Yuri Friends escrita por Pudim Chan


Capítulo 4
Capítulo 4 - A primeira semana


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como prometido estou postando mais um capítulo essa semana para compensar o tempo que demorei pra escrever o outro.
Espero que gostem desse capítulo e boa leitura ^.^



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Faltavam apenas dois dias para completar uma semana que eu e Maiara estávamos... ficando. Eu não tinha certeza de qual tipo de relacionamento era o nosso, já que não tínhamos definido nada. Não estávamos namorando, mas não ficaríamos com outras pessoas.

Esse tipo de pensamento me irritava muitas vezes, por isso eu evito pensar nessas coisas, a única coisa que eu conseguia pensar era no quanto eu estava sendo feliz com Maiara, e como ela tinha conseguido me suportar por uma semana, eu me sentia obrigada em presenteá-la.

Mas quando começava a pensar em qual seria o presente ideal para ela, eu tremia, não sabia o que lhe iria agradar, e não queria dar um presente que a deixasse decepcionada, ou com raiva de mim, por isso ficava nervosa toda vez que pensava no que comprar.

“E se ela não gostar do presente, ou não querer algum presente, será que isso acabaria com o relacionamento que estamos tendo”, foi exatamente esse pensamento que ficou me atormentando durante minha manhã de quinta-feira.

Eu estava sentada na minha carteira ao lado da de Maiara, o professor de Sociologia tentava explicar o conteúdo enquanto a turma só bagunçava, e eu ficava olhando nervosa para Maiara, sem saber o que comprar para deixá-la feliz. Até pensei em perguntar pra ela qual presente ela gostaria de receber, mas sentia muito medo dela ficar zangada comigo.

Minha manhã acabou passando num piscar de olhos, e quando percebi, estava no pátio da escola sentada ao lado de Maiara esperando meu transporte chegar para poder ir para casa.

–Você está bem Pâmela? – Pediu Maiara

Eu demorei um pouco para perceber que Maiara tinha me feito uma pergunta por conta de minha distração, e com minha melhor interpretação, respondi com um sorriso convincente:

–Estou ótima, apenas um pouco sonolenta.

Ela arqueou a sobrancelha enquanto murmurava algo que não consegui entender. Encarei-a por alguns segundos, enquanto a mesma retirava o cabelo da frente dos olhos. Acho que fiquei com cara de boba, pois, quando seus olhos se direcionaram a mim, Maiara soltou uma gargalhada divertida. Pude sentir meu rosto esquentar, e tentei disfarçar revirando a minha mochila.

Tirei de dentro algo aleatório, no caso, a primeira coisa que as minhas mãos tocaram. Era uma pulseira que já estava lá tinha algum tempo. Fui obrigada a tirar do pulso na primeira aula de educação física, porque a professora não aceitava adornos. Segundo ela, poderiam machucar os demais colegas, ou poderiam ser acidentalmente perdidos. Acabei esquecendo de tirá-la dali, e, com o passar dos dias, ela ficou completamente esquecida.

– Isso ainda está aqui? – murmurei para mim mesma.

– É bonita. – os olhos de Maiara focaram-se na pulseira, um tanto quanto hipnotizados. Ela estava sorrindo.

– Você gosta? – pergunta retórica.

– Sim. – seu sorriso alargou-se.

– Eu lembro de te ver usando ela no começo do ano, mas ela desapareceu do seu pulso de uma hora para outra.

– Educação física. – revirei os olhos.

Confesso que não tinha tanta afinidade com a matéria.

– Ah. – ela murmurou.

Eu suspirei e encarei a sorveteria do outro lado da rua. Parecia uma boa ideia convidá-la para comprar um sorvete, mas o transporte já estava chegando. Eu poderia ter lembrado de fazer isso antes, não é?

O ônibus estacionou a poucos metros de onde estávamos sentadas. Levantei-me num pulo e curvei o corpo para poder abraçar Maiara, que permanecera sentada. Despedi-me rapidamente e entrei no ônibus.

Mais tarde...

Andava calmamente pelas ruas, examinando as vitrines das lojas. Mesmo com todas aquelas coisas expostas, nada me chamava atenção. Estava com pouco mais de cinquenta reais no bolso, dinheiro que havia juntado do pouco que sobrara das mesadas de alguns meses anteriores. Tinha no pensamento que aquilo seria o suficiente para comprar um bom presente para a garota que eu gostava, também conhecida como minha melhor amiga.

Depois de andar mais alguns metros, parei enfrente a uma relojoaria. Uma pulseira exposta na vitrine lembrava um pouco a minha, a qual Maiara havia gostado. Talvez aquele fosse um bom presente. Adentrei na loja, sendo logo surpreendida por uma atendente que saiu de sabe-se lá onde.

– No que posso ajudá-la, querida? – ela tinha um sorriso gentil nos lábios.

– Tem uma pulseira ali na vitrine. – indiquei o local. – Eu queria saber quanto custa.

– Qual delas, minha flor? – inquiriu-me, mostrando-me quatro pulseiras.

Apontei a que eu queria, e ela tirou uma etiqueta de trás da caixa.

– Quarenta e cinco.

– Pode ser esta. – sorri.

Não tinha certeza de que Maiara iria gostar, mas foi a melhor ideia que tive. Paguei e, depois de esperar a caixa que guardava a “joia” ser enfeitada com um laço, saí da loja. Fui diretamente para casa. Tinha que estudar para um teste de inglês no dia seguinte, e ainda queria ligar para Maiara, ver se ela estava bem e coisas do tipo.

No dia seguinte...

O sinal tocou, dando fim a uma entediante aula de inglês, que não foi bem uma aula de inglês, pois a professora havia faltado e não deixara nenhum exercício pronto para que fizéssemos em sua ausência. Eu meio que agradeci pela falta. Não havia tido tempo de estudar muito na noite anterior, devido ao tempo que passei conversando com Maiara.Conversar com ela sempre me fazia perder a noção do tempo, e era algo que eu gostava muito, por mais estranho que isso soe.

Como eu era a líder da turma, sempre saía da sala por último, pois tinha que trancá-la, a pedido da direção. Sempre achei meio desnecessário, pois ficar na sala de aula durante o intervalo não era algo tão ruim quanto eles diziam ser.

Rumei para a biblioteca, onde a maior parte dos meus amigos ficava durante os quinze minutos de intervalo. Como esperado, lá estavam todos, conversando e rindo de algo que eu desconhecia. Ela estava lá também. Maiara estava sentada ao lado de Othávio, com uma cadeira vaga do outro lado. Quando me viu, sorriu e acenou, chamando-me para me juntar a eles também.

– Do que eles estão rindo? – inquiri baixo.

– Carlos estava dormindo sentado numa cadeira, e Othávio a puxou. Ele caiu o tombo mais engraçado que já vi. – disse ela entre gargalhadas.

Eu me obriguei a rir também. Carlos tinha uma expressão nada amigável no rosto, enquanto Othávio ria sem parar, apontando para o amigo que prometia vingança.

– Maiara. – chamei-a.

– Sim?

– É que, da última vez que saímos, aconteceram algumas coisas inesperadas. – estava me referindo ao fato de todos terem chegado inesperadamente. – Então eu gostaria de saber se você não gostaria de sair, mas dessa vez apenas nós duas.

Ela sorriu e assentiu, abraçando-me inesperadamente. Eu retribui , e, depois de alguns segundos, voltamos a conversar e rir das coisas sem sentido que Carlos dizia. Não demorou muito para que o sinal anunciasse o fim do intervalo, fazendo com que todos os alunos voltassem para suas respectivas salas, para aguentar mais uma hora e meia de aulas até que pudessem ir para casa.

– Enquanto o transporte não chega, quer ir comigo comprar um sorvete?

– inquiri a ela, já na rodoviária.

– Pode ser. – disse ela.

Rumamos para o outro lado da rua, onde, rapidamente compramos um sorvete e voltamos para onde estávamos antes, esperando o ônibus. Em uma das vezes em que levou o sorvete à boca, Maiara deixo o canto do lábio lambuzado, e eu aproximei minha mão do rosto dela, com a intensão de limpar. O que me surpreendeu foi o fato de ela ter aproximado seu rosto do meu, ao ponto que nossos lábios pudessem se tocar. Aquilo me deixou muito feliz, mas algo atrapalhou. Algo que eu havia esquecido completamente...

– Pâmela? – a voz familiar soou atrás de mim.

Imediatamente me afastei de Maiara, desviando o olhar para a origem do chamado.

– Mãe?! Eu havia esquecido completamente. Minha mãe iria me buscar naquele dia, para que pudéssemos fazer algumas compras juntas. Ela me encarava com uma expressão surpresa, que estava me deixando assustada. Aquilo era mal, muito mal.

Continua...


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