Já percebeu como a vida é chata? Não trágica ou dolorosa como em filmes... só chata. A rotina, a igualdade, o costume... chato.

Não vamos falar de meninas excluídas e tímidas que apaixonam-se pelo garoto popular da escola e vivem felizes para sempre, nem daquela menina coração de pedra que encontra seu amor em quem menos espera e como mágica tem seu coração amolecido. Observaremos as vidas de quatro pessoas normais, como você, como eu, como aquela vizinha que você mal conhece e pode ter o dia tão ruim quanto o seu.

Desculpe para aqueles amantes de heroínas e anti-heroínas e certos e errados, aqui não temos vilões ou mocinhas, talvez mocinhas, quatro delas.

Rachel Barbar Berry e Santana Marie Lopez.

O que elas tem de especial? Nada a não ser o fato de serem de um jeito estranho, muito mais próximas do que qualquer um que você possa conhecer.

Lucy Quinn Fabray e Brittany Susan Fabray

O que elas tem de comum? Apenas a coincidência de serem irmãs. Meio obvio pelos sobrenomes, mas acredite, já lidei com cada tipo de gente idiota que chega a doer por dentro, então prefiro deixar algumas coisas muito claras. Algumas.

E tudo começou em um dia lindo de sol... Espera, mentira. Aquele era a porra de um dia quente pra caramba que deixava qualquer ser que se aventura a andar pelas ruas com queimaduras de 3º grau. Quem disse que morar em uma grande capital ensolarada era a melhor coisa do mundo? Bom, tinha as praias e nem era tão quente assim, mas este dia estava realmente insuportável. Mas como a vida não é perfeita pra todos Rachel e Santana precisavam ir pra faculdade mesmo com os raios de sol derretendo o boné que Rachel usava para se proteger.

– Sant...

–Não fala comigo anã.

–Mas...

– Qual a parte de “não fala comigo” você não entendeu.

As duas caminhavam rápido pelas ruas, estavam quase atrasadas e morrendo de calor. Ambas usavam blusas de manga, Santana tinha o cabelo solto e Rachel os mantinha amarrados, shorts curtos pareciam ser a única peça insubstituível dos seus armários, tirando o protetor solar fator 40 claro.

– Ah quer saber? Vai se ferrar.

A morena menor – 2 centímetros menor – acelerou o passo e passou na frente sem olhar pra trás, estavam a uns 10 metros da facul então chegaram juntas mesmo com a pequena diferença de distancia.

Já na sala tiveram aula de... bom não interessa, posso assegurar-lhes que a faculdade é a mesma droga da escola e vocês acabaram tendo que fazer o trabalho dos preguiçosos do mesmo jeito – a menos que você seja o preguiçoso.

– Por que mesmo que fazemos Química avançada? Eu não entendia a química nem do 1º ano, imagine isso daqui.

– Porque não conseguimos coisa melhor Berry, um dia seremos incrível e não faremos mais parte dessa escola de merda, mas agora olhe pra frente e continue fingindo que aprende até que o professor pare de olhar para nós.

Assim elas fizeram, passaram pelas 6 aulas e era hora do almoço. Não tinham aulas a tarde. Graças a Deus, que parece gostar das duas no final das contas.

– Rach o que vamos comer? Não tenho a mínima vontade de ir para aquele restaurante de mendigos que você me obriga a ir. Não é porque você só come folha que eu sou obrigada a comer cenoura, eu não sou burro não.

– Agora quer falar comigo não é?

– Você sabe que eu te amo gnomo de jardim. Eu aturo você e seus ataques e você me atura com o meu mal humor.

Santana a abraçou de lado, colocando a mão em sua cintura e Rachel respondeu automaticamente levando o braço para os ombros dela.

– Sei, sei. Você não vive sem mim.

Assim andaram em direção ao metrô.

–Então para onde vamos?

– Para a casa dos nossos pais. Onde mais chegaríamos no meio de dia, morrendo de fome e as pessoas não nos levaria a mal?

Entraram e deram graças aos céus as pessoas preferirem transportes próprios. Escolheram um dos bancos e se sentaram, com Santana encostada na janela, Rachel deitou sua cabeça no ombro dela, logo a perna direita de Rachel estava em cima da esquerda de Santana. As duas entrelaçaram os dedos.

– Estou cansada San, não acha que deveríamos aceitar o que nossos pais propuseram pra gente? Eu sei que seria chato por uns dias, mas logo estaríamos livres.

– Não meu anjo, nós vamos passar por isso sozinhas. Somos muito maduras para correr atrás deles. Eu estou aqui por você okay?

– Tudo bem San.

Beijou a bochecha dela bocejando.

– Não olhe agora, mas temos companhia.

Santana sorriu maliciosa e Rachel discretamente olhou na mesma direção.

– Hum lindas, mas parecem assustadas San, será que nunca viram um casal gay? Que pena.

– A gente bem que poderia mostrar a elas como Pezberry faz.

Pediu ainda observando as duas loiras que pareciam paralisadas olhando descaradamente para elas.

– Só um pouquinho San, estamos no metrô.

– Pode deixar meu anjo.

Santana se inclinou mais para Rachel, a fazendo mudar de posição e levar a cabeça pra o outro lado permitindo que ela levasse o olhar para as suas novas amiguinhas. Antes de afundar a boca no pescoço dela, Santana olhou para as loiras também e piscou, passando uma mão na nuca de Rachel a segurando no local e a outra na perna embaixo da barra do short dela o colocando mais para cima, e ele já era muito curto. Rachel fechou os olhos e mordeu os lábios enquanto Santana fazia sua magica.

As loiras arregalaram os olhos.

– Ai meu Deus.

Puderam ouvir uma delas exclamar, Santana poderia apostar que tinha sido a de cabelos longos e mais magra. Essa voz combinava com ela. A cara de sono da Rachel só dava um toque especial na sua quase atuação. Santana era muito, muito boa, mas ela tinha muita vontade de dormir pra prestar atenção no que sua amiga fazia entre seu maxilar e seios.

– San os olhos dela são verdes ou dourados?

Rachel sussurrou para que elas achassem que estavam falando coisas quentes uma para a outra. O que obviamente deu certo já que uma delas ficou em um tom vermelho perfeito... Rachel gostou daquilo.

– Qual delas Rach?

– A mais bonita.

Ela sorriu agora entendendo de quem Rachel estava falando.

– Tem olhos azuis como o mar, anjo.

Rachel olhou de novo.

– Tenho certeza que não. São verdes, ou avelã.

– Eu acho que...

Dizia massageando os braços da Rachel e falando perto do ouvido. Santana olhou mais atentamente para as duas e gargalhou. A pequena diva a olhou confusa.

– Temos opiniões diferentes anjo. A sua tem olhos bonitos também.

Deu um beijo no canto da boca dela e levantou.

– Vamos, chegamos Rach. Se formos rápidas você pode dormir um pouco antes de irmos pra casa.

Rachel lhe sorriu lindamente e pegou a mão oferecida para levantar, saíram do local de mãos dadas e deixando duas garotas catatônicas em seus bancos depois de um showzinho.

– Será que alguém acreditaria se dissermos que somos só amigas?

Santana perguntou realmente curiosa. Bom, elas eram apenas amigas. Eu acho.

– É por isso que não dizemos que somos só amigas San. Não me importa o que pensam, eu não posso viver sem você.

– Nem eu meu anjo, não posso viver sem você.

Apertou Rachel em um abraço na frente da porta dos pais da latina e então tocaram a campainha. Afinal era quase uma hora e estavam morrendo de fome.