Robin de Gotham escrita por Renner Nogueira


Capítulo 10
O Plano


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora para postar gente, de verdade.É que, por muito tempo, eu fiquei sem internet, e quando ela voltou o site saiu do ar.Mas agora que voltamos, vamos com tudo e vamos acabar com a fic.Ela já está toda pronta, só faltam quatro capítulos emocionantes pela frente, e eu vou postar em dias seguidos, então amanhã eu vou postar outro, e nessa semana, essa fic terá acabado.
Obrigado pela paciência, e por não ter desanimado de ler, pois eu me esforcei muito para escrever essa fic.Então, sem mais delongas, boa leitura!



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–Você só pode ter enlouquecido.- disse Cameron, de braços cruzados, á John, após ele dizer o que planejava, na manhã seguinte- Como espera que eu aceite que nós entreguemos a cidade ao Coringa?

–Não, não vamos entregar a cidade.Só vamos fazê-lo pensar que fizemos isso.- John parecia perdido em seu próprio plano, mas era só o que tinha e precisava convencer Cameron- Quando ele estiver conosco em suas mãos, e Gotham inteira estiver vendo isso...bem, nós vamos acabar com o Coringa.Estará distraído, só vendo a vitória.Não esperará um ataque surpresa.E assim, vamos usar seu próprio plano contra ele.Ele quer dar uma lição á Gotham?Quer que ninguém ouse a confrontar seus planos?Pois a cidade só vai aprender uma lição: ninguém faz o que quer em Gotham, e eu não vou tolerar isso.- ele pegou as mãos de Car, e olhou nos olhos dela- Car...essa é minha cidade.Tenho que defendê-la de qualquer mal que ofereçam á ela.Sou seu protetor.

Cameron pareceu se impressionar com a sua autoridade.Não duvidava do que ele estava falando.Entendia que ele realmente era o novo herói da cidade.Esse tempo todo, ela sabia que as coisas que estavam acontecendo eram sérias e perigosas, mas ainda pensava que era apenas seu amigo de infância tendo um surto de adrenalina, afinal, ele conheceu o Batman, e isso mexe com uma pessoa.E tudo bem, ela gostava dessas loucuras.Mas agora, finalmente compreendeu que ele era o herói de Gotham e iria protegê-la a qualquer custo.

–Eu preciso do seu apoio.- disse John- Não vou obrigá-la a fazer nada que você não queira, mas preciso que me ajude com isso.O único modo de alcançar o Coringa é fazendo-o chegar até nós.E é assim que vamos pegá-lo.

Cameron baixou o rosto.Pareceu pensar numa resposta.

–O.k.- disse soltando o ar- O que fazemos agora?

De repente, a campainha tocou.John foi á porta.

–Oi, Alfred.- disse ao abrir.

–Olá, John.Você já leu o jornal de hoje?- perguntou, estendendo a primeira página do jornal de Gotham e outra do Planeta Diário- Saiu em todos os jornais do país. “O perigoso Coringa escapa do Asilo Arkham de helicóptero, após uma fuga que resultou na morte do diretor Howard.”

John congelou.

–Meu Deus...

–O que pretende fazer agora, John?- perguntou Alfred.

John deu uma olhada em Cameron, e se virou para Alfred novamente.

–Entre.

*

–Então esse é o seu plano?Se entregar ao Coringa?- perguntou Alfred, sentado á mesa. John achou que seria fácil explicar isso, mas parecia que no final todos iriam lhe fazer essa pergunta.

–Não, mas, sim, fazê-lo pensar que fiz isso.

–John planeja acabar com ele quando estiver conosco.- disse Cameron, ainda assim hesitante com o plano- Assim ele terá o ataque surpresa como vantagem.

–Sim, mas não é bem assim.- disse John, como se estivesse confessado algo- Não posso brincar com a vida de vocês dois assim.Nada garante que sobrevivamos á isso, nós nem sabemos quantas pessoas estão com o Coringa.E ele ainda tem essa arma secreta...Não posso deixar que ele pegue você também.- disse olhando para Car, e só depois lembrou que havia outra pessoa ali- E claro...você também Alfred.Só eu vou me entregar ao Coringa.Eu só preciso que vocês executem uma pequena parte do plano, e depois saiam de cena. Essa luta é minha.

–Não.- disse Cameron, como que por impulso- John, não faça isso.Estamos nessa juntos.Não posso deixar você simplesmente se entregar para á morte sozinho.

–E você acha que morrer comigo adiantaria alguma coisa?Olha, eu sei o que eu estou fazendo.Eu vou até o Coringa, Car!A morte só se torna um efeito colateral!

–Como assim, John?- ela subiu o tom, surpresa com a revelação dele- Esse é o seu plano?- perguntou ela, preocupada - Morrer?

–Você acha que eu deveria esperar alguma além disso?

Cameron bateu na mesa e levantou rapidamente.

–Como você espera salvar a cidade, estando morto?

–Eu tenho um plano.Vai dar tudo certo.

–Como?Você vai morrer e age tão naturalmente!- sua preocupação passou a ser raiva.

–Eu devo aceitar isso.Morrerei feliz se souber que você estará bem.

Cameron fungou, segurando as lágrimas que começaram a escorrer.Ela se firmou.

–Ta...Você vai estar bem...Mas e eu?Como eu fico? disse, e foi para seu quarto, batendo a porta.

Um silêncio incomodante encheu a sala.

–É, eu sei.- disse John- Eu não devia fazer isso, mas é só o que me resta.Se eu tiver que morrer para salvar Gotham é o que vou fazer.E eu sei que parece egoísta, mas você consegue pensar em algo melhor?Olha, eu posso morrer, mas tenho um plano para pegar o Coringa, e a minha morte resultaria no fim dele e de tudo isso...- John parecia tentar convencer a si próprio de que tinha razão.

Alfred parecia calmo.Ele era uma pessoa boa.Lidava com qualquer situação assim, sem se abravar.Ele olhou nos olhos de John e disse:

–John, eu entendo que você realmente esteja pronto para proteger essa cidade.Eu sei que você está pronto para morrer por ela.Mas você já parou pra pensar no mal que isso causaria ás pessoas que te amam?Você percebe que está dizendo que pretende tirar de Cameron a única pessoa em quem ela confia, que ela ama.O único motivo pelo qual ela está aqui?Você pode estar pronto para morrer, mas ela não está pronta para te perder.Você está planejando algo, que sim, pode dar certo, mas que você mesmo está dizendo que há 100% de chance de acabar com sua morte.John, você pode até morrer por essa cidade, mas você já pensou na vida que esse fator daria á Cameron?Sei que gosta dela, John.Então me diga, é isso o que você quer para ela?

John pareceu desmoronar numa tempestade de pensamentos.Como não pôde pensar nisso?Não era só ele que gostava de Cameron.Ela também gostava dele e ele nem levou isso em conta, na hora de formular o seu plano suicida.

Pôs a mão sobre os olhos por um momento.

–Tem razão, Alfred.Não posso fazer isso.Mas...não me resta mais nada.- John baixou a cabeça, como se quisesse chorar.

Estava perdido.Não havia o que fazer.A cidade estava nas mãos de um cara completamente louco.Metade da policia da cidade havia morrido quando Bane a dominou, e agora ela estava em crise de novo, e a única pessoa que podia salvá-la, não tinha mais um plano.Espere.Talvez ele não fosse a única pessoa que pudesse salvá-la.

–Só resta uma coisa a se fazer, Alfred.- ele se despertou.Alfred ficou atento- E você tem que fazer isso por mim.E eu prometo que se você fizer isso, será a última coisa que eu vou te pedir.Prometo que não me deverá mais nada.Não precisa me treinar, nem me ajudar...é só isso que eu te peço, e aí acabou.

Alfred pareceu analisar sua proposta.

–Então diga, John.O que você quer?

*

Coringa podia estar em qualquer lugar da cidade.Após a conversa com Alfred, John teve tempo para pensar em qual poderia ser o próximo passo do palhaço.

Ele queria um público.Queria platéia.Queria que Gotham inteira o visse.E esse show só poderia ser essa noite.Quando toda a cidade estaria em casa, assistindo a final do campeonato nacional de futebol americano.

Esse era o plano perfeito.Coringa era um gênio.Iria cortar todos os sinais de TV, na hora do jogo, para onde ele estaria, de alguma maneira.Provavelmente no final, assim ele teria a maior audiência que um palhaço já teve.E assim, todos o veriam derrotar Robin.

Agora, precisava descobrir como ele planejava atraí-lo.Coringa queria que John fosse até ele.Queria que o herói passasse pela humilhação de caminhar para a sua própria morte.E ele precisava estar atento, pois esse momento, estava se aproximando.

Ele andou pela cidade inteira.Circulou pelos lugares.Até foi para o trabalho.O comissário Gordon perguntou por que ele estava sumido, e suas respostas foram vagas.Elas deviam ser.Não devia envolver a policia nisso, se não haveriam mais mortes do que ele tinha imaginado.E além disso, a policia estava toda concentrada na fuga do Coringa e John nem mesmo sabia onde ele estava.Então dizer o que sabia não adiantaria muita coisa.

Quando chegou em casa, já eram oito horas da noite e o Coringa não havia dado nenhum sinal de vida.Cameron estava no sofá, vendo TV.Já estavam transmitindo a final do campeonato.Toda a cidade estava vendo aquilo naquele momento.De vez em quando os comentaristas diziam algo sobre a fuga do Coringa, que era para as pessoas tomarem cuidado, e que a policia estava investigando.

–Oi.- disse John.

Car olhou para trás.Parecia mais calma do que estava, á tarde.John sentou-se no outro sofá, diante dela.

–Oi...- apesar de calma, ela não parecia querer falar sobre a discussão deles- É o jogo, não é?- Cameron baixou o volume da TV- O Coringa planeja te pegar na hora do jogo.No final dele, para Gotham assisti-lo te derrotar na TV- disse.Esse era um dos motivos pelo qual John gostava dela.Ela era inteligente.Assim como ele.

–É.De alguma forma ele irá conseguir todos os sinais de TV que transmitem o jogo, e cortar para ele, para que possa fazer o seu showzinho comigo.

–E como ele faria isso?

–Jack Daniel’s podia ser o melhor hacker de Gotham, mas com certeza não era o melhor do país.Acho que alguém como ele, conseguiria fazer o serviço bem facilmente.E o Coringa tem contatos...ele dá um jeito.

–E quanto ao Howard?Diretor de Arkham?- perguntou Cameron- Era ele mesmo, não é?Você já sabia que ele era o informante do Coringa.O tempo todo.

–É, eu tinha uma idéia.O Coringa tinha um trato com ele que iria valer até sua grande fuga do Asilo.Como ele já estava prestes a fazer isso, não deve ter achado que seria algo fora do acordo, matá-lo.Coringa, com certeza, prometeu algo que não tinha ao diretor.Mas...- estendeu o dedo- conseguiu matá-lo sem comprometer a segurança corrupta de Arkham.Todos pensam que ele matou o diretor para fugir e Howard será lembrado como um herói.E sabe...eu acho melhor que seja assim.

–E quanto á sua arma secreta?- perguntou Car.

–Acredito que veio de lá também.Duas fugas foram registradas nesse dia.A do Coringa, e de um cara chamado Shark.Ele é perigoso, e ta na cara que trabalha com o Coringa.Eles fugiram num helicóptero que com certeza foi posto lá por ordem de Howard.

Por um momento o silencio reinou.

–Me desculpe, o.k?- disse Car.Agora parecia, finalmente estar pronta para falar sobre o assunto que deixava a sala tensa.

John apenas a encarou.

–Me desculpe você.Eu pensei em tudo isso.Eu estava tão preparado para morrer pela cidade que me esqueci de pensar em você.Não pensei no mal que isso te causaria, então, eu apenas...fui um egoísta.Me desculpe por isso.

–Tudo bem.Você só queria me proteger, e eu entendo.Mas, John, tente entender...Você pode ser o herói.Você pode ser o bonzinho e você pode fazer o que precisa para proteger a cidade.Mas não pode esquecer que eu ainda estou aqui...eu to com você.Eu sempre estarei, e eu entendo que você queira me proteger.Entendo que você me ama e que daria a sua vida por mim...mas você acha que comigo é diferente?Você disse que não consegue viver num mundo sem mim.E eu digo o mesmo á você.John, não importa o que você pense, não importa o que você esteja planejando...eu vou até lá com você.Seja onde for...e juntos, vamos salvar Gotham.

Dessa vez, John não contestou.

–Obrigado.- disse sentando ao lado dela e pegando sua mão.Ouvir aquilo, aliviou a tensão que sentiu durante o dia todo- De verdade- ele olhou nos olhos dela de não tirou mais.Ela era perfeita.Naquele momento, o herói de Gotham, o cara que devia proteger a cidade, se sentiu tão indefeso quanto ela.Queria se esconder, mas percebeu que era Car que o protegia.Em seus momentos de fraqueza, de dor e dúvidas. Ela era sua heroína.

Só depois de um tempo percebeu que seus lábios estavam a poucos centímetros dos dela.Os dois sem hesitar.Os dois ali expostos, um diante do outro...quando de repente, algo com um barulho estrondoso, literalmente, estourou a frente da casa de John.A parede da sala da sua casa foi derrubada como se uma bola de canhão gigante tivesse sido disparada contra a casa, embora John não acreditasse que tinha sido isso.Devia ser alguma bomba bem potente.Os dois foram arremessados para longe com os sofás e caíram feridos.

–Car!- gritou John, ao não vê-la no chão.Diante de toda aquela destruição ele só pensava nela- Car!- gritou de novo.

Sua testa estava sangrando, havia um corte no peito.Conseguiu se levantar sobre os destroços.A fumaça que fora levantada dificultava seu campo de visão.Mas logo, ele viu um homem forte, grande, com uma máscara que lembrava a de Bane entrar em sua casa.Ele caminhava lentamente como se não tivesse nada com que se preocupar e tivesse todo o tempo do mundo.John ficou em silencio.Shark não pareceu vê-lo, e por enquanto, não devia fazê-lo.Ele andou para frente, como se procurasse algo e achou.Pegou o corpo desmaiado de Cameron, e a levou para fora.

–Ei!- gritou.O homem olhou por cima do ombro e saiu- Seu louco!- gritou correndo até ele, mas ao sair, só viu uma grande multidão assustada, em volta da casa.

Rapidamente se escondeu atrás da única coisa que sobrou da sua parede- uma pilastra- e tirou a roupa, deixando apenas seu traje de herói.Pôs a máscara e saiu por trás da casa onde estava a sua moto.

Por um tempo ele não achou que ia achar Shark, mas esqueceu que Coringa queria que ele o encontrasse.Queria que ele o seguisse até ele.E mesmo que não quisesse ir, não tinha escolha.Cameron era a isca que Coringa ia usar para atraí-lo.

Logo viu um carro preto, passar por sua frente.O vidro se abriu rapidamente e ele viu o homem olhando em seus olhos.Depois fechou o vidro e acelerou.John foi atrás.A placa do carro dizia: “Haha”.Era ele mesmo.

John podia muito bem ter alcançado o carro.Sua moto era bem mais rápida que aquele carro, com ceteza, mas ele precisava saber para onde ele deveria ser levado.Não podia interromper o trajeto.Então apenas seguiu o carro, até que percebeu para onde estava sendo levado.Conhecia aquele caminho.O grande show do Coringa seria no estádio de futebol americano, onde estava acontecendo a final do campeonato.Dessa forma, ele não precisaria cortar os sinais de TV para onde ele estava, pois as emissoras já estariam o transmitindo, e não precisaria fazer nada para isso acontecer.Só executar seu plano.Fazer seu show no estádio.

O cérebro de John pensava em mil coisas em um segundo.

Todos os capangas do Coringa já deviam estar nos estádio, assim como ele, esperando seu sinal para neutralizar o furor da multidão e de todos os guardas do estádio.Estavam disfarçados, como torcedores, e quando chegasse a hora, se revelariam.

Logo, John viu o estádio se aproximando.Desacelerou.Deixou o carro ir na frente, e estacionou a uma distancia segura.Observou aquele homem pegar Cameron no porta-malas, ainda desmaiada.Não suportava ver aquele cara tocando nela, mas tinha que esperar.

Shark, era um louco, com uma ficha criminal enorme e o tamanho físico, igualmente grande.Coringa escolheu bem seu parceiro.Aquele cara era realmente uma arma.

Ele observou quando ele entrou no estádio com a garota.Com certeza, já havia mobilizado toda a segurança do estádio e agora tinha acesso livre á entrada.John foi atrás.Entrou cautelosamente e foi seguindo.Ouvia o barulho da multidão do estádio desde lá de fora, mas agora esse barulho estava mais intenso.A torcida vibrava, e suas pernas também.Não sabia o que o aguardava nessa noite, e isso lhe dava medo.

Sua idéia inicial, seu primeiro plano, era o seguinte:No dia em que falou com Coringa, no Asilo Arkham, já se peparou.Conseguiu bombas super potentes.Ele apenas disse a Alfred que precisava de um pouco do dinheiro de Bruce para que pudesse tramar seu plano, e após uma conversa com ele, Alfred liberou.Quando fosse encaminhado para o local onde Coringa estava, ele avisaria á Alfred onde era o local, para que rapidamente ele levasse as bombas e as instala-se em volta no local, com a ajuda de Cameron.Depois, o avisariam que o serviço estava feito pelo comunicador e partiriam.Após isso, ele tentaria manter uma conversa amigável com Coringa.Faria parte de seu show.Á essa altura, a policia já deveria saber onde ele estava.Mas se algo desse errado, e ele tinha quase certeza que daria, ele teria o detonador das bombas, e estaria pronto para matar todos no local, incluindo a si mesmo.Assim salvaria Gotham, e tudo estaria acabado.Até havia escrito uma carta á Cameron, mas naquela tarde havia queimado.

Agora, John percebera que mesmo que tivesse seguido com o plano, não poderia executá-lo.Aquele lugar estava cheio de inocentes e ele jamais explodiria as bombas com eles lá.

John olhou o cronômetro do estádio, a partida estava no final.Faltavam apenas um minuto para terem um novo campeão, quando de repente, algo aconteceu.Coringa havia preparado seus próprios detonadores.Estavam instalados em baixo do gramado e logo, começaram a explodir.Os jogadores se desesperaram e correram, mas não adiantava.A trilha das bombas os seguiam.Aquilo lembrou á John, algo que Bane fez.Coringa era mesmo obcecado por esse cara.A cena foi horrível.Dezenas de pessoas morreram na sua frente e ele somente congelou.Não podia fazer nada.Toda a multidão começou a correr, o caos foi inevitável.Todos queriam sair do estádio, mas as saídas estavam trancadas.Finalmente, os homens do Coringa se mostraram.Puseram máscaras brancas e revelaram suas armas pesadas.Não era possível que tivessem carregado aquelas metralhadoras e fuzis sem que ninguém tivesse percebido, então só podiam estar escondidas, e agora eles as pegaram.Eles atiraram para o alto.Cercaram a multidão.Eram muitos mesmo, a metade de todo aquele povo.Coringa realmente estava preparado para uma guerra, assim como Bane estava.Depois de um tempo, o grito da multidão foi se abaixando, se tornando apenas um murmúrio em rostos assustados.Finalmente perceberam que alguém era responsável por aquilo e que devia tomar a frente.Dizer o que queria.

E então, Coringa veio.Apareceu andando daquele seu jeito esquisito, meio manco e agitado.Estava com um megafone conectado ás caixas de som do estádio.Dessa forma todos o ouviriam.

Diante dele só haviam corpos e destruição.Seu novo terno roxo deixava um a de medo, e com maquiagem renovada, ele realmente estava assustador.

–Olá, boa noite.- disse alegre, como se aquilo realmente fosse um programa de TV- Vocês me conhecem.Eu sou o Coringa.E esta, é uma noite especial.Lamento por não poderem ter visto o final do jogo, eu sei que estava emocionante...mas isso é só um efeito colateral.

A multidão pareceu se alvoroçar de novo

–Silencio!- gritou.Só a sua voz já abalava todo aquele povo, e claro, as armas apontadas para ele- Essa noite é especial, por que hoje, vocês vão descobrir uma coisa...uma coisa que provavelmente vocês não vão gostar, mas é a verdade: Vocês não têm um herói!- gritou, e o barulho foi ensurdecedor- Batman surgiu e ressurgiu e se foi de novo.E aí veio um cara chamado Robin e resolveu pôr as coisas em ordem!Ele quer ser um herói, mas não pode!Ninguém pode!- ele gritava e pulava e isso só dava mais medo nas pessoas.Os telões mostravam sua cara pintada- Ninguém pode deter algo assim.Gotham é a cidade do crime e continuará sendo.E eu vou ser o responsável por isso!

O murmúrio da multidão cessou.

–Shark!- chamou.A multidão pareceu se assustar com aquele nome.Pelo jeito, todos já tinham ouvido falar daquele cara.

Shark foi até ele carregando Cameron, e a pôs ela sentada no chão.Agora ela parecia zonza, meio inconsciente.Sua testa sangrava.O coração de John apertou.

–Robin!- chamou Coringa- Venha!Eu sei que está aqui!E você sabe disso.Venha!- gritou.Não precisou fazer isso de novo.Logo, Coringa viu ele entrar no estádio- Ei, garotão.

–Solta ela!- gritou, mas Coringa não ouviu, pois estavam muito distantes um do outro.

–Se aproxime, rapaz.

John andou até ele e disse de novo:

–Solte-a agora e eu me entrego.

Coringa pareceu impressionado.

–Não é ela que você quer...- disse Robin- Sou eu!Deixa ela ir e eu me entrego.

–Eu posso até pensar em sua proposta, Robin, mas essa noite só está começando.- ele riu e virou-se costas para ele.Olhou para o câmera diante dele.Já havia conseguido comprar todo mundo.Os câmeras da TV, os seguranças do estádio...Ou ele os tinha matado e os substituído por vilões..John preferiu não pensar nisso - Você de casa deve estar se perguntando o que está acontecendo, não é?- Coringa riu- Permita-me explicar.Vocês estão tendo em primeira mão, o meu novo programa.Ou melhor...- virou-se e estendeu a mão para Robin- o programa dele!Vocês verão Robin cair, nessa noite.Será engraçado.Uma noite emocionante...

–Eu já disse, Coringa.- interrompeu John- Solta ela, e a gente conversa.Você quer fazer seu showzinho.Tudo bem.Eu topo.Mas ela não tem nada á ver com isso.

–Robin...não tem educação?Eu estou falando com o público.- disse sorrindo e virou-se novamente para o câmera.Robin se irritou com isso- Povo de Gotham, nessa noite, vocês estão vendo a queda do herói.O inicio do sofrimento de todos vocês.Povo...eu lhes mostro o seu herói, em sua última aparição, aqui, nessa programação.Totalmente exclusivo.E é só o começo, hahaha.Então, não saia daí.- ele olhou maleficamente para John- Agora, um pequeno intervalo, e já já voltamos com...Robin de Gotham!


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Notas finais do capítulo

É isso aí galera, no próximo capítulo, veremos o grande show do Coringa, Robin de Gotham.Até lá!