Romy&Jullieta escrita por Pepper


Capítulo 14
Canção de Amor


Notas iniciais do capítulo

comentem o que acharam^^



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– Claro que aceito Jully! – Falei com lágrimas nos olhos, um sonho de uma vida, viver com quem amo e com a segurança de que nada irá nos separar! - Mas temos que ir embora dessa casa agora, se não seus pais vão atrás de você.

– tem razão, vamos Romy, vamos embora. - Dito isso pegamos as duas malas de Jully e descemos as escadas, seus pais ainda na cozinha, foram correndo para a sala.

– Onde você pensa que vai? - Perguntou a mãe.

– Embora, vocês são monstros, não pais. - Jully segurou minha mão e abriu a porta, quando seu pai interrompeu.

– Se você sair, esqueça que tem pais.

– Meu sonho. - Então saímos, e com toda violência Jully fechou a porta.

Pegamos um táxi e durante o caminho até a casa de Lucas, Jully e eu não falamos uma palavra sequer, mas também não soltamos as mãos. Estar com Jully, depois desse ano desastroso, foi, de longe, a melhor coisa da minha vida, seu perfume, sua beleza, ela era perfeita, me fez esquecer quem eu fui nesse último ano, e me fez lembrar quem sou e quem eu quero ser. Sinceramente, não sei o que quero ser, são tantas coisas para ser no futuro, só sei o que não quero ser: Não quero ser alguém sem ela.

Difícil entender para alguns homofóbicos, ou qualquer um que veja diferença entre homossexuais e heterossexuais. Para mim, não importa se ama um homem ou uma mulher, dizem que a alma não tem sexo, logo, penso eu, o amor também não. Sermos rotulados por quem namorados, se é homem ou mulher, é algo tão ridículo, como se rotulasse o amor... Assim como eu, ninguém escolhe quem ama, simplesmente ama, eu amo Jully mais do que amei qualquer cara, e faria tudo por ela. Lhe garanto, apenas, que se Jully fosse Júlio, eu amaria mesmo assim. Amo a pessoa que ela é, seu caráter, seu jeitinho Jully de ser, a forma como sempre anda perfumada, como é meio doida e destemida, como me faz rir, mesmo não querendo e principalmente como me faz feliz com seu sorriso, sabe quando dizem que mesmo brava, se está linda? Jully é isso, brava ou não, arrumada ou não, a cada dia ela fica mais linda, e esse ano que nos separou, só me fez ver como sou incompleta sem ela, não sou eu, como se fôssemos duas peças que, separadas, não significamos nada, mas juntas, somos quem somos, e felizes com isso. Todos os casais que se amam de verdade, devem se sentir assim, independente de serem héteros ou não.

– Romy... - Chamou Jully.

– Sim amor? - perguntei olhando para ela e abrindo um sorriso ao olhar em seus olhos, serenos e lindos.

– Nada não, - ela sorriu. - Só queria saber se você estava aqui mesmo, que era real e não apenas mais um sonho meu. - Eu ri.

– Sonhava muito comigo?

– Sim, bem, você chegando com flores pedindo perdão e me levando para um bosque onde construímos nossa casa de madeira. - Rimos juntas, ela estava tão linda e fofa.

– Talvez da próxima, quem sabe. - Ri e a encaixei em meus braços até chegarmos na casa de Lucas.

O taxista não nos ajudou com a mala, achei muita falta de educação mas não liguei, eu lhe paguei e ajudei Jully com as malas, toquei a campainha, Erick atendeu.

– Jully? Meu Deus! Pensávamos que estava morta! - Ela riu enquanto ele a abraçava.

– Não vai se livrar de mim tão cedo tio. - Brincou. - Mas eu preciso de um lugar para morar, queria saber se não seria um incômodo eu...

– Magina! Pode morar aqui o tempo que precisar! - Interrompeu Tio Erick.

– Só por alguns meses tio. - Falei o abraçando e entrando na casa. - Até eu e Jully termos dinheiro para morarmos juntas.

– Hoje o dia decidiu sorrir! Sentem-se! Jully ainda toca violão? Estou sozinho em casa, Lucas saiu com o tio para ver um filme, e eu adoraria que você tocasse um pouco, aproveitando que não está morta. - Ele riu, nunca o via tão feliz assim.

– Claro Tio, quero ver a cara do Lucas quando me ver. - Disse Jully, toda a raiva, mágoa e tristeza tinham sido abandonados na sua antiga casa, em seu lugar a alegria de voltar para onde sempre pertenceu: A casa do nosso amigo Lucas, ao lado da minha.

Tio Erick pegou o violão de Lucas, sentamos todos no sofá, felizes, Jully tirou de seu bolso, um papel amassado, eu a havia visto pegá-lo em sua casa, mas decidi não perguntar na hora, já que tínhamos de ir embora logo, e no caminho acabei me esquecendo deste pequeno pedaço de papel que, aparentemente, tinha importância para minha Jully.

Ela tocou algumas notas e se pôs a cantar:

"Não somos iguais

Não somos normais,

Não amamos quem devemos amar,

mas não ligo...

A vida é tão boa assim contigo,

com você gosto de ficar agarradinho,

espero a semana toda para lhe dar aquele beijo,

o tempo não passa, não passa

A saudade fica, implica... Grita seu nome na escuridão

te procuro, mas temo ser em vão,

as estrelas já não me respondem mais,

sua foto já não satisfaz,

A dor grita... Implica,

ela diz que não me ama

Mas hei de acreditar

Ela ainda vai me amar,

e para meus braços voltar...

Mas ela vai voltar,

As estrelas já não me respondem mais,

Teimei, rezei, acreditei

Ela ainda vai me amar...

Não somos iguais,

Não somos normais,

Não amamos quem devemos amar,

mesmo assim, não... ligo.... "


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Notas finais do capítulo

e cada barreira que enfrentamos, meu amor por você aumenta cada dia mais