Os Winchesters & Os Olimpianos - O Deus Perdido escrita por H R Martins


Capítulo 16
XV. Sam


Notas iniciais do capítulo

E aí, hunters? I'M BACK IN BLACK!



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CAPÍTULO 15: Era uma vez um sonho

SAM TEVE DIFICULDADES PARA DORMIR naquela noite.

Após a fogueira, o diretor do acampamento, Quíron, o levou para um quarto dentro do casarão, já que os chalés do acampamento eram apenas para os filhos dos deuses. Ainda estava sendo um pouco complicado absorver toda aquela história, mas Sam tentou focar no assunto mais urgente. Aquela missão.

Por que uma deusa o escolheria para encontrar outro deus? Ela era uma “deusa”, não poderia facilmente encontrá-lo? E não era para isso que os semideuses serviam, para trabalhar para os deuses? Pelo menos era disso que ele se lembrava das histórias mitológicas – sim, era estranho lembrar coisas assim, mas não lembrar nada sobre si mesmo, Sam ainda não fazia ideia de onde morava, de quantos anos realmente tinha, o que fazia exatamente da vida ou como e onde poderia encontrar seu irmão.

Quanto mais se esforçava para tentar lembrar, mais sua mente parecia ficar em branco. “Se quiser recuperar sua memória, faça o que precisa ser feito”, as palavras da deusa se repetiam em sua mente. Ela sabia o que tinha acontecido com ele. Aquela deusa arrancou suas memórias e agora o estava obrigando a cooperar.

Por um momento ele sentiu raiva. Hécate pagaria por isso, pagaria por mexer com sua mente. Quando ele recuperasse a memória e encontrasse seu irmão, eles caçariam aquela deusa assim como caçavam as criaturas...

Ele piscou olhando para o teto. Criaturas. Por um breve momento teve um lampejo de uma lembrança. Um Impala preto, seu irmão lhe dando uma escopeta que parecia grande em suas mãos, mas que Sam segurava com firmeza e familiaridade. A lembrança passou antes que ele pudesse recordar grande coisa.

Sam fechou os olhos frustrado e acabou pegando no sono.

– Ω –

Naquela noite ele teve um sonho.

No sonho Sam estava numa lanchonete. Ele olhou ao redor confuso e sentiu uma forte sensação de déjà vu, ele se lembrava de ter estado naquele lugar antes, embora não lembrasse quando esteve lá, por que ou onde ficava aquele lugar. Não era a mesma do Central Park e dessa vez ele estava dentro da lanchonete.

Biggerson’s. Esse era o nome da lanchonete. Sim, ele já esteve ali uma vez com seu irmão. Ele se lembrava de devorar um sorvete de baunilha que ele e Dean ganharam numa promoção de comida grátis por um ano ou algo assim. Infelizmente isso foi tudo que ele conseguiu se lembrar naquele momento.

– Quer mais café?

Ele olhou para cima e teria arregalado os olhos se pudesse. A menina parecia bem jovem para ser uma garçonete, mas vestia o uniforme vermelho do estabelecimento com o nome “Lugosi” na etiqueta de identificação e embora o cabelo estivesse negro e curto na altura das orelhas, aqueles olhos bicolores eram inconfundíveis.

Sam encarou Bela sem acreditar. Ele estava sonhando com ela ou ela fazia parte da lembrança? Ele não teve tempo de pensar a respeito, pois de repente o sonho mudou.

Sam agora estava num túnel subterrâneo apertado e sufocante. O ar era quente e tinha cheiro de enxofre e poeira. Uma luz fraca e amarelada mal iluminava grande coisa. Ele se apoiou na parede tentando enxergar alguma coisa, mas por ambos os lados o túnel seguia em frente até escurecer, de modo que ele só saberia o que tinha no fim se escolhesse um caminho e seguisse em frente.

Antes que pudesse tomar uma decisão, uma voz reverberou pelo túnel, rouca e baixa quase como um sussurro, porém poderosa o suficiente para paralisá-lo no lugar.

Sam Winchester – disse a voz ecoando de ambos os lados do túnel. – Acho que Hécate se equivocou ao escolhê-lo. Você tem o sangue deles, pode não ser confiável.

Sam correu as mãos pelos bolsos procurando armas, facas, qualquer coisa. Havia alguma coisa naquela voz que lhe causava arrepios e alertas. Seus instintos gritavam.

– Quem é você? – Ele perguntou olhando para os dois lados sem parar, esperando que alguma coisa fosse aparecer para atacá-lo. Era apenas um sonho, ele sabia disso, mas ainda assim a sensação de perigo não o deixava. – Que lugar é esse?

Silêncio. O único som era o de sua respiração cada vez mais pesada e áspera, aquele lugar era realmente sufocante, parecia que o ar mal chegava ali e o cheiro de enxofre era muito forte e real – o que por algum motivo só aumentava sua sensação de estar em perigo.

Minha prisão – respondeu a voz depois de um tempo. – O tempo está acabando. Precisa me libertar.

Foi como um clique de uma lâmpada sendo acessa que ele percebeu.

Você é o deus perdido?

Perdido? – repetiu o deus soando indignado. – Está mais para raptado.

Sam franziu a testa, o sonho passara de preocupante e assustador para confuso e ligeiramente irritante. Por fim ele resolveu escolher um caminho virando à direita e começou a andar lentamente pelo túnel.

– Que seja – disse ele espremendo os olhos para enxergar no corredor mal iluminado. – Você é um deus, por que simplesmente não vai embora? Como veio parar aqui? Quem é você, afinal? E por que eu estou aqui?

A voz grunhiu parecendo bastante irritada.

Eu tinha esquecido o quanto odeio caçadores, não passam de humanos frágeis, sem qualquer poder em especial, e ainda assim são tão arrogantes! – O modo como ele disse “caçadores” com tanto desprezo fez Sam mais uma vez paralisar no lugar e olhar para trás, cauteloso. Não havia nada é claro, apenas mais túnel.

– Por que me trouxe aqui então?

Não posso simplesmente sair daqui – respondeu a voz parecendo ainda mais mal-humorada, como se esse fato o incomodasse mais que tudo. – Estou preso e eles estão drenando minha energia divina – Uma pausa e um suspiro. – Apesar de não concordar com isso, talvez Hécate esteja certa, talvez vocês sejam os únicos que podem lidar com isso. E talvez você seja o único que possa me tirar daqui. Você tem o sangue deles.

Era a segunda vez que ele se referia àquilo. “Você tem o sangue deles”. Sam franziu a sobrancelha, não sabia do que se tratava, mas sabia que não era algo bom. Por algum motivo isso o fez se lembrar de Quíron referindo-se a ele como um “meio-sangue indefinido”, e seu sangue gelou.

– O que quer dizer com isso? Sangue deles quem?

O deus ficou em silêncio novamente. Sam continuava andando pelo túnel, mas depois de sabe-se lá quanto tempo ele concluiu que não adiantaria andar, parecia que ele nunca saía do lugar. Mas é claro, era um sonho, a única saída seria acordar.

O tempo está acabando, Sam Winchester – disse o deus finalmente, a voz estava soando cada vez mais abafada e mais longe. – Vocês precisam me encontrar antes que seja tarde. Antes que eles abram os portões. Minha energia está sendo drenada, não aguentarei por muito mais tempo...

O túnel começou a escurecer mais e o ar a ficar mais rarefeito.

Você vai precisar daqueles dois semideuses. O garoto para encontrar a chave e a garota para me encontrar. Sua missão será escoltá-los.

Sam percebeu que ele estava falando de Kurt e Bela.

– Que chave? Escoltá-los contra quem?

Inimigos distintos estão se unindo – respondeu a voz que agora não passava de um sussurro distante. – As profecias estão se cumprindo...

Sam não teve tempo de perguntar quem era aquele deus, quem eram os “inimigos distintos”, quem o aprisionara ali, como ele faria para encontrá-lo ou qualquer outra coisa, pois de repente tudo ficou escuro e silencioso. Ele acordou com o som de uma trombeta de concha soando por todo o quarto.


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Notas finais do capítulo

Cupcakes, mil desculpas mais uma vez pelo atraso e pelo o hiatus sem prévio aviso (sim me joguem no Tártaro, não espere, tenho que continuar a história, haha).

Está sendo meio hard escrever ultimamente, pois além de estar sem tempo (trabalhando e estudando), às vezes fico tão cansada que até tenho as ideias para continuar a escrever, mas toda vez que pego no notebook ou as ideias fogem ou me dá muito sono. Mas não se preocupem, não vou desistir dessa história, tenho que terminá-la afinal tem MUITA coisa por vir ainda e até a continuação que mencionei no Aviso (que infelizmente foi apagado, então vou colocar nas notas do capítulo anterior para quem quiser ler).

Espero que gostem desse capítulo. Até o próximo! Vou tentar atualizar na próxima semana. Bejundas!