Please Be Mine escrita por BlazingHeart


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Festival, parte 1




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Eu não me sentia muito bem, a imagem de Alex olhando para mim. Seu olhar me fulminando através da janela, seus livros haviam caído e eu poderia estar enganado, mas acho que vi lágrimas também. Tinha um bom tempo em que ele não me presenteava com seus belos traços da face expostos em um sorriso. Mas o porquê dessa reação era desconhecido, as supostas lágrimas, carregadas com que sentimento? Ele teria algum sentimento por mim? Ele era muito mais confuso do que havia pensado.

Depois do meu encontro com Robert na cafeteria havíamos ficado um pouco amigos, que, aliás, tinha alguns dias do ocorrido. Alex estava cada vez mais estranho com o passar do tempo. Agora ao invés de observações sutis, ele estava me observando quase que explicita e publicamente. Principalmente quando eu estava perto do Robert, algo me dizia que minha aproximação dele não o agradava nem um pouco. Mas não me importo, ele não é nada meu, não quis ser nada meu, esconder o fato de ter acontecido um beijo — que ainda brinca com meus pensamentos noturnos — entre nós confirma isso, e ainda teve a coragem de me encarar cara a cara depois do ocorrido.

Enquanto minha situação era ser observado pelo meu atual desejo, que aparentemente não quer nada comigo, ter o ego machucado quanto ao fato de Robert ter se aproximado para tentar ficar com Clare, a situação da mesma era quase o oposto: Jullie e ela tiveram a primeira vez.

— Foi mágico. Os beijos, os toques, tudo! — o entusiasmo de Clare era desanimador para minha pessoa.

— Isso é ótimo Clare! — disse eu mascarando minha tristeza, deixando minha felicidade por ela transbordar.

Robert e eu fazíamos coisas juntos em quase todo tempo livre dele, ele estava se tornando um bom amigo para mim, já que me sentia meio largado por Clare, por ela ter Jullie ao lado dela. Ele olhava para Clare com um olhar fixo, quase demonstrando seu sentimento por ela, Jullie parecia não perceber nada mesmo tendo Robert como irmão.

Estávamos cada vez mais próximos do Festival. O Festival era uma comemoração festiva que ocorria numa determinada data que fazia referencia as festividades originais da cidade, que celebravam as colheitas fartas, no tempo que em a região tinha como economia principal e única, a agricultura. O bairro central da cidade se enchia de atrações por uma semana, mesmo depois de muito tempo, essa tradição tinha sido mantida na cultura das pessoas que viviam na cidade. Nessa semana normalmente as escolas paravam, preparavam algum projeto extra para poder repor os conteúdos perdidos nos dias do Festival. Eu particularmente preferia viajar nessa época, e chegar nos últimos dias que eram os mais movimentados e com atrações mais interessantes.

— Então Dave, você vai aproveitar o Festival? — perguntou Robert me encarando profundamente, a luz refletia em sua face.

— Eu vou viajar nos dias em que vai acontecer. — respondi me esquivando do seu olhar, desviando o meu para a capa do livro que estava em minha mão.

— Nós poderíamos viajar juntos.

— Oi? — virei repentinamente com uma expressão de surpresa estampada em minha face. — Nós?

— Sim, eu, você, Clare e Jullie. — ele falou de uma maneira em que o tom de voz foi baixando, se tornando menor ao falar Jullie, enquanto se virava e pegava um livro das grandes estantes da Biblioteca Central.

— Ótima idéia. — disse tentando disfarçar minha expressão anterior.

Fiquei pensando nessa proposta e me parecia ótima, uma semana viajando com eles seria realmente bom. Liguei para Clare.

— Clare.

— Will? — respondeu ela sonolenta. — o que faz interrompendo o sono dos outros?

— Vamos viajar nos dias do Festival? Eu, você, Robert e Jullie?

— Parecia uma idéia bem esquisita. — sua voz estava se consolidando. — to dentro. Vou ligar para Jullie.

— O.K. — nossa ligação durou até esse ponto.

Jullie confirmou depois, estava quase tudo certo para nossa viagem, menos para onde iríamos. Eu não tinha idéia de para onde ir, a mínima idéia, então convoquei depois da aula, um encontro entre nós quatro.

A tarde estava no fim e eu decidi sentar à janela e desenhar, um de meus hobbies preferidos. Observar as pessoas passando, as coisas acontecendo, o movimento da cidade, as tonalidades das cores do sol poente era um show a parte que eu gostaria de pegar pequenos detalhes e desenhá-los, eternizá-los com lápis enumerados de diferentes tonalidades, próprios para desenho e depois admirá-los lembrando de cada momento eternizado no desenho.

— Acho que ir para algum lugar no litoral seria legal. — disse Robert, olhando para cada um de nós, que estávamos reunidos discutindo para onde iríamos viajar.

Todos trocaram olhares, olhares de aprovação. Ninguém tivera nenhuma idéia interessante a tarde inteira, ficar hospedado num hotel perto da região litorânea era uma idéia bem instigante. No final, decidimos que íamos mesmo viajar para a região litorânea e ficar hospedados num hotel. Robert cuidou dos detalhes e em poucos dias estaríamos embarcando nessa viagem rumo à diversão do litoral. Estava ansioso para saber no que aquilo tudo ia dar, acho que nada de bom.

Depois de algum tempo, o clima continuava o mesmo: os olhares de Alex, e minhas saídas com Robert. Nossa viagem estava exageradamente próxima, no dia seguinte para ser mais exato. A semana inteira o assunto foi essa esperada viagem, enquanto toda a cidade se preparava para receber pessoas de fora para as festividades, nós quatro nos preparávamos para deixá-la e seguir rumo à curtição.

— Cinema hoje? — disse Clare, assim que atendi a ligação.

— Com certeza! — disse eu com entusiasmo. — Nós quatro?

Ela fez uns barulhos estranhos e aquilo parecia ser um sim.

— Beijo!

Ela desligou e eu fui me aprontar para isso. Eu não conseguia esperar mais nem um segundo para embarcar na viagem, o cinema seria uma ótima forma de distração. Encaminhei-me para o banho.

Enquanto a água gélida recaia sobre meu corpo, que se encontrava desnudo, desprotegido, exposto. Me imaginava com Robert, aquele pensamento foi repentino e me assustou, ao mesmo passo que me excitou.

Ele estava no banho comigo, estava despido, seu corpo estava desprotegido e exposto na minha frente. Seu olhar era sexy e direto, ele queria muito mais que um banho, obviamente. Suas mãos foram se aproximando acompanhadas de seu corpo inteiro e repousaram logo na minha nuca, seus lábios foram se aproximando e seus olhos cor de mel se fechando. Ele me beijou intensamente, sua língua me invadiu por via oral, sua outra mão percorreu a extensão do meu corpo, e seu corpo me pressionou contra a parede enquanto a água recaia sobre nossos corpos em chamas. Eu não tinha percebido, mas já estava me masturbando. A cena em minha mente ainda se desenvolvia, sua mão que estava tocando a nuca, agora burlava minha intimidade, acariciando-a, me fazendo delirar. Ele agora percorria meu pescoço com os lábios, a trilha sonora daquela cena passou a ser a água caindo e os leves gemidos que desferíamos. Ele se abaixou, agora usando sua boca no lugar das mãos. Meu cérebro não continuou a cena, pois na realidade tinha chego ao ápice, acompanhado de espasmos e gemidos.

Fui me encontrar com os outros. Minha mente brincava comigo, me fazendo lembrar-se dos pensamentos eróticos do meu banho, brincando com minha circulação e temperatura corporal, toda vez que chegava perto de Robert. Acho que ninguém havia percebido nada, mas eu não o via apenas como amigo, agora o encarava de maneira sexual também, a ponto de fugir da realidade e imaginar mais coisas quando estava próximo dele, naquela reunião de amigos para assistir um filme. Foi quase uma tortura para mim, uma espécie de tentação, algo inalcançável, improvável. Os sentimentos dele por Clare eram expostos, quase tão expostos quanto os olhares de Alex para mim, ou nossos corpos no meio devaneio durante o banho.

Tinha sorte de conseguir disfarçar bem, aparentemente ninguém havia percebido meus olhares mais indiscretos para Robert. Eu não gostava dele, como gostava de Alex, que mesmo não sendo correspondido, eu gostava dele. Eu desejava Robert, eu almejava ter seu corpo a minha mercê.

Durante a noite eu tive mais pensamentos, mais cenas, mais luxúria. Os meus demônios internos pareciam manipular minha mente, torturando-me com essas cenas, me fazendo delirar em pensamento, me fazendo desejar que esses delírios se concretizem.

Logo pela manhã, fui a casa de Clare e Jullie se encontrava por lá. Estávamos prontos, esperávamos agora por Robert, ele nos levaria até o litoral. Clare e Jullie estavam sorridentes e felizes, eu estava sorridente, tentando esconder minha compulsão temporária por Robert. O mesmo chegou logo em seguida, parecia estar mais sexy do que nunca, ou meu olhar o via mais sexy do que nunca? Uma pergunta quase retórica.

Entramos no carro e seguimos viagem.


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