Blood – 6

Novamente, quem é mais importante para você? Me diga...

Acordei, dessa vez não foi com o sol batendo em minha face, mas sim uma pessoa me sacudindo para acordar. Quando abri os olhos percebi que ela estava preocupada e nervosa por algo. E quando viu que eu abri os olhos sorriu e me abraçou.

Foi então que eu olhei ao redor, estava em um quarto branco e as janelas estavam fechadas eu fiquei observando ao redor até ele percebeu e respondeu.

Kyoya – Estamos em um dos hospitais da minha família.
Kaoru – Como?
Kyoya – Não lembra de nada?

Fechei os olhos e tentando me lembrar, foi então que minha cabeça começou a doer e então eu consegui me lembrar.

Kaoru – A febre não passou durante a noite e hoje de manhã parece que ela tinha aumentado...
Kyoya – Exato então você saiu andando dizendo que estava bem.
Kaoru – Eu estava meio tonto e...

Vi a cara de confirmação do Kyoya, sim eu saí andando, mas como estava meio tonto sai rolando escada a baixo. Observei o meu estado, não estava muito detonado meu braço direito estava engessado, provavelmente eu cai sobre ele, e minha perna direita também estava. Bom, acho que vou ficar um bom tempo quieto...

Kyoya – Vai ficar no hospital por 2 semanas. E mais 2 semanas em casa com o gesso. Mais 2 de Fisioterapia e acabou.
Kaoru – E enquanto a febre?
Kyoya – Pneumonia e desidratação, ah incluindo falta de se alimentar.
Kaoru – Quanta coisa @_@...
Kyoya – O que você fez para acabar assim?
Kaoru – Bom... Devo ter tomado chuva para relaxar, não me alimentei direito e só acho...
Kyoya – ACHA?!
Kaoru – Ai minha cabeça @_@...
Kyoya – Você tem noção que você está aqui deitado por causa disso?!
Kaoru – Agora estou tendo...
Kyoya – É bom mesmo, as duas semanas que ficar aqui provavelmente ficara bem da sua pneumonia e o resto...
Kaoru – Está bem... E desculpe o trabalho...
Kyoya – Bom, tudo bem, ficara de graça mesmo...
Kaoru – Mas e a escola?
Kyoya – Ficara de licença médica e fará as tarefas e provas na própria casa, já que você é canhoto.
Kaoru – Mais alguma coisa?
Kyoya – Ah sim, tiramos a imagem de amor fraternal e agora por enquanto estão somente como demônios.
Kaoru – Ta agora posso dormi?
Kyoya – Er... Não o Hikaru está ai fora preocupado com você e só está faltando matar a enfermeira na porta.
Kaoru – Deixe-o entrar o.o...
Kyoya – Está bem, vou falar isso...
Kaoru – Obrigado...
Kyoya – Que isso só fiquei preocupado com você, já que é raro...
Kaoru – Né?

Vi-o sorrir e se retirar, ouvi uma bagunça na porta e por fim vi o Hikaru entrar.

Hikaru – KAORU!
Kaoru – Ai minha orelha...

Ele venho até a mim e se sentou ao meu lado, passando a mão sobre os meus cabelos.

Hikaru – Você me assustou logo pela manhã!
Kaoru – Desculpe...
Hikaru – Tudo bem, já está melhor?
Kaoru – Ah, sim, já estou melhor, Kyoya me disse que vou estar fora deste lugar daqui a 2 semanas e depois irei ficar em casa por mais 2.
Hikaru – Até lá eu vou vir aqui para te ver.
Kaoru – Por que? Estamos em semana de prova, e já é um problema você ter perdido a prova hoje!
Hikaru – Prova é só estudar de novo e refazê-la. Se bem que a prova de hoje é de Química né? O professor provavelmente vai acabar repetindo minha nota nesta prova, com a desculpa de que eu sempre fui bem na matéria dele e não preciso refazer.
Kaoru – Sortudo, mas amanhã é prova de Inglês, e o professor provavelmente fará a mesma coisa que o professor de química só que para mim. Porem, você terá que ir fazer a prova, uma vez que você não vai bem, e o professor prefere a mim.
Hikaru – É... Amanhã não terá como fugir... Mas hoje pelo menos poderei ficar ao seu lado né?
Kaoru – Deveria ir para a casa estudar...
Hikaru – Mas Kaoru!
Kaoru – Eu sei... Pode ficar...
Hikaru – Bom vou ficar aqui ao seu lado. No entanto você deveria descansar...
Kaoru – Eu sei, ia fazer isso antes de você entrar...
Hikaru – Tudo bem eu vou ficar aqui hoje.
Kaoru – Está bem, já que quer assim...

Tirei a mão esquerda de baixo do cobertor e peguei a mão dele, entrelaçando os meus dedos nos dele. Sorri e fechei os olhos, a verdade é que não queria que o seu irmão saísse-se de perto de si e muito menos que ele ficasse longe. Fechei o sorriso tentando dormi, embora ao princípio eu não tenha conseguido dormi permanecia de olhos fechados, afinal queria saber o que o irmão iria fazer.

Percebo que o meu irmão como não tinha escolha, permanecera sentado ao meu lado na cama, passando a outra mão sobre os meus cabelos e por fim depositando um leve beijo sobre minha testa. Para em seguida perceber que este deitara ao meu lado me abraçando com uma mão e deixando a nossas mãos no meio de nós. Provavelmente ele deve ter ficado muito preocupado, pois dava para se perceber que só agora ele finalmente relaxara.

Ao meu lado e perto de mim, finalmente com a sensação de agrado e segurança que meu irmão emanava sobre mim, eu consegui dormi.

Um sono tranqüilo e calmo, um sonho com o Hikaru. Sobre o que era? Não importa, só importava que ele estava lá. O sonho era tão bom, que se tentasse melhorar iria piorar.

Quando abri os olhos já era final de tarde e meu irmão ainda estava ao meu lado do mesmo jeito. Olhei ao redor e vi a bandeja com a comida, não estava com fome e muito menos com vontade de acordar o irmão para que este fosse pegar a bandeja.

Passei os olhos sobre a face do Hikaru dormindo ao meu lado. Sorrindo, virei um pouco a certo custo, mas valera a pena, pois só de virar um pouco pude deixar minha face colada à dele, dando um leve beijo sobre os lábios dele. Voltando a me deitar novamente. Olhando o teto e sorrindo, aquela era uma das poucas vezes que poderia fazer isso.

Afinal se o irmão estivesse acordado iria dar uma bronca, dizendo que irmãos não fazem isso e que aquilo realmente era incesto.

Novamente vinham aqueles pensamentos, o pensamento que se falasse à verdade para o Hikaru, o mesmo iria se afastar e até ter ódio ou nojo. Tentei permanecer sorrindo, pois finalmente tinha conseguido algo. Mas os pensamentos estavam sendo cruéis e mais do que isso estavam o levando para longe.

Tão longe que não percebi que o meu irmão tinha acordado e estava tentando fazer eu voltar do transe. Quando voltei sorri o olhando eu percebi que este se levantara indo até a bandeja com a comida e a trazendo para perto de mim. Tentou me sentar na cama com delicadeza e quando finalmente conseguiu colocou a bandeja com o suporte sobre a cama. E assim comecei a comer com o braço esquerdo olhando-o sentar-se na cama e me olhar a comer.

Quando finalmente eu terminei de comer ele pegou a bandeja e tirou de cima de mim deixando em algum canto. Voltando e me ajudando a deitar, quando deitei fiquei olhando o teto ainda pensativo, o que fez ficar preocupado, já que quando estava junto do irmão nunca ficava pensando.

No entanto vi a enfermeira entrar e pedir para que eu dormisse até a pneumonia melhorar. Assim fechei os olhos tentando dormi, o que para minha sorte aconteceu minutos depois.

No dia seguinte...

Acordei no dia seguinte, observando ao meu redor com os olhos estranhando. Não tinha ninguém e mais do que isso parecia que já era tarde. Até eu entender a situação demorara um bom tempo. Mas não muito, assim peguei e liguei a TV.

Percebi então que eram três da tarde e que o Hikaru provavelmente tinha ido para a escola, uma vez que ele não estava aqui. Sorria pelo menos ele tinha ido mesmo para a escola.

Quando no relógio deram sete horas da noite, um horário que provavelmente o pessoal do Host já teria saído da escola, vi a porta se abrir, olhando vi que era o Kyoya entrando e se aproximando, sentando-se ao meu lado me olhando.

Kyoya – Como foi com o Hikaru ontem?
Kaoru – Foi bom... E tranqüilo...
Kyoya – Sabia que você preocupou muitas pessoas hoje?
Kaoru – Por exemplo?
Kyoya – As meninas que você atende, os professores e o pessoal da sua sala.
Kaoru – Mas provavelmente você resolveu isso né?
Kyoya – Sim...
Kaoru – E o pessoal do Host?
Kyoya – Bom, todo mundo ficou preocupado também.
Kaoru – Mas?
Kyoya – Tamaki não criou a "excursão" para vir te visitar por que ele ainda está mal com a gente. Hikaru parecia um zumbi e quando perguntei a ele falou que ontem quando saiu daqui à noite ele voltou para a casa e não conseguiu dormi por que estava preocupado.
Kaoru – Que fofo... Parece meu pai em forma de irmão...
Kyoya – Eu também fiquei preocupado ontem... Mas pelo jeito foi à toa... Uma vez que está bem...
Kaoru – Sim foi a toa eu já estou melhor.

Sorri o olhando, enquanto pensava que era estranho ele preocupado com alguém... Assim vi ele se aproximar de mim e me beijar. Um beijo calmo e tranqüilo, depois que a surpresa passou eu retribui o beijo dele.

Realmente ele deveria estar preocupado, para fazer tal ação... Mas se for compara a preocupação do Hikaru. Eu acho que o Hikaru ficou mais preocupado do que o Kyoya, se bem que não achei que eles iriam ficar preocupado.

Ouvi alguém cair no chão e assim quando olhei, tinha ficado horrorizado com o que via, a cara de horror e tristeza era o que eu via no olhar do meu irmão. A cara de quem não queria acreditar no que viu.

Vi que ele saiu correndo e o Kyoya tentou ir atrás dele, embora provavelmente ele tenha conseguido pegá-lo ou não, ele não voltou para contar.

Na verdade, nenhum deles voltou para me contar o que houve...

A preocupação dos dois foi perceptível, mas ainda duvido que o Hikaru se preocupara tanto assim comigo.

To be continued...