Gypsy escrita por Arabella


Capítulo 6
Cozinheira Perfeita.


Notas iniciais do capítulo

Recadinho pra vocês no final, xo



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POV Rachel

– Rachel, Rach… Rachel, acorda! - ouvi uma voz ao longe, enquanto sentia alguém mexendo em meus cabelos de forma suave. A voz era de Finn, e isso me assustou. O que em parte foi bom, porque eu definitivamente tinha que acordar e o susto por ter Finn me fazendo cafuné me fez dar um pulo da cama. Eu não estava acostumada a ser acordada por pessoas. No geral apenas aparelhos eletrônicos me acordavam, e ser acordada por Finn Hudson piorava ainda mais as coisas. Na verdade era apavorante. Eu estava sentada na beira da cama, ainda olhando assustada para Finn, que me devolvia o mesmo olhar.

– Vá para casa dormir, Rach, voce deve estar cansada!

– Eu não estou não! - Menti.

– Ah não?! Você dormiu uma hora e meia!

– E isso significa que está na hora da sua janta, apenas isso. Vou fazê-la e aí sim vou para casa.

Antes que ele pudesse reclamar ou fazer qualquer outra coisa eu saí em direção a cozinha. Por mais estranho que parecesse, eu estava empolgada com o fato de cozinhar. Não que eu gostasse ou fosse acostumada a fazer isso. Eu aprendi a cozinhar na marra, já que sempre quando minha mãe tentava me passar alguns ensinamentos eu ignorava. Mas quando me mudei para Nova York e fui morar sozinha não teve outro jeito, acabei pegando as manhas da cozinha. Não que eu fosse uma chefe de cozinha profissional, mas nunca matei ninguém com intoxicação alimentar depois de comer minha comida, o que já é alguma coisa. No entanto eu não treinava muito minhas habilidades, uma vez que o que eu mais faço é comer na cantina do hospital por falta de tempo.

Apesar disso tudo eu estava empolgada para mostrar serviço ao senhor sou-autosuficiente. Por essa razão não liguei de pular da cama e larga a TV maravilhosa do quarto de Finn para ir direto para beira do fogão. Ele deveria ficar muitíssimo feliz, não é todo dia que eu não acho ruim sair da cama para fazer algum serviço doméstico.

POV Finn

A minha médica/enfermeira/empregada havia saído do quarto fazia alguns minutos e eu não podia estar mais agradecido por ela estar demonstrando serviço. Estava faminto! Talvez os planos dela agora fossem me matar de fome, porque a bendita barrinha que ela havia me dado só fez eu ficar com um buraco ainda maior no estômago. Algum tempo depois, não tempo suficiente para ter cozinhado algo que preste, ela voltou pisando fundo. Percebi que estava estressada só pela forma que andava, então continuei com os olhos nos papéis da empresa.

– Por acaso tem alguma palavra mágica pra ligar aquele fogão? - Ela perguntou agressiva.

– Só minha empregada pra te responder isso. Ela só vem amanhã… - Ouvi ela soltar um ruído indignado e emendei - Tem uma lista de telefones de fast-foods do lado do telefone da sala. - Falei para ver se ela se acalmava logo, tinha tantas coisas pra resolver e ela ficava me enchendo pra ligar o fogão? Tenha santa paciência…

– Você tem uma lista de telefones de fast-foods e comidas prontas feitas sabe-se lá como? E não deveria ter também uma lista de emergência? - Ela disse incrédula.

– Isso é uma lista de emergência! - Sentindo o olhar acusador dela sobre mim, lhe direcionei os olhos por um rápido segundo para conferir sua cara de raiva. - Quer dizer, eu preciso comer se não eu morro.

– Tem razão, você precisa comer…

Dito isso ela saiu novamente. Demorou um pouco mais que a primeira vez e logo estava de volta, carregando uma bandeja nas mãos. Só por isso já soube que aquilo não era nenhum lanche rápido, então continuei o que estava fazendo, torcendo pra ela botar a comida em algum canto por ali, ir embora e me deixar fazer meu trabalho.

– Pronto, Finn. Largue os papéis para comer.

– Já disse que posso fazer duas coisas ao mesmo tempo. - Eu disse monótono.

– Não perguntei se você sabe. - Ela disse no mesmo tom.

– Por que tenho que deixar os papéis para jantar? Eu leio com os olhos e a boca, por acaso? - Disse estressado.

– Porque eu sou médica e sou superior a você. Por isso é melhor obedecer. - Sem acreditar que ela havia usado aquele argumento, continuei meu trabalho. Se ela soubesse de metade das encrencas ali, me deixaria em paz. - Sabe, eu não estou querendo ameaçar nem nada, mas… essa bandeja está pesada! Muito mesmo! Acho que não vou conseguir segurar por muito tempo. Imagina se ela cai sobre seus preciosos papéis. Você não quer isso, não é mesmo? - Virei minha cabeça lentamente para ela, enquanto absorvia o tom cínico que ela havia usado.

– Você não faria isso! - Eu disse ameaçador.

– Eu? Claro que não! Mas a bandeja está pesada, se ela cair o que eu posso fazer?!

– Sua desalmada! - Agarrei os papéis jogados pela cama. Ela começou a bater o pé no chão impacientemente, me deixando ainda mais nervoso.

– A cada segundo que passa ficar mais e mais pesada. - Acelerei minha tarefa e em um segundo todos os meus papéis estavam juntos e guardados dentro da maleta. Essa diaba! - Viu como tudo ficar melhor quando entramos em um acordo?! - Ela provocou, sorrindo. Eu já ia começar a falar quando observei a bandeja que ela colocava no meu colo. Havia uma gororoba nojenta no prato e o que tinha no copo, que acredito que eu teria que beber, era verde.

– O que é isso tudo? - Eu disse indicando a bandeja.

– Isso é uma sopa de vegetais, lotada de vitaminas D. E isso é um suco de couve. Umas das coisas mais saudáveis da gastronomia, sabe?

– Eu não vou comer isso! - Eu disse confiante.

– É claro que vai! E tem que comer tudo, hein?

– Mas Rachel… Isso… Nem minha mãe me obrigava a comer quando criança! Tá brincando, né?! Vai me trazer comida de verdade agora, certo? - Rachel negou com a cabeça e eu pude ver pela sua expressão que ela estava apreciando aquilo. - Isso é maldade!

– Não, isso é sua nova dieta! - Ela disse enquanto se deitava novamente no local que havia dormido pouco antes. - E quer uma dica? Melhor comer logo. Frio é horrível.

– Me parece horrível agora!

– Tudo bem, você que sabe - ela disse dando de ombros e olhando para a TV - Estava sendo boazinha com você.

– Boazinha? Nossa… quero nem imaginar sua versão malvada.

– Cala a boca e come, Finn. - Ela disse curta e grossa, me fazendo arregalar os olhos surpreso pela rispidez dela. Relutante, tentei obedecer. Mas foi só tomar a primeira colherada para desistir.

– Isso está horrível!

– Nossa, eu fiz com todo carinho, Finn! Não fala assim da minha comida! Não sou tão péssima cozinheira assim.

– Você pode ser uma cozinheira perfeita, mas essa comida é muito ruim! - Ela sacudiu os ombros, fazendo descaso a minha reclamação. - Duvido que você coma isso!

– Claro que não. - Ela confirmou.

– Vocês médicos são os piores! Vivem dizendo aos pacientes o que comer, o que fazer, mas vocês mesmo não seguem as regras de uma vida saudável! - Eu disse emburrado, e ela se remexeu do lado dela da cama.

– Auto lá! Eu faço exercícios regularmente! Tudo bem que não ando sendo uma atleta ultimamente mas é só porque tenho trabalhado de doze à dezesseis horas por dia e quando tenho folga estou cansada demais para sair da cama. Mas você não pode reclamar! Você não cuidou da sua saúde, você é o culpado por estar nessa situação e, por favor, eu estou super cansada, dei plantões três dias seguidos! Você está com metade dos ossos quebrados e eu estou a beira de cometer um acidente de verdade então, se eu fosse você, calava a boca e só comia! - Ela explodiu e eu fiquei sem palavras. Ela respirou fundo umas três vezes e voltou a posição que estava antes, o silêncio reinando no quarto. Encarei minha comida - se é que podemos chamar isso de comida - e suspirei.

– Você realmente sabe ser mal educada.

– Aprendi com você. Mais uns dias aqui e serei especialista no assunto! - Disse ainda olhando para a TV e se calou. Dei mais algumas colheradas da minha gororoba e chequei o relógio, que marcava onze horas. Será que ela ainda ia demorar muito pra resolver ir embora? Ou iria dormir por ali mesmo?

– Vai demorar muito? - Ela falou respondendo minha pergunta, ela devia estar quererendo ir embora.

– Eu preciso de um tempo para engolir tudo isso.

– Se você comer rápido nem vai sentir o gosto. - Vi ela fazer uma careta e checar o relógio como eu havia feito antes.

– Se quiser por ir descansar! - "Pode ir agora mesmo" eu pensei.

– Não, tudo ok. Eu aguento mais alguns minutos.

– Olha, eu não sou tão insensível quando aparento! Sei que médicos trabalham demais. Além de quê tenho idade suficiente, acho que não preciso de babá para ficar olhando se vou comer ou não. Então, estou dispensando seus serviços por hoje, vá descansar. - Ela me olhou hesitante e fiz minha melhor cara de compreensivo que consegui na hora. - Amanhã a empregada limpa a bagunça da cozinha. Sério, pode ir, você tá quase dormindo aí.

Vendo que não tinha outra opção, ela levantou-se e saiu, deixando claro que voltaria no dia seguinte para checar se estava tudo bem. Eu concordei e me senti aliviado por finalmente ter meu apartamento só para mim novamente.


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Notas finais do capítulo

Gente, capítulo-recado pra vocês, então perdão sei esse cap foi meio avulso e sem grandes novidades hahaha
Enfim, tô aqui pra avisar que meu pc quebrou! BO
Parou de carregar na verdade, estou usando meus 70% de bateria pra postar. Mas acalmem-se, o cara que ajeitou da outra vez - que deu o mesmo problema, eu devo ser uma desleixada mesmo - já tá vindo aqui pegar! Mas da outra vez ficou umas 3 semanas para ajeitar, não sei como vai ser agora, mas já vou prevenindo hahah
Mas, de qualquer forma, se arranjar um pc jogado por aí escrevo uma coisinha pra vocês! E a gypsy deve continuar por pelos mais uns 6 capítulos, porque já está escrito e no pen drive, aí fica mais fácil.
Anyway, só pra dar o recadinho mesmo. See u all soon, xoxo