpius Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido até aqui! (E desculpem o tamanho dos parágrafos. Não tenho certeza de como vai ficar quando publicar a história, mas enfim...)