Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 4
Capítulo 4 – A Fúria de Tio Válter


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Perdoe pela demora, sabem como é escola.... Cap com um pouco de violência, estejam avisados...



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Harry passou a viagem toda jogando xadrez com Rony e devorando os doces que comprara do carrinho, enquanto Hermione lia o Profeta Diário e Fred e Jorge confabulavam em um canto da cabine, tentando pensar em qual seria a próxima sacanagem que iriam inventar, pensou Harry enquanto dava o cheque mate no rei de Rony.

_ Droga, você está ficando bom nisso – disse o garoto enfiando um sapo de chocolate na boca e jogando um Alvo Dumbledore intrigado no colo de Harry.

_ Ele outra vez? – perguntou Fred estendendo a mão para apanhar a figurinha.

Harry sorriu e afastou a mão do garoto com um delicado tapinha.

_ Descobri que cada figurinha dele é diferente – disse Harry enquanto guardava o cartão no bolso da calça. _ Já tenho três diferentes.

No fim da tarde o trem parou na plataforma e os estudantes começaram a desembarcar formando um pequeno alvoroço nas portas. O céu já estava pintado com algumas estrelas e a lua começava a apontar em um canto. Rapidamente a senhora Weasley puxou os garotos para um forte abraço de urso, não deixando Harry de fora.

_ Harry querido, como você está? – perguntou ela olhando-o de cima a baixo. _ Seu cabelo está diferente, querido. Está mais arrumado e mais escuro.

_ Eu disse isso a ele, mãe – disse Rony lançando um olhar de “viu?” a Harry.

_ Eu não percebi – falou Harry passando as mãos pelos cabelos, e percebendo que eles realmente estavam mais assentados em sua cabeça.

_ Harry, aqueles não são os seus tios? – perguntou Jorge apontando para um casal parado a um canto da estação.

_ Acho que vou ter que ir, espero que podemos nos ver nas férias – disse Harry triste.

O garoto se despediu dos amigos, abraçou a senhora Weasley e apertou a máo do senhor Weasley, indo em direção aos tios, puxando o malão e a gaiola da coruja.

O tio estacionou o carro na rua dos Alfeneiros número 4 e praticamente jogou o malão de Harry para fora do carro, ordenando ao garoto que levasse aquele troço para dentro antes que algum vizinho saísse na janela e visse aquela cena terrível.

Amaldiçoando a sua sorte, Harry apanhou a gaiola e começou a arrastar o malão para dentro da casa e depois escada a cima.

_ Desça aqui, Potter! – berrou tio Valter no pé da escada.

Rezando para a sorte não lhe abandonar, Harry desceu as escadas com toda a calma que podia ter naquele momento delicado; cada movimento inadequado poderia lhe custar uma boa surra e uma semana de um intenso jejum.

Assim que apareceu na sala se arrependeu de ter descido. Duda se encolhia no sofá, o tio estava parado ao lado do telefone com o fone nas mãos e a tia tampava a boca com a mão, parecendo mais pálida do que já era.

_ Uma das pessoas de sua laia acabou de ligar para cá, querem falar com você – disse o tio perigosamente. _ O que eles querem?

_ Como vou saber se o senhor não me passa o telefone? – retrucou Harry, se arrependendo logo em seguida.

O garoto só sentiu ser empurrado para trás com violência e uma forte mão apertando o seu pescoço. Tio Válter respirava com dificuldade, o rosto vermelho e a veia pulsando perigosamente em sua testa.

_ Quantas vezes terei de dizer para não me responder, moleque?! – berrou ele.

_ Me-me deixe sair, querem falar comigo!

_ O que aquela gente da sua laia quer com você?!

_ Não sei, mas se eu não atender, vão mandar todo o escritório de aurores invadir esta casa atrás de mim – respondeu Harry enquanto forçava os gordos dedos do tio para longe de seu pescoço.

O que falara dera certo: tia Petúnia abriu mais a boca, Duda se encolheu no sofá e o tio deu um passo para trás assim que Harry tirou a varinha do bolso.

_ Não pode fazer isso fora da escola – afirmou o tio perigosamente.

_ Experimente – ameaçou ele enquanto ia em direção ao telefone, sob os olhares ameaçadores dos tios.

_ Alô? – disse ele pegando no fone, sua respiração ainda forçada.

_ Harry, sou eu – disse a voz calma do outro lado. _ O que fizeram com você?

_ Nada, eles não me fizeram nada... Professor Dumbledore? É o senhor?

_ Sim. Desculpe, receio que tenha criado um grande problema para você.

_ Sim, mas eu aguento depois. O senhor precisa de algo?

_ Só queria avisar que vamos tirar você daí o mais rápido possível.

Talvez a alegria do garoto tenha transparecido, pois o tio se aproximou e ergueu as mãos para lhe bater.

_ Faça isso e eu vou experimentar todos os feitiços e maldições que sei no senhor – disse ele apontando a varinha para o peito do tio.

_ Harry, nem pense em fazer isso – disse a voz de Dumbledore do outro lado do fone. _ Não pode fazer magia fora da escola.

_ Sim, senhor. Mas não precisam saber disso, não é?

_ Certo – respondeu o diretor, um leve tom de divertimento em sua voz. _ Bem, só liguei para lhe dizer isso. Mais uma vez me desculpe pelos futuros problemas, vou lhe tirar daí o mais rápido que eu conseguir.

_ Eu ficaria muito feliz, senhor – disse Harry calmamente. _ Até mais.

Harry desligou o telefone e encarou o tio; sabia que seu atrevimento teria resposta, mas se sentiu seguro com Dumbledore do outro lado do telefone. Sabia que se alguma coisa lhe acontecesse ele viria correndo lhe buscar.

_ E agora, quem era? O que queriam?! – disse o tio, se aproximando perigosamente.

_ Era Alvo Dumbledore, o maior e mais poderoso bruxo do mundo. Ele disse que me tiraria daqui o mais rápido que conseguisse... Ou seja, no máximo a semana que vem.

_ Sobe, agora – disse o tio ferozmente.

_ O senhor vai me bater, não é? – perguntou ele em um sussurro.

_ Sobe! – berrou o tio.

O garoto abaixou a cabeça e subiu os degraus rezando para que o tio estivesse sem muita força naquele dia, mas parece que Deus não estava escutando-o naquele momento.

Harry passou pelo quarto de tia Petúnia que havia subido antes dele, mas a tia fez que não ao seu olhar suplicante e bateu a porta na sua cara, obrigando o garoto a seguir para o seu quarto e esperar a surra que ia levar a qualquer instante.

Tio Válter entrou no quarto pesadamente e fechou a porta ao passar, seu rosto mais vermelho que nunca e sua veia pulsando em sua têmpora, o que indicava sinal de perigo.

_ Agora vamos nos entender, garoto – disse ele gravemente, suas mãos desapertando o cinto e encarando Harry, que fechou os olhos e aguardou as dores da fivela de ferro.

Quase uma hora depois Harry acordou com o gosto de sangue na boca. Tentou abrir os olhos para ver a hora, mas o inchaço era tanto que ele não conseguiu. O garoto tentou se levantar para tirar o gosto ruim da boca, mas se arrependeu no mesmo instante. Suas costelas deram uma pontada que mesmo com o olho inchado, ele conseguiu ver estrelas. Desta vez tio Válter realmente exagerara na dose.

Harry desejou ter 17 anos para poder usar magia e com ela tentar aliviar as dores, mas se a usasse seria expulso de Hogwarts, e essa era a última coisa que ele queria no momento. “Até as detenções de Snape são melhores que isso”, - pensou o garoto que parara de tentar se mexer no chão.

Snape. Sua mente se deixou pensar nas últimas semanas de aula que tivera com o professor, e no quanto ele estava estranho. Os olhares que o professor lançara a si não era mais de puro ódio, mas de algum outro sentimento que Harry não conseguia imaginar. E em vez de descontar 10 pontos a cada coisa que ele fazia dentro das masmorras, ele descontava 5, isso quando descontava. Para completar, Harry começou a encontra-lo por todos os corredores do castelo, todos os dias e quase todas as horas de folga que tinha. Em um desses dias, quando ele saía atrasado da biblioteca, os dois trombaram no corredor e o material de ambos foi ao chão com o atrito.

_ Devia olhar por onde anda, Potter – dissera o professor em um rosnado, enquanto Harry se abaixava e recolhia a pilha de pergaminhos e devolvia-os ao mestre, que levantou uma sobrancelha para ele.

Outra vez o garoto lhe deu um olhar de “O senhor outra vez?”, e Snape deu um sorrisinho frio e disse.

_ Você acha que é o centro do mundo, não é, Potter?

Harry saiu de seus pensamentos quando a porta do quarto se escancarou e um tio Válter irritado entrou por ela.

_ Já aprendeu ou precisa de mais lições, garoto?

Harry não respondeu e logo depois percebeu que tinha sido um grande erro e que iria pagar por isso. O tio se adiantou e deu um chute em suas costelas, arrancando um grito de dor dos lábios do garoto.

_ Só vim avisar que vamos sair e que você está proibido de mexer em qualquer coisa dentro desta casa. Certo?

_ Certo – gemeu Harry de volta.

O tio lhe deu um olhar de desprezo, que foi retribuído pelo garoto e saiu do quarto batendo a porta ao passar. Harry continuou deitado no chão, com mais dores do que estava antes e um desespero de sair daquela casa. Escutando o motor do carro se distanciar e o barulho do portão se fechando, Harry soltou um berro de dor e de angústia que estava dentro de si. As lágrimas rolavam por seu rosto e o garoto adormeceu assim; triste e com dores.

******************

Severo andava a passos largos pelos desertos corredores do castelo, falou a senha da gárgula do diretor e subiu a escada em espiral, batendo na porta para entrar.

_ Entre, Severo.

O escritório continuava do mesmo jeito de sempre, só o que era notado era os antigos diretores e diretoras que não dormiam a sono solto como sempre, mas estavam totalmente acordados encarando o diretor que andava de um lado para o outro da sala.

_ O que aconteceu para me chamar a essa hora, diretor? – perguntou Severo se jogando na cadeira em frente a escrivaninha de Dumbledore.

O diretor parou de andar, lançou um olhar preocupado ao professor e se sentou em sua cadeira, juntando os longos dedos em baixo do queixo.

_ Estamos com um grande problema, Severo – disse ele calmamente. _ Telefonei para a casa dos tios de Harry e...

_ Ah, então o problema é com Ha.... Potter – cortou o professor, o corpo se enrijecendo ao olhar de Dumbledore.

Dumbledore fez que sim com a cabeça e deu um longo suspiro.

_ Liguei para falar com Harry a algumas horas, e creio que arrumei problemas para ele.

_ O que quer dizer com isso? – perguntou Snape, seu rosto sem expressão.

_ Eu consegui ler a mente dele e...

Snape se mexeu na cadeira alerta.

_ Você quer dizer que leu a mente do garoto por telefone?!

_ Oh sim, eu consegui – respondeu o diretor alegre, um sorriso se formando em seus lábios. _ E descobri que o garoto estava com medo. Parece que Harry é maltratado por aqueles que deveria ser a sua família.

Agora sim Snape demonstrou alguma coisa. Seu rosto se transformou em puro ódio. O professor se levantou e se debruçou sobre a escrivaninha do diretor.

_ Você quer dizer que eles ofendem o meu filho?

_ Não, eu quis dizer que seu filho deve estar apanhando neste momento – respondeu o diretor, a preocupação nas piscinas azuis que eram os seus olhos.

Severo chutou a cadeira e começou a andar para lá e para cá, seus olhos presos no nada, desfocados. Ele não conseguia acreditar que seu filho apanhava dos tios, de sua tia! A irmã de sua amada Lílian, batendo no próprio sobrinho? Não. Ele precisava fazer alguma coisa para ajudar Harry, para protege-lo das mãos do tio.

_ Alvo – disse ele parando de andar e encarando o diretor. _ Você precisa fazer alguma coisa. Você precisa tirar o garoto daquela casa e sei que sua mente brilhante irá pensar em algo rápido.

_ Na verdade, Severo, a minha mente brilhante já pensou.


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Notas finais do capítulo

Então?? O que acharam deste cap???? Beijinhos!!!



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