Dear Marie escrita por NJBC Club


Capítulo 1
Dear Marie


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic de Crepúsculo aqui no fanfiction.com.br :) É uma coisinha simples e pequena, e espero que agrade vocês. Ela é baseada na música Dear Marie, do John Mayer, e eu recomendo que você ouça antes, durante e/ou depois de ler esta oneshot. Vale a pena. Ok, é isso. Boa leitura :D



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Edward Cullen estava feliz por estar de volta, nem que fosse por alguns dias.

Forks era a cidade que ele chamava de lar: lá, ele não era Edward Cullen, o famoso cantor que estourou nas paradas de sucesso e que vendeu mais de um milhão de cópias do seu último álbum – lá, ele era apenas Edward, filho mais velho de Carlisle e Esme Cullen, família tradicional e muito querida que morava na cidade há muitos anos. Não importava o quão grande e sedutora Nova York fosse, Forks sempre o chamaria de volta e o acolheria com seu clima frio e com cheiro de chuva.

Tomando um café e esperando a irmã Alice atender o telefone, Edward pensou em tudo que deixou para trás para conseguir realizar o seu sonho na carreira musical. Os amigos da escola, o quarto confortável na casa dos pais, os irmãos, a tranquilidade, e ela. O seu amor na adolescência que ele poderia jurar que era um daqueles que poderia durar a vida toda.

Oh querida Marie, me diga como eu costumava ser.

Alice contou o que fora feito de Isabella Swan depois que Edward foi embora de Forks: terminou a faculdade de jornalismo, casou com um cara que conheceu na universidade, teve dois filhos meninos e voltou para Phoenix, para viver com a família perto da mãe Reneé e o padrasto Phil. Desde a sua mudança para o Arizona, Bella voltava para Forks para dar um olá ao pai e rever os amigos duas vezes por ano, mas mesmo assim deixava um ou dois natais passarem em branco sem voltar para a cidade que morou na adolescência.

Apesar de tudo, Edward também tinha tido as suas mudanças: em meio à confusão de ensaios para capas de revista e entrevistas para grandes programas de televisão, conheceu uma moça em Nova York, Tanya, e também casou e teve um menino. O casamento não durou muito e a guarda da criança ficou com Tanya, mas Edward religiosamente visitava Louis duas vezes por semana para não deixar escapar uma oportunidade de ver o filho.

E era com esse filho que ele agora voltava para Forks, para passar um final de semana na companhia de sua família.

– Hey, Edward, esta noite vamos fazer uma massa especial vegetariana! – Alice bateu palminhas, animada – Mamãe e eu vamos cozinhar, mas precisamos que você e o pequenino Louis vão até o mercado para buscar os ingredientes. Você consegue fazer isso, não consegue?

Edward revirou os olhos e bagunçou os cabelos espetados de sua irmãzinha baixinha, mas pegou as chaves do carro e foi com o filho para o único grande supermercado da cidade. Verduras, legumes e um pacote de macarrão foram postos dentro do carrinho, e logo os dois já estavam na fila do caixa para esperar a sua vez de pagar.

Foi quando Louis balbuciava algo sobre “chocolates e balinhas” em sua fofa voz de criança de quatro anos de idade que Edward sentiu a presença dela. Ele esticou o pescoço para ver as filas dos outros caixas e viu os cabelos castanhos inconfundíveis que ele reconheceria até há milhares de quilômetros de distância (então ela estava na cidade). Bella estava de costas, rindo de algo que um cara ao seu lado estava falando – o marido dela. Sentado dentro do carrinho de compras, um garotinho de aparentemente dois anos brincava com um boneco e em pé, abraçado à cintura de Bella, estava o outro menino, de quatro ou cinco anos. Eles pareciam felizes e sem ter nenhuma preocupação na vida.

Se lembra de mim? Eu sou o garoto que você costumava amar quando tinha quinze anos.

Edward notou as ironias da vida ao observar os dois filhos de Bella: ambos os meninos tinham cabelos louros e olhos verdes, características herdadas do marido, e apenas a pele extremamente branca e o nariz arrebitado davam um toque “Isabella” à fisionomia das crianças. Louis não era muito parecido com Edward: os cabelos cacheados e louros claríssimos, combinados com os olhos azuis e bochechas cheias eram traços herdados total e exclusivamente de Tanya. Nenhum dos dois, nem Bella e nem Edward, teve a menininha de cabelos escuros e olhos castanhos que eles combinaram que teriam quando eram mais novos.

– Imagine como um filho nosso se pareceria. – Ela comentou, quando ambos tinham quinze anos de idade. Ele pensou por um momento e respondeu:

– Acho que teria os seus olhos... Castanho chocolate.

– E eu acho que teria a cor do seu cabelo. – Bella correu a mão pelos cabelos arrepiados de Edward – Eu espero, pelo menos. É uma cor tão bonita.

Os dois riram e discutiram o assunto por mais um tempo. Finalmente chegaram à conclusão de que uma menina de cabelos acobreados e olhos castanhos seria o resultado perfeito da mistura Bella/Edward.

– Papai! – Louis exclamou, tirando Edward de seus devaneios – Chocolate!

– O seu chocolate já está aqui, garotão – Ele sorriu para o menininho e lhe mostrou um pacote com doces de chocolate – Viu? Só não conte nada disso para a sua mãe, senão ela me mataria se soubesse que compro porcarias pra você.

– Ok. – O garotinho concordou. Edward voltou a observar Bella, e foi neste instante que os olhares se encontraram: a respiração prendeu na garganta, o coração bateu mais rápido e as mãos suaram frio. Bella fixou os seus belos olhos no rosto de Edward, e o filme de uma vida que podia ter acontecido começou a passar na cabeça dos dois.

De vez em quando, eu procuro uma foto sua na internet, mas uma juíza que mora em Ohio é tudo que eu sempre encontro.

Eles se casariam depois que ela terminasse a faculdade de letras, e ele a de música; morariam ali mesmo em Forks, em um chalé charmoso perto da casa dos pais de Edward; ele trocaria aquela caminhonete horrorosa de Bella por um carro mais bonito e potente, mesmo com ela torcendo o nariz para aquela decisão; a filha seria linda, com um nome igualmente lindo que eles ainda não sabiam qual seria; e envelheceriam juntos em frente à lareira, lendo livros de Shakespeare e ouvindo a risada dos netos brincando lá fora. A vida deles seria perfeita.

Eu consegui realizar meu sonho, mas você conseguiu montar uma família.

Mas agora era a vez dela no caixa do supermercado, e ambos tiveram que sacudir a cabeça para pararem de sonhar acordado. O marido passou as compras na registradora e Bella pegou o bebê no colo, enquanto o outro menino esticava o braço para pegar o doce que já tinha sido pago. Edward observou a pequena família indo embora e os dois trocaram um último olhar antes de ela sumir pelas portas automáticas do supermercado; ele leu os lábios dela e viu que Bella murmurou um “Adeus”.

Adeus, Isabella Marie Swan, que agora era Isabella Marie Outro Sobrenome, mas que no fundo ele desejava que fosse Isabella Marie Cullen. Adeus.


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