A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 54
Capítulo especial: O escorpião


Notas iniciais do capítulo

No capítulo especial de comemoração pelos 3 anos da fanfic, trago um rápido dialogo entre Ares e Selkh, o Cavaleiro de Ouro de Escorpião, com flashback da primeira guerra santa entre Ares e Atena.



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Capítulo especial: O escorpião


Santuário — Casa de Escorpião — Dias antes da lua de sangue

— Incontáveis milênios depois... E você retorna ao Santuário como o guardião dessa casa nessa geração. — disse Ares, caminhando no corredor escuro da casa de escorpião. — Você, que é conhecido como filho de Serket e o escolhido de Anubis, também é o primeiro Cavaleiro de Ouro de Escorpião. Selkh.

O homem com quem Ares estava falando, estava sentado de pernas cruzadas em um trono de mármore escuro que parecia ter emergido da Terra. De pele parda acinzentada, olhos dourados e cabelos roxo-azulado, ele estava trajando a armadura de ouro de escorpião, mas sua aparência estava diferente de quando Milo a usou. O elmo estava posicionado no grosso braço direito do trono e uma capa escura estava presa em suas ombreiras e escorria pelo trono. Seu cosmo, negro com vermelho, se fundia com as sombras da casa tornando-se um só.

— Você me reconheceu.

— Não tem como esquecer do escorpião que um dia me afligiu e foi o motivo da minha derrota.

—...—


Primeira Guerra Santa contra Ares – Era dos deuses

Ares, que ergueu seu Santuário onde tempo depois nasceu a cidade de Esparta, havia iniciado uma guerra sangrenta contra Atena após a deusa ter recebido de Zeus a autoridade de governar a Terra. O primeiro deus a se opor a Atena foi Poseidon, mas o deus dos mares foi derrotado e selado. Poucos anos depois, quando as cicatrizes dos cavaleiros ainda doíam devido a dura batalha, Ares se levantou contra a irmã querendo pra si o posto de deus patrono da Terra. A guerra já vinha durando anos e estava levando a cidade, a qual futuramente se tornaria a cidade de Atenas, à ruinas.

Muitos cavaleiros, berserkers e deuses aliados já haviam caído. Agora os dois deuses da guerra estavam se preparando para o confronto final.

Templo de Atena

O templo de Atena foi erguido no topo de uma montanha junto com outras edificações, o que anos depois iria se consolidar como o Santuário de Atena. Ainda não havia sido estabelecido as doze casas e o Star Hill. Nessa época existia outros templos e casas espalhadas pela montanha, e cada edificação era ligada por longas escadarias.

— Ares foi visto! — gritou um soldado entrando correndo no edifício que futuramente se tornaria o templo do Grande Mestre. No princípio era uma casa de estratégia de guerra, onde os líderes do exército se juntavam a Atena para montar planos e estratégias. — Ele está a cerca de noventa quilômetros ao sudoeste, vindo em nossa direção.

— Noventa quilômetros a sudoeste?! — disse o Cavaleiro de Prata de Hercules. Um homem alto de pele negra, olhos alaranjados e de cabeça raspada. Ele estava em pé ao redor de uma grande mesa com o mapa de uma vasta extensão de terra que depois recebeu o nome de “Grecia”. — Não está tão longe.

— Ele quer chegar até aqui. Deveríamos intercepta-lo. — disse a amazona de prata de Auriga. Seu rosto estava coberto por uma máscara e seus cabelos escuros amarrados em um rabo de cavalo. — A quarenta e dois quilômetros ao leste daqui, existe um estreito de terra cercado pelas águas do Mar Jônico e do Mar Egeu. Seria o ponto ideal para detê-lo e darmos um fim a essa guerra. O que a senhora acha, senhorita Atena?

Atena estava em pé entre os líderes e olhava pensativa para o mapa. Ela usava um vestido cinza sem mangas, um elmo dourado decorado com a imagem de uma esfinge no centro e um pégasos de cada lado, braceletes dourados adornavam seus braços, e seus peitos eram protegidos por uma peça de armadura dourada. Era uma mulher de expressão rígida e um olhar afiado.

— Acho valido. Com o caminho cercado pelo mar, só lhe restará seguir em frente e nos enfrentar ou recuar. Quem está acompanhando ele? — perguntou ao soldado.

— De acordo com relatório, ele está guiando seus berserkers montado em uma biga acompanhado por Phobos e uma deusa jovem que até então nunca havia sido vista.

— É Alala. — respondeu uma jovem entrando no salão.

Ela usava um longo vestido branco cintilante sem manga e tinha longos cabelos ruivos acobreados, com uma coroa de louro de ouro enfeitando a sua cabeça. Os olhos, agora espantados, eram dourados como uma moeda de ouro, mas nada se compara ao brilho dourado do par de asas que brotavam de suas costas. Nem mesmo o brilho de uma armadura de ouro chegava a ser tão vivo e divino. Pareciam que as penas eram feitas de ouro puro, mas notava-se a leveza enquanto ela caminhava.

— Nike? — disse Atena, surpresa. — O que está fazendo aqui? Meu pai a enviou?

— O Senhor Zeus não voltou para o Olimpo desde o dia em que passou a autoridade da Terra para você. O Olimpo neste momento está se aproveitando da Guerra Santa para eleger o novo Rei ou Rainha dos deuses. Com você e Ares lutando, e Poseidon selado, não restam muitas opções e certamente irão escolher Apolo, mas não foi sobre isso que eu vim. Dos portões do Olimpo eu vi uma grande massa escura marchando, e não se trata de mais um simples ataque de Ares. Ele está trazendo o exército inteiro. Pretende dar um fim a essa guerra.

— Com licença senhora, mas quem é Alala? — perguntou o Cavaleiro de prata de Hercules.

— É a deusa do grito de vitória e filha de Polemos, o deus menor da guerra. — respondeu Nike. — E assim como eu, ela também representa a vitória no campo de batalha, mas para isso é necessário invocar seu nome e só então ela concederá a sua benção.

— Então isso nos garante uma desvantagem? — perguntou a amazona.

— Não se Nike estiver do nosso lado. — disse Atena. — Nessa guerra irei precisar de toda ajuda possível. Os berserkers de Ares estão se mostrando mais poderosos do que eu imaginei. Suas Onyx superam até mesmo a durabilidade das minhas armaduras de ouro.

— Foi exatamente por isso que eu vim. Como serva de Zeus, seu pai, é meu dever auxilia-la. Atena... — a deusa se curvou. — Permita-me acompanha-la, estando sempre a sua direita e lhe guiando para a vitória.

— Será uma honra.

— Atena, sobre as Onyx dos berserkers... — começou o Cavaleiro de Ouro de Libra, que também estava reunido com a deusa. — Sei que a senhora proibiu o uso de armas, principalmente as armas de libra, mas peço que reconsidere. As armas de libra possuem um grande poder destrutivo e pode igualar o confronto entre nós e os berserkers. Caso contrário estaremos em total desvantagem.

— Se você julga necessário, não tenho motivos para discordar. — respondeu a deusa. — A partir de hoje, não caberá apenas a mim decidir o uso das armas de libra, mas caberá também a você e seus sucessores. Agora precisamos no organizar para partimos ao encontro de Ares. Prestem atenção. Eu seguirei na frente, em uma biga, acompanhada com Nike e Anathema de Aquário. Selkh de Escorpião, Exodos de Libra, Canaan de Leão e Melkabah de Áries irão liderar a primeira fileira, composta por cavaleiros de bronze e soldados. A segunda fileira, composta por alguns cavaleiros de prata, bronze e alguns soldados mais fortes, será liderada pelos Cavaleiros de prata de Cérberos, Hercules e Lira e o Cavaleiro de Ouro Yaldabaoth de Capricórnio...

— Minha senhora, perdoe-me a interrupção, mas porque um cavaleiro menestrel como o de Lira irá liderar a segunda fileira? — perguntou a amazona. — Ele poderia ser substituído por mim.

— O cavaleiro de Lira possui habilidades para enfraquecer o oponente. Capaz até de afetar deuses. Ele estará em uma posição ideal para dar suporte a primeira fileira. — respondeu Atena. — E por fim, não menos importante, os demais cavaleiros estarão compondo a última fileira. Estarão em maior número e maior força. Contudo, quero que Amergin de Touro fique neste ponto aqui... — disse apontando no mapa. — no fim do estreito de terra. Se algum berserker conseguir passar por nós, Amergin será a muralha que irá impedi-los.

— E quanto ao Pégasos? Ele não deveria ir com a senhora no lugar de Anathema? — perguntou Exodo.

— Um Pégasos de asas quebradas não pode voar. — respondeu Atena, duramente. — Se ele for realmente quem diz ser, o meu braço direito, ele irá levantar voo a tempo. Compreenderam? — todos assentiram com a cabeça. — Agora vão! Preparem o exército e assumam suas posições.

...


Estreito de Terra — Futura cidade de Corinto, ao leste de Atenas.

O exército de Atena estava posicionado na metade do estreito, com a formação que ela havia idealizado. Não demorou muito para que um forte tremor de terra pudesse ser sentido. Ao longe, surgindo como uma onda negra de trevas sedenta por sangue, surgiu Ares montado em uma biga, acompanhado por Alala e Phobos, liderando seus bersekers. Os olhos do deus não esconderam a surpresa por ver a irmã ali, a sua espera, preparada para lutar. A adrenalina pulsou forte em suas veias e então ele saltou de sua biga, entregando as rédeas para Alala, correndo ao encontro de Atena.

Vendo que Ares vinha em sua direção, Atena também saltou de sua biga e avançou. O encontro das espadas dos dois deuses gerou uma pressão devastadora que varreu o campo ao redor e fez o chão se desprender. Enquanto as divindades se enfrentavam, as duas massas de exército se chocaram e a sangria começou. Eram milhares de homens se enfrentando e lançando seus mais poderosos golpes. Uma chuva de flechas douradas cruzou o campo de batalha disparadas por Abrasax de Sagitário, que liderava a última fileira, e abateu centenas de soldados rasos. A região parecia pequena para tamanha concentração de poder. Horas se passaram até que, com a ajuda das armas de libra, o exército de Atena começou a ter vantagem contra os berserkers de Ares, mas o combate entre Atena e Ares estava longe de terminar. Por mais que Atena fosse uma deusa da guerra, sua maior virtude é a sua inteligência, enquanto seu irmão sempre foi mais habilidoso no combate corpo a corpo. Em certo momento da luta, as espadas de ambos se chocaram com tanta força que ambas ficaram em pedaços e ainda empurrou os dois para trás. A luta passou então a ser diretamente corpo a corpo. Por mais que Atena tivesse agilidade e soubesse golpear bem, Ares mostrava mais preparo físico que ela.

Ares concentrou o cosmo em sua mão e disparou uma onda de golpes que desequilibrou a irmã, e ela foi arremessada para alto e finalizada com uma segunda sequência de ataques desferidos por socos e por fim um chute que a levou direto para o chão. O deus da guerra pensou que a tivesse derrotado, mas o cosmo de Atena explodiu e a deusa da guerra se ergueu novamente, partindo pra cima de Ares. Ofuscado pelo forte cosmo da irmã, o senhor da guerra não conseguiu enxergar a tempo o avanço da deusa. Atena lhe desferiu uma sequência de golpes em seu peito e em seguida um golpe no queixo, arremessando o deus para o alto.

Não demorou para que Ares se recuperasse e explodisse o seu cosmo também, tão alto quanto o de Atena, e em pouco tempo tomou total vantagem na luta. Em dos seus poderosos ataques, Atena estava prestes a ser golpeada mortalmente, quando um cavaleiro de armadura e asas brancas a protegeu, atacando o deus da guerra com uma chuva de meteoros.

— Pégasos?! — gritou Ares, estendendo a mão e bloqueando o ataque. — Mas como?! Depois daquela luta com Deimos você deveria estar morto!!! E... o que é essa armadura?

— O sangue de Atena que estava na minha armadura me ergueu novamente. — respondeu ele, pousando diante de Atena como um anjo. Pégasos era um jovem de cabelos e olhos castanhos, e estava trajando a armadura divina de pégasos. — E com a ajuda de Hypnos e Morfeu eu pude sair de Morfeia, o mundo dos sonhos dos heróis.

— Desgraçado!

Ares se preparou para atacar, e Pégasos e Atena se posicionarem para uma defesa, mas o verdadeiro ataque veio por trás. Um berserker raso urgiu atrás de Atena portando uma espada de lâmina negra e cabo dourado. As cenas seguintes foram rápidas demais. Houve um grito que sobrepujou todos os outros no campo. Anathema, o Cavaleiro de Ouro de Aquário que possui a habilidade de olhar o fluxo do tempo e assim prever o futuro, previu Atena sendo morta por um golpe de espada carregada por um berserker. A lâmina negra transpassava seu peito e ela morria nos braços do Pégasos.

Seu grito de alerta foi ouvido por Melkabah de Áries, um homem de longos cabelos ruivos, olhos laranjas e pele parda, que imediatamente conjurou poderosos raios vermelhos e disparou contra o berseker, avançando em seguida e fincando a espada dourada de Libra no peito do oponente. A Onyx do berserker se despedaçou devido à forte descarga, e debaixo da indumentária negra surgiu um deus.

— O que?! Polemos? — disse Melkabah, surpreso.

Polemos, o deus menor da guerra e líder dos espíritos da guerra. O deus havia se disfarçado de berserker raso para se aproximar de Atena, mas seu plano foi frustrado. Ele arrancou a espada do peito e tentou se levantar.

— Senhor Ares... eu...

O deus da guerra olhou furioso para o deus menor e elevou o seu cosmo, apontando sua espada para ele.

— Polemos... Você... caiu! — Uma forte rajada de cosmo atingiu Polemos em cheio e o transpassou, abrindo um grande buraco em seu peito. — O seu fracasso tirou de mim a minha melhor oportunidade. Essa sua falha é imperdoável. Eu deveria expulsa-lo do meu exército, mas o manterem nele por causa de Alala. Contudo, você já não é mais um deus!! Esqueça esse título. A partir de hoje também não será o líder dos espíritos da guerra. Será para sempre lembrado como um deus caído, que tombou para os raios de um filho de Zeus. Vá para o Tártaro e volte daqui a alguns milênios. — Polemos foi reduzido a cinzas e Ares voltou-se para Melkabah. — Somente um filho do meu pai conseguiria manipular raios tão poderosos a ponto de ferir um deus. Você é um semideus!!

— Já chega Ares! — disse Atena. — Você perdeu! Seus filhos e seus deuses aliados caíram. Suas amazonas foram derrotas. Seus berserkers estão caindo de um por um. Já não tem mais o exército que tanto se orgulha.

Ares sorriu.

— Você está enganada, Atena. Eu ainda tenho uma última arma, mas também é a mais poderosa. — Alala surgiu ao lado de Ares e ele segurou o seu braço.  O corpo da deusa então brilhou e tomou a forma de uma lança de cabo vermelho e ponta dourada. — A minha lança!!

A lança de Ares é... Alala?! — pensou Atena, surpresa.

Com um largo sorriso no rosto, Ares elevou o seu cosmo e disparou um golpe de sua lança contra Atena e Pégasos, mas Melkabah se jogou na frente do golpe e o recebeu em cheio, atravessando o seu peito.

— Melkabah! — gritou Atena.

— Atena! Afaste-se!! — gritou ele, cuspindo sangue. — Ares!! Você vem comigo!! — o cosmo dourado de Melkabah tornou-se tão vermelho quanto seus cabelos e sua capa, formando duas esferas de cosmo compactado, uma em cada mão, parecendo duas pequenas estrelas vermelhas. — Queimarei toda a minha vida neste golpe! Explosão de raio gama!!

Melkabah colidiu uma estrela com a outra e em seguida houve uma poderosa explosão, como se duas estrelas gigantes tivessem entrado em colapso e explodissem, liberando uma grande quantidade de energia em jatos concentrados. Mesmo sendo um golpe concentrado, o chão se desprendeu violentamente, forçando Atena e Pégasos recuarem. Ares recebeu o golpe em cheio e foi violentamente arremessado para trás.

— Melkabah!  — Anathema correu e segurou o corpo do amigo. — Melkabah!!!!

Uma alta gargalhada cortou o gritou de Anathema. Um pouco cambaleando e com os ferimentos escorrendo ikhor dourado, Ares se levantou ao lado de sua biga. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos cada vez mais esbugalhados em sua insanidade. O deus elevou o seu cosmo e repeliu os danos causados por Merkbah, e seus ferimentos cicatrizaram devido o poder do seu Ikhor.

— Quantos cavaleiros terei que matar até que reste apenas você, Atena?! — gritou Ares, enquanto subia na biga. — Matarei todos se assim for necessário!!

— Atena... — Selkh, o cavaleiro de ouro de Escorpião, parou ao lado da deusa. — Você e Pégasos terão que derrotar Ares juntos. Anathema e eu daremos cobertura.

— Está bem. Vocês me darão cobertura pela esquerda junto e Pégasos irá logo acima de mim, descendo com um ataque de suporte.

— E quem irá pela sua direita? — perguntou Pégasos.

— Eu. — respondeu Nike. — Mas Atena deverá me levar em sua mão direita da mesma forma que Ares leva Alala. Como uma arma. Eu serei o báculo que guiará Atena e seus cavaleiros para a vitória nessa guerra santa, e nas futuras guerras que virão. Enquanto Atena tiver a vitória na mão direita e o escudo da justiça na mão esquerda, nenhum inimigo irá lhe vencer. Não importa a situação. Eu sempre guiarei seus destinos para o sucesso.

— Nike...

— Atena...

O corpo da deusa alada brilhou como ouro e suas asas se abriram e se ergueram. No lugar de Nike agora havia um báculo de haste escura e símbolo dourado. A personificação da deusa da vitória. E Atena a tomou em suas mãos.

Os cavalos que puxavam a biga de Ares relincharam e começaram a galopar quando o deus estralou as rédeas. Eram cavalos negros com olhos e patas em chamas. O cosmo de Ares e elevou e sua onyx divina surgiu, abrindo um par de asas de penas vermelhas afiadas. Atena também elevou o seu cosmo como resposta, e sua armadura divina cobriu o seu corpo, abrindo um par de asas douradas.

Os deuses correram ao encontro do outro novamente, como dois anjos alados, e dessa vez a colisão das armas divinas foi ainda mais destrutivo. O choque de cosmo foi tão devastador que extravasou para os lados e para baixo, rasgando o chão e formando uma fenda tão profunda e extensa que abriu um profundo e largo canal com mais de seis quilômetros de comprimento e vinte metros de largura, ligando o Mar Egeu ao golfo formado pelas águas do Mar Jônico. Passando a ser chamado futuramente de “Canal de Corinto”.

O embate entre Ares e Atena era devastador e mesmo Atena não sendo tão boa em uma luta com armas, Nike guiava os seus movimentos para lhe garantir a vitória. Mas a lança de Ares era um grande atrapalho. A força emanada pelo deus da guerra e Alala gerava uma pressão poderosa que dificultava o combate. Foi então que Pégasos atacou, unindo-se ao combate. Ele desferia mais de um bilhão de socos superando a velocidade da luz, mas o escudo de Ares bloqueava o ataque e em seguida repelia.

Anathema tentou atacar, mas antes mesmo de preparar o seu golpe ou até prever o futuro, Ares usou o escudo para bloquear o ataque de Atena e estendeu a lança para o Cavaleiro de Aquário. O golpe rompeu o cosmo de Anathema e o pegou de raspão, mas a potência foi poderosa o bastante para arrasta-lo para a beira da fissura aberta pelos dois deuses. Achando que havia se livrado dos cavaleiros, Ares se voltou para Atena e Pégasos, abrindo uma brecha mortal para Selkh. O Cavaleiro de Escorpião foi pela lateral e atacou.

Veneno de Serket!

Um fina picada atingiu a lateral do corpo de Ares, em um ponto exato que sua onyx não o protegia. Imediatamente Ares se curvou com a dor e o efeito do veneno, mas logo o seu ikhor iria lhe curar, então Selkh disparou uma sequência de ataque em todas as brechas da armadura do deus, até que ele perdeu a capacidade de continuar a luta. A dor que Ares sentia era insuportável, e seus sentidos estavam sendo tomados aos poucos. Atena se aproveitou do momento, e junto com o Pégasos desferiu um golpe que rompeu o peito da onyx do deus e o arremessou para trás.

Restrição!! — gritou Selkh, criando uma poderosa paralização psíquica, detendo os movimentos de Ares.

Atena chutou o escudo e a lança de Ares, afastando as armas divinas do alcance do deus, e colocou a o báculo em seu pescoço.

— Acabou Ares. — disse ela, ofegante. — Você perdeu. Irei leva-lo para a prisão do Tártaro e você ficará lá para expiar a sua ganância.

Os olhos do deus miraram Atena e estava tomado por ódio. Ele perdeu. Seus deuses, filhos, berserkers e Amazonas caíram. Não restava mais ninguém ao seu lado. Ou não. O chão começou a tremer e logo uma gigantesca cratera se formou a pouco metros atrás de Ares, engolindo tudo que havia no local. Do grande buraco ecoou um uivo sinistro e em seguida um gigantesco cão de três cabeças pulou para fora do buraco e avançou em direção a Atena.

— Cérbero?!!

Atena usou seu escudo contra a grande besta e o animal recuou. Nesse momento Ares se aproveitou que Atena e seus cavaleiros estavam distraídos e então correu e pulou para dentro do buraco. Ao ver que o deus havia pulado, Cérbero recuou e pulou em seguida. Atena ainda correu para segui-los, mas o buraco se fechou rapidamente.

— Não!! — gritou ela, furiosa. — Hades!!!! Seu desgraçado!!

—...—

 


Santuário — Casa de Escorpião — Dias antes da lua de sangue

— Como você conseguiu sobreviver por tantos milênios? Você não é um deus e também não recebeu o misopheta menos. — perguntou Ares.

— Fui agraciado com a capacidade de reviver. Do pó eu vim e ao pó eu retorno. Séculos após séculos. É isso o que significa ser um “escolhido de Anubis”. Agora me diga, o que veio fazer nesta casa?

— Quero saber, porque voltou a vestir a armadura de ouro e de que lado você está? Você estava vivo, mas não apareceu no Santuário para proteger Atena durante a invasão. Se curvou para mim na minha posse, e agora permanece sentado, isolado nas doze casas. Um homem como você jamais iria se aliar a mim. Que posição você está tomando nessa guerra?

— Existe tantos questionamentos assim na sua cabeça?! Já não sou um Cavaleiro de Ouro há muito tempo. Desde o dia em que Atena resolveu abandonar sua forma divina, e passou a reencarnar como uma humana. Não sou de apoiar atitudes estupidas. Por isso não a ajudei nessa guerra santa, assim como não a ajudei quando o Cavaleiro de Gêmeos tentou matá-la há mais de trezes anos atrás e em tantas outras situações durante séculos.

— E o que mudou agora para você estar aqui?

— A armadura de escorpião foi até mim por vontade própria. A pessoa que irá herda-la ainda não se encontra... capaz. Eu poderia ignorar a sua vontade, mas prometi a Atena que se um dia eu voltasse a pisar no Santuário, seria para julgá-la pelo erro de tomado uma forma humana. Mas... Não entenda que estou do seu lado, Ares. Se Atena voltar do Tártaro, eu mesmo a derrotarei, e em seguida irei me voltar contra você. Preciso devolver o equilíbrio, e você faz a balança pender para o pior lado da humanidade.

Ares sorriu.

— Pretende derrubar Atena e eu?! E quem irá assumir a Terra em nosso lugar? Pretende por acaso entrega-la nas mãos dos deuses egípcios?

— Nunca foi a minha primeira opção. Poseidon seria o deus ideal para governar a Terra. Ele ama a humanidade e tem um forte senso de justiça e honestidade. Sua única falha é a maneira que tenta “limpar” a sujeira que corrompe os homens.

— Você é um homem intrigante. Mesmo diante de mim, sua língua não se abala. Continua com esse olhar de superioridade e essa sua ambição... É um tanto arriscada. Vencer Atena? Me vencer? Você tem que ter muita confiança em suas habilidades.

Selkh sorriu.

— Ares...  Passei vários milênios treinando com deuses, presenciando guerras santas e conhecendo milhares de técnicas. Cada uma mais poderosa que a outra. Meu cosmo já não é o mesmo de milênios atrás. Eu sou o tipo de homem que... O lado que eu apoiar nesta guerra... Vence!

—...—


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Notas finais do capítulo

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