Como entender Rose Weasley? escrita por giovanacanedo


Capítulo 2
Make Me Wanna Die.




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R O S E

W E A S L E Y

Rose desceu da escada do aeroporto suspirando. Para ela era incrivelmente estranho estar pela primeira vez na Inglaterra, lugarzinho estranho. Pessoas felizes por todos os lados. Era, para ela, insuportável. Mas para Rose tudo era incrivelmente insuportável desde quando conseguia se lembrar.

Ela não estava triste, na verdade ninguém estava triste com a morte dos Weasleys, um acidente de carro secretamente desejado, foi o que aconteceu. Ninguém realmente amava-os. Quem amaria uma família chata que só pensa em si e em como manter a imagem? Ninguém com uma parte significativa de cérebro amaria. Nem Rose que era uma Weasley amava, mas isso era apenas uma consequência do abandono familiar que ela sofreu desde sempre.

O aeroporto era completamente branco: Cadeiras brancas, Paredes brancas, Pisos brancos, Recepcionistas também vestidos de branco. Tudo menos ela, tudo menos Rose Weasley e isso poderia ser considerado desagradável para a mesma, pois isso tornava-a o centro das atenções. Tudo que um dia a menina mais sonhou, mas que hoje ela apenas quer que se apague de sua cabeça. E se outras memórias puderem ser apagadas junto, melhor.

Ela sentou-se em um banco branco. Suspirou, era, afinal, tão cansativo ficar esperando, esperando e esperando, foi o que ela fez sua vida toda. Esperar pelo amor, esperar por compaixão, esperar pela felicidade. Rose estava cansada de esperar pelo o que nunca chegaria. E isso causava-a uma dor enorme.

Dor...

A ruiva balançou sua cabeça freneticamente, como se quisesse se livrar de moscas ou algo do tipo. Mas ela queria mesmo se livrar de algo, uma coisa que se chamava culpa. Mesmo não tendo absolutamente nada com o acidente, mesmo que no dia do acidente ela estivesse no carro junto com seus pais, quieta, ouvindo The Pretty Reckless enquanto os mesmos brigavam por dinheiro e por conta das passadas rápidas de Rose na delegacia por furto, destruição de propriedade privada, e até mesmo, porte de bebidas, ela se culpava.

" Talvez... Se eu tivesse sido uma boa filha... Eles não estariam discutindo no dia... E estariam aqui... Ainda aqui."

Lágrimas sempre eram inevitáveis para Rose Weasley, ela chorava por tudo desde a morte de seus pais, que aconteceu em algumas semanas. Ela se culpava. Ela queria ter morrido, seria mais fácil, afinal, quem sentiria falta da grosseira e horripilante Weasley? Quem ligaria se ela morresse? Seus tios? Nunca. Sua "Mãe-preta"? Morreu alguns anos. Ninguém se importaria, ninguém gostaria de saber, só querem ajudar-lhe para que possam ganhar seu salário. E com esses pensamentos, Rose passou a mão pelo rosto e correu em direção ao banheiro feminino mais próximo para chorar e ter acessos raivosos.

Ao entrar por aquela porta o vazio que ela já sentia a tanto atingiu a vermelha como um tapa na cara, ela podia sentir as marcas invisível do tapa sangrarem. Ela podia sentir tudo virar de ponta cabeça. Ela precisava de ajuda. E ela tinha que tê-la rápido, antes que algo pior acontecesse.

E aconteceu.

Rose andou pelo banheiro, que para ela estava bem moderno e refinado. Mas para ela isso pouco importava, ela nem sequer queria se olhar no espelho, mas era inevitável. Ela parou em frente do mesmo e olhou para seus cabelos vermelhos e seus olhos azuis. Suspirou. Sua mãe-preta estava certa, ela, pelo que conseguiu ver no Facebook de Ginny Potter, era a cara da mesma. E isso pode ter ajudado a sua mãe a odiá-la. Mas ela tinha que seguir em frente.

Ela queria seguir em frente.

Ela olhou para a bancadinha, nela, havia uma malinha escondida, uma malinha verde, como uma obra do destino e também, distúrbios de Cleptomania, ela pegou a bolsinha e entrou em uma cabine onde começou a mexer na mesma e achou uma tesoura. Rose tinha lido sobre isso uma vez, e sabia que ajudava a passar a dor. Resolveu tentar.

1 corte.

2 cortes.

3 cortes.

4 cortes.

5 cortes.

6 cortes.

E muito sangue.

Rose Weasley chorava ali por tudo, por sua mãe, seu pai, seu irmão, sua tia idêntica a ela, seu tio do Facebook, seus primos que ela nunca tivera a chance de conhecer, ela chorava por tudo que lhe aconteceu. Por todos seus amigos Online, até o Ed, Ed... Aquele que tirou-lhe a virgindade dizendo que a amava, mas depois deixou-a. E foi ai que ela descobriu que ele não tinha 25 anos... Mas ele tinha 34 e era casado, como ela descobriu isso? Ele virou professor de Rose na Beauxbatons, antiga escola de Rose. E foi lá que ele começou a ameaça-la em troca de mais sexo selvagem. E ela teve que ser submissa até agora.

Todas suas memórias faziam Rose querer morrer.

Ela fechou os olhos e ouviu a porta abrir com vozes doces e femininas.

– Rose? Você está ai? - Essa voz era mais velha.

– Prima? Sou eu, Lily, viemos te buscar. - A voz da garota parecia animada.

O que fazer? Ela não sabia, então apenas colocou o casaco em volta do pulso e saiu do box do banheiro e depois lavou as mãos. Antes de se virar para as duas figuras ruivas, ela recebeu o que nunca achou que receberia. Dois abraços verdadeiros, ela podia sentir.

– Estamos tão contentes em tê-la aqui conosco, Rose! - Falou Ginny.

– Você não faz ideia quanto tempo eu tive que ter irmãos! - Resmungou Lily e depois riu. Rose não conseguia se conter, teve que rir junto.

E assim saíram as três ruivas do banheiro, e lá ficou o segredo de uma.

Lá ficou o grande segredo.


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