A despedida e cada "adeus" ouvido por Kat estavam longe em sua mente. Foi tudo muito rápido e, lá estava ela em um avião indo para o outro lado do pais a caminho da faculdade. Em suas mãos estava uma carta escrita por Bianca em que falava coisas que nunca disse para ela, coisas maravilhosas, e foi impossível segurar as lágrimas.
Kat sabia que iria sentir falta do seu inferno diario, das reclamações do seu pai, das implicâncias de Bianca, das loucuras de sua melhor amiga Mandella, e principalmente de Patrick... por alguns momentos ela odiava ama-lo tanto, e odiava mais ainda se ver tão longe dele.
Após alguns cochilos no avião finalmente chega ao destino final, e no aeroporto havia um representante da faculdade a esperando.

–Olá, você é... Katarina Stratford?-O garoto branquinho e de cabelos espetados aparentando ter uns 19 anos diz lendo o nome dela em um papel.

–Sou sim. Você é o representante da Sarah Lawrence?

–Exatamente.-Responde pegando uma das malas da garota e caminhando até a saída.-Sou Victor Jones.

–Eu imaginava que como representante você fosse uns... 50 anos mais velho.

–Só tenho 20.-Ele diz rindo.

–E como conseguiu o cargo?

–Minha tia... bem, ela é a diretora de lá.

–Ah, claro. E quem mais trabalha lá? Sua mãe? Seu pai? Seus irmãos e primos também?-Kat começa de forma grosseira, mas natural.

–Vai com calma gatinha, não é bem assim não.-Fala se divertindo com a situação.

–Ei não me chama de "gatinha" tá! Eu odeio esses termos para se referir a alguém!

–Nossa já ví que você tem um genio difícil em!

Eles pegaram um taxi até a faculdade, e durante todo o percurso Kat fazia questão de tratar aquele tal de Victor do modo típico dela, grosseiramente, brutalmente, arrogantemente... e por incrível que pareça o garoto apenas ria de tudo, não se incomodava ou se ofendia, e aquilo até fez Kat criar uma certa simpatia por ele, mas claro que não seria capaz de demonstra-la.

–Bem vindo a Sarah Lawrence Kat!-Victor anuncia ao chegarem.

–É fantástico!-Ela diz surpreendida com a grandiosidade do lugar.

–Vamos primeiramente ao seu novo quarto deixar as suas malas e depois eu te mostro tudo ok?

–Ok!-Durante a longa caminhada até o quarto Kat ficava cada vez mais encantada com o lugar, era enorme e muito bonito, totalmente organizado, do jeito que ela esperava que fosse. Victor falava algumas coisas mas ela nem escutava, a ultima palavra que "ouviu" foi um "chegamos", que ela só reparou que foi dito ou se deparar a frente de uma porta, e ele fez questão de abrir por puro cavalheirismo. O lugar tinha um otimo espaço, um banheiro, escrivaninha, janela na lateral, armarios e... duas camas e em uma delas havia uma garota ruivinha sentada distraída com um livro.

–Olá Samantha.-O Victor fala tirando a atenção que a menina dedicava ao livro.

–Ah, olá Jones! Como vai?-A menina diz docemente.

–Estou bem. Vim trazer a sua colega de quarto, Samantha esta é Kat. Kat esta é Samantha.

–É um praser conhece-la Kat, tenho certeza que será otimo ser sua colega de quarto.-A ruiva se levanta sorridente e sacode a mão de Kat a cumprimentando.

–Eu não poço dizer o mesmo.-Ela responde arrastando a mala pelo quarto.

–Não liga não Sam, ela é assim mesmo. Stratford, mais tarde eu passo aqui para te mostrar a univercidade, descanse da viagem, sei que foi cansativa. Até mais moças.-O garoto fala se retirando.

–Ai graças a Deus ele já foi! Gente que fala demais me extressa!-Kat reclama.

–Ele é assim mesmo. Mas me fale sobre você! De onde veio? O que irá cursar? Quantos anos tem? Em que colégio estudava? Qual é o seu nome mesmo?-Samantha perguntava aleatoriamente fazendo Kat ficar vermelha de raiva.

–Calma garota! Você tem uma metralhadora no lugar da boca? Vamos fazer assim, eu quero impor regras para um convívio melhor ja que vamos ser colegas de quarto. 1°, evite falar comigo. 2° evite falar sozinha. 3° evite cantar alto. 4° evite ler em voz alta. 5° não toque em nada que me pertence. É só isso mesmo, não quero parecer chata sabe.

–Não parece não. Você tem razão em impor regras, mas por incrível que pareça essas eram as mesmas regras da minha casa. Que ótimo! Porque assim eu me sentirei no meu lar. Obrigada- A garota diz rindo de modo bobo e infantil.-Eu vou no refeitorio pegar um pudim, você quer?

–Não querida, pode ir.- Ao se ver livre da ruivinha que mais parecia uma criança, Kat resolve aproveitar esse momento de privacidade para ligar pra Patrick, ela precisava contar tudo o que tinha visto aqui.

–Alô?-Aquelas três únicas letras ditas por Patrick conseguiam provocar nela coisas inexplicáveis, mas era imensamente confortador ouvir sua voz novamente.

–Oi Patrick! Sou eu, Kat.

–Oi amor. Ja chegou? Como estão indo as coisas ai?-Ele pergunta entusiasmado.

–Cheguei sim, e é tudo maravilhoso, do jeito que eu imaginava. Tirando a parte do represente da faculdade, ele é muito irritante...

–O representante? É um homem? Kat você me disse que não tinham homens ai.

–Mas eu também pensava isso. Ou pelo menos que fosse um homem de 60 anos e não um garoto de 20!

–20?-Agora sim ele se sentia ameaçado. Um jovem na mesma faculdade em que Kat ficará por 4 anos. Mas o pior de tudo é que ela estava o odiando, ela odiava o garoto. Isso era um péssimo sinal, pois Patrick sabia que é sempre no ódio que Kat encontra o amor, como aconteceu com eles. A preocupação rondava a sua mente, tudo que ele menos queria era perde-la.

–Olha amor fica calmo tá. Não fica chateado com isso não. Eu ainda tenho que te contar sobre a minha colega de quarto, parece que estou dividindo o mesmo espaço com uma criança de 8 anos.-Ela esperava alguma resposta mas ela permanecia calado.-Patrick você ja está procurando alguma faculdade?-Kat muda de assunto esperando que ele se manifestace.

–Faculdade? Nem pensei nisso ainda Kat.-Na verdade ele ja tinha pensado sim. Ja tinha olhado catalogos e mais catalogos de univercidades para encontrar alguma que ele gostasse. Decidiu que cursaria direito, lá em Seattle mesmo. Mas agora não tinha cabeça para contar isso a ela, pois o ciumes tomava conta dele, e ele nem sabia que esse sentimento existia.

–Fala sério, como não se preocupou com isso ainda? Deixa de ser desleichado Patrick! Pense um pouco mais no seu futuro, no nosso futuro... Olha eu tenho que desligar agora, vou descansar um pouco da viagem e amanhã eu ligo. Eu te amo.

–Eu também te amo Kat.-E por alí acaba o conturbado dialogo. Aquela conversa havia deixado os dois tristes e esse era um péssimo primeiro passo a ser dado em um namoro a distancia. O que os dois pensavam neste momento era: Como esse amor sobreviveria diante de tudo isso?