Sweet Kill - When You Dont Know Nothin escrita por sissy Bo


Capítulo 2
Capitulo Um




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Capítulo Um – Quando as Coisas Começam a Ficar Estranhas

Eu nunca dediquei muito tempo da minha vida querendo descobrir o que Jennifer fazia na maior parte do tempo. Era simplesmente nojento, sério. Uma pessoa em sã consciência ou que não fosse pervertida falaria que não iria escutar nem uma palavra do que a sua amiga fizera com a boca na noite anterior e fim de papo. Jennifer pelo menos me entendia. Ela falava que teve a noite com tal cara e então calava a boca porque sabia que eu não gostava dos detalhes sórdidos.

Naquele dia, eu fui para a escola como sempre fazia — de ônibus, claro. Peguei o ônibus escolar e fui, sentando-me no mesmo banco de sempre, onde Jennifer também se sentava, ao meu lado, matraqueando como sempre. Falava sobre George Smile, um cara mais velho que era fofo e blábláblá. As coisas de sempre. E ele poderia ser preso por pedofilia, sei lá.

Jennifer era a típica gostosa da escola: cabelo comprido preto e ondulado, olhos como safiras, corpo atlético e com atributos mais do que bons. Todos os caras queriam-na, mas ela já havia passado da fase dos garanhões da escola e agora estava saindo com caras mais velhos que estavam cursando uma faculdade ali perto. Eu... Eu já era a nerd que por acaso é melhor amiga da gostosa da escola. Mas qual é? Conhecíamos-nos desde que nossas bexigas não conseguiam reter o xixi e fazíamos tudo o que nos dava na mente nas fraldas. Nossas mães eram melhores amigas até minha mãe se casar com um cara novo e me deixar com meu pai, numa cidade minúscula. Mas ainda nos correspondíamos e minha mãe sempre estava ali, prestando atenção em cada passo que eu dava, porque Charlie, meu pai, me dedava. Argh. Pais separados, mas “unidos” são assim. Pelo menos não há brigas.

O pai de Jennifer se matou alguns anos depois do nascimento da filha, então ela nem se lembra dele. Sempre havíamos brincado que nossos pais poderiam se casar e, sério, depois de treze anos brincando com aquilo, eles pareciam estar ficando “envolvidos”. Agora que tínhamos dezesseis anos simplesmente repugnávamos a ideia de nossos pais, velhos do jeito que estavam, se casarem novamente com alguém tão próximo de nós.

Quando chegamos ao colégio, nos separamos e nos reencontramos milhares e milhares de vezes, como sempre fazíamos. Aquele era mais um dia normal no colégio. Depois teve um jogo e Jennifer e as outras líderes de torcida foram se apresentar. Os garotos nem viam as outras garotas, só Jennifer, com aquela saia minúscula, a blusa colada no corpo magro e o sorriso perfeito no rosto perfeito e tal. E o impressionante é que eu não sentia inveja dela. Ela era minha melhor amiga, conhecíamo-nos desde que usávamos fraldas, como já disse anteriormente. Por que eu sentiria inveja de uma pessoa que era minha irmã, praticamente?

E, ali no fundo, tomando água e tentando fazer a respiração voltar a ficar regular, estava meu namorado, Edward Cullen, o garoto mais desejado da escola. E ele nunca esteve interessado em Jennifer, apesar de sempre estar olhando para a bunda dela. Mas isso era inevitável. Um dia, depois de um jogo que a escola teve, eu estava ao lado da Jennifer, que estava falando de algumas besteiras e ele simplesmente me convidou para sair. E eu fiquei olhando para ele como uma tonta. Jennifer respondeu por mim (ela estava de rolo com Kevin Costner, mas me contou que até que sentiu inveja de mim por Edward me querer, e não a ela), o que foi um grande favor. E desde aquele jogo estávamos juntos. E Jennifer havia prometido que tentaria não pegar ele, mas sei lá... Ela sempre quis. Todas sempre queriam.

Ele acenou para mim e retribui e notei que Jennifer olhava para mim, um enorme sorriso estampado no rosto. Acenei para ela também, que devolveu o aceno. Jessica, uma garota que invejava tudo o que eu e Jennifer fazíamos, olhou-me cética.

- Vocês só podem ser lésbicas – falou, olhando de uma para a outra novamente. Pisquei algumas vezes e ri.

- Não somos não. Eu tenho namorado e ela tá de rolo com George... – eu ia falar mais, mas lembrei-me de que estava falando com Jessica, a maior fofoqueira da cidade. Graças a Deus havia pelo menos mil Georges na cidade e ao redor.

- Que George?

- Deixa pra lá – resmunguei e voltei a ver a apresentação de Jennifer.

Agora ela recebia uma bandeira da cor do seu uniforme, a bandeira da escola, e girava-a para lá e para cá, um sorriso enorme nos lábios carnudos.

--

Depois da apresentação eu estava no corredor, em busca do meu livro de Biologia. Era minha próxima aula, junto de Jennifer, e ela veio saltitando até mim, enquanto todos no corredor observavam-na e ela ignorava. Agora ela usava uma calça jeans colada, uma blusa branca e um casaco rosa cortado, super colado em seu corpo magro.

Ela sorriu para mim e então pulou em meus ombros, olhando para o espelho que eu mantinha no meu armário.

- E ai, Bella? – falou ela franzindo o cenho e depois voltando a sorrir. Sorri para ela.

- Oi Jenn. – respondi. Finalmente achei a porcaria do livro que queria e fechei o armário, fazendo Jennifer protestar.

- Vamos sair hoje, ok? – me informou, abstraída com a chegada de Edward, que me abraçou e beijou meu pescoço. Vi Jennifer cerrar os olhos para meu namorado, fazendo-me chamar seu nome para sair de seus planos diabólicos de acabar meu namoro com ele. Sei lá. Só viagem minha, mas quem sabe?

Desde que eu e Edward havíamos começado o namoro e tal por causa dela, ela não gostava dele nem um pouco. Nunca gostou, porque odiava ter que dividir minha atenção com ele, e eu, para ela, era sua melhor amiga e maior fã.

- Jennifer – chamei-a de volta, fazendo seus olhos azuis voltarem a me fitar.

- Ahh... O Road Lane vai tocar lá no City Bak. Pela primeira vez em um milhão de anos vão abrir o show para todo mundo, então a gente vai poder ir lá sem ter que entrar de penetra.

- Road Lane? – perguntei, uma sobrancelha erguida.

- Que nome é esse? Parece alguma merda na estrada – comentou Edward ainda abraçado em mim. Jennifer fuzilou Edward com o olhar e voltou-se novamente para mim.

- Então, Bella, a gente vai ou não? Por favor, é final de semana! – exclamou, com aqueles olhinhos pidões que só ela poderia fazer.

Edward deu uma risadinha debochada.

- É sexta-feira – corrigiu.

- Tanto faz, Cullen. Por que não vai catar retalhos com sua irmã e fingir que vão fazer roupa, hein? – alfinetou. – Eu estou falando com Bella.

Edward fitou-a friamente.

- Vou indo então, baby – falou Edward mordiscando minha orelha e depositando um beijo em minha bochecha. Sorri e dei-lhe um beijo na boca. – Te vejo mais tarde então – e foi embora, encontrando Emmett e Jasper, jogadores de seu time de basquete e seus melhores amigos.

Jennifer rolou os olhos e fitou Ed e seus amigos amargamente. Havia dado o chute em Emmett depois da formatura, onde foram Rei e Rainha. Ela havia perdido a virgindade antes, com Josh Leniscki, mas Jennifer não havia contado aquilo para Emmett, para não tirar a graça da situação, como me contou mais tarde. “Foi o segundo”, disse-me mais tarde, quando estávamos no quarto dela, sentadas em sua cama de dossel, comendo chocolate e folheando revistas. Nossas after parties.

- Então, Bella, você vem ou não? – perguntou Jennifer novamente com aqueles olhos azuis grandes como os de um cachorrinho sem dono. Mas eu não iria fazer nada aquela vez. Eu iria perder minha virgindade aquela noite, droga. Eu não queria ter de adiar. Eu estava pronta.

Corei violentamente com esse pensamento e meio que Jennifer leu meus pensamentos.

Éramos melhores amigas desde pirralhas, então conhecíamos uma a outra melhor do que a nós mesmas, “sentíamos” o que a outra sentia, sem querer. Uma ligação estranha, claro, mas verdadeira. Edward achava aquilo a maior bizarrice, mas era verdade, oras.

- Oh. Você vai dar pra ele? – perguntou Jennifer pasma. Consegui ficar mais vermelha do que antes. – Bella, Bella, do meu coração – ela veio até mim e pegou nos meus ombros, os olhos do tamanho de bolas de gude tamanho o pavor que sentia. – Você não pode! Tem tantos caras melhores que ele! E você é a Bella! – ela arfou. – Minha Bella cresceu e vai dar pra um cara que não merece, não pode ser mais trágico.

Fechei a cara para Jennifer, que acariciou meu rosto com a ponta de seus dedos longos e finos.

- Fica calma, ok? – aconselhou. – Se você vai fazer merda que faça direito, ok? Vai ser na sua casa ou na casa dele?

Franzi o cenho.

- Na minha.

- Claro que é na tua. Seu pai não vai estar, certo? – ela revirou os olhos, como se fosse muita estupidez da parte dela ter esquecido aquele detalhe. – Certo. Vou passar na sua casa antes dele chegar e antes de eu ir pro City Bak, ok? Pra te ajudar com as coisas – e piscou para mim, indo embora pegar seu material.

Balancei a cabeça e fui para a aula de Biologia sozinha, reencontrando Jennifer novamente. Era uma das poucas aulas que tínhamos juntas (apenas Biologia, História, Inglês, Educação Física, Álgebra Avançada, Física e mais alguma coisa). Sentamo-nos em nossa mesa um pouco longe do professor e ouvi-a suspirar. Jennifer apoiou o cotovelo na mesa e a cabeça na palma da mão e ficou me fitando, planejando coisas.

- Acho que você não vai querer aquele clima – começou ela. Depois que Jennifer descobre uma coisa e começa a falar sobre ela, nunca mais para. – Mas não precisamos exagerar. Só... Sei lá, colocar uma música e um perfume, só. É básico e vocês dois gostam disso. Pelo menos você gosta. Depois... bom, deixar umas coisinhas na escrivaninha do lado da sua cama, que tal? Pra prevenir, sei lá. Ele pode acabar esquecendo e a última coisa que a gente ia querer é ver você grávida. Depois, eu sei que ele não aceitaria um filho agora. Mas eu e você cuidaríamos da criança e tal e eu seria a madrinha dela, assim como você será da minha. – seus olhos começaram a brilhar quando ela começou a divagar. – Então, voltando pro fato real que estamos vivendo. Antes que ele chegue, você vai tomar um banho e eu vou te supervisionar, porque não quero que tudo se torne uma merda de marca maior e...

As pessoas começaram a entrar na sala e eu simplesmente tapei a boca de Jennifer com a minha mão, com vergonha do que Jennifer poderia soltar. Eu não queria ninguém fora ela sabendo de meus problemas. Bom, ela e Edward, claro.

Jennifer bufou e retirou minha mão de sua boca.

- Ok, se não quer falar sobre isso aqui não vou. Fica calma, eu sei guardar um segredo seu. Não vou sair contando pra Jessica e a turminha fresca dela. – falou Jenn rolando os olhos azuis. – Enfim, vou passar lá mais cedo e depois mais tarde, ok? E, depois vamos fazer nossa after party normal, pode ser?

Então, naquele minuto, o Sr. Polinski entrou na sala com sua maleta e sua cara pálida, com uns poucos cabelos na cabeça. Ele começou a falar sobre a matéria e eu anotei-a, enquanto via Jennifer desligar o celular e abrir numa página qualquer do caderno, para desenhar algo.

Que tal Flores Outonais?

Perguntou me empurrando o caderno. Ri daquilo. Bem coisa dela.

Sentimos o cheiro das folhas outonais não faz nem dois meses Jenn.

Ela pegou o caderno e rabiscou alguma coisa nele e devolveu-me.

Verdade... Que tal alguma coisa relacionada com a primavera? É fofo.

Rolei os olhos e respondi.

Você que sabe.

Devolvi o caderno mais uma vez, recebendo minha ultima resposta.

Ótimo ;D

--

Terminei meu banho e, enrolada numa toalha, abri a porta do meu banheiro; Jennifer estava estendida na minha cama, ao lado das roupas que havia escolhido, folheando tranquilamente uma revista. Quando entrei no quarto, Jennifer parou de folhear a revista e fitou-me pacientemente, com alguns anos de experiências em que ela tinha o poder sobre a situação. Eu não poderia agir como ela, claro, mas não poderia ignorar seus conselhos. Era milha melhor amiga, caramba.

- Ok, é o seguinte Bella: você vai vestir isso aqui – ela apontou para as roupas, que eram até que básicas: uma calça jeans colada, assim como uma camiseta branca e um casaco dela, rosa cheio de corações. –, e eu vou te maquiar, ok?

- Por que o seu casaco? – perguntei.

- Pra te dar sorte – respondeu sorridente. – Então, o que você tem que fazer é basicamente isso: aja naturalmente que a coisa vai rolar. Fique tranqüila, não deixe ele tomar muito o controle. Vai doer na primeira penetração, mas você supera, ok? Só não fique magoada depois, porque um cara preocupado com a namorada que sofreu durante o sexo é um pé no saco, ok? Não reclame com ele, termine se for o caso. Fale comigo.

Balancei a cabeça afirmativamente.

- Tudo bem então. Pode se trocar – falou ela com um sorriso nos lábios, fazendo-me corar violentamente. A luz bateu em seu pescoço e pude ver a corrente que ela usava, com um pingente de ursinho de olhos cristalinos (http://www.giftscompany.com.br/loja/images/Pingente%20SMMDI172.jpg), atrás escrito:

 BFF
Jenn & Bella

 Aquela era uma das provas concretas de que éramos realmente unidas. Um dia havíamos viajado para a França com nossos pais (meus pais e a mãe de Jennifer) e havíamos comprado lá esses dois pingentes... O meu e o dela. Dois ursinhos, com a inscrição atrás. Achamos extremamente fofinho.

Corei violentamente e me troquei, enquanto Jennifer fingia folhear a revista. Mesmo depois daqueles anos, eu ainda sentia vergonha de me trocar na frente de Jennifer. Não sei por quê. Era como se ela tentasse achar todos os defeitos em mim para jogá-los na minha cara, sei lá... Eu só tinha vergonha. Jennifer não tinha vergonha, claro. Ela se trocava na minha frente sem vergonha nenhuma, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Quando terminei, Jennifer sorriu e então veio até mim, pronta para transformar meu rosto num estojo de maquiagem. Odiava aquilo, mas ela havia me prometido que não exageraria. Não exagerou mesmo. Lápis, gloss, base, corretivo, rímel e um pouco de blush. Básico para ela.

- Não precisa de muito, porque você vai transar com o Edward, que te conhece sem maquiagem. Mas não há uma pessoa que não vá babar por você agora. Você está gostosa – falou Jenn com uma piscadela, guardando suas coisas.

Escutei o carro de Edward estacionar na rua e gelei, meu estomago dando piruetas. Jennifer sorriu e me deu um abraço apertado.

- Você tem o controle, ok? – murmurou ela. – Não me desaponte. – ela franziu o cenho, pensando melhor. – Melhor: não o deixe desapontá-la, ok? Se não ele vai se ver comigo e minha fúria de líder de torcida.

E, me dando um beijo na bochecha, pegou sua bolsa e foi embora, deixando-me com os nervos a flor da pele. Escutei os dois discutindo brevemente lá embaixo e então a porta da frente se fechou e o carro que Jennifer havia emprestado da mãe deu a partida, enquanto Edward subia as escadas até meu quarto.

Vi-o entrar e então sorrir, aquele sorriso lindo que só ele tinha. Veio até mim e, sentando-se ao meu lado, começamos a conversar, depois nos beijar, depois...

--

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capitulo.. foi feito com muito carinho e agitação ;D



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