Arcabouço de sentimento. escrita por Rennê


Capítulo 9
Revés.


Notas iniciais do capítulo

"O passado é lição para refletir, não para repetir."



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– Cáh Black Tonks queres namorar com este ruivo lindo aqui ?

– Claro que quero namorar com este ruivo convencido. - Ele me beijou.

Estava andando por um corredor vazio que no fim encontrava-se uma gárgula, minhas vestes eram da minha casa, meus cabelos estavam presos por um trança lateral, meu rosto limpo sem maquiagem, estava meio pálida talvez nervosa por está indo me encontrar com o professor Dumbledore, respirei fundo e murmurei:

– Delicias gasosas.

Logo foi revelado uma escada em espiral, não demorou muito e já estava em frente a uma porta me aproximei, bati na porta e entrei. A sala era cheia de quadros, com varias estantes de livros bem próximo de mim pude vê o chapéu seletor, fui em sua direção, lembro de quando ele foi posto em minha cabeça quando adentrara a primeira vez em hogwarts, estava esfiapado e imensamente sujo ele me disse " Seu coração é valente, sua alma é sedenta por conhecimento, é ambiciosa e tem fidelidade para com os que você ama, porém lembre que sua valentia não trará resultados benignos se for usada sozinha, nem sempre o conhecimento é a resposta, se fores de mais ambiciosa jamais conseguira olhar para os lados e pisaras em qualquer um para conseguir o que queres, sempre seja leal mesmo que não sejam com você. Sua vida vai residir na casa daqueles que quando fraquejares ele iram te ajudar. GRIFINÓRIA"

Estava dispersa em lembranças quando uma mão se apoiou em meus ombros, virei e havia um homem idoso com o semblante marcado de cansaço, contudo estava sorridente.

– Você demorou senhorita, esperava a sua visita há tempos. - Ele caminhou para perto de sua mesa e me mostrou uma cadeira que ficava em sua frente.

– Desculpa, não queria lhe incomodar diretor.

– Incômodo foi perceber suas duvidas indomáveis. - Ele me olhava profundamente.

– Então não preciso contar o motivo desta visita. - Olhava para os quadros em nossa volta.

– Seria interessante escutar o que você sente, o que vê, o que escuta e olha. Para assim esclarecer ou amenizar as suas incertezas.

– Tudo bem. Eu não esperava ser uma metamorfomaga, cresci vendo minha mãe e irmã com este dom, usando para as mais diversas causas, percebia quando estava em casa ou entre amigos eles me olhavam com severas duvidas da causa da Dora nascer e eu não. Mas já estava acostumada com isto até que aconteceu, de primeira não acreditei pois foi um amigo que me contou. Até que me vi, foi estranho, notei que só acontecia quando tinha um certo desequilíbrio emocional... - Tossi freneticamente. - A pergunta é qual motivo de isto aparecer só agora ?

– Interessante seu relato - Ele se levantou e foi em direção a uma estante como livros. - Pesquisei os relatos de muitas pessoas com este dom, mas o seu é raro, todos dizem que ele se mostra quando ainda são crianças. Creio que como a senhora mesmo disse a causa disto foi o desequilíbrio emocional, mas o que lhe causa esta desarmonia?

– Bom... - Não queria contar que a causa era o Fred. - Acho que preocupação.

– Notei que tens andando com os gêmeos Weasley, seria precipitado dizer que namora um deles.

Minhas bochechas ficaram quentes, creio que poderia ser fritado algo nelas.

– Sim. - Sussurrei.

– Ah minha querida, o amor é a maior semente de mudanças, não tenho respostas concretas, mas se você gosta dele você mudou, o amor transforma o ser humano, ele sana as dores, alivia as dificuldades, alimenta a felicidade. - Ele tinha em seu rosto um sorriso modesto. - Então este dom floresceu quando seus sentidos foram deturpados por este sentimento único que é o amor. Agora seu corpo se sentiu pronto para mostrar que és uma metamorfomaga.

Aquelas palavras geraram alivio. Fazia sentindo, então que dizer que o cabeça de cenoura me ajudou. Agradeci e me despedi do professor, fui em seguida para torre da Grifinória. Me sentia tão bem. Fui para meu quarto e peguei minha pequena coruja e comecei a acariciar sua asas, ele retribuía o carinho em forma de pequenas bicadas em minhas mãos.

– Seu nome vai ser fogo, pois lembra a cabeça de cenoura do Fred.

Os dias se esvaiam tranquilamente, passava muito tempo com os gêmeos, fomos muitas vezes expulsos da biblioteca por conta do barulho, eu estudava enquanto eles tentavam inventar produtos para a sua futura loja de logros. Logo chegou a 2ª fase do torneio tribruxo, me despedi de Fred pois eles iria fazer algumas apostas e eu iria devolver alguns livros na biblioteca antes de ir para o lago negro. Percebi que havia alguém me seguindo então empunhei minha varinha.Tentei desviar por um corredor do 2º andar quando eu percebi que era Sebastian. Desacelerei meus passos e me virei em sua direção.

– Olá. - Disse enquanto ele se aproximava.

– Pensava que nunca lhe encontraria sozinha, sempre estás com um dos ruivos, você disse que iriamos conversar, mas até agora você apenas fugiu. - Sua voz era rouca e imponente.

– Desculpa, eu realmente esqueci.

– Não, você apenas me evitou. - Ele pegou minhas mãos e deu um breve beijo no dorso.

Não queria ficar lá, não me sentia a vontade com aquele garoto.

– Você não percebeu que dei um jeito de concluir o ano aqui em hogwarts por você, depois de tudo o que aconteceu não tive coragem de chegar perto de você apenas lhe observava pelos corredores no tempo livre que tinha.Desde o final da copa não recebi mais nem uma carta, eu mereço ao menos uma resposta para isto.

– Vamos ser sinceros, na copa rolaram coisas que não deveriam. Eu só quero cortar os laços, não me sinto bem com estas lembranças, por conseguinte não me sinto bem com sua presença, consegue entender ? -Minha respiração e batimentos cardíacos estavam acelerados, meu corpo estava tomado por uma onda de raiva e magoas.

– Cáh, foi coisa de momento, não queria que você entendesse desta forma, simplesmente aconteceu.

–Afinal não entendo o que tu queres com minha pessoa, você tem um monte de garotas correndo atrás de você e decide que queres a mim.

– Estaria mentindo se dissesse que quero apenas sua amizade, mas quero ser bem mais que isto, tenho ciúmes daquele ruivo idiota, quando ele está com você e saem andando de mãos dadas por ai, de como ele te faz rir...

– Então chegamos a prova de que você não gosta de mim, se você tivesse o menor sentimento por mim ficaria feliz do Fred me fazer sorrir, de como ele cuida de mim. O que você sente é amor próprio, minhas condolências, mas o amor entre duas pessoas é bem diferente disto – Retruquei sarcasticamente.

expelliarmos. – Minha varinha voou e ele a pegou.
Ele jogou-me na parede mais próxima e pressionou com força suficiente para fazer doer. Seu hálito estava marcado com álcool, sua feição era séria o suficiente para dar medo. Nunca o vi assim.

– Você não sabe o que diz minha querida. – Ele sussurrou saindo de perto de mim. – Eu faria qualquer coisa por você.

Ele estava atordoado.

– Me diz o que sentes então! – Seus olhos mudaram, agora estavam maliciosos.

– Você é minha, não preciso lhe falar nada, mas serei bom. – Ele jogou seu corpo contra o meu. – Já que queres saber lhe digo, eu sinto muito desejo, sinto que a amo queres mais?

– Você é maluco, está doido! – Com suas mãos ele pressionou meu rosto contra parede. – Me larga, se não eu irei gritar.

Ele saiu e arrastando para sala mais próxima e eu gritava por socorro.

– Pode continuar meu amor, ninguém irar lhe escutar, todos estão no torneiro.

Ele rasgou minha roupa, começou a me beijar, mas não demorou, pois mordi a sua língua.

– Sua vadia. – Ele me deu uma tapa, eu cai, ele me puxou pelos cabelos e me fez levantar, pegou sua varinha e sussurrou um feitiço do qual fez minhas roupas se rasgaram e começou a jorrar sangue por todo meu corpo. Ele me jogou no chão e ficou em cima de mim, ele me beijava freneticamente. Minha visão embaçou, meu estomago se revirava, já estava fora de mim, mas sabia que era uma agonia tão extrema como jamais sentira.

Com uma extrema satisfação no rosto ele se levantou, sibilou algum feitiço e pude sentir minha pele voltar ao normal. Ele se afastou de mim, procurava algo pela sala, me forcei a vê o meu corpo que doía, tive dificuldade, mas consegui estava com manchas de sangue e grandes cicatrizes, ele voltou e pôs a minha cabeça em suas pernas, lagrimas se esvaiam do seu rosto, não conseguia falar apenas gemia de tanta dor.

– Eu tive que fazer isto, para você entender que gosto muito de você pequenina. – Ele me olhava com receio – Agora eu irei cuidar dos seus machucados, calma, calma.

Minha varinha caiu das suas vestes , contudo ele não percebeu mas consegui pega-la, e com as ultimas forças que tinha me sentei .

– Calma amor, eu quero lhe vê melhor. – consegui pronunciar.

O chão estava extremamente frio. Encostei meu corpo junto ao dele fiz menção de beija-lo, enquanto ele fechou os olhos eu cerrei o meu punho e acertei o seu nariz. O empurrei, ele se desequilibrou e caiu ao meu lado, me escorei na parede e consegui levantar-me

Crucio! – Jamais havia usado aquele feitiço, era imperdoável, Dora me disse que só conseguiria usa-lo que estivesse com ódio. Mas infelizmente não o acertou.

– Olha só vejamos o que ela conseguiu fazer, aliás seu cabelo está vermelho. – Ele desdenhava.

– Crucio! – Berrei. Acertou em seu ombro, ele caiu no chão e começou a se contorce, a dor era visível em seu rosto, repetir por mais quatro vezes peguei sua varinha e a quebrei. Sai me escorando e consegui chegar na ala hospitalar.

Não me lembro de mais nada, apenas de acordar no meio da noite com um gosto amargo na boca, corpo dolorido e com um pouco de força consegui enxergar um garoto ruivo que dormia ao meu lado. Forcei-me a olhar meu corpo, descobri que estava com marcas, como se já fizessem tempos que estivessem ali. Não havia forças suficientes, minhas pálpebras estavam pesadas, cai no sono.

Acordei com um cafune, minha visão estava embaçada, mas consegui perceber um garoto forte e ruivo. Era Fred.

– Bom dia. – Ele sussurrou.

– Quanto tempo estou aqui ?

– Dois dias, mas se acalma está tudo bem.

– você ficou o tempo todo aqui ? – Disse enquanto sentia que o gosto amargo de minha boca ainda estava lá.

– Sim, a velha da Minerva me deixou ficar, não consegui ficar longe de você. – Seu semblante estava frio. – Você lembra o que aconteceu?

Balancei minha cabeça, confirmando.

– Dumbledore invadiu sua memoria. Ele nos contou partes do que houve. Aquele garoto foi levado para o St. Mungus, os danos que você fez foram enormes.

Ele deu um sorriso de canto de boca e prosseguiu:

– Karkaroff pediu sua expulsão, mas o nosso diretor alegou que você agiu por instinto, estava tomada por ódio. Então você vai continuar aqui, ao lado deste garoto extremamente lindo.

Lembrei-me de como era bom estar ao lado de Fred. Lembrei-me das risadas gostosas e depois de tudo me sentir feliz. Dumbledore adentrou a ala hospitalar;

– Bom dia senhorita, creio que o senhor Weasley já lhe explico os últimos acontecimentos. – Ele me encarou brevemente. – Não há motivos para que se preocupe com sua residência nesta escola. Seus pais estão vindo para cá, presumo que queira passar uns dias em sua casa então terás permissão de ir com eles. Percebi que está próxima do senhor Fred e então me adiantei em falar com o Sr. e Sr.ª Weasley, contei o ocorrido e eles consentiram que se você quiser e os seus pais concordarem ele poderá ir com você .

Eu e o ruivo no entreolhamos e soltamos um belo sorriso.

– Minha mãe permitiu mesmo ? – O garoto perguntou pasmo.

– Sim, ela não queria mas seu pai insistiu e acabou permitindo.

– Diretor, eu não gostaria de contar para o meus pais o ocorrido. – Suspirei. – O senhor poderia contar a eles e dizer que não deveriam tocar no assunto ?

– Já era de se esperar minha querida. Agora descanse pois em breve Andrômeda estará aqui para lhe mimar. – Ele sorriu e deu as costas, ao chegar na porta ele virou. – Presumo que seja só por enquanto.

O diretor me deixou só com Fred.

– Você vai querer ir para minha casa ?

– Só se eu dormi na mesma cama que você. – Ele brincou.

– Não, acho que estará disponível para você o carpete da sala.

– Como a senhorita ousas me tratar assim, depois de tudo que tivemos... Da noites que passamos juntos, dos beijos que demos... – Mas ele não conseguiu concluir pois um homem alto e grisalho pigarreou ao nosso lado.

– Espero que isto seja apenas brincadeira rapaz ou terei que fazer algumas coisas de modo trouxa mesmo, para honrar minha filha.

O ruivo ficou da cor de seus cabelos.

– PAPAI. – Ele se aproximou a me abraçou.

– Minha pequena, nossa você está péssima. - Ele me falou assustado.

Logo apresentei Fred ao papai, bom ele não gostou muito do que escutou do ruivo, mas logo lhe expliquei que era brincadeira. Mamãe entrou apavorada no recinto e como era de se esperar fui mimada, até de mais

Após o almoço, fomos a sala da professora Minerva, ela permitiu que usássemos sua lareira como rede de flu. Logo estávamos em casa.


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Notas finais do capítulo

Realmente foi um revés... Mas depois da tempestade vem a calmaria.



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