Estava tudo corrido naquela manhã. May nos avisara pelo comunicador que nosso curso para a Suécia já estava em andamento e todos acordamos cedo para continuar as investigações sobre James – que eu ainda não ouso chamar de Pai – e felizmente nosso novo dispositivo estava pronto e tudo apontava para bons resultados.

– Skye, como estamos com a rota do Senhor Chang?

– Dinamarca, Islândia... Isso soa familiar? – Respondi, apontando a holomesa – Rastreei o dinheiro do cara, ele tem no mínimo um chalé em cada um desses lugares. O Senhor Chang tá fazendo um Tour pelos países nórdicos, Colson e adivinha onde vamos pousar em algumas horas?

– Suécia.

– Exatamente, A.C. – Dei uma pausa, andando ao redor da mesa – Então, ou a May é realmente uma ninja total ou estamos indo direto ao cara antes mesmo de descobrir sobre a existência dele. A propósito, por que estamos indo pra Suécia mesmo?

– Victoria Hand. Ela ordenou que encontrássemos alguns agentes da nossa unidade em Estocolmo. Iriam nos entregar um pacote de informações confidenciais. - Colson explicou.

– Tudo bem... Eu só acho que existe uma forte coincidência nessa história, mas...

– Skye, estamos dentro! – Fitz apontava o monitor de rastreamento – Nosso cara usou o cartão de crédito para comprar uma passagem pra...

– Estocolmo. – Respondi automaticamente – Okay, isso é... Muito, muito estranho.

– Ele está nos seguindo?

– Não sei, Jemma... – Começava a me preocupar – Colson, não é melhor avisarmos a May?

– Eu estou bem aqui. – Ela apareceu atrás de mim.

– Eu falei que ela era uma ninja total – Cochichei para Jemma.

– O que você acha disso, May? – Colson mostrou-se um pouco hesitante.

– Se é a chance de pegarmos nosso cara, ótimo porque ele está exatamente na nossa mira.

– Ward?

– Não vamos desperdiçar a chance, senhor. Podemos dar conta.

– Ótimo, recolham todo o material possível e Fitz, continue de olho no monitor.

– Sim, senhor.

– Skye, pra minha sala agora.

– Okay... Lá vamos nós...

– Não pode dizer “Sim senhor” como todo mundo? – Ele tentava sem sucesso me disciplinar.

– Não. Não me lembro de ter me alistado ainda – Olhei sorrindo pra ele que continuou sério – Okay, tudo bem... Como quiser, A.C. – Ele não conseguia ficar sério. – Mas, eu vou continuar te chamando de A.C.

– Não, não vai.

–-

Colson estava preocupado comigo. Ele não queria que eu criasse expectativas, afinal, nem sabíamos direito com quem estávamos lidando. Meu pai ou não, ele era acima de tudo uma missão que nos fora dada, para garantir a segurança da nossa organização e agora eu não era mais uma consultora ou simplesmente uma Hacker. Eu era uma agente especializada da S.H.I.E.L.D. e tinha orgulho disso. Não poderia deixa-lo destruir o que eu quase perdi a vida para conquistar.

– Você está bem? – Ward entrava no quarto.

– Estou. Colson só queria me lembrar as prioridades da missão. Mas sim, estou pronta.

– Eu sei que está. – Ele sorriu e sentou-se ao meu lado na cama. – Vamos achar ele.

– Eu sei, mas... Okay, tenho que parar de pensar que alguma coisa louca vai acontecer... Mas... E se ele quiser me separar de vocês? Ninguém sabe porque esse cara voltou dos mortos...

– Ele não vai te levar pra lugar nenhum. – Ele me abraçou, tentando manter os pensamentos longe de mim. – Eu não vou permitir. – Grant me deu um beijo como se isso pudesse me proteger de toda e qualquer coisa.

– Claro que não vai permitir! – Fiz uma cara de brava – Afinal, “Eu sou o Agente Grant Ward, posso proteger minha namorada do Incrível Hulk com as mãos algemadas”.

– Eu não falo assim. – Ele reclamou.

– Claro que não. – Ironizei.

– Preparando-se para a aterrissagem. Reunião em cinco minutos. – May nos convocava para a sala de reuniões.

Fitz-Simmons já estavam nos esperando lá embaixo, Colson e May chegaram logo em seguida. O avião já estava em solo sueco quando repassamos os últimos detalhes da missão.

– Sabemos que o cara tem propriedades no país, então temos duas suspeitas: A primeira é um chalé na porção meridional e a segunda um apartamento no maior centro de negócios da cidade. Por experiência, eu diria que ele não vai estar no apartamento.

– Muita visibilidade. – Ward completava meu raciocínio.

– O chalé, então. Localização? – May baixava a rampa de carga.

– Orhem, Skarpnäck.

– Vamos lá, então.

Nós nos dividimos em duas equipes: Fitz-Simmons e eu cuidávamos das comunicações, disfarçados numa pequena praça – Tão previsível – May e Ward estavam em campo. Colson permaneceu no avião fazendo contato com os agentes da unidade, marcando hora e local para nos entregar o tal pacote. May estacionou o Ônibus não tão longe de onde estávamos.

– Okay... Ward? May? Estamos com as imagens das câmeras de segurança. Três seguranças na entrada principal. Dois em cada entrada leste e oeste e mais três na saída dos fundos. - Repassei para eles a localização.

– Deixa comigo. – May seguia pela saída dos fundos – Ward, você vai pela entrada principal. Você fica com os três da frente e eu pego os outros.

– Entendido.

– Galera, tem mais uma coisinha. Acessei as plantas do imóvel... Temos um calabouço. – Alertei.

– Calabouço? – Ward estranhou o termo.

– Calabouço, porão... O fato é que temos um compartimento abaixo, e provavelmente tem alguém lá embaixo. Tenham cuidado.

– Tudo bem, estamos indo lá, desligando.

Era tenso ficar aguardando notícias, eu e os meninos comíamos rosquinhas como se não houvesse amanhã. Não tinha clima para apreciarmos a vista. De vez em quando, Fitz-Simmons faziam um comentário nerd sobre a arquitetura ou sobre algum físico/químico/biólogo que já passou pela cidade. Eu continuava com os olhos grudados no laptop, esperando qualquer movimento suspeito para alertar May e Ward.