Magia Negra escrita por Elliot White


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esta é minha primeira fic no Nyah *-* e minha segunda como autor. Por favor comentem para o newbie ficar feliz :D



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Eu estava quase descendo o último degrau da escada do meu apartamento que levava até a rua, quando vi que a porta do hall de entrada estava aberta (não lembrava de tê-la deixado assim). Isso me chamou a atenção, então me apressei logo a fechando e olhando em volta pra ver se tinha alguém por perto. Ninguém. Zero pessoas na praça que ficava em frente à minha casa. E mais: eu não conseguia enxergar muito lá fora, a luz do sol estava ofuscante demais.

Um vulto passou por mim. Consegui notá-lo e meu coração começou a bater acelerado.

– Olá.

A voz era feminina e ela era jovem e alta, mas seu corpo era avantajado e volumoso. Eu lembrava daquelas curvas e daqueles braços grandes mas macios me segurando pra me pôr pra dormir. Era a minha babá da infância, eu não conseguia lembrar o nome dela, mas com certeza era ela. Mas o que estaria fazendo aqui? Depois de tantos anos...

A mulher estava me encarando em um minuto, porém no próximo correu para uma rua estreita, me deixando sozinha. Obviamente isso me intrigou então me pus a segui-la, o que não deu muito certo, pois chegando ao final da rua a minha babá não estava mais lá. E não era só isso, tudo se escureceu agora, já era noite e aconteceu muito rápido.

Ah não, mamãe iria ficar furiosa, eu não tinha permissão de sair de casa à noite. Ok, isso me perturbava, mas não tanto como a cidade agora ficou cheia de gente. Durante o dia estava deserta, entretanto agora vinham pessoas de toda a parte e o barulho de conversa estava impossível.

Caminhei um pouco mais pela praça, agora iluminada pelos postes e me surpreendeu que os moradores não estivessem do jeito que deviam que estar: alguns tinham chifres outros caudas e alguns até asas de todos os tamanhos. Tudo bem, isso já estava ficando estranho.

– Sunori!

Abri os olhos lentamente, visualizando o teto do meu quarto.

– Sunori?

Mamãe?

– O que é?

– Hoje é dia de passar no brechó, você está precisando de umas roupas, não se esqueça. Estou indo trabalhar, vejo você à noite.

Ela estalou os lábios mandando beijos enquanto eu assenti e sorri ainda deitada. Uma vez por mês ou em cada dois meses era o dia do brechó, quando minha mãe me dava dinheiro pra comprar algumas roupas. Eram todas de segunda mão mas eram tudo que ela podia me dar.

Então foi apenas um sonho. Nada demais na vida de um mortal. Mas não na minha, eu já estava tendo alguns filminhos noturnos há um tempo e isso me instiga, afinal durante a noite é quando eu sempre estou em casa, já que minha mãe não me deixa sair nesta parte do dia e é quando eu durmo que minha mente começa a trabalhar nessas coisas bizarras. Confundia-me essa contradição.

Mas, minha vida precisava continuar. Levantei da cama e me arrumei, era hora de ir à biblioteca. É eu não iria para o brechó como minha mãe queria, e a razão era certa pesquisa que eu andava fazendo. Estava tomando todo o meu tempo e me matando de curiosidade. Desconfiava de certos detalhes na minha cidade, como a programação de TV e os sites e blogs locais, até mesmo as revistas e o anormal jornal. Quem é que não iria ficar assim ao ler notícias sobre seres místicos e que deviam ser só lendas urbanas?

– Por isso eu fiz uma pesquisa com as páginas de notícias mais esquisitas da web. Tem golens, goblins e quem sabe até o chupa-cabra aí.

Falei, virando o monitor do computador da biblioteca para Ricardo, meu melhor amigo, poder ver melhor. Tinha aberto meu e-mail ali e tudo.

– Bom, parece que alguém andou bem atarefada. – ele sorriu, me fitando com seus olhos claros debaixo do par de óculos.

– Isso não pode ser só folclore. E também tem essa cidade. Satterford Town, eu ainda penso que tem algo de errado com ela. Em primeiro lugar, não está localizada em nenhum mapa. Em segundo, os poucos registros que tem dela estão sempre relacionados com essas lendas.

– Ok Su, eu estou ocupado hoje então terei que ir mais cedo se não se importa. – Ricardo mexeu na sua bolsa masculina e tirou um livro de lá – eu preciso devolver isso hoje, mas estou com pressa, pode fazer isso por mim?

– Claro. – respondi, pegando o livro e recebendo um beijo na bochecha dele. Corei um pouco, eu admito; algo rolava entre nós dois, porém íamos com muita calma. O lance é que dependíamos um do outro e estávamos com uma amizade em sintonia, e nem um nem outro queria estragar isso.

A obra que eu iria devolver ficava na ala de biografias, e eu sabia bem onde achar. Quando fui colocar no estande, me deparei com um único exemplar na fileira (bem empoeirada por sinal), um livro bem mal cuidado, em péssimo estado. Logo o apanho lendo o título:

Meu diário de bordo – Dante Kimonno

Kimonno? Meu sobrenome é Kimonno. Certo, se esse Dante não é um parente distante isso está ficando cada vez mais fora do normal.

Renomado estudioso das artes secretas brancas e negras

Dizia a primeira frase da aba do autor na obra, que era a biografia dele. Artes secretas brancas e negras? Quer dizer magia?

Abri o Google e pesquisei o nome do cara e achei algumas páginas falando dele, no entanto não eram páginas comuns, pois nenhum endereço terminava em.com. br .net .mx ou qualquer sufixo de qualquer país.

Um site terminado em. hsc dizia que este homem é nada mais nada menos que um mago muito poderoso que vem de uma família renomada, e que já trabalhou com grandes feiticeiros.

Abaixo do texto estava a foto de Dante Kimonno na rede. Um senhor muito bonito de longos (muito longos, tipo de metaleiro) cabelos loiros bem claros e uma barba rala do mesmo tom. Os olhos eram azuis e puxa como lembravam os meus. Foi aí que começou a pipocar na minha cabeça que era ele meu pai.

Eu sei que só o sobrenome não dizia nada, mas a aparência comprovava. Além disso, não podia ser coincidência eu achar o livro dando sopa na biblioteca. Nunca havia conhecido meu pai e Stefani nunca falava sobre ele. Agora eu só não conseguia tirar isso da minha mente.

Fiquei na biblioteca até o pôr-do-sol lendo a biografia e então voltei pra casa. Levei o livro junto sem fazer empréstimo porque não pretendia devolver. Já estava quase escurecendo então eu não podia sair mais. O apartamento não tinha nenhuma janela com vista para a cidade, se não eu poderia ficar vigiando quando escurecesse pra confirmar se à noite os moradores viravam monstros ou não (ri sozinha imaginando).

O telefone tocou. Era Ricardo pedindo para encontrá-lo urgente.

– Espera, você sabe que eu não posso sair de noite.

– Vai ter que sair um dia, Su. Pelo menos se quiser descobrir tudo logo.

Ele tinha razão. Mas eu não sabia se queria confrontar minha mãe assim, do nada. Ela ainda não tinha chego do trabalho. Alguém bateu na porta. Desliguei o telefone sem me despedir indo até a mesma. Abri e não vi ninguém, mas já estava bem escuro lá fora.

– Ai! – gemi; algo duro bateu no meu pé. Era a capa do Diário de Bordo, se arrastando pela escada de casa até a rua, dando cambalhotas sendo levado pelo vento. Perdi ele e agora já estava do lado de fora durante a noite.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e digam o que acharam. As revelações continuam na próxima.^^



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