A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 4
Capítulo 4 - A honra de cada cavaleiro e a audiência com o senhor do medo.


Notas iniciais do capítulo

Sempre que as forças do mal tentem dominar a terra, os lendários Cavaleiros de Atena surgem para protegê-la. Neste capitulo, oito anos se passaram e o treinamento dos aspirantes a cavaleiros chega ao fim. Coliseu lotado, começa as entregas das honras de cada cavaleiro. Faltando apenas cinco anos para a guerra, uma audiência entre deuses teve inicio.



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Capítulo 4 – A honra de cada cavaleiro. Audiência com o Senhor do Medo


Ruínas antigas da Grécia - Santuário de Atena - 1990

Ao leste do Santuário existe um campo cercado por imensas rochas. Os aspirantes a cavaleiros vão para esse local treinar com mais liberdade. É onde eles podem elevar seus cosmos que ainda estão despertando, sem correr o risco de danificar o Santuário com golpes descontrolados. É um campo meramente plano, exceto pelas pequenas crateras resultantes de alguns treinamentos, com antigas ruínas de templos antigos, que após séculos só restou pilares rachados.

A única coisa que ilumina aquele campo a noite é a própria lua. Já era madrugada, mas três pessoas estavam no meio do terreno treinando. Pela silhueta, um homem e duas mulheres. 

— Dessa vez tente se esquivar. — disse o homem em pé em cima de uma coluna grega. Seu corpo estava coberto por um manto branco e um capuz lhe cobria a cabeça, deixando o seu rosto oculto na sombra da noite.

Um pouco longe de onde ele estava, as duas mulheres se enfrentavam com socos e chutes. Ambas usando máscaras. Uma tinha cabelos vermelhos, soltos, dançando no vento forte, pele pálida e usava roupa de treino. A outra, que estava agora tentando se levantar do chão depois de levar um chute na barriga, tinha uma vestimenta semelhante. Além de máscara, ela também usava um elmo. Ela estava com cortes nos braços e com as mãos repletas de calos.

Antes dela se levantar, a mulher de cabelo vermelho mirou um chute em seu rosto, mas foi interrompida.

— Já chega!  disse o homem. — Vamos terminar por hoje. Leve-a e cuide dos ferimentos.

— Sim senhor.

A garota de cabelo vermelho colocou a outra menina nos ombros e partiu em direção ao Santuário.

— Amanhã voltaremos. — disse o homem. — Até ela estar pronta.

—...—


Coliseu - Santuário de Atena - 1996 - 10 anos após a Guerra Santa contra Hades

O coliseu estava lotado para assistir a entrega das armaduras para aqueles que, após anos treinando, conseguiram chegar até a ultima etapa.

Na parte mais larga e plana da escadaria, entre as duas plateias do coliseu, estava Atena sentada em um trono segurando seu báculo na mão direita, a qual estava enfaixada por ataduras. A deusa estava usando um vestido branco e uma pulseira dourada em cada pulso. Do seu lado direito estava o Grande Mestre em pé, trajando um manto branco que cobria todo o seu corpo.

Do lado esquerdo estavam as saintias Tourmaline e Pavlin. Tourmaline estava trajando um vestido branco, estilo grego, com linhas douradas nas bordas. Ela usava uma pulseira grossa, com o símbolo do báculo de Atena cravado, no braço direito. E seus cabelos vermelhos estavam amarrados em "rabo de cavalo" com uma mecha presa atrás da orelha. Pavlin, com seus longos cabelos loiros soltos, estava trajando uma vestimenta semelhante a de Tourmaline. Ela olhava atentamente para os lados para garantir a segurança de Atena.

Abaixo deles, quase no fim da escadaria, estava em pé Seiya, Hyoga, Shun e Ikki, trajando suas respectivas armaduras de ouro.

— Oito anos se passaram desde o dia em que foi dado início aos treinamentos dos aspirantes. — anunciou o Grande Mestre e toda plateia do coliseu ficou em silêncio. — Muitos já foram honrados com as armaduras de prata e de bronze. E hoje teremos a entrega de mais uma armadura de prata. — O Grande Mestre olhou para dois jovens que estavam no centro do coliseu. — Vocês dois foram os únicos, de um grupo de duzentos e quinze aspirantes, que evoluíram satisfatoriamente e chegaram até o final. Hoje irão lutar um contra o outro e o vencedor será o mais novo guerreiro da patente de prata. E se serve de estímulo, devo lembrar a vocês que o cosmo queima mais intensamente quando lutamos almejando a preservação da justiça. Boa sorte aos dois e que comece a disputa.

Ao fim do anúncio do Grande Mestre a luta entre os dois aspirantes começou. O mais alto tinha cabelos escuros, era musculoso e em seu rosto expressava brutalidade. Já o outro era mais baixo, tinha cabelos loiros e era mais magro. Lutava com uma expressão serena e confiante. 

Eles lutavam em um mesmo nível de agilidade. Um desviava com exatidão do soco do outro, até que o menino de cabelos loiros se descuidou e foi acertado por um chute no lado direito de seu abdome, sendo lançado contra a parede do coliseu, deixando rachaduras após o impacto.

— Desista moleque! — disse o homem alto com uma voz grossa. — A armadura será minha! Como alguém tão fraco como você pode usar uma armadura tão poderosa como essa?

Ele segurou o menino loiro pelos cabelos e o lançou para cima. Quando o menino voltou a descer em direção ao solo, o homem disparou um soco e o lançou contra a parede do Coliseu novamente. Pedaços da parede caíram em cima dele, que já estava com a testa sangrando. A plateia vibrou.

— Levante-se fracote! — zombou o homem. — Só de pensar que você era o preferido do seu Mestre... — disse ele olhando sorrateiramente para Shun de Virgem. — Que piada. Todos achavam que você chegaria a final por ser discípulo daquele homem. E parece que estavam certos. Pelo visto não chegou por questão de força. Certamente foi por influência! Você é fraco! Mestre mole, discípulo fraco! — ele deu uma gargalhada e a plateia riu também, concordando com ele.

Ikki estreitou os olhos repudiando a provocação do aspirante e imediatamente a plateia se calou. 

— Você pode zombar de mim se quiser, eu não me importo, mas não vou permitir que zombe do meu Mestre. — disse o menino, se levantando com uma pontada de dor no peito. Além da testa sangrando, ele também havia fraturado uma costela.

— Vai fazer o quê? — perguntou o homem, e correu em direção ao rapaz. Ele pulou e desceu em uma investida com os dois pés. Naquela velocidade e força o menino poderia sofrer sérios danos, ou morrer.

Quando o homem pisou no chão, formou uma grande cratera e uma nuvem de poeira se levantou.

— Mas... o-o-quê? — disse ele espantado, ao olhar para o chão e não ver o corpo do menino de baixo de seus pés.

— Tolo.

O jovem estava atrás dele com um dedo encostado no centro de sua coluna.

— Achou que eu ia ficar parado esperando você me atacar?

O homem tentou se virar, mas não conseguia.

— O que você fez? — perguntou ele, desesperado.

— Atingi seu sistema nervoso central. — respondeu o rapaz. — Você está errado sobre mim. Não cheguei até aqui por influência do meu mestre. Tive um treino árduo para despertar o meu cosmo e vencer cada obstáculo que me trouxe até aqui. E eu vou lhe provar isso. E saiba que isso é pelo meu Mestre.

O jovem deu um salto para trás e elevou seu cosmo. A plateia que antes zombava, permaneceu em silêncio. Todos ficaram impressionado com o brilho do cosmo que ele emanava. O menino concentrou todo seu cosmo no punho direito e disparou um golpe contra o homem, que ainda estava paralisado.

O golpe se dividiu em vários. Como se fosse várias estrelas cadentes cortando o centro do Coliseu e indo em direção a um único ponto, mas antes de acertar o alvo o cosmo parou. O golpe se dissolveu e apagou. O homem então cedeu com os joelhos ao chão sem entender por que não foi atacado.

— Ao contrário de você, não sou violento e orgulhoso. — disse o rapaz. — Na verdade já tinha te vencido desde o momento em que eu apliquei o golpe paralisante. A luta já tinha terminado ali. Mas eu precisava fazer você sentir a dimensão do meu cosmo. Provar a você e a qualquer outro que cheguei até aqui por mérito e não por influência. 

A plateia vibrou. Dois soldados entraram na arena e tiraram o homem. Atena então se levantou.

— Meus parabéns! — disse ela. — Em resposta a sua vitória, eu o honrarei com a armadura de prata de Lagarto. Mas lembre-se, a sua armadura só pode ser usada por causas justas. Para proteger os inocentes. Jamais use-a por proveitos egoístas.

— Como é o seu nome rapaz? — perguntou o Grande Mestre

— Alec, senhor. — respondeu o menino

— Alec de Lagarto. — disse Atena, com um sorriso. — Quero dizer a você e a todos os outros cavaleiros aqui presente que a cor de suas armaduras não limita o cosmo de vocês. Não importa se você é bronze, prata ou ouro, o que importa é o seu cosmo que pode se tornar infinito. Aos demais que treinaram e não conseguiram uma armadura, peço que continuem a servir ao Santuário como soldados. Vocês também são indispensáveis para o meu exército. — Todos olhavam para Atena com admiração. Ela estava confortando o coração de muitos que estavam amargurados por não terem conseguido uma armadura. — Vocês também são meus guerreiros. Vocês possuem cosmo e se elevarem o cosmo dentro do coração de vocês, podem fazer com que uma das armaduras os honre. Lembre-se que não é o cavaleiro que escolhe a armadura, mas sim o contrário. A honra do cavaleiro está no cosmo e em seus ideais pela justiça. Tudo depende do quanto confiam em si mesmos e no cosmo que arde dentro de vocês. Peço a todos que protejam a Terra, a humanidade, o Santuário e me auxiliem. Com ou sem armadura.

— POR ATENA!!! — gritou todo o Coliseu.

Atena sorriu. Aqueles eram seus cavaleiros. Seus companheiros no futuro campo de batalha.

— Obrigada.

— ... —


Em algum lugar de Roma - Poucos meses depois, 1996

Um homem alto, de porte atlético, caminhava pelo corredor que dava em direção a uma alta porta dupla branca guardada por dois soldados armados com lanças. Os soldados estavam vestidos como os guerreiros de Esparta. Capacete com plumas vermelhas, saia de couro, peitoral e ombreiras de bronze e sandália nos pés. 

— Audiência com o senhor do medo. — disse o homem, com uma voz grossa.

Os soldados se afastaram e a porta foi aberta. Por de trás da porta havia um imenso salão. O teto era uma abóboda enfeitada com curvas gregas e pedras preciosas. As colunas que sustentavam o salão eram negras como o ébano, com linhas douradas em suas extremidades, ganhando destaque na imensidão de todo aquela escuridão. Iluminado por tochas, o salão era silencioso e tenebroso. 

No final do salão havia um trono negro com detalhes dourados no qual uma figura imponente estava sentada. Um homem magro com cabelos negros e olhos azuis como o céu. Olhos calmos e calculistas. Belo como um anjo. Vestindo uma toga grega branca com bordas vermelhas, ombreiras, abraçadeiras e um sinto, parece ser uma mistura de senador romano e um soldado.

— Está atrasado! — disse o homem sentado no trono. — Como sempre.

— O tempo para nós não importa. — disse o homem. Seus cabelos eram curtos e prateados, e na lateral do seu rosto havia uma cicatriz profunda.  Isso é tão humano vindo de você, irmão.

— Como está a preparação das tropas?

— Todos estão prontos. Podemos invadir agora mesmo. Ficar aqui em uma audiência é perda de tempo.

Com um gesto irônico, o homem que estava sentado no trono se levantou e foi em direção ao seu irmão.

— "O tempo para nós não importa. Isso é tão humano vindo de você", Deimos.

— Mas o que nos impede, Phobos?! Vamos invadir e acabar com tudo e com todos agora mesmo.

— Não! — disse Phobos.

— Ainda não entendo o que te impede de avançar.

 O que me impede de avançar é a sua falta de atenção e raciocínio. — disse o deus do medo, olhando nos olhos de Deimos.  Cavaleiros de ouro, Generais Marinas, Poseidon, espectros, Hades, Hypnos e Thanatos. Todos poderosos, mas alguns foram superados, outros igualados e derrotados por cinco cavaleiros de bronze, os quais, todos os oponentes os subestimaram. Ninguém acreditou que eles subiriam as doze casas, entrariam no Reino de Poseidon, passariam pelos portões do mundo dos mortos e chegariam aos Elíseos. Mas fizeram.

— Está com "medo" Phobos? — debochou Deimos.

— Deixe de piadas, Deimos. Não subestime eles você também. Todos que os subestimaram pagaram com a própria vida. Hoje são conhecidos como "lendários." Já imaginou como o Olimpo está se revirando neste exato momento?

— Claro que estão. — Deimos deu uma risada abafada — Eles estão com medo, assim como você. Estão com medo porque dois dos três grandes deuses do Olimpo foram derrotados. Estão com medo porque Hypnos e Thanatos, os filhos de Nyx, foram derrotados. Estão com medo porque os doze cavaleiros mais poderosos foram superados.

— Exato. Não podemos invadir o santuário sem nos preocuparmos com eles.

Phobos deu as costas e voltou a sentar-se no trono.

— Então o que aconselha a fazer? Esperar que se passe cinquenta anos e quando eles estiverem velhos nos atacaremos?

Neste momento a grande porta se abriu e um homem entrou no recinto. Era um homem de longos cabelos roxos e olhos prateados, vestindo um tipo de armadura de cor prata.

— Anteros?! — disse Phobos, enrugando o cenho.

— Trago o relatório obtido pelos espiões. Segundo o relatório, o santuário está sem defesa. Poucos cavaleiros de bronze, alguns de prata, e apenas dois cavaleiros de ouro protegendo as 12 casas.

Um sorriso surgiu no canto da boca de Deimos.

— Apenas dois Cavaleiros de Ouro?! — Disse Phobos, questionando a informação. E os lendários?

— Shun e Ikki renunciaram as suas armaduras de ouro, e voltaram a vestir as armaduras de Andrômeda e Fênix. Mas ao que parece, Ikki de fênix se retirou do Santuário misteriosamente e desapareceu. Não há sinal do seu paradeiro. Shiryu de libra, o antigo cavaleiro de bronze de dragão, está nos Cinco picos antigos de Rozan. Hyoga de aquário, o antigo cavaleiro de bronze de cisne, e Seiya de Sagitário, a reencarnação do Pégaso, estão nas doze casas do Santuário protegendo Atena.

— Vamos esperar mais um pouco. — disse Phobos, pensativo.

— Esperar quanto, Phobos? — perguntou Deimos, irritado. — Você ouviu Anteros. O exército de Atena está vulnerável. 

— Não! Vamos esperar o tempo necessário para que no mínimo a consciência de nosso senhor desperte. — respondeu Phobos. — Até lá, vamos deixar que o espião continue nos informando.

Deimos deu as costas e seguiu em direção a porta do salão. 

— No Grande Dia... — Ele parou na entrada e olhou para Phobos com uma expressão séria. — Eu vou liderar o exército. Eu vou lavar o chão do santuário com o sangue dos cavaleiros. E nesse dia não ouse me impedir.

Ele não esperou Phobos rebater. Deu as costas e desapareceu na escuridão do corredor. Deixando para trás seu irmão sentado no trono apenas observando.

—...—


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Notas finais do capítulo

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Contato: (81) 997553813

Próximo Capítulo: As armaduras de ouro saem do Santuário e se espalham pelo mundo indo em direção aqueles que nascerem predestinados a serem os novos cavaleiros de ouro. Egito, França, Espanha... a chamada para os cavaleiros de elite do Santuário começou.
O Grande mestre irá atrás de uma pessoa importante para o Santuário.


Capitulo 5 - O desabrochar de uma rosa.



Agradecimentos: Queria agradecer a todos vocês que vem acompanhando cada capitulo. Agradeço a você também que começou hoje, mas que já está ansioso pelo próximo capítulo. Agradeço a você que comenta com sua opinião, criticas e sugestões. Isso me ajuda muito e estou de mente aberta para entender a cada leitor meu.
Abraços.



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