Gallifrey's Song. escrita por Time Lady


Capítulo 2
02.




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Rose se agarrou ao Doctor como se ele pudesse sumir novamente. Quando seus corpos se afastaram e ela pode ver o rosto dele, esperava que estivesse feliz em vê-la. Mas ele tinha uma expressão séria, preocupada. Ela engoliu a seco e se levantou se afastando dele e limpando sua roupa.

– Não está feliz em me ver? - Perguntou ela, sem ter muita certeza se gostaria de ouvir a resposta.

– É claro que estou feliz em te ver!

Doctor exclamou e toda a preocupação dele se suavizou assim que ele a abraçou e a ergueu em seu colo. Ele tinha visto um lampejo de luz dourada vinda dos olhos de Rose. O mesmo dourado que a fez ser "bad wolf". Ele não seria capaz de esquecer isso.

Ele ficou algum tempo abraçado com ela. Sua humana. Ele percebeu que, ela já não era tão amarela e rosa quanto antes, havia mudado. Mas ainda era sua Rose. Ainda tinha aquele sorriso que faria ele desistir de tudo.

– Doctor? - Rose chamou.

– Rose. - Ele respondeu.

– Está me apertando.

Ele a colocou no chão e ela riu. A risada que ecoava tantas e tantas vezes em sua memória, em busca de lembranças e pedacinhos dela que ainda ficaram com o mesmo.

– Estou muito feliz em vê-lo novamente.

Rose disse e Doctor se deliciou ao ouvir aquelas palavras. Mas as próximas palavras ditas por Rose quase saíram num sussurro, se ele ainda tivesse imerso em seus pensamentos, seria incapaz de ouvi-la. Mas ouviu.

– Achei que tinha te perdido pra sempre.

Doctor pegou a mão de Rose e entrelaçou os seus dedos nos dos dela.

– Você disse "Sempre", Rose.

Eles se olharam por um instante e sorriram um para o outro enquanto balançavam suas mãos.

Rose o amava, mas não era um amor urgente, que necessitava de beijos para ser demonstrado. Ela o amava pelo que ele era, e não pelo que ele aparentava. Ela o amava por ele ter feito o que ela era hoje.

– Rose? - Doctor a despertou. Apontou com o dedo para trás, onde estava a Tardis. - Tardis?

Ela concordou com a cabeça e ainda de mãos dadas, correram para a velha Tardis. Parou na entrada, hesitante. Doctor dirigiu a ela um olhar firme e ela entrou. Não sentia saudade só dele, sentia saudade da Tardis. Era como se Rose tivesse ido lutar em alguma guerra e finalmente estava retornando para casa. Sua casa era a Tardis.

Doctor havia largado a mão de Rose. Não sabia quanto tempo poderia segurá-la sem que ela achasse que ele estivesse se comportando de maneira estranha. O amor era algo bem engraçado, até mesmo para os Senhores do Tempo. Rose não tinha se mexido, ficou analisando a Tardis, como se fosse uma amiga que não via a tempos. Por fim, ele se encostou no meio da nave e esperou. Ela se juntou a ele, ao seu lado, seus ombros tocando um ao outro.

– Então, - Ela começou sem olhar para ele. - Quando foi que decidiu me procurar? E por que demorou tanto?

Doctor levantou as sobrancelhas. Ela queria esconder mas tinha uma pitada de decepção em sua voz.

– O que? - Ele coçou a testa. - Não procurei você. Não tem como procurar alguém que está em um universo paralelo. Ainda mais com a fenda do tempo fechada.

– Você... Não me procurou? - Ela parecia mais aborrecida agora, cruzando os braços, foi para frente dele. - Mas havia sua caligrafia na parede. O meu nome escrito por você. Várias vezes. Pensei que fosse um chamado e...

– Espere. - Ele a interrompeu. - Você sabe muito bem que isso é impossível.

– Nada é impossível para o Doctor.

Ele percebeu que ela não tinha dito isso como um elogio.

– Rose. - Ele fez questão de manter o contato visual com ela. - Me conte tudo o que aconteceu.

Lentamente, Rose foi explicando tudo o que tinha acontecido. Seu nome na parede, o buraco com a luz dourada e como ela tinha apagado e acordado nos braços dele. Doctor também contou a ela como a Tardis foi transportada sozinha e como a encontrou desmaiada.

– Então você não sabe. - Rose disse mais para si mesmo do que para o Doctor.

– Não sei de absolutamente nada. Isso não é fantástico? - Doctor sorriu para Rose. - Você sabe, eu adoro não saber.

– Alguém quer que a gente permaneça junto.

– Bem observado.

– Mas por que?

– Você liga?

Doctor tinha razão, enquanto eles não soubessem o porque queriam que eles ficassem juntos novamente, era melhor aproveitar o tempo. E Rose queria aproveitar todo o tempo que passou longe do Senhor do Tempo. Era engraçado pensar dessa maneira. Tão natural quanto a troca de sorrisos que ambos deram.

Eles se abraçaram novamente e Rose enterrou a cabeça nos braços de Doctor. Ela podia ouvir claramente seus dois corações que batiam tranquilos, mas palpitantes o suficiente para saber que ele estava realmente feliz por ela estar de volta.

– Seus corações... - Ela começou.

– Oh, Rose. Estive enferrujado. - E ele interrompeu novamente.

Doctor lembrou-se de agir normalmente e soltou-se de Rose.

– Então, Rose Tyler. Para onde quer ir agora? - Perguntou Doctor, voltando a atenção para os botões e controles da Tardis.

Rose abriu um sorriso largo.

– Onde requisitam sua presença, Doctor?

– Em lugar algum, podemos ir a onde quisermos.

– Deixo a sua escolha.

Rose piscou para ele. Doctor colocou a Tardis para funcionar enquanto observava Rose andar pela mesma, passando os dedos por toda parte. Ele colocou as mãos para trás, como se fosse dar uma péssima notícia. Não era tão ruim assim, mas precisava falar com ela.

– Rose, você sabe que está "morta", nesse mundo. Não sabe?

– Sei. - Rose assentiu. - Rose Tyler não existe mais.

– Bom, se te importar, pra mim Rose Tyler ainda é bem real.

– Acho que ela agora atende como "Senhora do Tempo".

Rose se arrependeu de ter falado assim que as palavras deixaram sua boca. Conteve o impulso de levar as mãos a boca, e viu Doctor rindo.

– Vou pensar sobre isso. - Fez uma pausa. - Agora temos algum lugar desconhecido para conhecer.

Doctor disse e passou por Rose, se direcionando a porta da Tardis.

– Primeiro as damas.

Rose saiu e ficou maravilhada. Como todas as vezes que saia da Tardis. Ela era como uma caixa azul mágica, que fazia com que ela despertasse a pequena Rose dentro dela. Fechou os olhos e respirou o ar limpo. Ainda estavam na terra. Depois olhou em volta. Viu telões, cores espalhadas por toda parte, pessoas indo e vindo falando em seus celulares e nunca pensou que iria ficar tão feliz com a normalidade.

Era normal e ao mesmo tempo não era. Agora tinha o Doctor novamente.

– Tenho algo para você, Rose Tyler.

Ele apertou a mão dela e eles saíram correndo pela multidão.


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