Tudo o que ele sempre quis. escrita por Mia Castle


Capítulo 6
Existe mais do que foi dito.


Notas iniciais do capítulo

Heey. Podem bater na autora eu deixo. Que menina mais horrível demora desse jeito para postar as histórias. Enfim gente, eu sofri de um problema sério de criatividade esses dias. Mas tudo se resolveu. Pelo menos eu espero.

Here we go.



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A sala estava cheia, os pais de Peter estavam sentados nas pontas da mesa e nos encararam assim que entramos, a mãe dele me lançou um sorriso, bem fraco. E o pai dele levantou para me cumprimentar.

–Como está querida? –Ele perguntou me olhando.

–Levando Senhor Lanzani. –Eu disse e ele apenas assentiu com a cabeça indicando duas cadeiras vazias ao seu lado. Eu e León nos encaminhamos até as cadeiras e nos sentamos, em nenhum momento ele soltou minha mão.

–Como devem saber, o Peter deixou como um de seus pedidos que as ações da empresa só pudessem ser decididas por Violetta, ou por León. –O pai de Peter disse.

–E eles estão aqui, então eu espero que possas resolver logo isso, pois eu não tenho todo o tempo do mundo. –Um dos sócios de Peter disse.

–Como podem se recordar meu amigo Juan Pedro não era de deixar as ações na mão de qualquer pessoa. E eu creio que ele não ia querer isso. –León disse sério.

–Bom, mas a empresa tem que ir para frente, desde que ele morreu ninguém mais trabalha aqui. –O sócio disse novamente.

–Mas nós estamos passando por problemas, o dono da empresa morreu e não somos obrigados a largar as ações na mão de qualquer um. –Léon disse.

–Somos sócios dele, não somos qualquer um. –Um dos homens debateu.

–Peter nunca deixou as ações nas mãos de nenhum de vocês, nem quando ia viajar. Creio que ele devia ter um motivo. –Eu me pronunciei pela primeira vez e senti León apertar de leve a minha mão e sorrir me encorajando.

–Acontece que agora ele não está mais viajando. Ele morreu, e alguém vai ter que cuidar da empresa. –O homem que eu identifiquei como Carlos, um dos sócios mais próximos de Peter disse.

–Sim, ele morrer infelizmente. Mas não é só por isso que eu vou largar na mão de qualquer um o que o Peter levou anos para erguer. –Eu disse e ele me encarou.

–Você está fazendo muito bem o papel de viúva sofrida sabia? Pelo amor de Deus garota, quem é você para dizer quem presta ou não aqui dentro? Você acabou de sair das fraldas. –Ele disse me encarando com ódio.

–Olha como fala com ela. –León disse se levantando.

–Tudo bem León, não me interesso por sua opinião sobre o que deve ser feito, tampouco sobre o que pensa de mim. Está empresa é do meu falecido marido, e se ele deixou na minha mão o poder de eleger quem vai ficar com as ações é porque não confiava em vocês. Assim como eu também não confio. –Eu disse séria.

–Acho que estamos de cabeça quente né. Vamos nos acalmar, temos até mês que vem para decidir sobre as ações, foi tudo muito recente. Que tal nos reunimos aqui no mês que vem? –A mãe de Peter disse.

–Eu acho ótimo. –León se pronunciou.

–Então é isso. Mês que vem nos reunimos novamente e vamos decidir. –O pai do Peter disse encerrando a reunião.

–Vamos? –León disse me olhando.

–Vamos. Podemos parar em uma Starbucks? Estou morrendo de fome. –Eu disse e ele riu.

–Podemos parar onde você quiser. –Ele disse e nós nos levantamos.

–Quando marcarmos a nova data avisamos a vocês tudo bem? –A mãe de Peter disse.

–Tudo bem, nós vamos aguardar. León disse e nós seguimos para fora da sala.

–E ai, depois da Starbucks nós vamos fazer o que? –Eu perguntei.

–Que tal se a gente fosse dar um passeio no shopping? –Ele perguntou.

–Pode ser, acho uma ótima ideia. –Eu disse e nós seguimos para o carro. Paramos na Starbucks e depois de um delicioso café pegamos o rumo do shopping, era engraçado como aquele lugar parecia novo para mim, eu passei tanto tempo trancada dentro de casa, do quarto que lugares que antes eram chatos, hoje pareciam completamente fascinantes.

–Que tal se a gente pegar um cineminha? –León disse olhando o cartaz onde ficavam os filmes em exibição.

–Parece uma boa ideia. –Eu disse.

–E vamos ver que filme? –Ele perguntou.

–O que você quer ver? Por mim tanto faz. –Eu disse.

–Eu quero ver esse aqui. –Ele apontou para um cartaz com letras bem grandes onde se lia “Possessão”.

–Tem nenhum pior não? –Eu disse.

–Ah magrela, vamos ver esse. –Ele disse.

–Pode ser vai. –Eu disse e nós fomos comprar os ingressos. A seção só começava daqui a meia hora então ficamos andando no shopping enquanto o tempo passava.

–Vamos comprar chocolate para comer dentro do cinema? –Eu disse.

–Vamos. –Ele respondeu e me puxou para uma loja onde se vendiam os melhores chocolates.

–Eu quero chocolate ao leite. –Eu disse.

–Como se eu não soubesse disso. Por que você não experimenta esse com recheio de maracujá? –Ele me perguntou.

–Porque é horrível. –Eu disse.

–Como você sabe? Já comeu? –Ele me perguntou.

–Não. Mas eu sei. –Eu disse.

–Faz o seguinte, fecha os seus olhos e abre a boca. –Ele disse e eu fiquei meio desconfiada, mas fiz. Senti ele passar o polegar pela minha bochecha e depois levou o chocolate até a minha boca, eu não sou de aceitar coisas novas assim tão facilmente, mas o arrepio que correu pelo meu corpo quando ele me tocou me fez esquecer de qualquer coisa. Eu mordi, e para minha surpresa era muito bom, muito bom mesmo.

–Isso é realmente bom. –Eu disse.

–Claro que é. –Ele disse e riu.

–Pode levar mais. –Eu disse e comecei a pegar mais chocolates.

–Eu disse que você ia amar. –Ele disse e começou a pegar mais chocolates.

–Sim, mis isso não significa que se tornou o meu preferido. –Eu disse.

–Tudo bem. Eu sou o seu preferido. –Ele disse rindo.

–Você sabe que sim. –Eu respondi.

–Vamos pagar e dar mais uma volta antes de irmos. –Ele disse e me puxou delicadamente para o balcão onde pagaríamos.

–Deixa eu pegar o dinheiro aqui. –Eu disse.

–Para que? Eu vou pagar. –Ele disse me encarando.

–Vamos dividir pelo menos? –Perguntei.

–Você guarda a sua carteira, por favor, eu pago e sem mais. –Ele disse.

–Você é insuportável. –Eu disse e fui esperar ele do lado de fora da loja.

–Pronto. Quer ir onde agora? –Ele disse assim que saiu da loja.

–Não sei. Quer ir onde? –Eu perguntei.

–Podíamos ir naquela loja que eu gosto de comprar camisas. –Ele disse.

–Claro. Adoro suas camisas. –Eu disse observando a camisa preta colada ao corpo que ele usava.

–Então vamos. –Ele disse e nós entrelaçamos nossas mãos e caminhamos em direção a loja.

Quando chegamos eu fiquei sentada em uma das cadeiras enquanto ele passava o olho por algumas blusas que estavam nos cabides. Ele separou três e me chamou.

–Qual você acha que vai ficar melhor? –Ele perguntou.

–Porque você não experimenta? –Eu disse.

–Boa ideia vem comigo. –Ele disse e me puxou para dentro do provador com ele.

–Você não acha melhor eu esperar lá fora? –Eu perguntei quando ele tirou a blusa que vestia e jogou em cima de mim.

–Não, porque eu não quero ter que ir lá fora te mostrar, você fica aqui vê logo e pronto. E não tem nada aqui que você nunca tenha visto. –León disse.

–Ok. –Eu disse me lembrando de uma época que eu sabia que nunca mais iria voltar.

–Por que você age como se a gente nunca tivesse tido nada? –Ele me perguntou sério.

–Porque nunca tivemos nada. –Eu disse.

–Se pensa assim. –Ele disse sério.

–León, estávamos bêbados e depressivos. –Eu disse.

–E daí? Só por isso significa que aquilo não foi nada? –Ele perguntou bem sério.

–Sim. Você nem lembra direito o que aconteceu. –Eu disse.

–Eu me lembro muito bem do que aconteceu Violetta. Acho que você é que não está se recordando muito bem. –Ele disse sério e pegou de volta a camisa dele e vestiu.

–Você não vai experimentar nenhuma? –Perguntei.

–Perdi a vontade. Vamos se não nos atrasaremos para o filme. –Ele disse e saiu andando na minha frente. O que me causou um pânico enorme, só de pensar em León se afastando tanto de mim me dava náuseas e me faltava o ar. Que ridícula Violetta. Continuei parada no mesmo lugar sentindo meu estômago dar voltas e puxando o ar com muita força. Dois minutos e uma eternidade se passaram quando senti as mãos de León envolverem meus braços com força me dando estabilidade.

–León. –Eu disse.

–Você está fazendo de novo, está prendendo a respiração. Para. –Ele disse apertando o meu braço com um pouco mais de força me fazendo perceber que mais um vez, quem prendia o ar era eu.

–Não era eu. –Eu disse assim que recuperei o fôlego.

–Tudo bem. –Ele disse e me abraçou.

–Vamos nos atrasar. –Eu disse.

–Não vamos não. Vou esperar você se acalmar e nós vamos, temos tempo. –Ele disse enquanto eu sentia suas mãos me apertarem mais contra seu corpo.

–Não me deixa mais sozinha. –Eu disse.

–Eu não vou. –Ele respondeu.

Uns 5 minutos se passaram e nós estávamos estáticos, abraçados no meio do shopping, enquanto eu sentia as coisas voltarem ao normal e ele acariciava os meus cabelos. Ele dizia algumas palavras no meu ouvido s vezes, algo como “Está tudo bem” ou “Eu estou aqui” ou “Você está bem.” Depois que eu me acalmei ele me soltou devagar e me encarou.

–O que aconteceu? –Ele perguntou.

–Eu não sei explicar. Quando eu vi você se afastando demais eu entrei em pânico. –Eu disse.

–Já conversamos sobre isso Vilu. –Ele disse sério.

–Eu sei. Mas eu não consegui evitar. –Eu disse.

–Tudo bem. Vamos se não perdemos o filme. –Ele disse e me deu um beijo na testa e depois entrelaçou seus dedos aos meus, fazendo minha mão gelada se esquentar quase de imediato.

–Só não sai mais assim. –Eu disse depois de um tempo.

–Você vai ficar bem. –Ele disse e soltou minha mão passando o braço pela minha cintura me levando para perto do corpo dele.

–Mesmo que eu fique. Não sai mais assim. –Eu disse deitando minha cabeça no ombro dele.

–Eu não vou. –Ele disse e me deu um beijo na testa e continuamos a caminhar para o cinema.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam, e não me matem.
Beijos