-P S I C O S E-

-Eu tenho certeza de que dei os remédios para ela. Isso é impossível!

-Ela parece sobre efeitos de remédios? Para mim não. Está claro que ela cuspiu-os assim que deixou-a sozinha.

A enfermeira e o médico dirigiram olhar para a garota. A loira estava distraída em meio a livros de medicina. Seus dedos finos e marcados folheavam loucamente as páginas querendo mais conhecimento, mais conhecimento. Parecia tão envolta a tudo que voltaram a conversar, deixando-a de lado por um momento. E foi justamente nos dez segundos seguintes que a garota fechou o livro silenciosamente, dirigiu-se a porta logo ao lado e saiu para o labirinto de corredores.

Na entrada do hospital, Percy Jackson acabava de entrar. Era estagiário e aquele era seu primeiro dia. Foi até a recepção e e mostrou seu crachá. A recepcionista lançou-lhe um olhar cansado e permitiu sua passagem. Nem um minuto se passou para que Percy já estivesse perdido.

O garoto andava para todos os lados procurando pela diretoria do hospital onde se juntaria ao grupo de estagiários e juntos fariam um tour pelo local.

Claro que não foi tão fácil quanto em sua cabeça. Jurava saber onde estava, mais assim que deu um passo, novamente estava perdido.

-Mais que droga! -disse.

Encostou-se na parede e escorregou até estar sentado. Puxou os joelhos até o queixo e se abraçou. Abaixou a cabeça e começou a traçar um plano.

-Tá legal. A diretoria fica no 5º andar, no 27º corredor. Estou no andar certo, mas qual corredor é esse?

Levantou a cabeça para procurar a plaquinha, mas o que encontrou foi na verdade uma garota.

Ela vinha do fundo do corredor. Estava abraçando a si mesma, num ato protetor. Olhava para os lados procurando algo.

-Quatro, cadê você?

Percy ficou de pé. No meio da paisagem branca, a garota de preto se destacava. Os cabelos loiros chegavam a altura da cintura, as roupas a legging preta era quase com coberta até pouco acima dos joelhos pela blusa de mangas da mesma cor com um coração branco no peito. Os coturnos pareciam surrados e a maquiagem dava um enorme destaque aos olhos tempestuosos, no qual o garoto se hipnotizou.

Num ato robótico o garoto ficou em pé e foi caminhando até a menina. Parou a sua frente fazendo-a travar em meio a um passo.

-Olá. -disse ele.

-...

A loira encarava seus olhos verde mar.

-Você está bem?

As palavras soaram feito um clique para ela, pôs perguntou:

-Você viu o quatro?

-Quem?

-O quatro.

-Vi varias pessoas lá em baixo. Que tal você me descreve-lo?

-Ele é pequeno, tem cabelo e olhos pretos. Usa uma mochila de peixinho e... -seus olhos miraram algo atrás do garoto- Está atrás de você.

Percy mais que rapidamente virou esperando encontrar-se com um garoto, mas não havia nada.

-Não há nada aqui.

-Claro que há!

Ainda mirando o espaço vazio, a garota movimentou os olhos como se estes seguissem alguém até o lado de Percy.

-Vamos Quatro, vamos.

Disse ela seguindo até a outra ponta do corredor. Antes de vira-lo, deu uma última olhada para Percy e se foi.

Percy estava confuso. Esfregou os olhos e sem entender voltou a andar. Logo encontrara-se com uma mulher e um homem.

Os dois vestiam-se como médicos. A mulher parou e perguntou-lhe:

-Você viu uma garota loira vestida de preto passar por aqui?

-Vi. Ela acabou de virar o corredor.

-Obrigada.

Antes que os dois pudessem deixa-lo sozinho novamente perguntou.

-Oque ela tem? Estava falando de um tal de Quatro, mas eu não vi nada.

-Ela sofre de Esquizofrenia. Quatro é um de seus amigos imaginários.

Percy ficou estático. Isso significava que a moça estava delirando...

Chacoalhou a cabeça dispersando seus pensamentos e depois de algum tempo, enfim, chegou a diretoria.