Pov. Jace

Conquistar Clary não estava sendo fácil, mas a cada dia que passava ela confiava a cada dia mais em mim, não como antes, mas já estava melhorando, dessa vez nós decidimos ir com mais calma, então decidimos ir como deveria ter sido desde o começo.

Já tinham se passado sete meses que nós tínhamos voltado a tentar voltar o nosso relacionamento, íamos ao cinema, fazíamos piquenique no parque junto com Lilly, parques de diversão, viagens até a praia, Lilly aproveitava mais que nós dois juntos e eu entendemos o lado dela, já que depois de tanto tempo eu e Clary estávamos juntos fazendo as coisas que ela gostava.

Mas depois de sete meses reconstruindo tudo, nós repensamos na ideia de um casamento, chamei Clary para morar novamente comigo e ela aceitou de primeira, respeitei o espaço dela sobre toda a situação, afinal ela tinha que confiar em mim novamente, não seria fácil essa tarefa se eu fosse um babaca.

— Acho que agora não teria problemas eu ir para o seu quarto agora - foi o que ela disse para mim oito meses depois que decidimos reatar e um mês depois que ela e Lilly voltaram a morar comigo, as coisas de alguma maneira estavam dando certo para nós.

Passamos um mês com Clary se infiltrando no meu quarto no meio da madrugada indo se deitar comigo porque estava com saudades, mas na manhã seguinte a mesma dizia apenas que era frio, mas eu sabia que ela sentia falta dos nossos momentos, afinal, tudo que fazíamos agora era pela Lilly, era merecia um pouco de diversão entre seus pais depois de quase dois anos separados.

— Eu acho uma ótima ideia - falei para ela e ela sorriu, enquanto tomávamos café naquela manhã de primavera.

Lilly corria no jardim com seu mais novo melhor amigo o Pluto, uma bolinha de pelo da raça Papilion, que demos de presente de aniversario para ela, já que ela estava pedindo demais um irmão e sei que Clary ficava muito chateada em tocar nesse assunto.

Passamos junto ao medico recentemente, ele disse as chances eram pequenas, mas se nós quiséssemos ainda era possível, mas não faria Clary passar por isso, sei que foi difícil e não quero que ela sofra mais.

Então tudo voltou a ser como antes do Sebastian aparecer, apenas que Clary não precisava mais trabalhar comigo na Tiffany, mas gostava de me acompanhar todos os dias na empresa, ajudar o pessoal da publicidade, tirar fotos, apenas quando tinha algum compromisso de modelo ela não me acompanhava, mas foram bons termos conseguido voltar à rotina de quatro anos, Lilly agora uma garota esperta em seus sete para oito anos, Clary sendo uma modelo de sucesso com seus 26 anos e eu, conseguindo manter a empresa da minha avó em pé, com determinação.

Finalmente estava tudo se encaixando.

Pov. Clary.

10 meses depois que os dois reataram.

— Parece que as coisas estão ótimas entre você e o meu primo, depois de tanto tempo - Izzy falou enquanto ela me ajudava a pegar as caixas de docinhos no meu carro.

— Sim, finalmente esta tudo ótimo e as mil maravilhas, Aline nunca mais apareceu, Sebastian sumiu e eu estou aqui fazendo uma festa surpresa para o aniversario de 30 anos dele - falei e ela riu.

— Como ele estava? Irritado? - ela perguntou e eu assenti.

— Considerando que eu sai sem dar parabéns, ninguém ligou para ele, nem mesmo Lilly deu parabéns para ele. Então está irritado, passei para almoçar com ele hoje e ele apenas bufou e disse que estava ocupado - contei para ela e ela deu risada.

— Ok, agora vamos deixar essas coisas aqui e ir para o salão, uma festa de gala merece tratamento especial - Izzy disse e os garçons contratados terminavam de tirar o bolo e o resto dos doces do carro.

— Só você mesmo - falei mesmo e entramos de volta no carro.

Marie estava cuidando de tudo com relação ao buffet, a deixei a vontade para gritar com quem quiser e ela estava feliz em ficar encarregada de cuidar da festa de Jace desde os mínimos detalhes. Izzy disse que seria mais elegante fazer a festa no jardim, com varias luzes,

Magnus nos aguardava na frente do salão segurando os dois vestidos em suas mãos, era uma sorte enorme Jace ter ido trabalhar de terno nesse dia. Estacionei o carro e entramos no salão, estava cheio, como sempre, ainda mais sexta feira. Izzy se sentou na cadeira para fazer as unhas e Magnus me levou até a sala de depilação, de novo, era a pior parte de tudo.

Depilação terminada, unhas feitas, apenas cabelo e maquiagem.

— Vamos lá bonequinha de luxo, maquiagem - Magnus me puxou e me sentou na cadeira, enquanto Sophie fazia o cabelo da Izzy.

Apesar de ir com frequência ao salão do Magnus com relação as minhas fotos como modelo, Izzy dizia que eu precisava me manter sempre linda, pois os clicks eram inevitáveis, se não fosse minha melhor amiga, eu estava perdida em tudo que eu fazia, eu sempre escutava os cochichos sobre mim, sobre como eu era interesseira e ainda mais depois que eu e Jace nos separamos e eu virei modelo oficialmente.

Ou depois que o assunto pelo qual nos separamos caiu na boca das madames do salão, foi difícil, mas como sempre, apenas eu e minha família sabemos como é o nosso relacionamento e nada do que for dito sobre mim ou sobre Jace vai mudar alguma coisa.

Assim que terminei a maquiagem, o qual eu achei rápido demais já que Magnus tinha mãos habilidosas, coloquei meu vestido e Sophie fez um penteado, outra pessoa que possuía as mãos divinas, eu admito que quase dormi na cadeira.

Ajeitei as joias que havia ganhado de Harry Winston como presente depois de ter feito fotos da nova coleção, olhei minha maquiagem e tudo estava perfeito, Izzy também estava maravilhosa em seu vestido preto e sua maquiagem impecável.

— Não acha que é um pouco demais? Tudo isso? - perguntei quando nós três estávamos no carro indo para minha casa.

— Não esta Clary, esta tudo maravilhoso, é apenas uma festa - ela falou e eu assenti. – Só vamos esperar para ele não estar extremamente irritado.

— Ele não vai – Magnus falou depois de olhar o celular. – Alec acabou de me mandar uma mensagem, temos um grande problema. Jace acabou de ligar para Marie atrás de você Clary e ele avisou a ela que está indo para casa.

— Merda – falei e soltei um suspiro – Está tudo mundo lá?

— Sim, aparentemente só falta nós três mesmo e temos que correr se quisermos chegar antes do Jace – ele falou e eu soltei o ar.

— O pluto – falei e os dois me olharam - Marie o mandou para o pet shop, liga para ela e pergunta se ele ainda está lá.

Magnus fez o que eu pedi e o Pluto ainda estava no pet shop, terminando a tosa, me deu uma ideia para atrasar pelo menos um pouco a chegada do Jace. Liguei no pet shop e avisei que Jace iria buscar o Pluto, o próximo passo, foi ligar para ele.

— Oi meu amor, posso te pedir um pequeno favor? – perguntei e escutei ele bufar na outra linha, mas respondeu.

— O que você quer Clarissa? – Sim, ele estava muito irritado, segurei a risada e continuei.

— Busca o Pluto para mim no pet shop? Eu acabei ficando presa mais tempo no estúdio e estou indo para casa agora, mas não vou conseguir chegar a tempo para buscar ele – falei e ele bufou de novo.

— Eu passo lá, te vejo em casa. Tchau – ele falou e desligou.

— Ele está muito irritado – falei e os dois riram.

Acelerei com o carro, tomando cuidado para não levar nenhuma multa, nem ser parada pela policia, Izzy me fez cortar o caminho por uma estrada que levava até a casa mais rápido e em menos de 15 minutos, entrei com o carro na garagem e sai correndo para o jardim, encontrando todos os convidados lá, esperando o Jace chegar.

Encontrei minha mão com Lilly e as duas estavam lindas, Marie olhava os últimos detalhes e eu cumprimentei todos os convidados, e pudemos relaxar pelo menos um tempo. Logo Alec voltou do portão falando que Jace havia chegado.

Apagamos todas as luzes e ficamos em silencio, ele entrou pelo portão do jardim com o Pluto no colo, estava tudo escuro e todos nós estávamos escondidos em lugares estratégicos como atrás das arvores, estava bem escuro, e por isso ele não conseguia enxergar a gente.

Jace continuou bufando e começou a caminhar na nossa direção, para levar Pluto para a casinha dele que era na varanda onde a mesa do bolo estava montada. Olhei para Alec do meu lado e ele assentiu, passando um toque para Magnus para ele acender todas as luzes da casa e logo todos gritaram surpresa.

Pluto deu um latido nervoso e saltou do colo de Jace, indo em direção a Lilly que agachou para fazer carinho no filhote. Jace olhava espantando todos ao redor e seus olhos pararam em mim, a irritação que estava visível em sua face sumiu e um sorriso brilhante apareceu em seu rosto.

— Você me pegou – ele falou e eu dei risada.

— Era o plano – falei e o abrace- Feliz aniversário meu amor.

— Brigada minha linda – ele falou e logo pegou Lilly no colo, que veio gritando chamando Jace.

A família toda se reuniu a nossa volta e os parabéns começaram depois os amigos cumprimentaram Jace com grande felicidade. Ele estava impressionado e feliz pela surpresa.

— Eu gostei muito, brigada – ele falou antes da banda começar a tocar e todos se espalharam pelo jardim, sentado nas mesas, bebendo, minha mãe dançava com Luke na pista de dança, estava tudo tão normal e feliz que uma onda de alivio passou por todo meu corpo.

As coisas seriam assim agora, nada de armadilhas, nada de Aline ou Sebastian, eles já estragaram minha vida o suficiente, agora tudo ficaria bem.

— Um beijo pelos seus pensamentos – Jace disse e me puxou para dançar, depois que conversou com todos que estavam na festa. – Brigada pela surpresa, até meus amigos do colégio, isso foi ótimo.

— Nap. é todo dia que se faz 30 anos – falei brincando e ele me mostrou a língua.

— Não se anime Clarissa Fray, o seu também está chegando – ele falou e eu dei risada.

— Daqui a três anos, eu passo – falei e ele riu – Não vale festa surpresa porque eu já fiz o seu.

— Eu tenho ideias melhores – ele falou e eu dei risada – Sexo envolve todas elas.

— Você é um tarado – disse enquanto ele me girava na pista improvisada.

— Por você, sempre – ele disse e me deu um beijo – Na realidade, estou louco pra sair daqui com você e fazer algumas coisas.

— Por isso eu digo tarado. Aproveite sua festa, converse com seus amigos, eu vou ficar ali com a Izzy – falei e me afastei dele, não sem dar um beijo primeiro.

Peguei uma taça de champanhe e brindei com Izzy pelo sucesso da festa, e realmente, estava ótima, menos quando um dos seguranças de Jace foi me chamar, dizendo que tinha um pequeno problema na entrada.

Eu e Izzy seguimos o segurança por dentro da casa, havia algumas pessoas lá dentro, além dos garçons que estavam passando de um lado para o outro. Ao lado da porta de entrada, um dos seguranças barrava um pontinho rosa de entrar no resto da casa.

—Izzy, leve as crianças lá para a sala de tv e coloque um filme pra elas – falei e Izzy foi para o lado das crianças e eu andei até a porta, parando em frente à Aline, o pontinho totalmente cor de rosa. – Algum problema?

— Logico, esses idiotas disseram que eu não posso entrar na casa – ela falou e eu dei uma risadinha.

— Porque você não está convidada – falei e ela me olhou com raiva.

— Isso tudo aqui era meu, antes de você chegar, você estragou tudo – ela praticamente gritou e Izzy voltou ao meu lado.

— Ele não estava com você quando nos conhecemos, e eu não tirei nada de você,  você que quase destruiu a minha vida – disse e ela deu uma risada debochada.

— Apenas quis mostrar ao Jace que você era uma vadia interesseira, que só queria subir na vida com sua filha bastarda, achei que você sumiria depois que se tornasse modelo, eu que deveria ser a dona dele, de tudo – ela disse chorando de raiva.

— Eu não queria nada disso, aconteceu, nós nos tornamos uma família, sinto muito se você não conseguiu isso para você, e o Jace não é de ninguém, ele precisa de alguém que o entenda e que seja amiga dele, não que ligue pro luxo e dinheiro – falei e ela engoliu o choro – Se ele perdesse tudo, você continuaria com ele?

Ela ficou quieta e eu entendi o recado.

— Eu realmente espero que você possa mudar, e eu acredito que isso é possível, um dia você vai conhecer alguém que você realmente ame, independente do dinheiro, da onde mora, do luxo, mas pela pessoa que ele é com amor. Eu espero que você ganhe isso na sua vida, pois essa é a melhor coisa que pode acontecer na vida de alguém – falei e ela assentiu, limpando algumas lagrimas nos olhos.

— Me desculpa – ela disse e virou de costas, indo em direção à porta saindo da casa.

— Esse discurso foi ótimo, achei que você ia sair batendo na cara dela ou coisa do gênero – Izzy falou e eu dei risada.

— Não, eu sei o que ela pensa, mas um dia tudo isso vai mudar, ela vai encontrar alguém e ela verá que se é a pessoa certa, vale a pena algumas mudanças – falei e ela me abraçou. – Agora você terá que se acertar com meu primo, cansei desse joguinho ridículo entre vocês dois.

— Nós estamos meio que juntos só que escondido – ela falou e eu olhei assustada para ela.

— E você não me contou um negocio desses?  Qual é Izzy, sou sua melhor amiga – falei e dei um soco de leve no seu braço.

— Estava esperando o momento certo, você estava muito ocupada com toda a festa e isso é recente, estamos juntos há uns dois meses.

— Super recente, contando as diversas vezes que vocês ficaram e acharam que eu não soubesse,  sim eu sei – falei e ela me olhou assustada – Dois meses que vocês finalmente decidiram namorar, agora, pense que eu não sei os encontros às escondidas, as mensagens.

— Então você sabia? – ela perguntou e eu ri.

— Sei desses encontros escondidos, do namoro é novidade mesmo – falei e ela riu. – Vamos voltar pra festa, preciso beber.

— Essa é a minha garota – ela disse e fomos para o quintal aproveitar a festa.

Quando chegamos do lado de fora, Marie disse que já podíamos cortar o bolo, Jace se negou a ter parabéns e ficamos chateados pois iria ser legal, mas ele disse que faria o discurso do mesmo jeito.

Ele ficou na escadinha da varanda e nós ficamos abaixo, para ver ele falar.

— Queria agradecer a todos pela presença e por terem conseguido guardar o segredo para vocês, sei que algumas pessoas não conseguem segurar a língua, nesse caso minha filha e minha prima. – ouvi Izzy o xingar baixo do me lado e dei risada. – Também te amo priminha. Eu queria agradecer em especial a Marie por ter organizado tudo e ter cuidado tão bem de mim todos esses anos, agradecer ao meu pai por ter me criado e confiado em mim para tudo, agradecer a toda minha família, a minha prima Izzy que se eu não falar dela, acho que ela é capaz de me matar, a minha adorável filha e por ultimo mas não menos importante, Clary. Passamos por altos e baixos nesses quatro anos que nós conhecemos, mas aqui nos estamos, mais um dia e eu espero que seja eterno.

Ele deu uma pausa e mexeu no bolso da calça.

— Eu já fiz isso uma vez, estávamos sozinhos, você nos seus 22 anos, eu com os meus 26 anos, muita coisa acontece em quatro anos e nós sabemos disso, amadurecemos e por isso, hoje a noite, com mais companhia, eu volto a pedir – ele desceu dos degraus e se ajoelhou na minha frente, abrindo a caixinha e mostrando um anel que eu conhecia bem, mas não via a muito tempo – Clarissa Fray, aceita se casar comigo?

— Sim  - falei e ele colocou o anel no meu dedo anelar da mão direita.

Todos começaram a aplaudir e gritar, nos dando parabéns e foi assim, que essa noite se tornou perfeita.