Laws of Attraction escrita por Contre Nature


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey! Lembra de mim? aplspalspas Tô voltando com mais um capítulo.
Quero pedir desculpas pelo atraso na atualização. Eu andei passo por uns probleminhas bem pesados e tipo a vontade de escrever sumiu. Mas enfim, tô de volta!
Eu sei que tinha prometido que esse cap. seria hot, mas deu uma merda danada aqui. rs
Quem me conhece sabe que sou o desastre em pessoa e parece que o mundo não ajuda, ele meio que conspira contra mim. Explicando: quando escrevi esse cap. eu fiz o hot separado, e essa tapada aqui fechou o editor sem salvar o arquivo... Resumindo, tomei no meu redondo. Tô aqui reescrevendo a cena, estou quase na metade. Devo estar postando nessa madrugada.
Mas chega de lero, né? Boa leitura! Ah, e por favor, comente a fic. rs Sou super insegura com a minha escrita e saber o que você está achando me ajuda muito. E desconsidere os erros existentes, eu não costumo revisar. rs Agora é sério, boa leitura! Xo



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Havia uma semana que os caminhos de Regina Mills tinham se cruzado com os de Emma Swan. E nesses sete dias, sua vida deu uma volta de 360º. Tudo bem, talvez isso seja uma hipérbole, mas a loira tinha bagunçado a vida dela. Por ser uma mulher um tanto insegura, incapaz de agir sobre pressão, Regina sempre tentou manter o controle de tudo que a rodeava. Ela estava fazendo um excelente trabalho, até que Emma apareceu. Aquela mulher a tirava do sério. Estar frente a ela, escutá-la, sentir o seu cheiro, até mesmo a menção do seu nome fazia com que a morena ficasse desorientada. Sua oponente, inimiga de caso. A profissional que mostrava ser desleixada e irresponsável, mas na verdade era brilhante. Se tinha uma coisa que Mills havia aprendido a respeito de Emma, é que a mesma era uma caixinha de surpresa. Uma raposa que estava sempre um passo a sua frente.

Assim que saiu da casa de sua mãe, Regina resolveu dar início ao seu novo plano: Pedir “sinceras desculpas” a Emma Swan. A advogada ligou para sua secretária pedindo que ela conseguisse o endereço da advogada. Ela estava numa loja de roupas femininas comprando um presente de desculpa quando Leslie ligou lhe passando a informação que ela lhe pedira. Não demorou muito para que a morena tomasse um taxi e fosse até a casa da loira.

– Os papéis irão se inverter, Srta. Swan. – Regina disse para si mesma com um sorriso presunçoso em sua face em frente ao prédio onde Emma morava.

Mills adentrou no prédio. Ele não era muito grande, tinha apenas quatro andares, com dois apartamentos em cada andar. Emma morava no terceiro. Ela pegou o elevador e em menos de 2 minutos já estava batendo na porta da loira.

– Olá! - Cumprimentou assim que a loira abriu a porta. - Vim pedir desculpas. - Disse com um enorme sorriso estampado no rosto.

– Deu-se ao trabalho de bater. - Emma comentou fingindo estar surpresa. - Você não costuma arrombar? - Cruzou os braços e encarou a mulher a sua frente.

– Engraçadíssimo! E não arrombei. - Um sorriso digno de um comercial de creme dental ainda se encontrava no seu rosto. - Se vir de novo à fita, aliás, que paranoia, - revirou os olhos -notará que a sua sala estava aberta, eu apenas queria ter uma reunião com você. - Regina esticou o braço e entregou o presente que comprara para Emma - Peço desculpa por qualquer confusão.

– Não sei o que dizer. - Pegou a sacola, mas não a abriu.

– Entre seria ótimo. - Disse em expectativa.

Emma ficou alguns segundos em silêncio, analisando a situação. Ela estava curiosa. Queria entender o que Regina fazia ali, na porta da sua casa, e com aquele sorriso radiante no rosto. "Desculpas? Até parece!" ela pensou. Contudo, todos os questionamentos cessaram quando ela se deu conta de que a morena tinha ido atrás dela. Regina estava ali, na sua frente, o porquê não era importante, pelo menos não agora.

– Entre. - Disse por fim dando passagem a mulher.

Assim que adentrou no cômodo, a morena deixou o seus olhos correm por toda a extensão do mesmo. E ficou surpresa com o que viu. Ao contrário do seu escritório, a casa de Emma era completamente limpa e organizada na medida do possível, tinha alguns objetos fora do lugar, mas ainda assim a casa estava arrumada. Regina não esperava por isso. Ela permitiu-se caminhar por toda a sala, olhando atentamente cada detalhe. O lugar não era grande, mas era aconchegante. Tinha flores, quadros de fotografias e até cortinas.

– Sorte sua não processá-la por ter me ferido ao pegar aquelas pastas. - Disse quebrando o silêncio estabelecido e se virando para Emma que estava atrás dela. - Condições traiçoeiras no local de trabalho.

– Você se machucou? - Perguntou preocupada.

– Quebrei uma unha. - Deu um sorriso tranquilizador - Abra o seu presente.

Emma levou a sacola à altura do nariz e a cheirou antes de abri-la. Colocou a mão dentro dela e tirou uma camisa social seda pura na cor branca.

– Oh, veja só! - Falou analisando a peça - Muito bonita. Obrigada.

– Achei que ia gostar de ter uma sem manchas e com todos os botões. - Soltou um leve riso e deu de ombros.

– Suposição interessante. - Colocou o presente de volta na embalagem e a colocou na mesa. - A propósito você fez um ótimo discurso ontem. Muito provocador. O aparentemente inofensivo guia do divórcio. - Disse olhando nos olhos de Regina.

– Eu uso os fatos, a lei, e não um teatrinho barato. - Alfinetou

– Ok! - Deu um sorriso divertido - Uma reunião é uma ótima ideia. Portanto... Mãos à obra! - A mulher deu um passo à frente, se aproximando da outra, e tirou a sua regata branca, deixando totalmente a mostra o seu sutiã sport preto.

– O que está fazendo? - Perguntou receosa enquanto desviava o olhar do abdômen definido de Emma, seu rosto já estava tomado pelo rubor.

Mills viu a loira caminhar em sua direção e por reflexo ela deu lentos passos para trás, sem desviar o olhar daqueles olhos verdes, até que se chocou contra a parede. A loira continuou a caminhar, em reação, Regina fechou os seus olhos como se esperasse por algo, quando sentiu a mulher passar pelo seu lado. Demorou um pouco para ela abrir os olhos, e assim que o fez, Emma já estava saindo do seu quarto, vestindo uma camisa xadrez.

– Vamos jantar juntas. – Disse com um sorriso no rosto enquanto terminava de abotoar a camisa - E já que você começou isto, manda o protocolo que você me leve, certo?

– Sim, claro! – Regina respondeu com o rosto ainda corado, soltando em seguida à respiração que nem se dera conta que prendera.

– Ou podemos comer aqui. Eu tenho chocolate. – Propôs apontando para a cozinha, mas a morena negou acenando com a cabeça enquanto pegava o seu celular na bolsa e ligava para a sua secretária.

– Alô! Leslie, por favor, reserve uma mesa no Four Seasons... – A morena falava ao telefone com a jovem quando Emma tomou o aparelho de suas mãos, deixando Regina boquiaberta com a petulância da moça.

– Não, não, eu que escolho. – Disse decidida - Tchau, Leslie. – Despediu-se da secretária e colocou o celular dentro da bolsa de Regina.

– Certo, desde que não seja ao ar livre. – Concordou - Há 65% de chance de chover. Há um sistema de baixa pressão vindo do noroeste. Eu vejo o canal do tempo. – Mills comentou com um sorriso orgulhosa de si mesma.

– Você é mesmo fascinante! – Sorriu admirada.

Quando Regina concordou com que Emma escolhesse o lugar onde elas jantariam, a morena jamais esperou por aquilo. Sim, Emma era inconsequente, excêntrica, imprevisível, mas daí a levar uma mulher do nível de Regina Mills aquela taberna era demais. A loira ultrapassou todos os limites, na visão da sua oponente, é claro. Se ela queria estabelecer uma boa convivência com Regina, essa possibilidade acabara de cair por terra. Mills encarou aquilo como uma provocação.

La Havana's Pub, esse o nome do bar escolhido por Emma. Uma taberna tipicamente cubana perdida na imensidão de Nova York. Música ao vivo, uma pista que ficava em frente ao palco, na qual os clientes poderiam se aventurar em alguns passos da rumba, dança típica de Cuba. havia mesas espalhadas por toda extensão do local. O bar era uma mistura homogênea de rusticidade e breguice. Não era um ambiente ao qual Regina estava acostumada, e ela não se preocupava em esconder isso, pelo contrário. O desagrado da mulher se fazia visível e gritante em sua face.

Emma se deixava envolver pela música. Apesar de estar sentada, ela mexia e remexia seus ombros, braços e cabeça no ritmo da música, ignorando o olhar crítico da mulher sentada a sua frente. A loira desfrutava do desconforto de Regina.

– O que vão querer? – Perguntou a garçonete assim que se aproximou da mesa.

– Dois huevos de chivo, por favor. – Emma respondeu com um sorriso caloroso.

– Huevos de chivo? Com os huevos? – Questionou enquanto rabiscava no caderno que trazia consigo.

– Sim. – Emma respondeu dando de ombros.

Assim que a garçonete saiu, o silêncio se fez presente na mesa.

– Puxa, eu adoro este lugar! – A loira quebrou o silêncio. - É tão... tão romântico, concorda? – Deu um sorriso bobo, deliciando-se com o desconforto da mulher a sua frente.

– Não! – Respondeu ríspida. – Olha, que baboseira moralista foi aquela de “paixão no casamento” no seu discurso?

Emma encarou Regina por alguns segundos e em seguida deu de ombros.

– Nunca quis falar para os seus clientes irem para casa e se acertarem? – Franziu os lábios rosados.

– Na verdade, não. A cada novo caso, eu me convenço mais de que o casamento já era. – Regina respondeu séria.

Mills demonstrava convicção em suas palavras, até demais. Mas Emma chegou a se questionar da veracidade do que a morena dizia. Foi então que ela percebeu que a morena falava aquilo mais para si do que para ela. Emma podia enxergar através das íris castanhas da mulher, podia ver o conflito interno, à vontade, até mesmo a necessidade, de acreditar em tudo que saia da sua própria boca. “Insegurança, medo, angústia, autopreservação... Ela provavelmente já sofreu por amor. Ou é uma solteirona” Pensou Swan.

– Claro. Eu entendo. – Deu um sorriso de compaixão.

– “Eu entendo”? – Franziu o cenho.

– Sim, entendo. – Confirmou.

– É isso aí. Você entende? – Debochou tentando acalmar a sua inquietação.

– Entendo muito... Você está namorando? – A loira perguntou apática.

– “Entende muito... Estou namorando?” – Repetiu indignada – O que é isso? Que tipo de abordagem é essa? – Sua voz subira duas oitavas, ela estava enfurecida. Quem Emma Swan pensa que é para analisá-la daquela forma.

Já Emma, encarou a atitude de Regina como um ato de defesa.

– Não creio que esteja. – Comentou cinicamente com a intenção de provocar ainda mais a sua adversária.

– É isso que entende? – Regina perguntou fuzilando Emma com o seu olhar. – Que não posso estar namorando ninguém? Eu posso estar namorando. Pode acreditar! – Deu um sorriso nervoso, estava ficando difícil para a morena conter a sua inquietação. – Posso estar namorando vários. São tantos que eu precisaria de uma semana de doze dias!

– Esquece! – Emma murmurou enquanto jogava as mãos para o alto em sinal de redenção.

– O que dizer com esse gesto de levantar os braços? – Regina questionou um tanto indignada. Estaria Emma zombando dela? – O que significa isso?

– Você não está namorando. – Deu de ombros. – Por que não? – Perguntou curiosa, mirando os olhos de chocolate.

Regina foi pega de surpresa. Ela não esperava por aquela pergunta, sentiu uma dificuldade ao respondê-la. Emma não tinha o direito de se meter na sua vida pessoal. Ela poderia muito bem se negar em responder a pergunta, entretanto não o fez. Talvez fosse o jeito que Emma a encarava, ou um poder de persuasão que a loira parecia possuir. Ela queria responder a pergunta, mas não sabia como. Sua insegurança não a permitia falar às coisas que seu interior gostaria. Ela acabou optando mais uma vez por se esconder atrás da imagem da aclamada advogada Regina Mills.

Emma, que ainda olhava para Regina de forma doce e curiosa, percebendo o conflito interno através das feições da mulher, sentiu vontade de entender e proteger a morena a sua frente. Foi então que Emma se dera conta, ela estava começando a se apaixonar por Regina. Não pela impiedosa, ardilosa e temida advogada que ela demonstrava ser, não. Emma percebera que tudo aquilo era uma imagem vendida por Regina no momento em que a conheceu. Ela estava se apaixonando pela mulher de olhar indeciso, que hora ou outra demonstrava a sua inquietação através de pequenos gestos, que ficava incrivelmente adorável quando estava nervosa, que tinha o sorriso mais encantador de todos. Pela mulher que assistia ao canal do tempo... Ela estava se apaixonando pela mulher que Regina Mills realmente era.

– Já que pergunta o que é namoro... – Regina trouxe Emma de volta a realidade. – É uma preparação para o casamento. – Disse em um tom querendo mostrar indiferença.

– Mas você não disse que casamento já era? – Emma perguntou curiosa, debruçando-se sobre a mesa e se aproximando mais de Regina.

– E é por isso que não estou namorando. – respondeu ríspida. – Assunto encerrado.

– Ok! – Bufou encostando a sua cadeira.

O silêncio reinstalou-se. Regina olhava impaciente para o relógio e procurava a garçonete ao redor. Já que ela iria passar mais tempo naquele lugar, iria precisar de álcool para tornar a sua estadia no local menos desconfortante. Já Emma, se remexia na sua cadeira. Balançava os ombros e cabeça no ritmo da música que tocava.

– E você? – Regina perguntou quebrando o silêncio.

– Eu, o quê?- Perguntou confusa.

– Está namorando? É casada? – Ela questionou curiosa e com um pouco de medo da resposta da loira.

– Não encerrou o assunto? – Deu um sorriso divertido.

– Acabei de reiniciá-lo. – Falou impaciente.

– Não estou namorando. – Pode parecer loucura, mas Emma poderia jurar que viu um leve sorriso nos lábios de Regina. – Eu estive a ponto de me casar, mas as coisas não correram como o planejado. – Disse de forma abatida.

– O seu noivo desistiu? – Questionou realmente curiosa.

– Na verdade, não foi bem assim que aconteceu.

– Não entendi. Poderia ser mais clara? – Pediu, reclinando-se sobre a mesa num gesto de interesse.

–Houve uma desistência, mas foi da minha parte. – Esclareceu – E não era um “noivo” era “noiva”. – Falou meio baixo, temendo a reação de Regina.

– Ah! Desculpe. Eu não sabia... – Falou corada, entretanto sentiu-se bem ao saber daquilo.

– Tudo bem. – Interrompeu a morena.

– Então... Você é... – Regina tentou finalizar a pergunta, mas estava extremamente constrangida, as palavras e a coragem lhe faltaram.

– Lésbica? – Deduziu Emma. A morena meneou a cabeça de forma afirmativa. – Sim. Espero que isso não seja um problema pra você.

– Não, claro que não. – Falava de forma rápida e atrapalhada, gesticulando de forma negativa. – É óbvio que não é problema pra mim. Não mesmo. Jamais. – Finalizou meio nervosa.

– Que bom. – A loira deu uma piscadela para a mulher a sua frente enquanto se divertia com o seu rubor.

– Na verdade eu até... – Regina começou a falar, mas se dando conta do que estava prestes a compartilhar parou, pedindo a Deus que a loira não tivesse a escutado. Ela estava ansiosa, e sempre que se encontrava nessa situação acabava falando demais. “Droga, Regina!”, pensou.

– Você, o quê? – Fitou-a de forma curiosa.

– Desculpe? – Fez-se de desentendida.

– O que você disse? – Questionou mordendo o lábio inferior, concentrada, realmente intrigada, queria descobrir o que a morena havia dito e que agora fazia tanta questão de esconder.

– Nada. Eu estava apenas pensando alto... – Tentou desconversar, mas perdeu a sua linha de raciocínio quando seus olhos se perderam naqueles lábios finos e rosados, cuja a dona mordiscava de forma estrememente sensual. – É que eu... Já tive alguns relacionamentos com... Mulheres. – Deixou escapar se amaldiçoando logo em seguida.

– Sério? – Emma perguntou chocada, mas feliz em saber disso. Uma pequena luz de expectativa e esperança acendeu-se no interior da loira.

– Não acredita? – Questionou alterada. – Acha que não tenho a capacidade de despertar o interessa das mulheres, Srta Swan? – Ela estava chateada, um pouco magoada. Será que Emma a achava uma mulher incapaz de despertar interesse em alguém? Será que ela não a enxergava como uma mulher atraente?

– Não é isso. É que foi uma surpresa. Uma surpresa boa. Não estou questionando os seus atrativos. – Explicou o mal entendido. Logo viu um sorriso calmo surgir nos lábios da morena. – Eu me interessaria por você. – Disse por fim coçando a parte de trás do pescoço, com um sorriso maroto.

– Se interessaria? – Questionou de forma pacífica. Seu interior estava em êxtase com aquela confissão, embora nem ela mesma soubesse o porquê. Como resposta, Emma apenas balançou a cabeça de forma positiva, com um sorriso encantador nos lábios. – Você está saindo com alguém? – Perguntou de forma espontânea.

– Tirando o encontro dessa noite? – Gracejou, provocando Regina.

– Encontro? Isso não é um encontro. É uma reunião. – Esclareceu.

– Tem certeza?

– Tenho. Minha primeira resposta é sempre a verdade. Na vida profissional e pessoal. A primeira resposta da pessoa é o que ela sente. – Falou convicta.

– Muito profundo. Concordo. – Caçoou divertida. – Mas não podemos chamar de “reunião íntima”? – Continuou provocando, debruçando-se sobre a mesa e devorando aqueles olhos cor de âmbar.

– Intimidade não muda nada. – Inclinou-se sobre a mesa, aproximando-se mais de Emma, sem quebrar o contato visual. – Negócios são negócios. – Concluiu pausadamente.

– Ora, não está falando sério. – Disse num tom manso, sedutor.

– Minha nossa... – levantou uma das sobrancelhas. – Não tente me analisar com a sua postura desregrada e boêmia. – Semicerrou os olhos – “Como estou avulsa, posso penetrar no íntimo de todos”. – Falou tentando imitar a voz de Emma. – Deixe esclarecer uma coisa, Srta. Swan: Não há atalhos psicanalíticos para me levar para a cama, entendeu? – Falou alto, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor, sem notar a presença da garçonete que trouxera os pedidos. Ao se dar conta da cena embaraçosa, voltou a se recostar na cadeira, envergonhada, enquanto Emma tinha um riso divertido estampado no rosto.

– Dois huevos de chivo. – Falou a garçonete servindo as advogadas, tentando conter o riso.

– Obrigada. – Agradeceu a loira que obtece um olhar faceto da moça, enquanto a mesma se distanciava da mesa.

Regina analisava a bebida com uma expressão de nojo. O drink de cor marrom foi servido em um pequeno copo cilíndrico.

– Parece resíduo de material médico num copo. – Falou pegando o copo e cheirando a bebida. – Não tem coquetel? – Perguntou com um sorriso sarcástico.

– Não, tem que beber isto. É uma velha tradição cubana. Antes do duelo, os dois adversários tomam este drink juntos. – Explicou Emma, levantando o seu copo, colocando-se em posição de brinde. – Significa: “O fato de estar tentando matar você não quer dizer que não amo e respeito você”. – Brindaram. – Huevo de chivo.

Após o brinde, ambas as advogadas beberam seus drinques em apenas um gole. Enquanto Emma fazia caras e bocas devido ao gosto forte da bebida que ainda queimava em sua garganta, notou que a morena na sua frente estava engasgada. Regina tossia enquanto batia na mesa de forma desesperada, seu rosto a essa altura já se encontrava avermelhado. Emma estava prestes a se levantar e ajudar à morena quando a mesma cuspiu uma cereja em seu rosto.

– Mas o que é isso? – Vociferou com a respiração ainda descompassada.

– Huevo de chivo. Testículo de cabrito. – Explicou indiferente.

– Testículo de cabrito? Eu acabo de pôr testículo na minha boca?! – Questionou incrédula e irritada.

– Não, é uma cereja. Veja, cereja ao marasquino. – Emma explicou pegando a pequena cereja que a morena cuspira segundos antes. – Forte demais para você? – Provocou com um sorriso sacana.

– De jeito nenhum. – Respondeu já recuperada. – Vamos tomar outro. – Desafiou.

– Não. Não, isto... – Apontou para os copos vazios sobre a mesa . – É mortal. – Completou.

– É mesmo? – Sorrio confiante. Emma apenas acenou com a cabeça de forma positiva em resposta. – Garçonete!

E assim a noite se estendeu, provando de fato de que ela é uma criança. A garçonete que atendia a mesa onde se encontravam uma morena de cabelo curto e liso e uma loira de cabelo longo e ondulado, quase perdera a conta de quantas doses da bebida tipicamente cubana servira as duas mulheres. Cada vez que ela voltava do bar indo em direção à mesa, trazendo consigo os copos sobre a bandeja, os sinais de embriagues nas advogadas tornavam-se evidentes, principalmente em Regina.

Quem vira Regina quando havia chegado ao bar e a via agora não diria que se tratava da mesma pessoa. A mulher que chegou ao estabelecimento de semblante fechado, com ar de superioridade, agora estava distribuindo gargalhadas, estava irreverente. Ela descera do salto, literalmente, pois os mesmo estavam jogados embaixo da mesa; o blazer que portara quando chegara já estava sobre a mesa; a camisa social branca já tinha três dos seus botões abertos, revelando o colo meio pálido da morena e o começo de um sutiã branco. Hora ou outra Mills pegava-se permitindo-se levar pelo ritmo caliente e descontraído do local.

Já Emma não sofrera tanto com os efeitos do álcool, uma vez que ela já estava acostumada com a bebida. Entretanto, ver Regina agindo de forma mais solta e desinibida fez com que ela agisse da mesma maneira. Ao escutar o som dos risos autênticos e fáceis de Regina, Emma sentia todo o seu interior vibrar de maneira intensa e automaticamente, um sorriso digno de uma pessoa apaixonada se fazia em sua face. Aquele era um dos melhores sons que ela já escutara. Presenciar a morena ficando cada vez mais à vontade a sua frente, retirando algumas peças de roupa e dando como justificativa o calor, fez com que as mãos de Emma suassem, que sua boca ficasse seca. “Deus, ela só pode estar querendo me provocar”, pensou. Swan fazia um tremendo esforço para se conter e não agarrar Regina ali mesmo sobre aquela mesa, na frente dos poucos clientes que ainda estava na taverna. Todo o autocontrole quase ia para o espaço quando Regina debruçava-se sobre a mesa dando à Emma uma visão privilegiada dos seus seios. “Mantenha a calma, Swan” reprimia-se.

– Huevo de chivo. – Voltaram a brindar quando um trovão fez-se audível em todo o bar.

Emma encarou aquilo como um sinal para o encerramento da noite. Ela levantou-se da mesa, pagara a conta e depois encontrou-se com Regina que a esperava na porta.

– Trouxe guarda-chuva, Dona canal do tempo? – Perguntou a Regina que tinha uma das mãos apoiada na parede segurando-se enquanto tentava calçar um dos sapatos.

Quando Mills voltou a ficar de pé, acabou se desequilibrando, e quando se deu conta, os braços fortes de Emma a enlaçavam pela cintura impedindo-a de cair. Aquela era primeira vez que Regina sentira o toque firme, porém gentil de Emma. Foi então que ela se pegou desejando que aquela fosse à primeira vez de muitas.

Ter aquele corpo definido, esguio amparando-a por trás acorrentou uma série de sensações em seu corpo. Uma carência de um toque profundo, mais explorador, íntimo. Ter a respiração de Emma contra a sua nuca causou o arrepio da sua pele macia e que agora ansiava pelas caricias e beijos da loira.

Os pingos da chuva foram os responsáveis pela quebra do contato das duas mulheres. Aquelas gotas grossas deveriam servir para conter o fogo daqueles corpos que agora praticamente ocupavam o mesmo espaço, porém isso não aconteceu. Sim, elas desvencilharam-se voltando a realidade, mas tensão, a libido, o querer ainda se faziam gritantes.

– 65%? – Emma falou constrangida ainda enquanto caminhava em direção à rua para chamar um taxi, sendo seguida por Regina – Isto é, se você tivesse dito 85 ou 90... Taxi! – Gritou e acenou para um carro, cujo motorista não lhe deu a mínima e passou direto.

– É exatamente desses 25% a mais que você precisa e eu não. – Rebateu pondo-se ao lado da loira. – Essa é a diferença entre as nossas necessidades de porcentagem porque se os meus consistentes 65 e os seus 85... Eu acho que estou de fogo. – Regina falou de forma célere, arrancando gargalhadas de Emma.

– Pelo menos estaremos ambos de ressaca diante da juíza amanhã. – A loira falou entre um assovio e outro, conseguindo um taxi.

– Sim, você e ela... Qual é a de vocês? – Regina questionou irritadiça, deixando transparecer o seu desconforto com a “relação” existente entre Emma e a outra mulher.

Emma nada respondeu, apenas abriu a porta do carro e esperou a mulher entrar. Só então ela se deu conta de que ambas seguiriam caminhos diferentes. Cada uma deveria ir para as suas respectivas casas. Ela não queria isso. Queria desfrutar mais da companhia de Regina. Escutar mais o som aveludado da sua voz, os seus risos contagiantes. Poder admirar aquele oceano de chocolate que era o seu olhar. Tocar aquela pele sedosa. E foi dessa necessidade de ter Regina que Emma arranjou forças para finalmente fazer o que havia tentando controlar a noite toda.

– Minha boca tá dormente. – Regina falou, atraindo a atenção da loira para si. – Eu não estou sentido nada. Você está? – Questionou logo depois de dar leves batidas contra o seus lábios.

Era isso, aquele era o momento. “Isso eu não fizer isso agora, nunca me perdoarei”, pensou a loira. De forma ligeira, Emma enlaçou a cintura de Regina com um de seus braços. Seus olhos depararam-se com o olhar surpreso de Regina. Sua mão livre acariciou-lhe a face. Lentamente, ela aproximou seus lábios dos da morena e a beijou de forma gentil. Fora um simples roçar de lábios. Um beijo acalentado de cuidados e inocência.

– Isso eu senti muito bem. – Emma falou após interromper o beijo, colando sua testa a de Regina. – E você? – Sua voz era como um sussurro. Seu coração estava em festa, sua respiração se tornara ofegante devida à excitação. Mas, Emma ainda temia a reação de Regina. Ela tinha medo de que a morena a rejeitasse, que encarasse aquele beijo um abuso por parte da loira. Entretanto, tais pensamentos dissiparam de sua mente ao ver que Regina tinha um sorriso e olhar genuíno e totalmente entregue.

– Aham... – Regina assentiu, levando suas mãos ao tosto de Emma, acariciando-o. E logo a puxou para um novo beijo.

Começaram um beijo lento, cheio de desejo, que fora aumentando o ritmo aos pouco. As duas mulheres queria muito mais daquele beijo. Elas torciam os lábios, fazendo dar estalos deliciosos que aumentavam ainda mais a libido delas


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Podem falar mesmo. Tipo, falar o que quiser. rs Obrigada por ler.



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