Depois do que o comandante falou ouvimos um tiro em algum lugar distante, e os soldados prepararam outras armas, as menores tiras do cinto e algumas maiores de dentro de um dos carros, e as apontaram novamente para nós.

Anne se adiantou e novamente tentou tirar as armas das mãos deles, mas só algumas sumiram para o alto. Então ela olhou apreensiva na direção de onde veio o som do disparo e saiu correndo sem terminar o que estava fazendo. Tive que mandar os outros se afastarem e se esconderem, enquanto os soldados começavam a atirar.

Eu e Liana buscamos abrigo e revidamos. Atirei alguns raios e ela lançando suas esferas de fogo na cabeça deles. Logo o menino com ótima mira no treinamento, que tinha um maço de agulhas para usar, se juntou a nós e derrubou alguns soldados.

Os carros se afastaram dando ré no terreno incerto deixando uma quantidade de soldado. Depois que eles sumiram as coisas se acalmaram um pouco. Permanecemos escondidos atrás das arvores e pontas de rochas que brotavam do chão. Os soldados remanescentes pararam de atirar aos poucos. Os latidos excitados dos cães pararam e eles foram libertados de suas correias. Os animais começaram a correr em direção aos esconderijos dos meus aliados, e alguns dos que estavam escondido correram quando perceberam a aproximação. Derrubei alguns dos cães com alguns raios para tentar impedi-los de dispersar o meu grupo pela floresta. Mas não ia adiantar, alguns dos bichos já sumia perseguindo quem fugisse. Eu nunca fui muito fã de cachorros, e naquele momento queria poder explodir cada um. Me transformei para chamar a atenção dos animais e corri. Pelos diversos latidos exaltados que me seguia, tinha dado certo.

Quando me afastei o suficiente da área onde todos estavam, ouvi os cães atrás de mim subitamente ganiram e chorarem com um som de folhas sendo amaçadas e pisoteadas. Virei para ver o que estava acontecendo, e vi o vulto preto perseguindo um dos cães assustado e o derrubando sobre as folhas. Dei uma chacoalhada de calda uma vez e evitei ser mordido por dois dos cachorros que me alcançavam, eles voaram para bem longe. Destransformei-me e acertei outro cão com um raio para matar.

–Você não esta matando eles Jennifer! -Outro raio em um cão que se levantava desorientado foi morto. Não muito longe dele, o jaguar parou assim que me ouviu.

A seguir a garota estava na minha frente, séria e ao mesmo tempo aborrecida.

–Eu não vou mata-los! Eles não têm culpa de estar no meio disso!

–Mas sabem morder!- puxei a mão dela ferida. - Quer que os outros sejam impedidos por algo assim?!

Ela negou com a cabeça, se afastou de mim puxando o braço, se transformou e saiu correndo. Não adiantou chama-la de volta, então me transformei e a segui de volta onde para onde os outros estavam.

Passando pelo espaço noturno da floresta, vi Vitor de longe; os braços de ferro lutando contra um soldado desarmado, os cabelos, antes bem arrumados, com mechas se soltando com os movimentos e uma expressão bem determinada até conseguir dar um soco forte no rosto do soldado que afundou parte do crânio, e assim acabando a luta.

–“Roan. Anne esta em algum lugar ferida, e tem gente atrás dela.”- Raphael falou.

Observei para a escuridão e, hesitante, parei de seguir Jenn e mudei de direção.

Subi até o alto de uma rocha que se sobressaia naquela floresta escura, quase como uma colina. De lá pude ver o espaço abaixo e encontrar Anne caída e inconsciente com dois soldados armados se aproximando com cuidado. Notei um movimento em uma das arvores próxima dela, e logo a menina de cabelo rosado e roxo-escuro saltou para o chão. Theresa não devia estar ali. Foi combinado de que se alguém fosse capturado ela ia entrar em cena para recupera-lo. Tess deve ter ficado curiosa de ver o que ia acontecer e arrumou um lugar para espionar a luta.

Tess chamou a atenção dos soldados, que já tinham chegado até Anne e verificado que ela não reagia. Então eles notaram a menina de cabelo colorido e mirando suas armas disseram para ela ficar parada e não reagir, mas ela começou a correr para longe deles. Tess parou umas três vezes seguidas, mas porque tropeçou em algo no terreno irregular, entretanto não desistiu de afasta-los da ruiva. Certamente depois dos primeiros tiros para impedi-la, os soldados pensaram que não estavam mirando bem e foram forçados a segui-la.

Desci da colina rochosa, mas antes que eu pudesse levantar Anne do chão Damian apareceu junto um sopro de vento pela corrida. Ele olhou a irmã caída e me lançou um olhar um pouco zangado.

–Eu a levo. - disse ele tenso e depois a pegou.

–Fale para Raphael avisar Theresa. Ela despistou os tiras próximos de Anne. - olhei a direção em que ela foi e não havia sinal de nenhum deles.

O ruivo assentiu e depois levou a irmã rapidamente para um lugar seguro.

De longe, onde quer que outros estivessem espalhados pela floresta escura, via as luzes cintilando pelo uso de alguma habilidade, ou o som de alguém lutando, e as vezes tiros. Era hora de ir atrás de alguém importante para acabar com aquilo o quanto antes. Fui em direção onde o comando estava da ultimas vez.