Please Be Mine escrita por BlazingHeart


Capítulo 10
Capítulo 10 - O Festival, parte 3




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Eu estava constrangido, não imaginava que poderia falar aquilo naquele momento. Os olhos de Robert me encararam pensativos, sua mão esquerda esticada, com a palma da mão na janela. Ele se pôs reto e virou de costas, o fato de eu falar em meio a gemidos o nome do Alex, obviamente não tinha o agradado. Mas ele não parecia estar com raiva de mim, seu olhar expressava um sentimento de confirmação, ele tinha algo em mente e com o que eu fiz, parece que essa coisa se resolveu. Ele vestiu uma roupa e saiu. Jake estava do lado de fora, eu estava com vergonha, pelo menos agora eu tinha percebido: é impossível eu ficar com outra pessoa, meu corpo e meus sentimentos pedem Alex.

Eu fiquei deitado olhando para o teto, minha mente viajava em todas as coisas que aconteceram até hoje envolvendo Alex e eu. O primeiro e único beijo era com certeza o maior marco, eu ainda não tinha certeza do que ele havia sentido com aquele beijo, mas pelo menos tinha certeza do que eu senti, ele com repulsa de inicio e depois se entregando aos meus lábios. Nosso beijo foi memorável, o sol e os tons de laranja do pôr do sol eram testemunhas dele.

No dia seguinte, ele falou comigo como se nada tivesse acontecido.

— Ei, Dave. — seu sorriso ia de orelha a orelha. — Dormiu bem?

— Oi. — respondi com um tom de voz sonolento, pois havia acordado nesse momento. — Sim.

Seu sorriso era comum, seu olhar estava um pouquinho estranho.

— Posso te fazer uma pergunta? — disse ele enquanto seu olhar parecia adentrar em minha mente. — Referente a ontem à noite?

Eu comecei a o encarar mais profundamente, tentando ler sua mente, tentando descobrir o que ele estava pensando naquele momento. Fiz que sim com a cabeça.

— Já ouvi falar desse Alex, mas Jullie não me falou detalhes, nem o envolvimento dele com você. — suas palavras me atingiram em cheio. — poderia me falar sobre ele?

Ele fez essa pergunta com uma calma assustadora.

— Bem, Alex é o cara que eu estou apaixonado. — disse, me sentindo desprotegido e exposta com essa pergunta.

— Se importaria de me falar mais sobre?

Que pergunta era aquela? Ele já não tinha me exposto o suficiente? Pretendi continuar com aquilo? Senti como se estivesse despido, com um milhão de pessoas a minha frente.

— Eu me apaixonei por ele. — não entendia muito bem o porquê de ter continuado. — Meio que a primeira vista.

Estava exposto de uma maneira que jamais havia me sentido. Seu olhar parecia insatisfeito e me forçava a continuar a falar.

— O conheci por acaso, quando esbarrei nele e derrubei sorvete em sua roupa. — seu olhar continuava a me deixar desprotegido. — Então como forma de desculpa, paguei para ele outro sorvete, e por coincidência nos encontramos no outro dia na classe.

Ele parecia ponderar o que ia dizer. Aquilo me preocupava de certa maneira.

— Então, ele é hétero? Ou foi um sentimento não recíproco?

Suas palavras eram rudes e diretas, sem nenhum tipo de repreensão, ele descarregava todas essas perguntas em mim.

— A verdade? — olhei para ele, ele fez que sim com a cabeça. — Eu não sei.

Ele parecia compreender. Finalmente acabara aquela sessão de interrogatório, ele se levantou e saiu do quarto, me deixando sozinho lá, refletindo.

— Will! — Clare e sua felicidade permanente. — Você ficou bem preso aqui.

Ela percebeu minha expressão diferente, área, pensativa até demais.

— Aconteceu algo né? Me conta agora.

Não podia nem reclamar, como minha melhor amiga ela tinha o direito de saber disso. Contei tudo o que aconteceu: Robert me pressionando na janela, minha reação e o interrogatório que tinha acontecido agora a pouco.

— Minha nossa! Minha nossa! — Clare levantou, pôs a mão na testa e começou a repetir isso enquanto andava que nem um bêbado, para os lados descontroladamente. — E agora ele saiu assim? Como se nada tivesse acontecido!

Clare continuava andando para lá e para cá, as vezes parava para me olhar e repetia toda a ação logo em seguida.

— Calma Clare. — disse eu, mas não adiantou tanto. — Vamos descer.

A peguei pelo braço e saímos do hotel, fomos dar uma volta pela cidade. Agora reparando com mais cautela, era bem desenvolvida para uma cidade menor, grandes hotéis e um numero bem grande de atrações. Clare havia me dito que Jullie e ela tinham feito sexo de novo, de uma maneira suave e com palavras leves, de uma forma indireta. Elas estavam bem felizes aparentemente, mas e Robert? Depois do que eu fiz, depois de sofrer pela Clare, o que será que ele vai fazer? Não tinha a mínima idéia.

Minha vontade se resumia a me distrair com alguma atração da cidade e esquecer o que aconteceu completamente. Era uma coisa difícil, mesmo eu vendo que não ia conseguir prosseguir, o que fizemos já foi marcante.

No meio de todas aquelas atrações eu encontrei uma biblioteca, um refúgio. Mesmo com os barulhos externos aquele lugar inspirava calma, era bem pequena, mas era aconchegante e confortável.

— Deseja algo? — uma bela garota com cabelos castanhos em uma trança, caídos em seu ombro direito. — Algum livro específico?

Ela era um tanto quanto simpática. Seu sorriso era belo e sua aparência no geral, era serena e calma.

— Me recomenda algo?

Ela fez que sim com a cabeça e com um pulo saiu de trás daquele balcão. Era menor que eu, tinha uma aparência agradável no geral. Ela segurou minha mão e me levou a uma parte mais para o fundo e pegou um livro em específico, pareceu não pensar muito, ou apenas saber exatamente qual livro me recomendar. Ele tinha a capa azul escura, estava um pouco descuidado, sinal de que ele era muito lido. Seu sorriso ficou mais iluminado ainda e então, estendeu suas mãos e me entregou o livro. Sentei-me perto e comecei a ler, enquanto ela arrumava outros livros e recebia pessoas.

Clare tinha ficado com Jullie. Eu estava perdido em meio ao mundo do livro, era realmente um livro fascinante. Tão fascinante que me prendeu o dia todo ali, o livro era complexo e interessante, seu enredo me prendia a cada fato que se desencadeava e seus personagens me encantavam de uma maneira surreal.

Alguns dias se passaram e a cada dia, aquele lugarzinho era meu refúgio. Eu ia lá todo dia e me perdia lendo, meu dia se esvaia pelos meus dedos como grãos de areia. Robert, Clare e Jullie não se preocupavam com essa atitude minha, eles sabiam que eu realmente apaixonado por livros e deduziram que eu precisava desse tempo para mim.

A companhia de Lana, — a garota da biblioteca — era bem agradável, ela me recomendara mais alguns livros no decorrer dos dias. Gostaria de ficar ali por um bom tempo, mas algo interrompeu minha semana e meus dias de curtição naquela grande cidade pequena.

— Alô?

Atendi a ligação enquanto Lana me observava.

— William, — a voz da minha mãe no outro lado. — queria só avisar que tem um amigo seu que fica aparecendo todos os dias aqui.

Meu coração tinha disparado, eu parecia previr quem estava avisando.

— Quem?

— Acho que o nome dele é Alex.

Meu coração acelerou ainda mais, parecia agora querer explodir.

— A-Alex?

— Sim, ele vem aqui desde que você saiu para viajar, diz que precisava muito falar com você.

Eu tinha que fazer algo, e com certeza sabia que eu deveria fazer.

— Voltarei ai hoje mesmo.

Desliguei, o dia ainda estava no começo. Eu decidi voltar para a casa, queria muito saber o que o Alex queria comigo. Meu coração estava preso em minha garganta, parecia querer sair pela boca.

Dei qualquer desculpa para os meus amigos e parti direto de volta para a casa. Ainda faltam dois dias para acabar o festival, o fluxo do trânsito para a cidade era um tanto quanto grande e meu coração não aguentava mais, queria ver ele e saber o motivo de me procurar.

— Mãe! — depois de algumas horas, cheguei em casa. — Alex apareceu aqui há muito tempo? Falou algo sobre onde poderia me encontrar?

— Calma William, ele falou algo sobre aquela grande fonte no centro da cidade.

— Ótimo!

Larguei minhas coisas e corri para lá, a noite tinha se instaurado. Eu estava cansado e confuso, a fonte estava iluminada e várias pessoas estavam próximas dela, admirando sua beleza. Estava desorientado, andava em todas as direções até ouvir aquela voz tão esperada.

— Dave!

Alex gritou e acenou, seu sorriso era lindo e eu automaticamente sorri junto. Ele correu em minha direção, ignorando as pessoas a minha volta, ignorando o meu estado. Me abraçou, seu corpo era grande e eu me sentia protegido por ele.

— Eu amo você.

Seus lábios tocaram os meus logo em seguida. Sua mão se posicionou logo atrás da minha cabeça, acariciando meus cabelos. O beijo foi marcante, molhado e carregado de vários sentimentos reprimidos. A água respingava levemente sobre nossos rostos.


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