A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 17
Capitulo 17 - Oubliette é atacada. A caixa da esperança.


Notas iniciais do capítulo

Os deuses entram em alerta. Um conselho de urgência é formado com todos os deuses aliados, incluindo as Moiras. Afrodite está buscando explicações, quanto isso a prisão de Oubliette, a prisão do Santuário aonde está Seiya e outros cavaleiros presos, é atacada por uma pessoa misteriosa.



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Capítulo 17 - Oubliette é atacada. A caixa da esperança.


Anfiteatro – Santuário, Grécia

Delfos foi tomado por uma coluna de fogo prateada. Ele não gritava, não se debatia, não reagia. Os deuses tremeram. Aquele era o mesmo fogo que tinha consumido Atena. O fogo eterno. O fogo que queima apenas os deuses e os seres imortais, e os leva ao mundo dos mortos dos imortais. O tártaro.

Afrodite gritou. Estava furiosa. Delfos esbanjou um sorriso diante de todos, momentos antes de desaparecer por completo, deixando dúvidas a seu respeito. 

— Sumiu. — disse Draco, e a palavra foi uma exalação de medo e incredulidade. — O fogo eterno queimou em um humano.

— Aquele não pode ser o fogo eterno. — disse Deimos, ainda no centro do Anfiteatro. — Humanos não queimam com ele.

— Você viu. Ele queimou na sua frente. — exclamou Phobos, para o irmão.

— Humanos não deveriam queimar com o fogo do tártaro. — disse Anteros. — Se isso aconteceu é porque Delfos não era um mortal. Era um deus ou um semi-deus.

— Mas eu senti a mortalidade fluindo dele. — rebateu Phobos.

— Parem! — disse Dionísio, com uma voz calma. — Ficar debatendo aqui, na frente de todos, não vai adiantar de nada. — Dionísio fixou os olhos em Afrodite. — Faça uma reunião no Grande Salão. Lá podemos conversar melhor a respeito de tudo isso. Você é a representante maior de Ares aqui. Não podemos demonstrar fraqueza diante do exército. Recomponha-se. Ares vai estar de pé daqui a alguns dias e até lá você tem que colocar o Santuário em ordem.

Afrodite olhou para Dionísio, respirou fundo e recompôs a postura.

— Ao fim da tarde quero todos vocês no Grande Salão! Isso é uma reunião de emergência! — Afrodite virou-se para Anteros. — Eu quero saber tudo a respeito daquele homem. Interroguem qualquer pessoa próxima a ele. — Anteros consentiu, acenando com a cabeça de forma positiva. — Levem Alceu e cuidem de seus ferimentos.

— Nyctea cuidará disso. — Garantiu Phobos.

— Todos vocês... — gritou Deimos, no centro do Anfiteatro para os demais que estavam presentes. — Voltem para os seus postos. Soldados fiquem atentos no Santuário! Qualquer atitude suspeita deve ser relatada urgentemente!

Todos começaram a se retirar.

— Cavaleiros de ouro! — chamou Anteiros. — Voltem para as doze casas! Garantam que ninguém suba até o Grande Salão sem a devida autorização. — Os cavaleiros de ouro fizeram reverencia e se retiraram correndo em direção as doze casas.

O relinchar de cavalos ecoaram no céu. Uma carruagem branca puxada por dois Pégaso negros desceu no centro do Anfiteatro.

— Vamos! — disse Dionísio estendendo as mãos para Afrodite. Antes de subir, Afrodite olhou para Anteros. — Irei descansar nos aposentos do Grande Mestre. Não perturbem meu sono.

— Irei garantir isso, senhorita. — disse Anteros.

Afrodite entrou na carruagem e o soldado estralou as rédeas. Os Pégaso bateram as asas e galoparam em direção ao topo da montanha das Doze Casas. Nyctea tocou no corpo de Alceu e se teletransportou para cuidar do companheiro de guerra. Os demais deuses seguiram com os berserkes em direção as doze casas. Alec andou mais atrás, acompanhando os passos lentos de Tourmaline, irmã de Delfos. Em poucos instantes o Anfiteatro ficou vazio. A festa havia terminado.

—...—


Cabana abandonada na floresta sagrada de Atena, Santuário – Grécia

Shina e Retsu estavam sentados na mesa de um ambiente que parecia ser uma cozinha. Shina estava com a cabeça apoiada em uma das mãos enquanto a outra estava apoiada em cima de uma caixa branca com o símbolo do báculo de Atena desenhado em dourado na tampa. Já Retsu estava ao lado da amazona observando-a pensativa.

— Então foi Delfos quem lhe deu isso? — perguntou Retsu.

— Sim. Ele me entregou essa caixa logo após o anúncio da morte de Atena e ordenou que eu me isolasse aqui com você nessa cabana. Ele também que eu somente abrisse essa caixa quando o “símbolo da esperança sumisse da Terra”. — disse Shina. — Agora tudo faz sentido. Pelo menos quase tudo. Ele estava se referindo a armadura de Atena, então será que...

— Então talvez a resposta que você busca esteja dentro dessa caixa.  disse Retsu. — Mas tem uma coisa que você precisa saber. Há soldados rondando a floresta atrás de nós dois. E eu os ouvi conversando.  Parece que Delfos tirou a própria vida com a adaga dourada... — Shina pareceu surpresa com aquela notícia. Mesmo usando a máscara, era notável que estava com expressão de espanto. — E ele foi tomado por um fogo semelhante ao que consumiu Atena. Isso deixou os deuses inquietos. Além disso, ele desapareceu dando "vida longa a deusa da guerra".

— Delfos tirou a própria vida?! Isso não faz sentido. — disse Shina, inconformada. — Está tudo muito estranho. Desde o início.

 

Memórias de Shina - Um dia antes da invasão do Santuário:

Base dos Cavaleiros de Prata – Região Central do Santuário, Grécia

 A base dos Cavaleiros de Prata é um edifício localizado na região central do Santuário. É o local de descanso e reunião da segunda hierarquia do exército de Atena. No interior do templo o teto do salão principal é estrelado, representado as 24 constelações que protegem os Cavaleiros de Prata. Nas laterais do salão existe estatuas de Cavaleiros e Amazonas de Prata Lendários. Homens e mulheres que se destacaram em suas gerações por feitos, respeito ou poder, como Jaga de Orion e Odisseu de Ophiuco, e também Daidalos de Cefeu e Orfeu de Lira, que foram homenageados por Shun e Seiya, respectivamente, por seus sacrifícios e valores na rebelião de Saga e na Guerra Santa contra Hades.

Atravessando o grande salão existe uma mesa de madeira escura com quatro cadeiras enfileiradas e diversos papeis espalhados em cima, entre eles mapas, pergaminhos e ordens de serviço encaminhadas pelo Grande Mestre. Uma dessas cadeiras estava sendo ocupada por uma mulher de cabelos verdes curto e armadura roxeada. Ela ocultava seu rosto atrás de uma máscara prateada.

— Senhorita Shina! — disse um soldado entrando no recinto. Shina havia sido nomeada Lider dos Cavaleiros de Prata pelo Grande Mestre e responsável pela guarda do Portão Norte. — Trago uma carta do Grande Mestre endereçada para a senhora. É urgente!

— Uma carta?! — disse ela pegando o papel das mãos do soldado. — E por que ele não me convocou?

— Ele estava ocupado em uma reunião. — disse um cavaleiro entrando no salão. — Comigo. — Ele era jovem, tinha cabelos loiros caindo sob os ombros, olhos azuis e trajava uma armadura de prata.

— Alec de Lagarto?! E qual o motivo da reunião?

— Leia a carta, Shina. — disse ele.

A amazona de prata abriu a correspondência e leu atentamente. Eram orientações de comandos.

— Soldado... Essa carta foi realmente enviada pelo Grande Mestre? — questionou Shina, parecendo preocupada.

— Sim, senhorita.

Shina se levantou segurando a carta com firmeza e se afastou da mesa. Ela encarou Alec por alguns segundos questionando silenciosamente em sua mente as ordens do Grande Mestre.

— Está bem. Avise aos outros Cavaleiros e a todo o Santuário... Alec de Lagarto foi nomeado como o novo Lider dos Cavaleiros de Prata! E ficará responsável pela guarda do Portão Sul, enquanto Jabu assumirá a guarda do Portão Principal na região norte do Santuário.

O soldado fez reverência e saiu às pressas para dar o comunicado.

— O que o Grande Mestre pretende? — questionou Shina. — O Portão Norte é a entrada principal do Santuário. Não pode ser guardada pela força de Cavaleiros de Bronze.

— Não questiono as ordens de Vossa Excelência, Shina. E não cabe mais a você tratar desses assuntos. — Alec passou por Shina se dirigindo a grande mesa. — Eu assumo a partir de agora.

...


Cabana abandonada na floresta sagrada de Atena, Santuário – Grécia

— Logo após as mudanças de liderança, Delfos deu ordens para que Marin fosse para Jamiel e levasse uma carta para Kiki. No dia seguinte o Santuário foi invadido e o vilarejo foi quase todo reduzido a cinzas. — Shina se levantou, afastando a cadeira. Ela tirou a máscara e a colocou em cima da mesa. — Logo depois da invasão no portão Norte, Hyoga informou que, por ordens do Grande Mestre, Miguel de Cães de Caça e Johan de Corvo deveriam ir para Jamiel, e que Marin estaria esperando por eles para auxiliar Kiki.

— Pouco tempo antes da invasão começar, Alec assumiu a proteção do portão Sul reunindo todos os Cavaleiros de Prata lá, exceto nós dois. — Lembrou Retsu. — Fomos dispensados e enviados para essa cabana, para fazer a guarda “dele”.

— E aí as Doze Casas foram invadidas, os deuses atravessaram o Santuário e derrotaram Shun e Seiya. — Shina jogou a cabeça para trás. — Logo em seguida Alec se revelou como traidor e entregou os outros Cavaleiros de Prata para Anteros, que manipulou os seus corações, mas é estranho que Alec não tenha se importado conosco no Anfiteatro quando nos viu hoje de manhã.

— E então... — Retsu parou. As palavras eram duras demais para ele falar.

— Atena morreu. — disse Shina, com voz de lamento. 

— Então abra a caixa, Shina. — disse uma voz vindo da entrada da cozinha. De pé, encostado na porta, estava um jovem alto e magro. Cabelo roxo até os ombros e olhos azuis. Vestia roupa de treinamento. Camisa marrom, calça escura e sandálias gladiadoras de couro. — Não adianta ficar narrando os eventos ocorridos.

— Alkes! — disse Shina, surpresa.

— A resposta pode estar aí. — disse Alkes, apontando com o queixo para a caixa. — Eu também estava lá, no Anfiteatro. Eu vi o Grande Mestre dizendo que manipulou os deuses. Certamente ele se referia aos deuses aliados de Ares. Se ele manipulou tudo, então estava planejando algo e isso justifica todas essas ordens estranhas. Também poderia explicar por que Libra e Fênix não apareceram aqui, já que eram tão próximos de Atena.

— Onde esteve todo esse tempo? — perguntou Retsu. — Não vi você no portão Sul na noite da invasão, mas também não estava aqui na cabana.

— Eu, você, Shina, Marin, Miguel, Johan... Todos nós somos Cavaleiros de prata, mas nenhum de nós estava presente no Portão Sul junto com os outros Cavaleiros de Prata. Você acha que apenas vocês dois receberam ordens estranhas do Grande Mestre?! — questionou Alkes

— O que você sabe? — perguntou Shina.

— Não sei o que Marin foi fazer em Jamiel. E pelo que eu sei, Miguel de Cães de Caça e Johan de Corvo estavam em uma missão especial e chegaram durante a invasão. Enfim... Abra a caixa, Shina. Logo mais terá a reunião dos deuses aliados de Ares no Grande Salão do Templo do Grande Mestre. É a reunião da Corte da Guerra. Nenhum soldado tem a autorização de se aproximar. Apenas os Berserkes e os Cavaleiros de Ouro. — Alkes deu meia volta e começou a se retirar. — É um ótimo momento para se mover.

Shina correu até a entrada da cozinha, a ponto de ver Alkes abrindo a porta da cabana.

— Se mover?! Para onde você vai?

— Não vou demorar, mas fiquem preparados caso eu precise de um de vocês. — disse ele e saiu fechando a porta.

—...—


Grande Salão – Santuário, Grécia

Uma grande mesa foi posta no centro do Grande salão forrada por uma grande toalha branca. Servas do santuário, trajando vestidos brancos gregos, serviam a mesa com um farto banquete. Nas laterais da mesa havia doze cadeiras, seis de cada lado, e diante delas uma taça de vinho. Cada cadeira era bem ornamentada e acolchoada. Cada encosto possuía um símbolo diferente representando uma divindade.

A Grande porta do salão foi aberta e duas mulheres e um homem entraram no recinto, sendo acompanhados por um soldado berserker.

— Logo os demais deuses irão aparecer e receber os senhores. — disse o soldado. — Seus acentos estão marcados de acordo com seus símbolos de representação.

Duas garotas trajando vestidos brancos gregos entraram no salão através de uma porta lateral. Cada uma trazendo uma jarra dourada. Elas serviram cada cálice com o vinho de suas jarras, mas por um descuido uma das jovens deixou um pingo de vinho cair na mesa e manchou a toalha. Ela soltou um gemido de desespero ao olhar a pequena mancha. Sentia o peso dos olhos dos três deuses julgando seu pequeno erro. Antes que ela pudesse fazer algo, uma lança zuniu e atravessou seu peito, manchando todo o seu vestido com um vermelho escarlate. Sua jarra despencou no chão e o vinho escorreu pelo salão. Ela se curvou pra frente, abrindo a boca, sentindo dor. De sua boca escorria sangue e de seus olhos lagrimas. A outra criada ficou paralisada de medo.

— Incompetente! — disse o deus.

Era um homem pardo, cabelo preto azulado curto e espetado, mas em suas laterais era raspado em três riscos finos. Usava um brinco em sua orelha direita. Era a miniatura de um crânio acinzentado com três penas negras penduradas. Nos pequenos olhos do crânio brilhavam pequenas pedras de rubi. Vestia um colete preto sem manga e de gola alta, com botões vermelhos e uma calça escura. Seus braços eram musculosos e repletos de cicatrizes finas. Calçava as botas de sua onyx, uma vestimenta negra com detalhes vermelhos, que cobria até os joelhos. Seus olhos eram castanhos e tinha uma expressão séria e assassina.

— Você deixou uma gota de vinho cair na toalha da mesa. — disse o deus, dando um passo à frente e surgindo ao lado da garota que agonizava sufocada pelo próprio sangue. — Faça algo do útil antes de morrer. Limpe a sua imundice. Seu rato desprezível.

Ele estava preste a pisar na garota e esfregá-la como se fosse pano de chão, mas a outra serva pousou a jarra no chão e correu até a amiga, se lançando entre o deus e a menina. A garota arrancou a lança e a jogou no chão, abraçando a amiga chorando.

— Senhor Enyalios! — chamou o soldado berserker atrás do deus, e o deus o olhou por cima do ombro. — Essa serva é propriedade do deus...

— Quem lhe deu autorização para matá-la? — uma voz seria ecoou no grande salão. O soldado berserker recuou dando um passo para trás.

— Essa voz... — Enyalios sorriu. — Dionísio.

O deus do vinho surgiu ao lado das meninas. Seu olhar estava sério. Dionísio é um deus festivo, não sendo tomados por emoções de raiva, ódio ou mágoa, mas naquele momento os olhos do deus emanavam uma profunda reprovação.

— Senhor Dionísio, ela está... — a menina chorou abraçada ao corpo da amiga com um olhar desesperado para o deus. Dionísio se abaixou e pôs a mão na cabeça da jovem.

— Farei com que a alma dela encontre o paraíso. Ela irá para o meu jardim sagrado no Olimpo. É o mínimo que posso fazer. — Dionísio pós as mãos na cabeça das meninas, suas mãos brilharam e seu cosmo tomou conta das duas. — Dou minha benção a vocês. Me desculpem pela grosseria de um deus reprovável. — o cosmo dele as envolveu e então as jovens sumiram. — Continuem a me servir no Lar dos deuses.

— Que coisa mais linda de se ver. Tão misericordioso. — zombou Enyalios. — Com tanta bondade ainda me pergunto o que faz entre nós. Deuses da guerra.

Dionísio fez a lança que matou a sua serva levitar. A lança flutuou ao seu lado apontando para Enyalios. Com um estalar de dedo ele a estraçalhou com o cosmo.

— Por acaso você realmente acha que misericórdia não é uma virtude que deveríamos ter? Você um dia ficara em uma posição que implorará para que um humano tenha misericórdia de você. E ele não terá.

Enyalios serrou o punho, mas sua reação foi interrompida pela entrada de um deus.

— Senhor Dionísio! — Chamou Anteros, entrando no salão acompanhado por Phobos e Deimos. — Não perca sua paciência com ele. O senhor é nobre demais para se rebaixar tanto.

— Onde está a Senhorita Afrodite, Anteros? — perguntou uma jovem.

A deusa tinha uma expressão meiga, desde sua aparência até a sua voz. Totalmente oposta aos demais deuses. Trajava um vestido rosa curto sem manga até os joelhos. Parecia uma bailarina. Usava também luvas brancas nas mãos e calçava um salto alto preto. Seus cabelos longos eram azul claro e estavam amarrados por um cacho de cada lado e solto atrás. Usava uma franja que cobria sua testa e destacava olhos azuis como safira.

— Alala! — disse Anteros, encantado com a deusa. — Afrodite está em seus aposentos. Certamente já está se preparando para a reunião.

— Que não demore. — resmungou a outra deusa que acompanhava Alala e Enyalios.

Era uma mulher de expressão ríspida. Seus cabelos eram negros e curtos, com uma mecha cobrindo seu olho direito. Seu olho esquerdo era negro como as trevas. Uma mecha de seu cabelo estava presa na orelha esquerda, dando foco a um brinco em forma de serpente que cobria toda a lateral de sua orelha. Suas unhas eram grandes, afiadas e vermelhas. Trajava uma Onyx branca e negra. Era uma deusa de expressão sanguinária. Quase uma versão feminina de Deimos.

— Paciência. — disse Dionísio. — Logo ela virá. Mas já adianto que Afrodite está furiosa.

Ênio olhou sorrateiramente para Dionísio com uma expressão de indiferença.

— Sentem-se. — disse Anteiros acenando para as cadeiras.

Cada deus sentou-se na cadeira que continha seu símbolo. A cadeira posicionada na cabeceira tinha o símbolo da lança. A cadeira de Ares.

No lado direito da mesa os símbolos nas cadeiras eram: Uma rosa para Afrodite; uma taça de vinho para Dionísio; um par de asas abertas e uma coroa de louro para um deus desconhecido; duas lanças cruzadas para Alala; uma espada com um crânio na ponta para Ênio; um crânio com uma cobra saindo da boca para outro deus desconhecido.

Do outro lado da mesa, do lado esquerdo do trono de Ares, os símbolos nas cadeiras eram: Um cérebro enrolado em espinhos para Anteros; um rosto faltando a metade esquerda e com uma asa na cabeça para Phobos; um rosto faltando a metade direita e com um chifre na cabeça para Deimos; uma cabeça de dragão para Draco; um elmo emplumado para Enyalios. e uma maçã enrolada por espinhos para Éris.

—...—


Prisão de Oubliette – Região Leste do Santuário, Grécia

A escuridão da prisão do Santuário era mais profunda do que qualquer escuridão já vista pelos cavaleiros. Mesmo com tochas espalhadas pelo corredor, o brilho das chamas era fraco demais para superar a sombra.

Um som rasgou o ar. Seiya, que estava deitado em uma cama de colchão fino, congelou onde estava. Eram gritos de dor. Em seguida teve um profundo silêncio e todas as chamas se apagaram. Seiya se levantou da cama e congelou novamente ao sentir uma presença diante dele. Uma tocha se acendeu e estava sendo carregada por um homem. Ele estava usando um manto com capuz que escondia sua identidade.

Aquele homem misterioso estendeu a mão livre e elevou o cosmo, fazendo uma lâmina de cristal surgir. No cristal Seiya conseguiu ver algo escrito com tinta vermelha. Não conseguiu ler as palavras com exatidão, mas sabia que eram letras gregas. Manuseando a grande lâmina de cristal como se fosse uma espada, o homem cortou as barras de ferro. As barras de ferro que possuíam selo de Atena e repeliam qualquer ataque, foram cortadas como papeis. O golpe arremessou Seiya contra a parede e ele desabou no chão arfando e fazendo expressão de dor. Seiya estava cansado demais após ter seu cosmo sugado diversas vezes pelos símbolos nas tentavas frustradas de sair dali. O homem se aproximou de Seiya.

— Quem é você? — perguntou Seiya, espantado.

— Vim tirar você daqui. — respondeu ele. — Me siga. Temos que sair daqui o mais rápido possível.

— Sair? — perguntou Seiya se levantando desconfiado. — Não estou compreendendo.

— Depois eu explico. Vamos. — O homem deu as costas e saiu correndo pelo corredor. Seiya o seguiu logo atrás.

O corredor estava ainda mais escuro do que o normal. Apenas a tocha segurada pelo homem encapuzado iluminava o local, mas ainda assim fazia Seiya tropeçar em algumas pedras soltas.

— Temos que tirar os outros daqui. — gritou Seiya.

— Eu sei. Shun e os outros estão no final desse corredor. — respondeu o homem. Eles viraram para o corredor da direita e então começaram a descer uma escadaria estreita que levava ao subsolo da prisão. — Alí. — gritou o homem apontando para uma cela logo a frente deles. O homem parou diante da cela e Seiya parou ao seu lado. Ele observou o encapuzado manuseando a lâmina de cristal e cortando com facilidade as barras de ferro novamente. Mas dessa vez Seiya conseguiu ler que estava escrito na lâmina. “Atena” em grego. — Shun?! Senhor Shun?

— Estou aqui. — respondeu Shun, saindo da escuridão, e estava acompanhado. Não parecia cansado igual Seiya. Estava calmo e com os olhos serenos como sempre. Ao seu lado, sendo guiada por Shun, estava Pavlin, a sacerdotisa de prata de Pavão.

— Pavlin? — disse Seiya, surpreso. Ele entrou na cela e a apoiou em seu ombro, colocando sua mão na cintura da sacerdotisa. — Pavlin, você está bem?

Pavlin apenas balançou a cabeça dizendo que sim e esboçou um sorriso, mas sua aparência dizia o contrário. Estava com várias fachas de pano rasgado enrolado no braço, no abdome e no pescoço. Seu rosto estava repleto de escoriações e seu cabelo estava melado e grudado de sangue seco. Todos esses ferimentos foram resultado da sua luta com Deimos no grande salão. A sua tentativa de defender Atena quase custou a própria vida.

— Vamos levá-la à um lugar seguro. — disse o encapuzado se aproximando de Pavlin e conferindo a temperatura da sacerdotisa, colocando a palma da mão no pescoço dela. — Está com febre.

— Onde estão os outros? — perguntou Shun.

— Já os libertei. — respondeu ele, passando na frente dos outros. — Jabu e os outros estão lá fora nos esperando. Vamos depressa!

Seiya parou de andar.

— Espera aí. — Shun e o homem encapuzado se viraram. — Vocês se conhecem?

O encapuzado virou e voltou a andar.

— Deixe suas perguntas para mais tarde, Senhor Seiya. — Ele parou e olhou para o chão. — Temos que sair daqui o mais rápido possível. — Então voltou a andar e os outros o acompanharam.

—...—


Salão do Grande Mestre - Santuário

Com a exceção de Afrodite e Draco, todos os demais deuses já estavam presentes e sentados em suas respectivas cadeiras. O banquete, posto na mesa antes da reunião começar, ainda permanecia intocável. Apenas o vinho era desfrutado por eles.

— Ela vai demorar muito? — perguntou Ênio, demostrando impaciência. Ela estava encostada na cadeira e batia as unhas afiadas na mesa.

— Paciência Êniozinha. — disse Alala, de forma meiga, colocando a mão no ombro da deusa.

— Minha paciência vai acabar mais rápido se você continuar a falar com essa voz perto de mim, Alala. — disse Ênio cravando as unhas na mesa.

Enyalios riu da situação e deu mais um gole no vinho, levando a taça até a boca.

— Não precisa cravas as unhas na mesa, Ênio. — disse uma voz firme de mulher. Ênio se recompôs e viu Afrodite atravessando as cortinas do salão se dirigindo a mesa, sendo acompanhada por Draco. Afrodite vestia um vestido de seda lilás. Rendas de bruxelas enfeitavam suas costas, na parte nua. O vestido era de corpete justo e com mangas. Draco trajava sua Onyx verde escamosa, mas sem o elmo. A espada estava pendura na sua lateral. — Me desculpem pela demora.

Os deuses se levantaram. Draco afastou a cadeira da cabeceira, a qual pertence a Ares, para Afrodite se sentar.

— Sentem-se. — Ordenou Afrodite. Os deuses obedeceram. Draco se afastou da deusa e se sentou na cadeira que trazia seu símbolo.

— Com exceção do deus do amor, do príncipe das trevas e de Éris, todos os outros principais deuses que servem ao senhor Ares estão presentes. — disse Anteros, que estava sentado à esquerda de Afrodite.

— Éris não voltou? — perguntou Afrodite, para Anteros.

— Não senhora, mas já colocamos uma equipe de busca. — respondeu Anteros.

— Então vamos dar início a reunião. — disse Afrodite. 

— Gostaria de saber o motivo de tanta urgência. — disse Ênio, a deusa da guerra caótica, conhecida como “Destruidora de cidades”. Enyalios e eu estávamos fazendo a guarda de Senhor Ares que ainda está se recuperando dos selos de Atena.

— A urgência é o fato de não sabemos até onde fomos traídos. — disse Afrodite.

— Traídos?! Mas por quem? — perguntou Enyalios.

— Pelo Grande Mestre do Santuário. Delfos. — respondeu Phobos.

— Vocês confiaram em um Cavaleiro de Atena e agora estão surpresos por terem sido traídos? — perguntou Ênio.

— Havia apenas rumores de que alguém estava interferindo nesta Guerra Santa. Imaginei que poderia ser o Olimpo e não um cavaleiro qualquer. — disse Phobos — Há doze anos eu fui até as Moiras e solicitei a elas uma leitura do destino dessa guerra. Apesar do futuro ser incerto e poder mudar de acordo com as nossas atitudes, havia naquele momento um fato incontestável. A vitória do exército do Senhor Ares contra o exército de Atena. Mas as Moiras me alertaram a respeito de alguém interferindo para manipular o destino da guerra. Era como se houvesse momentos turvos no futuro.

— E o manipulador era esse tal de Delfos, correto? — perguntou Alala, que estava inclinada para frente, dando total atenção a cada palavra de Phobos.

— Exato. Delfos, o Grande Mestre, o qual achávamos ser nosso aliado no projeto de invasão, se revelou hoje pela manhã como o manipulador de tudo. Não bastando manipular todos os acontecimentos até aqui, ele ainda destruiu a estátua de Atena, que na verdade é a armadura sagrada que Atena usa na Terra. Uma peça importante para nós, pois seria através dela que iriamos invocar a deusa da vitória, Nike.

— Como um humano consegue tal feito? — perguntou Enyalios, que estava com uma expressão séria. — Não é tão fácil assim destruir a armadura de um deus.

— Não sabemos. — respondeu Phobos. — E não é só isso. Delfos lutou contra Alceu, um berserker antes dotado com a benção divina de Afrodite, mas que foi tirada dele durante a luta. Apenas um deus poderoso tem o poder de tirar a benção divina dada por outro deus. Como bem sabem, uma benção divina é dada por um deus a um único humano, o qual o deus escolheu para receber as suas graças. Uma benção divina protege o humano de qualquer ataque mortal. Qualquer tentativa de matar alguém que possui essa marca divina gera a morte se o adversário for um humano, ou um ferimento grave se for um deus. Durante a luta Delfos apenas foi ferido, mas seus ferimentos saravam rapidamente, porém eu sentia mortalidade fluindo dele. Então está descartado a hipótese de ele ser um deus. Lutou sem dificuldades contra um poderoso Cavaleiro de Ouro e ainda enfrentou Deimos sem recuar. Tirou a própria vida usando a adaga dourada que tem o poder de matar um deus e... Queimou com o fogo do tártaro. Sendo reduzido a cinzas.

— Igual a um deus sendo "morto". — Concluiu Anteros, que estava com os olhos focados no vinho da taça.

— Incoerente isso. — dessa vez foi Ênio quem falou. Todos os deuses voltaram sua atenção para ela. — Como um humano pode fazer tudo isso, coisas que só deuses poderiam fazer, mas você diz que ele não era um deus?! Talvez esteve sendo usado por um. Humanos não queimam com o fogo do tártaro. Humanos são mortos quando lutam com alguém que possui uma marca divina. Humanos não destroem armaduras divinas.

Afrodite estendeu a mão aberta para Ênio. Um sinal de contenção. Ênio de imediato se calou.

— Existe várias suposições para tudo isso.  disse Anteros Mas devemos nos atentar a um detalhe: Se ele queimou com o fogo do Tártaro, então ele foi enviado para lá, sendo assim, provavelmente ele deve estar vivo.

 Vivo?! — manifestou-se Deimos. — Depois de ter queimado com o fogo eterno e reduzido a cinzas, ele ainda está vivo?!

— Mas como?! — perguntou Afrodite

Nesse momento as portas do salão se abriram e um berserker entrou. Nyctea. Anteros se levantou, com uma expressão de repreensão.

— O que faz aqui Nyctea? — perguntou Anteros.

— Me perdoem por interromper a reunião, mas tenho uma coisa de extrema importância para relatar. — disse Nyecta, se curvando.

— E do que se trata? — perguntou Draco.

— O senhor Phobos ordenou que eu cuidasse de Alceu, a pedido da senhora Afrodite, e assim eu fiz. Alceu me relatou que foi a adaga dourada que tirou a benção divina dele, e eu pude comprovar ao ver que o corte da adaga foi em cima do símbolo posto pela deusa no peito de Alceu. — explicou Nyctea.

— Faz todo sentido. — disse Phobos.  Uma adaga que pode tirar a vida de um deus também poderia arrancar uma benção divina.

 Tem mais. — Anunciou Nyctea. — Alceu sentiu um grande poder fluindo do sangue de Delfos quando suas garras o arranharam.

—Isso é fácil de responder. Era Ikhor. — disse Dionísio, despreocupado.

— Ikhor é o sangue dos deuses. Como um humano teria Ikhor nas veias? — perguntou Draco.

— Injetando. — respondeu Dionísio.

— Isso é uma hipótese louca. — disse Enyalios agitado. 

Dionísio olhou de lado para Enyalios e então voltou sua atenção para a situação.

— Já imaginava que Ikhor seria a resposta, mas precisava de algo mais concreto para defender essa minha hipótese louca. — disse Dionísio. — Todos pensaram que Delfos era um deus, principalmente por ter tirado a benção de Alceu, mas agora sabemos que foi devido ao uso da adaga. O resto das nossas dúvidas certamente se resume a uma única palavra: Ikhor. Um humano com Ikhor em sua veia se torna quase um deus. Ele pode até obter a imortalidade. Desse modo lutar com alguém que possui uma benção divina apenas vai causar ferimentos, os quais sabemos que o Ikhor sara rapidamente. Por isso a perda de sangue e os ferimentos de Delfos não o fazia ficar fraco, como esperávamos. O Ikhor o sarava. Essa também é a resposta para o motivo dele ter sido queimado com o fogo eterno. Delfos obteve a "imortalidade", mesmo aparentando fluir dele mortalidade, mas apunhalar seu peito com a adaga o deixa na mesma condição de um deus que tivesse sido morto pela arma divina. E isso só poderia levá-lo ao Tártaro.

— Compreendo Dionísio, mas porque você disse que o modo de Delfos ter adquirido o sangue divino foi injetando nele mesmo? — perguntou Anteros.

— Afrodite havia solicitado que investigassem ele e qualquer pessoa próxima a ele. Os berserkers interrogaram a irmã de Delfos. — o deus lançou sobre a mesa um relatório feito pelos berserkers. —Eu dei uma lida. Tourmaline é a Saintia de bronze de Ave do Paraíso e é a irmã sanguínea mais nova de Delfos. — explicou o deus do vinho. — Ela informou que Delfos tinha um frasco que continha sangue e dizia ser o sangue de Atena. O tal frasco que Ares iria usar para despertar a armadura de Atena e invocar Nike. Então é um pouco óbvio imaginar que com o sangue de Atena em suas veias, destruir a estátua de Atena não seria algo difícil de fazer.

— Ele de fato arquitetou tudo. — disse Afrodite impressionada.

As portas abriram com um estrondo, fazendo os deuses se assustarem. Nyctea, que estava ajoelhado diante dos deuses, se levantou surpreso.

— Virou corriqueiro agora soldados invadirem a reunião dos deuses? — perguntou Deimos, irônico, erguendo uma das sobrancelhas.

— Desculpe-me, meu senhor, mas acabamos de receber um comunicado! A prisão onde Seiya e os outros estavam foi atacada e eles fugiram. — Anunciou Alec, o Cavaleiro de Prata de Lagarto.

Os deuses ficaram tensos. O matador de deuses estava solto novamente.

— E você vem aqui falar com toda essa calma? — repreendeu Enyalios, se levantando.

— Seiya... fugiu? — perguntou Afrodite, incrédula.

— Perdoe-me, mas eu tinha que avisar aos senhores, já que Seiya está entre os fugitivos. Hayato e alguns soldados foram até lá deter a fuga.

Draco se levantou e sacou a espada.

— Para onde vai Draco? — perguntou Phobos.

— Vou até lá, obvio. Não podemos ficar aqui e...

— Deixe que Hayato resolva isso. — disse Deimos. — Para onde Seiya e os outros vão fugir? Não podem se esconder dos deuses. — disse ele rindo maliciosamente.

— Não subestimem eles. Resolvam isso. — disse Afrodite, se levantando e olhando para Anteios, Phobos e Deimos. — Se Delfos foi para o Tártaro intencionalmente, devemos averiguar e entender o que ele pretende.

— Então porque não perguntar a “ele”? — disse Enyalios olhando para uma das cadeiras vazias. — Apesar de ser um deus da Corte da Guerra, “ele” se mantem ausente e reside no Tártaro.

— Tem razão. Enviem uma mensagem ao Tártaro. Convoquem Oberon, o deus da escuridão. — Ordenou Afrodite.

— Sim, minha senhora. — disse Anteros.

— Voltarei para Roma ficar ao lado de Ares. — disse a deusa. — Não cometam falhas. Reunião encerrada. — declarou Afrodite, se retirando acompanhada por Draco e Dionísio.

— Temos ordens para cumprir. — disse Anteros, jogando alguns papeis com anotações em cima da mesa.

— Qual seria a primeira? — perguntou Phobos, pondo a mão nos papeis e arrastando-os na mesa para lê-los.

— Cuidar dos rebeldes. Afrodite ordenou que Libra, Aries, Aquário e Fênix sejam mortos. Não sabemos o que Delfos tramou, então temos que dar um fim a qualquer cavaleiro que possa ser seu aliado. — disse Anteros.

— Com certeza ele usaria esses rebeldes como força de guerra. — comentou Deimos. — Quais berserkes vamos enviar? Ou pretende enviar um de nós, deuses, para matá-los?

— Envie os cavaleiros de ouro. — disse Enyalios.

— Cavaleiros de ouro?! Por que não os berserkes? — perguntou Deimos.

— Fomos traídos por um cavaleiro e vocês ainda querem confiar nos demais que não estão sendo controlado por Anteros?! — diss Ênio, ríspida. — Temos que avaliar a fidelidade deles. Se eles realmente são leais ao senhor Ares, matar esses renegados é a prova que precisamos.

— Entendo. — disse Anteros, pensativo. Ele voltou sua atenção para o cavaleiro de prata de lagarto. — Alec, a respeito dos rebeldes. O que sabe?

Alec estava ajoelhado, com o elmo debaixo do braço e com a cabeça baixa em forma de reverencia. Trajava a armadura de prata de lagarto e uma capa branca que se estendia até o chão. Seus cabelos loiros estavam bagunçados. Ele ergueu a cabeça e olhou para Anteros. Possuía lindos olhos azuis, mas uma beleza dopada de maldade.

— Kiki de Áries está em Jamiel. É o novo Mestre restaurador de armadura. — disse Alec. — Shiryu de Libra está em Rozan, cumprindo a ordem de Atena de vigiar a torre que sela os espectros. Fiquei sabendo que ele estava treinando um discípulo. Hyoga de Aquário desapareceu junto com a senhora Éris. Já o Ikki, bem, nem mesmo o Santuário antes da invasão sabia do paradeiro dele.

— Nem mesmo Atena? — perguntou Phobos, curioso.

— Nem mesmo ela, senhor. — respondeu Alec. — O Fênix desapareceu junto com seus discípulos.

— Interessante. — disse Deimos.

— Anteros, concorda com o envio dos cavaleiros de ouro? — perguntou Phobos.

— Concordo. — disse Anteros. — Quais planeja enviar?

Phobos deu um sorriso fino.

— Cuidarei disso pessoalmente. — Phobos começou a se retirar. — Vou até as doze casas escolher a dedo quais cavaleiros de ouro vou enviar. — Phobos parou. — Pensando bem, porque não enviar um também para ajudar Hayato a capturar Seiya e os outros?

— Phobos... — começou Deimos.

— Não se preocupe meu irmão. — Phobos estendeu o braço em direção a sua lateral. — Hugo!!

Um grasno ecoou pelo salão, acompanhado com bater de asas. Dois olhos vermelhos brilharam na escuridão lateral do teto do salão. Saindo das trevas do salão, um corvo negro voou e grasniu. Ele foi em direção a Phobos e posou no braço do deus.

— Hugo, procure Ikki de fênix e seus discípulos para mim. Vá atrás de qualquer rastro de cosmo. — ordenou Phobos ao corvo. Hugo pareceu entender ao comando de Phobos. Ele grasniu mais uma vez, bateu suas asas e voou, saindo pela porta principal. — Vamos deixar o paradeiro de Ikki com Hugo por enquanto. Nyctea, me acompanhe.

Nyctea, que permaneceu o tempo todo curvado, se levantou ao ouvir o chamado do deus.

— Sim, senhor.

—...—


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Phobos vai ate as doze casas e escolhe três cavaleiros de ouro para seguir seus planos. Enquanto isso a perseguição atrás de Seiya e dos demais fugitivos de Oubliette se intensifica e Hayato recebe a ajuda de um cavaleiro de ouro enviado por Phobos. Um poderoso dourado surge em Rozan e deixa Shiryu surpreso.

Capitulo 18: A coragem do urso e de leão menor. Ataque em Rozan.



Uma coisa eu aprendi: jamais escreva a fanfic de madrugada e com sono. (risos) esqueci de salvar e acabei perdendo tudo. Tive que começar de novo e ai já sabe né... disposição zero.
Esse capitulo é bem grande pois trás muitas explicações.
Para o próximo capitulo eu preciso da opinião de vocês: qual dourado devo enviar para Jamiel?

O dourado que eu escolhi para ir ate Rozan é um dos meus favoritos e certamente vai trazer nostalgia ao ler. Fiquei com orgulho ao criar o início das lutas entre ele e Shiryu... (risos)

Aaah.. mais uma coisa. Cada dourado eu vou abordar de forma mais profunda, não apenas em campo de batalha como arma de guerra, então já estou montando os "Gaiden" de cada dourado. Alguns já estão planejados, e são os de: Peixes, Câncer e Leão.

Obrigado a todos que ainda permanecem aqui comigo e seja bem vindo você que está começando a me acompanhar. Lembre-se, opinião e sugestão são sempre bem vindas.



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