31 de Janeiro de 2017

Saint Joseph Academy – 06:30

“Cara, mesmo podendo acordar a hora que eu quiser, não consigo parar de acordar a essas horas. Passo a tarde morrendo de sono.”

Drake ao se levantar de sua cama viu que tinha alguém deitado na outra, não esperava por aquilo, tomou um susto.

Drake: Jesus Cristo! Que praga é essa? – disse enquanto dava alguns passos para trás e se cobria com a coberta, pois não estava usando bermuda.

– Cala a boca! Tem gente tentando dormir aqui.

Drake: é eu já percebi. Quem é você?

– Mateus, agora cala a boca e dorme.

Drake: ah, tá. Valeu, mas eu não consigo dormir então, se não se importa, vou vestir uma roupa e dar uma volta pelo campus.

Mateus: tá, tá, que se foda.

Drake: ele tá com sono, mas deve ser gente boa. – vestiu uma bermuda e uma blusa azul escura com manga, calçou seus chinelos cinzas e foi aproveitar a manhã dando uma volta e conhecendo melhor a grande escola.

...

Centro da cidade – 9:10

O mesmo homem de terno que observava Drake no aeroporto andava de um lado para o outro na praça do centro da cidade, olhava em seu relógio de prata a cada cinco minutos, devia estar esperando alguém.

– Masazuka!

Masazuka: está quarenta minutos atrasado.

– relaxe parceiro.

Masazuka: não sou “parceiro”, nem “mano” ou “chegado” me chame pelo nome.

– ok chefão.

Masazuka: trouxe a maleta?

– tá aqui, seu kit de...

Masazuka: shh! ... não quero que fale tão alto assim em lugares públicos como esse. Eu sei o que tem aqui dentro.

– tá, tá, mas a visão noturna tá sem bateria, não esquece.

Masazuka: pode deixar.

– te vejo depois. – o homem que negociara com o japonês de terno subiu numa moto vermelha e foi embora.

Masazuka, o suposto nome do homem de terno e olhos puxados, tirou um iPhone 5 branco do bolso e discou no primeiro número da agenda, “Tizen” era o nome citado na lista.

– alô?

Masazuka: como foi a operação?

– a parte 1 foi completada. Meus agentes estão indo para o México atrás do alvo número 2.

Masazuka: excelente, me mantenha informado. – desligou o celular e o guardou no bolso. Chamou um táxi.

...

De volta à Academia...

Drake: e então quem é o próximo!?

– vejam como se faz, cadelas. – pegou o controle Dualshock 4, o controle do prestigiado PlayStation 4.

Drake: tá pronto?

– começa logo bitch.

Logo o jogo Battlefield 4 estava rodando no monitor de 50 polegadas da sala de jogos. Aqueles PlayStation’s 4 e Xbox’s One espalhados pela enorme e escura sala de jogos com telas de até 58 polegadas e uma variedade imensa de jogos eram o paraíso para ala A, também conhecida como ala masculina. Drake estava em 4º lugar no ranking dos 10 melhores, e não parava de ganhar mais pontos. Drake Acertava tiros nas cabeças de vários outros estudantes do mesmo ano que o seu, além dos mais novos também, lógico.

Drake: chupa essa vadia! – a última baixa feita por Drake repassou na tela em câmera lenta, humilhando a todos na sala.

Mateus: se não é o meu parceiro de quarto... – o novato apareceu na entrada da sala

Drake: Mathias! Que bom te ver cara! topa uma rodada?

Mateus: é Mateus, e sim, eu topo.

Assim que a contagem regressiva para o começo da partida chegou a zero, Mateus já havia matado Drake, que logo conseguiu empatar o jogo, mas não se manteve glorioso por muito tempo. O jogo finalizou-se de 32/27 para Mateus.

Drake: desgraçado.

Mateus se levantou, colocou seu boné e se retirou, com a fama e glória de ter derrotado o tal expert no jogo, acabando com as esperanças de Drake.

...

Do outro lado do campus, na ala B, também conhecida como ala da meninas, a misteriosa e fria garota terminava seu livro em seu quarto com o ar condicionado ligado no máximo. Não se escutava nenhum ruído. Até que alguém entrou, e tudo ficou bem diferente.

– Oiiie ! você deve ser Gabriela Santos né? – dizia uma menina com uma flor no cabelo que descia até a cintura e usava roupas alegres

Gabriela simplesmente fez um gesto de “sim” sem tirar os olhos de seu livro.

– bem... O meu nome é Luana, e eu tô muito feliz que vamos dividir o quarto!

Desta vez, Luana foi friamente ignorada.

Luana: você tá aqui tem muito tempo? – insistia a alegre menina.

Gabriela: cheguei ontem. – finalmente uma voz dócil, porém fria respondeu a garota.

Luana: legal! Eu vou dar uma volta pelo campus e a gente se vê depois!

Gabriela, ainda sem tirar os olhos do livro, acenou para a garota que saíra saltitando do quarto.

...

Mateus: bando de noobs. Haha, vou fazer isso todo dia, só pra humilhar mesmo e... – ao virar o corredor, trombou-se com uma menina que corria pelo campus, ela ficou jogada sobre ele, e os dois, sem reação.

Drake: Mathias! Você usa Hack! Mas o quê...? – Drake surgindo do além encarou a cena com um olhar de desconfiado.

Mateus: cara, não é o que parece...

Luana: é, n-não mesmo...

Drake: eu vi o que vocês fizeram aí, maldito cheater.

Mateus: vá se ferrar.

Drake: vou deixar os pombinhos a sós. – saiu com aquele olhar de “penetra”

Luana: e-eu, foi mal, eu não vi aonde..

Mateus: relaxa, não foi nada.

Luana: prazer, Luana Cerqueira

Mateus: Mateus Valansuela.

Luana: Mateus o quê? Haha,

Mateus: Valansuela, não ria. Sério. – disse olhando para o alto, ambos estavam vermelhos – o quê tá fazendo aqui na ala A?

Luana: conhecendo o campus...

Mateus: ah, aparece mais por aí, a gente se vê depois.

Luana: claro!

...

Mateus acabara de entrar no quarto.

Drake: VALANSUELA!

Mateus: Jesus Cristo! Que susto seu filho da puta!

Drake: agarrou a mina lá?

Mateus: que merda zé, só pensa besteira.

Drake: tá legal, parei. Haha.

Mateus: vamos ver né.

Drake: mas é sério, cê tá afim dela.

Mateus: talvez sim, talvez não...

...

Luana, ao entrar em seu quarto, encontrou Gabriela mexendo num laptop.

Luana: AAAAAAHHHHHH!!!

Gabriela: qual é o seu problema?

Luana: conheci um garoto!!!

Gabriela: dane-se.

Luana: ele tem olhos verdes, cabelos castanhos e é perfeito!!

Gabriela: dane-se.

Luana: e você precisa conhecer um. Tem que deixar essa frieza de lado e respirar ar puro.

Gabriela: não me toque.

Luana: vamos lá pra fora!

Gabriela: eu mereço...