Sangue Monstro escrita por Ytsay


Capítulo 4
Raphael


Notas iniciais do capítulo

-Boa leitura-



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Andava por alguma rua sem destino e sem medo, como sempre,quando um carro misterioso com símbolo estranho parou ao meu lado. Não podia ver o rosto do motorista que me encarava ainda com as mãos no volante. Ele fala algo ao sair do carro.Sinto uma raiva aumentar em mim, mas não sei o por quê. De pé na minha frente ele me acerta com um tapa no rosto e,embora tenha a raiva, não revido, não o ataco, não o mato e nem o ameaço. Naquele ambiente nublado e sombrio ele aponta para um lado da rua vazia e indefinida. Uma sombra surge e se transforma em um homem segurando alguém. Alguém importante que me faz sentir algo desconhecido. Mas eu sei que não posso sentir isso. De repente imploro para que libertem o refém e o estranho na minha frente mira e atira na direção deles. Só então perco o controle, mas meu corpo se congela antes que eu o alcance. Eu perco o controle sobre mim mesmo. Olho em meu peito e vejo os buracos de bala sangrando... Em um estalo e tudo some da minha mente.

Múrmuros me rodeiam, ainda permaneço de olhos fechados, e os barulhos não cessam. Sinto alguns cutucões no meu braço. Abro os olhos lentamente e vejo uma régua transparente sobre o sofá. Olhando mais em volta vejo os três meninos e as duas meninas me olhando.

– Viu ele não tá morto Anne. - comenta a loirinha para a ruiva que me olhavam suspeita com um pote de sorvete nas mãos e uma colher na boca.

–Bom. Mas ontem ele quase morreu. - e ela se vira e afasta.

– Roan, Raphael vai chegar daqui á pouco. Eu vou ficar aqui, mas ou outros vão para escola. Tenho essas roupas e uma toalha para você tomar um banho...

– É bom mesmo. -interrompe Anne de volta.- Essas roupas dele estão um trapo e pode sair andando a qualquer momento. E tchau. - ela saiu pela porta carregando sua mochila de jeans vermelho e zíper prateado.Os outros logo a seguiram.

– Obrigado. –me sentei no sofá em que dormi durante a noite pegando o monte de roupa e toalha, depois a olhei: - Qual o seu nome mesmo?

–É Melanie, mas a maioria me chama de Mel. O banheiro é la no corredor, a segunda porta da direita. Vai ver uma plaquinha na porta. E eu vou preparar um café da manhã.

Concordei e subi pelas escadas. La fora a chuva caia fina das nuvens cinzentas. Triste dia. Achei o banheiro fácil com uma plaquinha com desenho de chuveiro e outros sugestivos. Era ate que bonitinho. Eu sei que não gosto de água, mas tem coisas que não posso evitar. Água por cinco, dez ou no Maximo quinze minutos é suportável. Ou seja, cinco minutos e eu estava pronto e limpo para mais um dia. Meus cabelos castanhos estavam um pouco compridos e não sustentavam nenhum penteado. As roupas que ela me arrumou eram basicamente uma blusa fina de manga longa preta e uma jeans azul. Quando me vi pronto me lembrei da minhas coisas.

Quando voltei para o andar de baixo, procurei pela garota e na sala dei de cara com um cara de terno. Tinha uma boa aparência de cabelos castanhos e olhos claros chamativos, não devia ter mais de vinte e cinco anos, e me encava sério sem falar nada. Eu não sei por que fiquei meio sem jeito na frente dele, do tipo que de se fica imóvel, pois sabe que se você se mover vai causar um desastre. Melanie aparece com uma bandeja com um copo de refrigerante e biscoitos e deixou na mesa da sala. E quebrou aquele momento estranho.

–Roan, este é Raphael. - ela indicou o jovem homem.

–Então você é o garoto que esta nos dando algum trabalho. - ele não me cumprimentou nem nada foi pegar um biscoito e voltou a me encarar me avaliando. -Se ainda não foi embora. Acho que encontrou alguma coisa que queira por aqui.

Ele me olhava de um jeito que eu me sentia exposto. E aos poucos eu notei que talvez, e só talvez, ele tivesse dito uma verdade. A essa altura, depois de acordar, estaria tão longe quanto possível em circunstancias normais. Algo naquele lugar e naquelas pessoas tinha me afetado, afetado o que eu era. E acabei curioso para entender o que poderia ser.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam...^^Obrigada por ler.