Quando vi Julie corri e a abracei, nem notei que havia companhia. Julie me soltou e disse:

– Amanda, há alguém que você precisa conhecer...

– Esta moça? – Perguntei

– Amanda, essa moça é a sua mãe biológica e este homem que está ao lado dela é o seu pai biológico.

Minha mãe era realmente muito bonita, mas ela havia me abandonado e nunca me disse que eu tinha poderes, eu não posso perdoá-la.

– Amanda, eu te esperei por tanto tempo, minha filhinha querida.

– Não precisava esperar tanto, porque você não foi me buscar?

– Era perigoso demais, e mesmo assim sua tia Dina não deixaria você vir comigo.

– Minha mãe Dinah, não é?

– Sim, Dinah é minha irmã e ela nasceu sem poderes, e antes que sua vida ficasse mais maluca do que já era, ela decidiu ir para a Cidade grande, você havia acabado de nascer e não queria que você se machucasse, então pedi para que Dinah levasse você com ela, só fiz o meu papel de mãe, cuidando de você.

– Desculpa se fui grossa mamãe, só queria saber a verdade.

– Querida, não se preocupe, agora eu cuidarei de você e não deixarei que nada de ruim aconteça.

Me senti grata e a abracei e isso me fez bem.

Minha mãe me levou para sua casa, um lugar simples mas bonito e aconchegante, mas o que me preocupava mais não era a minha estadia e sim onde Alphie estava!

Comecei a me preocupar tanto que decidi sair à sua procura (sem minha mãe saber, é claro).

Então assim foi, eu fiquei vagando pelas florestas até que avistei Alphie, mas ele não estava sozinho, havia uma garota montada nele galopando em minha direção, ela era meio que loira e seus cabelos lisos batiam em seu ombro, ela usava uma tiara e um vestido. Quando ela chegou, ela desceu do Alphie e disse:

– Olá, eu sou Agda, princesa das ilhas do sol. Eu encontrei o seu cavalo e vim lhe entregar.

– Como você sabia que ele era meu?

– Eu tenho um dom de falar com animais, ele me disse que precisava te encontrar.

– Mas como você vai voltar para o castelo?

– Não pretendo voltar agora...

– Por quê?

– Porque minha mãe esta querendo me obrigar a casar com o Príncipe Carlos, mas eu estou apaixonada pelo camponês João Victor e ele por mim, mas minha mãe não suportaria o fato de eu me casar com um camponês.

– Entendi.

– E você, tem algum dom?

– Eu sou uma bruxa. Bruxa Akilla para ser mais precisa.

– Ouço muitas historias de bruxas e elas não são muito agradáveis.

– Verdade, contam muitas coisas ruins sobre bruxas, não é?

– Sim

– Para ser sincera, não acredito que exista bruxa boa, bruxas servem para fazer maldades e não gosto de ser uma bruxa, se tivesse algum jeito de eu conseguir renunciar meus poderes...

– Mas há... – disse um homem que parecia ser um aventureiro

– Quem é você? – perguntei

– Eu sou Kauan, um aventureiro. E sem querer escutei a conversa de vocês duas...

– Você é um baita fofoqueiro! – Agda o interrompeu

– E você uma princesinha mimada, que não sabe fazer nada além de mandar nos outros.

– Cale a sua boca!

– Está vendo, você acabou de mandar eu calar a boca, você é burra demais e não sei como conseguiu fugir do castelo, loira!

– Preconceituoso, não vou ficar perdendo meu tempo com você, enquanto você não tem nem casa, eu estou nadando no dinheiro, e com uma casa super grande!

– Não ligo pro que você diz, só estou aqui para ajudar a menina que não quer ser bruxa.

– Então, tem como eu renunciar meus poderes? – eu perguntei curiosa

– Eu conheço um cara que pode te ajudar, mas ele mora muito longe daqui, estaria disposta a enfrentar isso?

– Sim – respondi confiante