Please Be Mine escrita por BlazingHeart


Capítulo 12
Capítulo 12 - Eu te protejo




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Os meus sentimentos estavam à flor da pele. Nossos corpos em chamas procurando um ao outro, não para fazer as chamas diminuírem, e sim para causar um incêndio colossal. Sempre que estávamos juntos era exatamente isso que acontecia, nossos corpos irrompiam em chamas e nossos sentimentos extrapolavam. Seus dedos passeavam por minha nuca, causando em mim, arrepios instantâneos. Seus lábios pressionavam e acariciavam os meus, ora suavemente, ora rudemente. Sua língua me invadia, me burlava, sentia me despido e desprotegido por um instante quando ele me beijava, até que esse sentimento era dissipado por seus braços a minha volta, envolvendo-me, me dando uma proteção inimaginável. Era isso que sentia estando com Alex.

Hoje seria o dia em que Robert, Clare e Julie iriam retornar para a cidade. Acho que Clare já havia espalhado a notícia do meu namoro com Alex. Tínhamos nos falado por telefone no mesmo dia que Alex me pediu em namoro, ela provavelmente tinha contado para Jullie e certamente a mesma contado para o Robert. Mas, e o Robert? Desde que eu pronunciei o nome do Alex naquele momento de prazer, ele e eu não tínhamos uma comunicação parecida com antes. Nós nunca mais havíamos nos falado direito; levando em conta que eu permaneci muito tempo preso junto com Lana, lendo livros e conversando com ela. Era bem interessante até, mas com isso perdi todo o contato com ele. Sempre que eu acordava, ele já não estava mais lá, ou ainda estava dormindo. Isso não era algo de suma importância, mas mesmo assim me preocupava e um fio solto de dúvida sobre o que ele pensara de mim no momento, e o que ele pensa sobre mim atualmente.

Alex e eu estávamos passeando pelo centro da cidade de mãos dadas, atraíamos os olhares das pessoas a nossa volta. Olhares diversos, alguns de reprovação, outros apenas olhares curiosos. Alguns olhavam e riam abafadamente, mas e daí? Eu estava segurando a mão do Alex, eu não importo com os olhares hostis de pessoas com mente fechada. Paramos no parque, e fomos para o lugar do nosso primeiro beijo. Que era normalmente meu lugar de refúgio; exatamente embaixo de uma árvore de frente para o lago. Onde eu poderia vislumbrar o céu poente, e as peculiaridades da natureza calma daquele lugar; relativamente distante da área mais externa do parque.

Estávamos deitados na grama, falando bobagem. Era interessante falar bobagem com Alex, tínhamos os mesmos gostos para livros, filmes e afins. Ele corou instantaneamente quando soube que eu tinha encontrado o bilhete dentro do livro.

— Eu tinha escrito e sabia que tinha deixado em algum lugar. — disse, não conseguindo esconder seu rosto envergonhado e seu sorriso sem jeito. — Eu to totalmente sem graça. — completou, seu rosto enrubesceu-se mais ainda.

— Eu gostei de saber isso. — continuei tentando dissipar o rubor em sua face. — Tenho fascinação por pessoas que escrevem.

Seu olhar pareceu brilhar, ele só não corou mais porque não teria como. Para completar esse clima, eu o beijei. O seu beijo era apaixonado e voraz; sim, voraz seria um termo bem próprio para seu beijo. Ele parecia sentir necessidade disso, parecia que meus lábios eram sua fonte de vida, uma fonte que há tempos ele não usava. Instantes depois ao beijo, eu olhei fixamente para seus olhos e sorri; sorri enquanto minha mão repousava sob seu rosto. Ele ainda estava envergonhado.

Permanecemos um bom tempo ali, jogando conversa fora, trocando caricias e beijos. Até que uma ligação para mim nos interrompeu.

— Onde está você Will? — o tom feliz de Clare ricocheteava em meus tímpanos.

— Não foi um momento tão legal, Clare.

— Nós voltamos e eu queria te ver, sabe? — continuou Clare. — Onde você está?

— Estou no parque, no mesmo lugar de sempre com Alex.

— Ah, entendi o porquê de “Não foi um momento tão legal”. — concluiu Clare.

— Vem até aqui, poderíamos ficar entre amigos. — continuei. — O clima já foi quebrado mesmo. — completei alfinetando.

— Idiota. — respondeu Clare. — A caminho.

Desliguei. Relatei exatamente tudo da ligação para Alex e ele concordou sorrindo. Um sorriso verdadeiro; pude observar em seu olhar que ele não ficara triste ou se sentindo trocado e ignorado pelo fato de Clare e os outros virem aqui passar aquela tarde de clima ameno.

Depois de algum tempo. Avistei já perto: Clare, Jullie, Robert e... Lana? Sim, Lana. Lana estava com eles, mais especificamente estava sorrindo para Robert e ele repetindo o ato. Eles estavam juntos? Se sim, isso era ótimo. Robert sofrera com o fato de não poder ter Clare e não deve ter se sentido feliz quando eu gemi o nome do Alex. Ele olhou para mim e sorriu. Um meio sorriso que retribui de maneira igual. Lana fez o mesmo, o diferencial era que seu sorriso era aberto e simpático, reluzia e encantava.

Alex e eu nos entreolhamos e focamos nossa atenção neles, acenando para os mesmos. Eles repetiram o aceno e Clare, como sempre, adiantou-se.

— Will. — falou meu nome com um entusiasmo típico dela. — Alex. — proferiu o nome dele com um tom diferente, algo mais, baixo e malicioso.

Todos repetiram os olhares e sentaram-se próximos a nós, formando um círculo. Três casais ali estavam. Não tinha ideia se Lana e Robert eram realmente um casal oficial, ou estavam apenas se curtindo, apenas se conhecendo. Não tinha tanta importância assim, queria saber realmente era o porquê do olhar de Alex estar tão sombrio quando ele observava Lana. Parecia raiva, tristeza e ódio.

— Aqui ta muito quente. — irrompi o silêncio ali instaurado. — Querem sorvete? Vou comprar para mim.

Todos concordaram com a ideia do sorvete, então eu tirei Alex e Clare de seus respectivos lugares com a desculpa deles me acompanharem para comprar os sorvetes.

— Clare.

Ela olhou para mim com a dúvida estampada em sua face.

— Oi?

— Robert e Lana estão... — pelo seu olhar parecia estar entendo o que eu queria saber. — juntos?

— Sim. — começou ela. — Eles mantinham contato por celular, enquanto você ainda estava lá. — respirou brevemente e continuou. — Logo depois que você saiu eles se encontraram e ela resolveu sair de lá, pois estava temporariamente naquele lugar. Ela é daqui.

Precisava absorver toda aquela informação. Senti-me confuso e bombardeado de coisas novas, informações novas. De uma hora para outra o olhar de Alex ficara mais sombrio. Transbordava ódio e raiva. Estava ficando preocupado e assustado ao mesmo tempo. O que será que o estava atormentando?

— Alex tudo está bem? — perguntei preocupado.

— Não, definitivamente não. — a pergunta pareceu o atingir em cheio. — Então, sabe a Lana?

Meu olhar confirmou. Clare havia se afastado e ido comprar os sorvetes e nós paramos num lugar próximo para ele poder me falar o que causara aquilo nele. Seus olhos estavam agora expressivos e tristes. Meus olhos copiaram seus sentimentos, ele estava emanando tristeza. Não parecia confortável; e tinha a ver com Lana e Robert.

— Sim. — reforcei. — O que tem ela? — completei, tentando extrair as informações.

— Lana Johanne Parker. — ele proferiu o nome da mesma pausada e lentamente. — Ela foi a maior mentira que já vivi.

Me senti confuso. O que ele queria dizer com maior mentira que ele já viveu? Eu parecia já saber, mas não queria aceitar.

— Eu acho que não entendi direito.

Aquilo pareceu torturá-lo e pisar em uma ferida que a própria Lana havia causado. Ele olhou com seus olhos agora bem mais expressivos, me senti culpado de agravá-los.

— Lana Johanne Parker. — respirou profundamente ao pronunciar cada parte do nome dela. — Era minha namorada. — essa informação me atingiu bruscamente. Lana era a pessoa sem coração que nem teve coragem de olhar aqueles expressivos olhos e terminar por telefone? Eu acho que não conseguiria encarar ele nessa situação, mas isso não era uma desculpa plausível para terminar por telefone. E os sentimentos dele? E o que ele sofreu? — Nem olhar nos meus olhos ela teve coragem, ela pisou em mim, ela me demoliu e me destruiu.

Seus olhos irromperam em lágrimas, lágrimas de raiva e indignação. A ex dele estava a poucos metros dali, trocando beijos e carinhos com outro homem. Aquela mesma que não teve a menor compaixão com ele. E apenas se importou com ela, seu ego pareceu dominar.

Eu agora sentia ódio dela. Sentia ódio dela por ter feito Alex sofrer, por ter pisado em seus sentimentos e os ignorado como se fossem coisas insignificantes que não teria problema em dilacerá-los. Eu senti um ódio crescente dentro de mim, ela não merecia as lágrimas dele. O abracei, senti suas lágrimas quentes decaírem sob meu ombro, seu choro de raiva me causava tristeza. Me afastei um pouco e ergui a cabeça, calando seu choro com um beijo. “Eu te protejo, não vou deixar as pessoas te machucarem mais, bando de idiotas”, pensei. Ele me abraçou logo ao fim, eu senti isso como um “Obrigado” e fechei os olhos, enquanto permitia que aqueles braços me envolvessem. “Ninguém vai te machucar”


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