Ai Nanka Kowakunai?! escrita por Assa-chan


Capítulo 4
Escrava?!


Notas iniciais do capítulo

Maka simplesmente não sabia no que estava se metendo.



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No dia seguinte, a manhã foi totalmente normal: Tsubaki chegando atrasada pra escola depois de passar a noite em branco, Black Star gritando como um louco, sapatos atirados por todos os lados e reclamações da parte de suas 'vizinhas'.

Sairam do prédio em que moravam. A Nakatsukasa ainda estava se penteando, e ficava realmente bem com os cabelos soltos. Black a olhava de lado, corado. Ele era transparente demais. Sempre as levava até a entrada do colégio - que era a poucos metros dali -, e esperava até que sua superior saísse.

- Tsubaki-chan - Maka falou, subindo as escadas da escola e olhando com o canto do olho o guarda-costas, que dizia-se mordomo, se sentar no pé das mesmas de braços cruzados - Não acha melhor matar as primeiras aulas hoje? Pede pro Black Star te levar pra casa, tome um banho... Não é longe daqui, certo?

- Obrigada, Maka-chan, mas não... Eu prometi a mim mesma que conseguiria trabalhar e estudar! - respondeu, espriguiçando-se - Fora que o Black Star nem poderia dirigir, né? Ele faz dezoito anos em dezembro.

- Sério? Eu sempre achei que ele tivesse uns 19, mesmo sendo baixo. Black Star é bem bonito, aliás. - comentou aleatoriamente, tentando não demonstrar que queria saber o que ela pensava dele.

- Você acha? Ele é meu melhor amigo desde pequena... Sempre o vi como um irmão.

"Coitado do Black", pensou Maka, revirando os olhos. Chegaram ao topo das escadas depois de um pouco de esforço - eram realmente muitas. Incrivelmente Tsubaki não tinha sequer uma olheira abaixo dos olhos, e a Albarn realmente ficava maravilhada diante daquilo - se fosse dormir uma hora além das onze da noite no dia seguinte com certeza iria encontrar duas bolsas no rosto.

Entraram na classe depois de alguns minutos, algumas pessoas já estava lá. Maka sentou-se, olhando sua amiga ser acediada por um ou dois garotos de sua classe. Era sempre assim, mas com certeza não era culpa sua por ser bonita.

- Bom dia. - falou num tom sonolento um garoto com os cabelos grisalhos, passando pela loira.

- Ah, bom dia. - respondeu, olhando para trás. Na noite anterior procurou na internet seu nome; Soul Eater Evans. Simplesmente não sabia como deveria chamá-lo, portanto ficava no impessoal.
Ouvindo a voz da colega Soul jogou a bolsa sobre sua mesa, voltando até onde ela estava e se sentando no lugar da Nakatsukasa. Pensou em algo pra dizer; nada. Mas realmente queria estabelecer algum tipo de conversa com a loira.

- Obrigado por me ouvir... O outro dia. - disse a primeira coisa que lhe veio em mente, mesmo sendo meio constrangedor.

- Eu achei que isso fosse normal pra gente da sua elite. - comentou ela, alheia - Quero dizer... Pra aprender algo do gênero você também deve ter se apresentado.

- Não. - Seu rosto se fez escuro repentinamente, estragando aquele ar de manhã alegre. Maka se espantou. Não sabia se havia dito algo a mais do que devia, portanto esperou calado uma continuação - que nunca chegou. O professor Sid entrou na classe, e em um modo bem tímido - talvez demais para alguém como ele -, o Evans voltou para seu lugar sem sequer se despedir.

"O que foi que eu disse?", perguntou-se confusa, enquanto se ajeitava e olhava a para a pessoa que acabara de entrar.

- Bom dia. - Sid entrou, vendo que todos os alunos tinham feito o mesmo - Essa é nossa primeira aula. Antes de tudo, não tolero atrasados ou engraçadinhos que copiam. Eu sou esse tipo de homem.

Alguém perguntou se ele fosse o coordenador de classe, e aquele homem - alto e de feição talvez escura demais para um japonês -, respondeu com um sim bem vago. Fez a chamada - nenhuma falta. Então prosseguiu sem mais devaneios.

- Vamos escolher os representates de classe. - afirmou, pegando o registro de alunos. Passou os olhos pela lista, e então parou em um dos primeiros - Albarn Maka. - falou, fazendo com que todos se virassem para ela - Fontes maiores me obrigam a fazer de você a representante de classe. Eu sou o tipo de homem que não desobedece seus superiores.

- Mas não deveriam ser duas pessoas? - Kilik - um rapaz moreno e meio despojado - perguntou, levantando a mão.

- ...Tem razão. - Sid se desmentiu, olhando de novo para aqueles nomes. Passaram-se alguns segundos, e ele pareceu desistir - Alguma sujestão?

- O Evans-kun! - ouvi-se alguém no fundo da classe se levantar e gritar, chamando a atenção dos outros alunos. Os comentários que aprovavam aquela candidatura começaram entre os colegas de classe, e Sid aceitou sem mais perda de tempo que ele fosse o outro representante. Soul pareceu nem ouvir aquela bagunça - continuava mergulhado em seus pensamentos. Maka olhou-o discretamente, imaginando se ele realmente tinha entendido o que deveria fazer.

Como esperado, mais uma dor de cabeça.

A hora do almoço chegou, e Maka tinha medo de ir falar com o companheiro de classe, mas antes ou depois deveria fazê-lo, de qualquer forma. Ele desapareceu antes que ela pudesse tomar a iniciativa, o que complicava ainda mais as coisas.

Pediu desculpas pra Tsubaki, dizendo que não iria comer com ela naquele dia. Começou procurando o Evans pela cantina; não, ele não estava lá. Na classe de aula também não, tanto menos no jardim da escola. Já tinha perdido mais da metade da pausa correndo, quando se lembrou que tinha um terraço a poucos metros de onde ela estava. Mesmo cansada pegou fôlego mais uma vez e continuou procurando e, como suspeitava, Soul estava realmente ali, sentado em cima do curto muro que delimitava aquela área.

O Evans estava pensando. No que? Simplesmente não saberia explicar com uma palavra só a bagunça que era a sua mente. E a pergunta de Maka o fez refletir ainda mais. Porque nunca se apresentara em sua vida? Talvez pelo fato que nunca seria bom quanto Wes.

Riu de si mesmo; vivia de mentiras.

Ele sempre se escondia na sombra de seu irmão quando precisava fazer algo. E o pior é que realmente tinha noção daquilo. Por isso precisava fazer aquilo sozinho. Tinha nescessidade de mostrar pra seu pai e irmão... Que se importava com sua mãe mais do que eles pensam.

- Ah, então você está aí... - disse Maka cansada, se apoiando na porta que dava para aquele lugar - Eu te procurei pela escola inteira.

Não tinha notado sua presença. Olhou para ela; estava meio suada... Era verdade o que havia dito. Soul estranhava aquela honestidade. As pessoas ao seu redor costumavam mentir constantemente.

- Sim. - respondeu, descendo de cima do muro - Ué, a pausa vai acabar... Não comeu ainda?

- Não, estou de dieta. - brincou, sorrindo. Foi ao seu encontrou, colocando-se ao seu lado e sentindo a brisa do vento tocar sua pele; uma ótima sensação.

- Se tu emagrecer mais eu não vou conseguir destinguir você de uma vassoura. - falou Soul, rindo. Maka emburrou por um minuto, mas então se lembrou o porque de toda aquela correria para encontrar o Evans. Sentou-se, no chão mesmo, pelo cançasso.

- Engraçadinho. - fez uma careta pelo comentário de mal gosto - Mas, eu não consegui pensar em outra coisa durante toda a aula... - Ela olhou pra baixo, e depois de alguns segundos pro rapaz ao seu lado - Eu te disse algo que não devia?

- Hã? - Ele simplesmente não sabia do que ela estava falando. Imitou seus gestos, sentando-se também - Porque?

- Ah... É que antes, quando eu te pedi das apresentações, você não me respondeu e ficou pensativo, então eu achei...

- ...Que tinha acertado alguma ferida? - ele completou sua frase, mesmo se não fosse exatamente o que a Albarn queria dizer. - Bem, realmente, sim. Mas é uma história muito triste e chata.

- Eu sinto que você está sofrendo. - ela sussurrou enquanto segurava manga de sua camisa, encarando-o. - Se, isso ajudar em alguma coisa, eu posso ouvir...

- Humpf. - Ele resmungou, abrindo um sorriso quase forçado. Como ela podia fazê-lo se sentir daquela maneira com poucas palavras? Era realmente irritante. Seu coração palpitou por um momento, notando que estava perto demais... Porém não quis fazer com que ela largasse sua camisa. Fechou os olhos, e quando os reabriu encontrou o céu nublado sobre os dois, com certeza iria chover à noite. Se perguntou se deveria contar para ela aquilo. Mas ele se sentia malditamente seguro com ela. Como se a garota nunca pudesse enganá-lo. Arrendeu-se àquele sentimento de confiança, deixando-se levar pelo vento que soprava eminente sobre os dois.

- Certo. - continuou Soul, fechando o sorriso - Meus pais... Nunca foram um verdadeiro casal, era um casamento por conveniência. Assim como eu e Wes nunca fomos realmente irmãos. Meu pai sempre se concentrou demais em Wes... E eu acabava aos cuidados de minha mãe. Meu irmão sempre foi o melhor entre nós dois, mas eu não me importava, porque mamãe sempre estaria ali comigo. Mas isso até 4 anos atrás.

Soul fez uma pausa. Mexer no passado machucava, mas guardar aquilo dentro talvez doesse ainda mais. Maka escutava em silêncio, simplesmente tentando entender a dor do colega de classe, sem nem por um minuto largar a manga de sua camisa. Não sabia o motivo, mas sentia como se por acaso o soltasse, ele iria se despedaçar ali, na sua frente.

- Ela estava se vendo com outro homem. - Ele suspirou - E ela realmente estava disposta a fugir com ele, e queria me levar junto. Mas... Por algum motivo... Aquele homem lhe disse que não a amava mais. Minha mãe tentou se matar duas vezes depois do acontecido, e acabou enlouquecendo. Hoje ela está num manicomio... E eu, de qualquer forma, quero achar e me vingar desse filho da puta.

Ela entendia, mas não sabia o que fazer. O sinal tocou, mas Maka se limitou a continuar contemplando aquela feição triste que olhava para cima. "No que ele está pensando?", foi o que se perguntou inconscientemente. Por um segundo notou que se importava com Soul muito mais do que pensava.

- Vamos voltar para aula? - perguntou o rapaz, apoiando a mão no chão para se ajudar a levantar quando percebeu que ela ainda não o tinha largado. Olhou para o lado; ela estava chorando.

- Isso... É horrível... - ela finalmente o soltou para poder limpar as lágrimas que cairam sem sua permissão - Eu disse uma coisa cruél... Ignorando o fato que somente porque é rico deveria ter tido uma boa vida...

- Não, não disse. - Ele riu, bagunçando seus cabelos com uma mão.

Porém por dentro seu coração levou uma fisgada com aquela cena: ela estava chorando por ele. Soul era tão transparente assim? Por um minuto percebeu que ela podia ver atravéz daquela armadura que ele levou tanto tempo para montar.

De novo aquela maldita palpição. Mandou seu coração se calar, mas foi quase inútil. Ele sentia uma maldita vontade de beijá-la.

- Se... Eu puder fazer algum coisa para me redimir... - A Albarn sussurrou, entre um soluço e outro, ainda limpando o choro que parecia ser mais forte que ela.

- Pode. - ele tirou sua mão de cima de seus cabelos, então se levantando - Faça um bentou para mim. - completou, vendo que tinha se controlado. Colocou as mãos dentros de seus bolsos e começou a caminhar. Maka concordou, abrindo um leve sorriso por trás daquelas lágrimas.



- Isso, vamos lá! - berrou a loira, regaçando as mangas da blusa social branca do uniforme e olhando para os ingredientes em cima da pia da cozinha. Era de noite, todos provavelmente deveriam estar dormindo. Até mesmo Tsubaki não tinha ido trabalhar.

Conhecia o responsável pela comida dos dormitórios, e lhe pediu para deixá-la fazer uso de sua cozinha por uma ou duas horas naquela noite. A Albarn morava sozinha desde os 14 anos, por tanto sabia cozinhar considerávelmente bem.

Começou a lavar o arroz, enquanto esquentava algumas coisas em uma panela a pressão. Sentia-se extremamente em dívida com Soul, e achava aquele preço baixo até demais, portanto... Iria fazer de tudo para lhe agradar.

- Ei, Sougo-san..! - ouvi-se alguém adentrar aquele local após bater na porta uma ou duas vezes.

- Ah, desculpa! - Maka respondeu imediatamente mas sem tirar os olhos do que estava fazendo - O Sougouchi-san deixou a cozinha comigo hoje, então, se eu puder ajudar...

- Ah, você. - afirmou tal pessoa encostando-se na mesa que ficava de frente pra pia. Maka reconheceu aquela voz, e um arrepio percorreu seu corpo. Ela virou-se repentinamente, deparando-se exatamente com a pessoa que ela pensou que fosse: Death the Kid.

- DE-DE-DEATH-SEMPAI! - gaguejou ela, deixando o arroz cair todo no chão - O... Que faz aqui?

- Ah, que rude. - o rapaz cruzou os braços, olhando-a com certa intimidade - Você nunca se apresentou, e ainda por cima nem me cumprimenta, simplesmente pedindo o que eu quero. Que tipo de educação vocês plebeus recebem? - prosseguiu, fazendo uma expressão desiludida, que irritou extremamente Maka.

- Maka Albarn. - respondeu, sentindo-se obrigada, enquanto inclinava seu corpo como o costume diz - Se me der licença... eu prometi que iria fazer um bentou para um amigo. - falou, voltando a lavar o arroz, ignorando a bagunça que tinha feito no chão. Ela queria somente que ele fosse embora o quanto antes.

- Um amigo? Que tipo de amigo, Maka? - Ela tinha ouvido bem? Ele se dirigia a ela... Pelo primeiro nome?

- Não é da sua conta. - disse, seca. Quem ele pensava que era? Estava realmente aborrecendo. - Não tem mais ninguém pra atormentar, sempai?

- Olha como fala, garota. Eu poderia te expulsar daqui com um estralar de dedos. - disse Kid, sentindo-se ofendido. Maka virou-se mais uma vez, encontrando aqueles olhos amarelo topázio. Eram muito mais viciantes do que ela se lembrava, e aquela sensação voltou a invadir seu corpo.

- Se quer mesmo saber... - Ela respondeu mais uma vez obrigatóriamente. Não poderia perder aquela vaga por nada no mundo - Meu 'amigo' é Soul Eater Evans.

Kid lhe lançou um olhar desaprovador, parecendo indignado. Chegou mais perto, e ela temia que não fosse conseguir ficar em pé como da última vez, despencando ali mesmo. Mas, inesperadamente, ele simplesmente empurrou a panela que estava no fogo no chão. Aquele caldo escorreu por todo o solo da cozinha que ficava no lado oposto ao deles.

- O que você fez?! - Ela gritou, olhando aquela sujeira.

- Eu te proibido.

- O quê?

- Você definitivamente não vai fazer nada para o Evans.

- E quem você acha que é pra mandar em mim? Eu não sou de sua propriedade, sabia?!

- A partir de agora... Eu acho que é sim. - ele comentou, gostando daquela idéia - Maka Albarn; eu te declaro minha escrava. Se não aceitar, considere-se expulsa do Shibusen. - Kid puxou a menina que ainda parecia perplexa com a coisa da panela, segurando seu queixo. Estava por selar seus lábios, quando Maka tampou sua boca com uma de suas mãos.

Entendeu imediatamente: Ela ainda era boca virgem, mesmo com 16 anos.

- E... Minha primeira ordem é: Não faça comida nem nada que o Evans pedir. - Ele riu, soltando-a. Realmente era uma pessoa interessante. Parecia que o tédio no Shibusen iria acabar, com um novo brinquedinho. Saiu daquela cozinha, ainda com largo sorriso estampado sobre os lábios, deixando para trás uma garota totalmente confusa.

Do que diabos ele estava falando?



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Notas finais do capítulo

GZUZ, isso ficou MUITO grande. XD
Mas isso é como uma preparação pro desenvolver da história.
Obrigada pelos reviews recebidos e espero outros! *-*
AINDA PROCURO UM BETA READER! ioi
Arigatou a quem ler, e gomen se demorei um pouquinho. D: