A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 31
Capítulo 29 - O mito de gêmeos se repete. Luta de "titãs"


Notas iniciais do capítulo

Seiya e os outros chegam na Espanha, mas sentem que de alguma forma estão sendo seguidos. Adonis, enviado por Afrodite e Ares, ataca o grupo de Seiya e inicia uma batalha contra o dourado de Sagitário. A luta porem é interrompida com a chegada de Kastor. O Mito de gêmeos então se repete. A luta entre gigantes começa.



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Capítulo 29 - O mito de gêmeos se repete. Luta de "titãs"


Mansão nos arredores do Vilarejo de Rodorio - Grécia

— Ele vai voltar? — perguntou a criança mais nova.

Hestia o cobriu com um manto branco para esquentá-lo. A noite já tinha chegado e a temperatura tinha caído bastante.

— Quem? O Jake?! — a deusa sorriu graciosamente. — Vai sim. Ele tem um bom coração. Ele é um bom menino, assim como você. Mas ele é muito teimoso. Eu pedi para que ele fosse ajudar os amigos dele, mas sinto que ele não me obedeceu. O cosmo dele está se deslocando para outro caminho.

— Ele é tão novo. Por que virou um cavaleiro com tão pouca idade? — perguntou a outra criança mais velha. Ele parecia ter dez anos.

— Para proteger inocentes como vocês. Proteger quem não pode se defender sozinho. Geralmente o treinamento de um cavaleiro começa por volta dos sete anos de idade, pois a criança tem uma mente mais aberta para entender sobre o cosmo e atingir níveis considerados impossíveis. Esses jovens compartilham dos mesmos ideais de Atena, que é conservar o amor entre os humanos e manter a paz e a Justiça. Homens com esse desejo honroso sempre cumprem suas promessas. — Hestia abotoou a camisa do menino e pós a mãos em seu ombro. — Está ficando frio aqui fora. Vamos cuidar desses ferimentos, tomar um banho e comer algo. — Ela esboçou um sorriso e pegou a criança mais nova no colo. — Vamos entrar? A mansão parece vazia agora. — Ela tomou o outro pela mão e os guiaram até a mansão. — Vamos ficar aqui até que Jake retorne.

—...—


Santuário – Casa de Touro

Ápis estava diante da casa de Touro vigiando o Santuário. Seus sentidos estavam atentos a qualquer movimentação quando sentiu o cosmo de Jake se elevando e se afastando do Santuário. Ápis virou-se em direção ao vilarejo de Rodorio.

— Jake?! — perguntou olhando em direção ao vilarejo. — Sem dúvidas é o seu cosmo, mas... para onde ele está indo? Jake...

—...—


Santuário – Salão do Grande Mestre

Phobos estava em pé no grande salão lendo um livro quando percebeu cosmos poderosos se aproximando do Santuário. Ele olhou para Anteros, que estava sentado no trono. O deus da manipulação também havia notado.

O aglomerado de cosmo atravessou o céu das doze casas violentamente e caiu atrás do templo do Grande Mestre, gerando um forte abalo na montanha do Santuário.

— Mas o que foi isso?! — perguntou Anteros, se levantando do trono.

— Esse cosmo... — disse Phobos.

— Senhor Phobos! — chamou um soldado berserker entrando no Salão do Grande Mestre. Ele saiu de trás das cortinas, vindo do templo de Atena.

— Qual o motivo para tanto barulho? — perguntou Anteros.

— É o Senhor Deimos!! — disse o soldado. Phobos fechou o livro e olhou para o subordinado. — Ele... Ele voltou.

Anteros e Phobos rapidamente se dirigiram ao antigo templo da deusa. Ao atravessar as cortinas e andar por um curto corredor, se depararam com a área que antes era o templo principal de Atena. Onde por séculos a estátua de Atena esteve presente sendo o símbolo da justiça.

No lugar da estátua tinha um grande dragão vermelho deitado e aparentemente ferido. De seus ferimentos escorria um sangue brilhante. Ikhor.

— Draco se transformou!! — disse Anteros, surpreso.

Ao lado do dragão, encostado na asa ferida, estava Deimos sentado e encharcado de sangue. Éris, a deusa da discórdia, estava cuidando dos seus ferimentos. Ela estava espremendo uma pequena fruta dourada que escorria um caldo grosso dourado e brilhante.

— O que aconteceu, Deimos? — perguntou Phobos, se aproximando.

O deus não parecia em condições de responder. Éris encostou a cabeça de Deimos nas asas de Draco e se levantou.

— Ele está bastante ferido. Dei a ele um pouco de ambrosia para acelerar o efeito de cura, mas ainda assim vai precisar de alguns curativos. — explicou Éris.

— Mas quem o deixou nesse estado? — perguntou Anteros.

— Deimos foi pego em uma emboscada. A representante de Asgard sabia que o exército de Ares iria marchar contra eles. — disse a deusa. Phobos arregalou os olhos surpreso. — Quando chegaram lá, o exército asgardiano estava esperando por eles. Os deuses de Asgard também interferiram e um deles acabou lutando com Deimos. — Éris olhou para o deus do Terror. — Loki, o deus da magia, enfrentou Deimos até a morte. Ele teria morrido se um dos berserkers não tivesse ajudado.

— E onde está Hayato e os outros berserkers? — perguntou Anteros.

— Só restou um berserker. Todos os outros estão mortos. Ambos os exércitos foram igualmente arrasados. Asgard está completamente destruída e no Palácio só restou Hilda e dois guerreiros deuses.

— Então Deimos falhou em dominar Asgard. O senhor Ares não vai se agradar ao saber disso. Na última vez que ele se comunicou deixou bem claro suas exigências. — disse Phobos, cerrando o punho. — Mas como eles souberam? Como Hilda soube que estávamos indo dominar o país nórdico?

— Você... Você sabe... Você já deve desconfiar. — Deimos se esforçou para falar e seu esforço o fez cuspir sangue. Sua voz estava rouca e ele se engasgava ao falar. — Aquele filho da mãe... Desgraçado! Delfos tinha previsto a nossa ida e enviou uma carta avisando. Aquele Cavaleiro de Ouro miserável... Aquário! Também estava em Asgad nos esperando. Foi ele... Foi ele quem levou a carta para Hilda anos atrás a pedido de Delfos informando sobre a invasão.

— Se Delfos previu que Asgard seria invadida, então não podemos descartar a possibilidade de ter previsto a invasão em Senkyou ou no Palácio de Vouivre. Podemos estar caindo em uma armadilha. — Os olhos de Phobos ficaram vermelhos. — Cada passo que nós damos o desgraçado já está um passo à frente!! Até que ponto ele previu? Não importa se Senkyou e o Palácio de Vouivre sabem que iremos atacar. Enviarei um exército para aniquilar os dois.

— E quem você vai enviar? — perguntou Anteros. — Deimos não está em condições de lutar e Draco está ferido.

— Não temos apenas Draco e Deimos. — Phobos olhou para Éris. — Você está em condições?

— Claro que estou. — respondeu Éris.

— Você irá para a França invadir o palácio de Vouivre.

— Mas quem você irá enviar para Senkyou? — perguntou Anteros.

— Eu mesmo irei se for necessário. — disse Phobos. Anteros pareceu surpreso. — Irei esperar Draco se recuperar. — Phobos olhou para Éris. — Esteja preparada. Na próxima vez que eu lhe chamar, esteja pronta para a invasão.

—...—


Barcelona – Espanha

Após desembarcarem no litoral de Barcelona, Seiya e os outros pegaram dois carros e partiram em direção a fronteira da Espanha e da França. Teriam que se deslocar de forma mais "humana" até chegarem na Alemanha. Mesmo que estivessem com pressa para chegar até Thanatos, a ordem dada era que fizessem isso sem chamar atenção e escondendo o cosmo. O grupo se dividiu em dois, mas deveriam se encontrar no mesmo local. Um grupo ficou entre Seiya, Shun, Shina, Retsu e Plancius. O segundo grupo ficou entre Alkes, Jabu, Nachi e os dois soldados que vieram com Plancius.

— Pensei que fossemos ser discretos... — disse Plancius que estava no banco de trás entre Retsu e Shina. — Mas vocês acham que andarmos por ai de BMW é ser discretos?

Shun, que estava sentado no banco do passageiro, ao lado do motorista, deu uma risada. Duas BMW preta estavam no litoral esperando por eles.

— Primeiro um iate, depois duas BMW e no porta-malas do carro tinha um envelope com bastante dinheiro. De onde está vindo tanto investimento? — perguntou Shun.

— Alkes acha que Asclépio esteja bancando todos os gastos. — respondeu Seiya, que estava dirigindo.

— Para onde estamos indo mesmo? — perguntou Shina

Shun pegou um papel do bolso e leu.

— Para um hotel que fica no centro da cidade. Vamos nos hospedar hoje lá e partiremos no final da tarde para a França. E de lá nós... — Shun se calou. Ele sentiu uma vibração em seu cosmo. Depois que Shun uniu sua armadura com o seu cosmo, ele passou a ter a habilidade de sua corrente em detectar qualquer inimigo ou força ameaçadora que se aproximasse. Alguém estava seguindo eles, mas estava tentando ocultar seu cosmo. — Tem... Tem alguém se aproximando. Não!! Está nos seguindo!! Esse cosmo é... violento!! — pensou Shun. — Seiya! Vire o carro para a esquerda.

Seiya olhou para Shun tentando entender o que estava acontecendo.

— Mas o GPS diz o contrário, Shun. — disse Seiya, apontando para o aparelho ao lado do painel do carro.

Shun desligou o aparelho e olhou sério para Seiya.

— Para a esquerda, Seiya! Agora!

Seiya girou o volante e entrou na rua a esquerda. Shina e Retsu se olharam silenciosamente. Plancius se segurou no cinto de segurança e olhava pela janela como se procurasse uma razão para Shun ficar tão tenso. Seiya dirigiu até entrar em um pátio largo repleto de armazéns abandonados.

— Pare! — ordenou Shun.

Seiya freou o carro bruscamente e Shun foi logo tirando o cinto de segurança e saindo do carro.

— Shun!! — gritou Seiya.

— Seiya, o que está acontecendo? — perguntou Shina

— Eu não sei. — respondeu ele. Seiya tirou o cinto de segurança e saiu do carro. — Shun, o que está acontecendo?

— Tem alguém nos seguindo. Não podemos ir para o hotel, caso contrário seriamos pegos no meio de muitos civis e se fossemos iniciar uma luta poderia colocá-los em perigo. — respondeu Shun.

Shina, Retsu e Plancius desceram do carro.

— Retsu, ligue para Alkes. Diga a ele para que vá direto para o hotel e que tivemos um imprevisto. Vamos nos atrasar. — disse Shun, enquanto ia para o porta-malas do carro. Havia uma mala preta a qual Shun pegou e abriu. Nesse momento um cosmo se revelou e todos se viraram assustados. Era um cosmo esmagador, obscuro e violento. — Chegou.

Um raio caiu no centro do pátio e uma cratera se abriu. Um cosmo poderoso formava um gigantesco vendaval e no meio dele havia um homem trajando uma onyx negra com adornos laranja. Seu elmo tinha o formato da cabeça de um javali, seus cabelos cor de cobre caiam em seu ombro e sua pele pálida fazia contraste com sua veste negra. Uma capa negra longa, que balançava com o vento, estava presa nas ombreiras de sua onyx.

— Eu me chamo Adônis de Javali, berserker do exército do Medo!! Fui enviado exclusivamente para matá-los e assim impedi-los de continuarem com essa idiotice de irem ao Tártaro. Atena está morta e é assim que ela vai permanecer. — O cosmo de Adônis se dissipou e afastou a nuvem de poeira. — Eu vou ensinar aos outros berserkers como se mata os cavaleiros rebeldes.

— Um berserker?! — disse Plancius. — Mas como nos acharam?

— Foi difícil, não nego. Eu estava acompanhando o confronto de vocês contra Anatole e o Cavaleiro de Ouro de Touro, mas quase perdi o rastro de vocês quando foram teletransportados e depois quando navegaram pelo mar. Mas o pouco de cosmo que ainda foge de vocês... Ele fede. — Zombou Adônis.

— Seiya!! — chamou Shun. Ele estava com um papel antigo, desgastado com o tempo, na mão. Um selo de Atena. — Dê tudo de si. — Shun elevou o cosmo e o selo reagiu. Uma barreira se ergueu sobre o pátio e nela havia o nome de Atena escrito em letras gregas. — Fora dessa barreira nenhum berserker vai sentir a colisão de cosmo.

— Isso tudo é para que não saibam onde vocês estão? — Adônis riu. — Quanto esforço para se esconderem. — Ele virou-se para Seiya. — Então você é o lendário Pégaso dourado quem vai me enfrentar? O Pégaso vem reencarnando desde a primeira Guerra Santa, mas parece que o Pégaso dessa geração esqueceu o terror de uma guerra contra o Senhor Ares. Você tinha que ver a sua expressão de terror na última Guerra Santa quando o nosso exército invadiu o Santuário matando os cavaleiros. — Adônis sorriu. Seiya cerrou os dentes com raiva. — Os pobres coitados. Então Pégaso, eu vou fazê-lo lembrar da fobia e da dor de uma luta de verdade.

Adônis avançou contra Seiya, que rapidamente respondeu elevando o cosmo e vestindo a sua armadura. Alguns berserkers também se movem na velocidade da luz, então os movimentos de Seiya não surpreenderam Adônis, assim como os movimentos do berserker não surpreenderam Seiya. Adônis aplicou um soco em direção ao rosto de Seiya, mas o Cavaleiro de Ouro desviou e contra-atacou aplicando um chute no rosto do berserker.

O elmo de Adônis foi arrancado, mas o berserker não recuou. Ele avançou novamente e desferiu um golpe, mas Seiya bloqueou ao cruzar os braços. O Cavaleiro de Ouro foi arrastado pela força do ataque.

— Ele é bastante forte. — pensou Seiya ao se afastar de Adônis. — Por um momento ele se moveu tão rápido quanto eu. Mas não o suficiente para me impedir de seguir em frente  O cosmo de Seiya explodiu e se concentrou em seu punho. — Receba a minha força de vontade!!  Meteoro de Pégaso!!

Centenas de socos cruzaram o pátio, mas para a surpresa de quem assistia o golpe de Seiya parecia não ser suficiente.

— Então esses são os poderosos punhos de Seiya de Sagitário?! — perguntou o berserker, com desdém. Adônis bloqueava alguns punhos de Seiya enquanto desviada de outros. — Parece que a sua fama é sustentada em cima de falácias, Seiya!!

— Ele é muito forte. — comentou Retsu.

— Senhor Seiya... — Plancius deu um passo para frente, mas Shina estendeu a mão e balançou a cabeça.

A luta de um cavaleiro é um contra um. — disse a amazona de prata. Ninguém deve interferir. E um homem como Seiya... Não precisa de ajuda.

— Adônis... — disse Seiya. — Isso não é nem mesmo 1/3 do meu poder.

O cosmo de Seiya se elevou com mais intensidade e as centenas de punhos desferidos se tornaram milhares, criando incontáveis feixes de luz.

Ao sentir que estava sendo pressionado pelo cosmo de Seiya, o berserker desviou permitindo que o golpe cruzasse o campo e acertasse um armazém, fazendo com que ele explodisse.

— Quem você acha que eu sou?! Um Marina de Poseidon?! Um espectro de Hades?! — Adônis elevou o seu cosmo. — Eu sou um Berserker!! Lute de verdade. Bata como um homem.

O berserker avançou de forma violenta. Cada pisada no chão era uma fenda que se abria seguida por uma rachadura que se estendia. Era como se tivesse o peso e a força de uma besta gigante.

Seiya foi pego antes que pudesse desviar. Adônis o agarrou pelas asas e o girou contra um contêiner, arremessando-o. Seiya reagiu, se movendo na velocidade da luz, e golpeou o berserker em uma sequência de socos e chutes, arremessando contra uma torre de ferro.

O berserker se levantou cuspindo sangue e seguiu para um novo ataque. Ele aplicou vários socos, os quais Seiya bloqueou, mas o Cavaleiro de Ouro não esperava por um avanço pela lateral. Adônis encontrou uma brecha na postura de Seiya e desferiu um soco no abdômen, jogando o cavaleiro de Atena contra a parede.

— Seiya!! — gritou Plancius.

— Vocês estão mal-acostumados. — disse Adônis, limpando o sangue que escorria da sua boca. — Nunca vi uma geração tão acomodada. “Meteoro de Pégaso”? É com esse golpe que você me ataca?! Eu lutei em várias Guerras Santas e entre elas eu conheci várias gerações de Cavaleiros de Pégaso que usavam essa mesma técnica. — Adônis deu as costas para Seiya, que ainda se levantava, e foi em direção a Shun e os outros. — Vocês se apegam demais a títulos e status. Repetem os memos passos dos seus antecessores. Não há qualquer evolução. Olhe só para você Andrômeda. Um lendário respeitado por todos como o mais poderoso entre os Cavaleiros de Atena, algo que é comentado até entre os deuses, mas achou que Seiya seria suficiente para me derrotar só porque é o Pegaso e é um Cavaleiro de Ouro. Uma postura covarde de quem se nega a lutar.

— Não é verdade. — rebateu Shun.

— Claro que é. São imaturos. — Adônis concentrou cosmo em sua mão e se lançou contra Shun. — Venha Andrômeda e lute!!

Adônis liberou uma rajada de cosmo contra Shun, que em resposta ao golpe elevou o seu cosmo, fazendo a sua armadura se materializar e invocou as suas correntes que formaram uma barreira ao redor dele, de Shina e dos outros.

Defesa circular!!

O golpe de Adônis se chocou com a defesa de Shun gerando uma forte pressão contra Andrômeda.

— Ora, é mais resistente do que dizem. Uma defesa que faz jus à fama que tem. — comentou Adonis. — Mas uma armadura de bronze é apenas uma armadura de bronze. Não vai ser algo tão inferior que vai me deter.

O cosmo de Adônis começou a atravessar as brechas da defesa circular, mas um cosmo avançou contra Adonis fazendo com que ele se virasse para bloqueá-lo.

— Seiya?! Ora, ora, Seiya. Vai se levantar? — perguntou Adônis.

— Já estou de pé. E eu não vou recuar. — Seiya pegou o arco e preparou uma flecha. — Não posso ficar perdendo tempo. Atena precisa ser salva. Eu vou lhe derrotar.

Adônis gargalhou.

— Só pode estar de brincadeira. Você não me impressiona, mesmo sendo quem você é. Um matador de deuses. — O berserker estendeu a mão com cosmo acumulado. — Não me faça rir!!

Seiya abriu suas asas e elevou seu cosmo apontando a flecha de Sagitário. Do outro lado estava o berserker com seu cosmo negro e vermelho alaranjando queimando pronto para colidir contra Seiya.

— Farei essa flecha voltar contra o seu peito!! — gritou Adônis.

— Você não tem essa capacidade! Morra!!

— Espere, Seiya!! — ecoou uma voz no céu.

— Uma voz vinda do céu? — pensou Retsu. Parece um deus falando.

Seiya, Adônis e todos os outros olharam para o céu em direção ao ponto onde a voz ecoava. O espaço se distorceu e uma pressão surgiu dentro da barreira.

— Mas que pressão é essa? — perguntou Shun. 

— Essa pressão... É o espírito de luta do invasor! Mas quem pode ser?! — pensou Adônis

— Siga em frente com os outros e deixe que eu me encarrego dele. — disse o homem que surgiu do espaço dimensional que se abriu. Seus cabelos longos cor de marsala escorriam por debaixo do seu elmo e seus olhos dourados fitaram o berserker.

— Essa armadura... — pensou Seiya surpreso.

— Aquela é a armadura de ouro de Gêmeos!! — disse Shina.

— Gêmeos?! — disse Seiya, abaixando o arco armado com a flecha.

— Olá, Senhor Seiya! — disse o Cavaleiro de Ouro sendo cordial. — Meu nome é Kastor e eu sou o Cavaleiros de Ouro de Gêmeos. — disse ele caminhando em direção a Seiya. Ao se aproximar, Kastor segurou o arco de Sagitário. — Guarde-o e siga em frente. Eu cuido dele e depois encontro vocês.

Seiya fez o arco e a flecha se dissolverem em cosmo, que em seguida se uniu ao seu corpo.

— Kastor... Você é um dos Cavaleiros de Ouro que antes serviam a Ares, certo? — perguntou Seiya. Kastor acenou com a cabeça dizendo que "sim". — Por mais que a sua primeira atitude, a de se curvar para Ares, seja uma atitude imatura... Estar aqui como um Cavaleiro de Atena já é um passo para corrigir seu primeiro erro como cavaleiro. — ele olhou firme para Kastor. — Vamos precisar de cavaleiros poderosos do nosso lado. Não morra.

Seiya se virou, fazendo sua armadura recuar para o seu cosmo, e foi em direção ao carro tirando a chave do bolso.

— Espere, Seiya! Matarei o Gêmeos e em seguida será você. — disse Adônis.

Seiya parou de costas para Adônis.

— Se você sobreviver a ele, me procure. — Seiya voltou a andar. — Shun e todos vocês, entrem no carro. — Seiya abriu a porta do carro e olhou para Kastor. — Kastor cuidará dele.

Adônis sorriu.

— Então fuja, Seiya. Eu não me preocupo. Esteja certo de que vou encontrá-lo de novo.

Seiya ligou o carro, fez a volta no pátio e acelerou rumo ao município de Girona.

— Apesar de Seiya ser o seu principal alvo, você o deixou fugir para poder me enfrentar. Não demonstrou qualquer resistência. Por quê? — perguntou Kastor.

— Eu queria lutar a sós com você para saber... — Adônis cerrou o punho. — Por que você reencarnou nesta Era e veio mais uma vez me enfrentar?!

— Do que está falando?

Adônis deu um riso abafado.

— Você realmente não sabe?! Você é Kastor, o irmão gêmeo de Pollux e filho de Zeus. Você é a reencarnação de um dos filhos do Rei do Olimpo. O filho com a maldição de ter nascido mortal.

— Não sei do que você está falando. — disse Kastor.

— Interessante... Parece que suas memórias não acompanham o seu processo de reencarnação. Nos conhecemos na Era mitológica. — Adônis elevou o seu cosmo. O chão brilhou e um círculo amplo repleto de cosmo se formou ao seu redor. — A minha Onyx representa aquele que lutou com você na Era dos deuses. O assassino sagrado enviado por Afrodite para punir aqueles que blasfemavam contra a deusa da beleza. — Do cosmo de Adônis surgiu a imagem de um gigantesco javali marrom de olhos vermelhos emitindo um urro estrondoso.

— Mas o que é isso?! — Kastor enrugou a testa e arregalou os olhos.

— Você pode não ter consciência disso, mas eu posso sentir. Você é o filho mortal de Zeus que enfrentou a besta sagrada. — o berserker ergueu o braço direito apresentando o Javali. — A mitologia volta a se repetir, Kastor.

Adônis estendeu os dois braços contra Kastor. Percebendo que o berserker se preparava para atacar, o Cavaleiro de Gêmeos elevou o seu cosmo fazendo sua capa balançar fortemente contra o vento. A pressão dos dois cosmos fez o chão treme e se desprender.

— Sinta a ferocidade do meu cosmo. Besta devastadora!!

O javali urrou e avançou acompanhado de uma rajada de cosmo contra Kastor. Tudo em seu caminho era destruído. O chão se rasgava na medida em que o golpe avançava.

— Sinta o poder capaz de destruir as estrelas da galáxia!! Explosão Galáctica!!

Os dois golpes de chocaram e uma onda de cosmo se deslocou e se espalhou, tragando tudo ao redor, destelhando os armazéns e erguendo os contêineres, que eram lançados longe. A pressão esmagadora fazia o chão se despedaçar e se levantar com mais ferocidade.

— Nada mal!! Mas Kastor, por quanto tempo ainda vai conseguir suportar essa energia esmagadora que cresce entre nós?

— Está me subestimando.

— Não rapaz. É você quem está subestimando a minha força.  

Adônis elevou o cosmo com mais intensidade, empurrando o golpe contra Kastor e em seguida ergueu as duas mãos para o alto liberando uma rajada de cosmo poderosa que arrastou o Cavaleiro de Gêmeos para o alto, rodopiando em um turbilhão violento, e o jogou severamente no chão.

— Essa é a força de um berserker? — pensou Kastor, sentindo fortes dores em seu corpo. — A sensação é como se eu tivesse sido esmagado por uma besta.

 O mundo pertence aos mais fortes. O Mito exalta os mais fortes. — Adônis ergueu o braço e seu cosmo passou a se acumular na palma da sua mão. — Os livros do Santuário e de Atlantis irão contar a vitória do Senhor Ares contra Atena e da sua derrota, Kastor. — Os olhos de cor amarelo caramelo estavam estreitos e ele esboçava um sorriso largo sanguinário. — Você vai perecer nas minhas mãos!!

Se esforçando para se levantar, Kastor elevou o cosmo.

— Eu sinceramente não sei do que você está falando sobre reencarnação, mitos, Zeus e tudo mais. Eu nasci e cresci na Grécia. Tenho família. Meu irmão e eu recebemos os nomes de dois grandes heróis. Não fazemos parte desse seu delírio! — disse o Cavaleiro de Ouro.

— Você é um tolo que não conhece a própria história.

O berserker se lançou para o alto e liberou uma poderosa esfera de cosmo, mas Kastor estendeu a mão e parou o golpe.

Já disse! Não me subestime. Eu vou detê-lo. Custe o que custar! — gritou ele, elevando o cosmo intensamente.

Para repelir e contra-atacar, Kastor disparou um novo ataque, mas Adônis desviou.

— Vou levar a sua cabeça para Afrodite! — O javali surgiu novamente através do cosmo de Adônis e avançou contra Kastor a fim de esmagá-lo.

Kastor se levantou para contra-atacar, mas nesse momento, ao olhar o Javali formado pelo cosmo de Adônis, a mente de Kastor sofreu um choque. O cosmo de Kastor se desestabilizou e ele foi pego pelo golpe que lhe arrancou o elmo e o jogou violentamente contra um armazém, que em seguida explodiu. A força do golpe danificou a armadura de ouro, que teve o ombro e o peito trincados.

Caído no chão, a mente de Kastor foi bombardeada por memórias aleatórias. Um javali destruindo uma cidade com pessoas apavoradas saindo de suas casas e clamando misericórdia aos deuses. Uma deusa de cabelos longos e loiros entre as nuvens observando a destruição da cidade com um sorriso no rosto. Dois irmãos gêmeos armados com espadas tentando matar o animal sagrado.

— Você morrerá pelas minhas mãos. — disse o berserker surgindo ao lado de Kastor. — Irei reconstruir essa parte vergonhosa da mitologia. — ele colocou o pé na cabeça do Cavaleiro de Ouro. — Um lixo como você...

Uma forte pressão voltou a emanar no pátio, surpreendendo o berserker. O cosmo de Kastor se elevou e repeliu a presença de Adônis, fazendo ele saltar para trás.

Kastor se levantou de cabeça baixa, com o cabelo cobrindo seu rosto.

— Você... É o animal sagrado, símbolo maior de Ares, que foi enviado por Afrodite para punir uma cidade como vingança por não terem prestado as devidas homenagens. Eu lembro. — o cosmo de Kastor se elevou ainda mais. Ele abriu a mão e seu cosmo se modelou em uma esfera que refletia o espaço e suas galáxias, planetas e estrelas. — Então quer dizer que aquela besta divina se materializou na Onyx que você traja?! Você não é o Javali sagrado, mas carrega sobre si o mesmo destino. Por isso eu vou matá-lo... — os olhos de Kastor brilharam e seus cabelos se agitaram. — E viverei para lutar por Atena e deter as ambições de Ares e Afrodite.

— Sua consciência despertou na beira da morte. — Adônis se teletransportou e apareceu diante de Kastor. O berserker aplicou um chute que anulou a preparação da técnica de Gêmeos, mas Kastor bloqueou a investida erguendo o braço. — Mas seu fim está decidido!! — gritou o berserker.

Apesar de ter bloqueado, a força de impacto arrastou Kastor para trás. Adônis avançou novamente, mas Kastor se teletransportou e reapareceu em cima do berserker, o pegando desprevenido, e aplicando centenas de socos no rosto do berserker.

— Eu sou Kastor! O filho mortal de Zeus reencarnado! E sou também o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos nessa geração! Sou Kastor de Gêmeos! — gritou ele ao aplicar o último soco no rosto de Adônis, fazendo o berserker cuspir sangue. Através do cosmo de Kastor, todo o pátio se transformou em uma parte do universo. Planetas surgiram em toda parte do campo. — Foi você quem me revelou isso e eu sou grato. Um homem que se conhece, sabe o seu objetivo. Morra!! Explosão Galáctica!!

Os planetas explodiram e uma poderosa energia destruidora envolveu Adônis, mas no meio da explosão um cosmo vermelho alaranjado sobrepujou o cosmo de Kastor e explodiu, repelindo o golpe.

Ele repeliu a minha técnica!! disse Kastor, surpreso.

— Eu irei reconstruir o Mito! — Adônis avançou junto com o seu Javali em um golpe direto.

O punho de do berserker foi parado pela mão de Kastor, mas Adônis tentou com a outra mão aplicar um soco, mas Kastor também parou o punho. Os dois ficaram empatados medindo suas forças. Seus cosmos se colidiram.

— Esse punho fraco, não vai aguentar os meus punhos divinos por muito tempo, seu idiota! — Adônis o empurrou para trás, contra o chão, mas ao inclinar para trás, Kastor chutou o berserker na barriga e o lançou para o alto. — Desgraçado!!

Adônis pousou em pé violentamente, enterrando seus pés no chão, que pela força do impacto se desprendeu em pedaços.

— Escute Adonis! Eu não me importo com o que o mito vai contar a meu respeito. Não me importo com prestígios ou fama. Eu não luto para obter uma vaidade como essa. — o cosmo de Kastor aumentava cada vez mais. — Um cavaleiro luta para deter o mal. Para preservar a justiça.

— Deter o mal?! É só um sonho. — Adonis avançou novamente, mas dessa vez Kastor se desviou e entrou em uma fenda dimensional, apagando a sua presença no ambiente. — Cadê você, gêmeos? O mal sempre permanecerá. Essa história que o bem vence o mal não passa de uma utopia!! Eu sou imortal! Nós, os berserkers, somos eternos! Como pode vencer o mal se aqueles que o promovem, como nós os berserkers, são imortais?

Adonis o procurou, mas notou um pouco tarde quando Kastor reapareceu e lhe aplicou um soco no rosto e em seguida aplicou um chute no seu peito. O berserker revidou segurando na perna de Kastor e o puxou para lhe aplicar outros socos violentos. Dessa vez foram tão fortes que fizeram o peito da armadura de ouro trincar ainda mais. Kastor reagiu e o correspondeu com toda a sua força. Aplicou uma sequência de Explosão galáctica mirando Adonis em um único ponto. O berserker recuou quando escutou sua Onyx trincar em seu peito e abdômen.

— O bem sempre vence o mal. O mal pode vencer por um curto período, ou então voltar em cada guerra santa para sujar o coração dos humanos, mas o bem sempre vence o mal. E o Mito nos mostra isso, Adonis. A besta que representa a sua Onyx... — Kastor apontou para o berserker — Foi gerada para causar desgraça aos inocentes, mas foi vencida por mim. Um homem que sempre lutou a favor do bem. Eu, Atena e todos os cavaleiros não teríamos razão para viver e lutar se fosse realmente uma utopia o bem vencer o mal.

— Miserável!! — disse o berserker, cerrando os dentes ao levar a mão ao peito e sentir os danos em sua Onyx. — Pagará com a sua vida por ter danificado a minha Onyx e por falar essas besteiras!!

Adonis correu contra Kastor e segurou em seu braço. Em um rápido movimento o berserker o girou contra o chão, fazendo com que Kastor perdesse o ar com a força do impacto. Aproveitando que Kastor estava desnorteado, Adonis o jogou contra os contêineres.

— Mas que força... esmagadora!! Sinto meu corpo pesado e... — Kastor levou sua mão ao peito. — Acho que quebrei duas costelas. Sinto dificuldade em respirar. — ele se levantou cuspindo sangue.

— Você não me surpreende lutando, garoto. Percebeu que todo aquele discurso seu não passa de uma ilusão?

Kastor voltou a elevar o seu cosmo.

— Estou disposto a mudar esse seu pensamento fracassado. — A afeição serena do seu rosto desapareceu. O cosmo de Kastor passou a crescer cada vez mais e tomou conta de todo o pátio.

O cosmo de Adonis então passou a fluir contra a sua própria vontade e passou a oscilar entrando em desequilíbrio.

— Mas o que está havendo? O que você está fazendo? — A pressão causada pelo cosmo de Kastor fazia o corpo de Adonis se curvar e se ajoelhar no chão.

Kastor ergueu a mão e uma nebulosa negra se formou. O cosmo estava rodando no percurso da nebulosa e raios ricocheteavam em meio ao caos do cosmo de Adonis.

— Essa é a minha técnica mais poderosa. Nesta Era os Cavaleiros de Ouro não irão usar as armas de Libras para derrotá-los. Somos poderosos para vencê-los com as nossas próprias mãos. — disse Kastor. O cosmo de Adonis passou a consumi-lo destruindo sua própria Onyx. Ele gritava sentindo seu corpo sendo envolvido no turbilhão. — Aplicarei todas as minhas forças nesse golpe. Seja envolvido nesse buraco negro que consome tudo!!

— Eu não vou morrer sem te mandar para o inferno primeiro!! — Adonis tentou aplicar sua técnica, mas seu cosmo já não o correspondia.

— Desapareça Berserker!! Extermínio Negro!! Kastor estendeu a mão e a nebulosa negra foi até Adonis como uma rajada lançando-o com força para o alto e o devorando. — Você é imortal, mas não voltará a esse espaço novamente. Você será tragado por esse buraco negro e vagará por infinitas dimensões por toda a eternidade!!

Tudo em seguida foi abafado quando o buraco negro se fechou levando os restos de Adonis para uma dimensão qualquer.

— Eu venci!! — Kastor caiu de joelhos cuspindo sangue. O ombro e o peito de sua armadura explodiram em pedaços. Ele estava com dificuldades para respirar por causa de suas duas costelas quebradas e seu corpo estava bastante pesado com os efeitos do golpe. — Seiya! Alcançarei vocês em breve.

Kastor desabou em uma poça de sangue.

—...—


Espanha - Centro de Ginora

Seiya dirigia em silêncio desde o momento em que saíram de Barcelona. Ele segurava o volante com bastante força. Shun segurava o celular e constantemente olhava para a tela. Shina, Retsu e Plancius permaneceram calados apenas sentindo a colisão de cosmos sendo deixada para trás.

— Kastor mudou de lado. — disse Shina quebrando o silêncio. — Estou pensando o que o levou a tomar essa decisão e se outros Cavaleiros de Ouro também fizeram o mesmo que ele.

— Se outros Cavaleiros de Ouro se aliarem a nós, chegaremos mais rápido na Alemanha e salvaremos Atena mais rápido também. — comentou Plancius.

— Isso mesmo. — disse Retsu, concordando. — Vamos precisar de reforços quando formos enfrentar Ares.

Seiya freou o carro bruscamente. Ele sentiu, ao longe, o cosmo do berserker desaparecendo e o de Kastor passou a se apagar aos poucos. Seiya apertou o volante com tanta força que suas veias apareceram marcando o dorso da mão.

— Seiya... — disse Shun. — Será que Kastor...

— Não! — disse Seiya. — Ele não pode morrer. O cosmo daquele homem não é um cosmo que se apaga assim tão fácil.

— Concordo. — disse Shina, de pernas e braços cruzados olhando pela janela. — Ele é um cavaleiro de ouro poderoso. Vamos em frente.

Seiya ligou o carro e seguiu para o hotel.

—...—


Espanha - Pátio abandonado

O pátio estava completamente destruído. Enormes crateras tinham sido criadas durante a luta. Alguns galpões dos armazéns tinham sido destruídos, já outros estavam em chamas.

A barreira começou a se desfazer aos poucos e Kastor ainda estava caído inconsciente. Um corvo negro apareceu voando e grasnando e pousou ao lado de Kastor. Ele olhou de forma curiosa para o cavaleiro e então começou a cutucá-lo na cabeça com o bico.

— Mas que vergonha, Adonis. — disse o corvo, que foi tomado por um cosmo vermelho sinistro e se transformou em um homem trajando uma onyx negra. O berserker era um jovem magro com cabelo verde claro curto, olhos dourados e pele pálida. — Como pode envergonhar dessa forma o exército do Senhor Phobos? Teve tanto trabalho contra um misero cavaleiro e no final ainda acaba derrotado. O que vou falar ao Senhor Ares e ao Senhor Phobos? Isso é uma blasfêmia para com o sagrado exército do Senhor da Guerra. — Os olhos dourados de Hugo brilharam ao ver o corpo quase morto de Kastor. Hugo levantou o pé e viu que estava pisando em uma poça de sangue — Esse aqui não se levanta mais. Vai morrer aos poucos. — o berserker olhou para os lados como se estivesse procurando alguém. Seus olhos brilhavam cada vez mais. — Acho que eu o perdi de vista. Droga!

Hugo fez sua onyx se transformar em trevas e desparecer dando lugar a roupas civis. Agora parecia um jovem comum. Uma camisa branca com o desenho de um corvo negro, uma calça jeans escura e um sapato preto. Ele saiu andando despreocupado rumo ao centro da cidade.

—...—


Espanha - Hotel de Girona

Seiya estacionou na frente de um hotel simples, com apenas dois andares. O hotel ficava em uma rua pouco movimentada e isso seria ótimo caso houvesse alguma fuga de última hora. Não iria envolver inocentes na ocasião. Retsu foi até o porta-malas e pegou uma mala preta que estava lá.

— Mais um? — disse um jovem para a senhora que estava atrás do balcão. — É o segundo carro importado que para na frente dessa espelunca.

— Ora, seu moleque. — disse a senhora, dando um cascudo na cabeça do menino. O pequeno garoto passou a mão na cabeça e sorriu. Ele usava roupas amassadas e um boné. Ela usava um vestido azul longo e todo florido. — Vá abrir a porta para eles.

O jovem saiu aos pulos e abriu a porta de vidro para Seiya e os outros. A recepção era um espaço simples. Um balcão com um livro de anotações e atrás do balcão um monte de chaves penduradas. Tinha também uma escada de madeira ao lado que levava para o primeiro andar.

— Boa tarde! — disse Seiya com um sorriso simpático no rosto. — Alugamos quatro quartos para passarmos o dia.

— No nome de quem, querido? — perguntou a senhora.

— Seiya Kido! — respondeu Seiya.

A senhora parou de boca aberta e colocou os óculos que estava pendurado em seu pescoço.

— Kido? Da família Kido? Do Japão? — perguntou ela.

— Sim. Onde eu assino?

A senhora apontou com a caneta para a linha pontilhada e Seiya assinou. Ela se virou para pegar as chaves, mas viu que apenas duas chaves estavam penduradas.

— Aqui está, querido. Seus amigos chegaram mais cedo e se acomodaram nos outros dois quartos. Fique à vontade.

— Obrigado. — respondeu Seiya.

O jovem apontou para as escadas e foi na frente mostrando a Seiya e aos outros o caminho. Logo ele voltou correndo aos pulos.

— O que alguém rico vem fazer nessa espelunca? — perguntou o menino olhado a assinatura de Seiya.

A senhora lhe deu mais um cascudo e o garoto apenas riu novamente. Ela ia falar algo quando um outro jovem entrou no hotel e lhe chamou atenção. Era um homem alto e magro, com cabelos longos azul claro - como um dia de céu sem nuvens - e seus olhos eram azuis como uma safira lapidada. Vestia um blazer preto de veludo aberto com uma camisa branca lisa por baixo, um cachecol cor de grafite, uma calça jeans branca, um sinto preto e sapatos pretos social.

— Ele é lindo! — disse a senhora, encantada com a beleza do jovem.

— Boa tarde! — disse ele com uma voz encantadora. — Gostaria de um quarto, por favor.

— Fez reserva? — perguntou ela.

— Infelizmente não, mas é até o anoitecer. Teria como disponibilizar um quarto?

A mulher estava quase babando de tanto admirá-lo.

— Assine aqui, meu amor. — disse ela virando o caderno e lhe entregando a caneta. O jovem assinou e ela lhe entregou a chave do quarto. — Fique à vontade.

— Obrigado. Mande a conta depois para o meu quarto. — disse o homem se dirigindo para a escada.

— Como ele é lindo. — disse a senhora suspirando. A velha percebeu que o menino não tinha falado nada. Quando olhou para o garoto viu que ele estava admirando outra coisa. Uma Lamborghini branca estava estacionada do outro lado da rua. — Aquele carro é dele?

O garoto apenas balançou a cabeça. A velha girou o caderno para conferir o nome do jovem. Ao ler o nome ela levou a mão a boca e deu um ar de surpresa. Vendo a surpresa da senhora, o garoto foi até o balcão conferir.

— Eros Michaelis. A senhora conhece?

Ela abalançou a cabeça afirmando.

 O herdeiro da maior rede de hospitais particulares da Suécia e da França. — disse ela.

—...—


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Notas finais do capítulo

Grupo da fanfic no facebook: https://www.facebook.com/groups/562898237189198/

Nesse grupo você acompanha o lançamento dos capítulos e ainda tem acesso ao perfil e histórico de alguns cavaleiros.

Também temos o grupo no Whatsapp. Caso queira entrar basta me mandar um recado: 81 997553813

Próximo capítulo: A próxima lua de sangue se aproxima e Seiya e os outros tentam chegar o mais rápido possível ate Thanatos, mas outros inimigos aparecem no caminho para detê-los. Dessa vez um jardim de rosas surge para impedir o avanço, mas é dado um conselho: Nunca subestime uma rosa por causa de sua beleza e delicadeza. O jardim de rosas exala um forte aroma de sangue.

— Capitulo 30: Rosa diabólica e a dança das almas.

Antes de agradecer por mais uma vez terem lido o capitulo e etc, eu gostaria de conversar rapidinho com vocês. Bem, eu fico feliz em saber que existe leitores que ficam ansiosos pelo próximo capitulo e que muitas vezes vem ate mim e me perguntam quando sai o próximo e etc, mas gostaria de dizer também que as vezes um capitulo demora mais do que 15 dias não é porque eu quero, porque estou com preguiça ou sem ideias (ok, as vezes fico mesmo), mas o verdadeiro e maior motivo é que eu tenho outras ocupações. Eu faço faculdade de Odontologia e quase não tenho tempo nem mesmo para mim. O curso consome muito do meu tempo. O intervalo que eu tenho, seja final de semana ou no ônibus, eu paro e dou uma adiantada no capitulo e tento caprichar o máximo possível. Faço isso não apenas por mim, pois gosto de dar vida aos meus personagens, mas principalmente pelos leitores fies da fanfic. Por consideração maior aos que estão me acompanhando e me estimulando desde o primeiro capitulo. Enfim... queria desabafar ^^

Obrigado a todos que ainda permanecem aqui comigo e seja bem vindo você que está começando a me acompanhar. Lembre-se, opinião e sugestão são sempre bem vindas e ajuda muito na preparação dos próximos capitulos.



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