Capítulo 4

POV Finn

"Like my father's come to pass
Seven years has gone so fast
Wake me up when September ends"

/NO Intervalo

Okay, em primeiro, ver a sala dos professores, eles sempre deixam as coisas lá. Eu acho.
Entrei em silêncio, geralmente os professores ficam naquela sala nos intervalos, claro, para onde mais iriam.

–Olá Finn, o que deseja?
Tomei um susto quando a professora de história apareceu na minha frente
–Ah, oi, nada não, só queria, hum, pegar uma caixa de giz que a professora mandou pegar.
–Ah, claro, claro, pode procurar.
Assenti e entrei na sala, vasculhei as gavetas, as prateleiras, as mesas até que, Bingo! Uma gaveta cheia de celulares e telefones, vários modelos até que avistei o IPhone branco e verde e catei desastradamente ele. Suspirei e sai da sala correndo, mas novamente algum professor veio:

–O que você está fazendo?
Sr. Lemon disse com sua voz irritante.
–N-nada, só procurando giz.
–HMMMM, claro, claro.
Ele estreitou os olhos e me encarou esfregando o queixo.
–E-eu vou indo.
Ele continuou me olhando enquanto saia pela porta, como sei? Também observei ele.

Andei pela escola com os últimos 5 minutos restantes do intervalo, felizmente achei Flame facilmente.

–Oi! Eu achei seu celular!
Ela olhou para os lados e respondeu:
–Ah, claro, então, cade?
–Aqui!
Entreguei o objeto e ela o analisou e o pegou.
–Obrigada, Finn.
–Nada!
Ela deu um mini-sorriso e eu retribui, o sinal tocou despertando a atenção dos demais alunos. Flame olhou para o sinal, que estava perto de nós, e deu um breve aceno, logo meus olhos não conseguiram enxergar mais nada de Flame.

POV Marceline

"When I don't care
I can play 'em like a Ken doll
Won't wash my hair
Then make 'em bounce like a basketball"

/Em casa

–Marceline!
–Nada, nada!
Remexi as pastas do celular procurando algo útil para fazer.
–Mas, Marcy! desci!
–Não!
Tirei as pernas de cima da mesa do escritório do papai e sai do cômodo, entrei no meu quarto e tranquei a porta. Logo veio batidas na porta e berros escandalosos
–MARCELINE! SAIA DAI! ESTÃO TE CHAMANDO!
–FODA-SE! QUANDO ELES CHEGAREM QUE ME CHAMEM!
Nossos pais sempre fazem isso, marcam o dia que chegam de viagem mas chegam uma semana depois por causa de "imprevistos". Eu, Marshall e os empregados arrumamos uma festa e no final eles fazem uma ligação dizendo que houve atrasos e o jatinho só vai chegar na outra semana. Então nem me dou mais o trabalho de arrumar algo.
As batidas cessaram junto dos gritos, suspirei e tirei os sapatos, jogando em algum lugar do quarto.

POV Marshall

"Everytime I close my eyes
It's like a dark paradise
No one compares to you
I'm scared that you won't be waiting on the other side"

Desisti de tentar chamar Marceline e desci as escadas, a visão do andar de baixo não era mais nem menos do que empregados andando pra la e pra cá com vasilhas, cortinas, vassouras, panos, enfeites e doces.
Fui para cozinha e todos cozinhavam, várias sobremesas eram postas sobre a mesa da sala de jantar, uma prancheta ocupava um dos lugares na mesa, a prancheta de Marceline, a que ela usava para organizar as festas, quando tínhamos 9 anos.

/Flashback

–Marceline! Espera!
A menininha puxava a manga da minha camisa enquanto corria com um lápis na mão por entre os empregados do local, nós sorriamos, ela parou em frente a mesa e pegou uma prancheta de madeira que estava em cima da mesa, ela analisou as folhas e franziu o cenho.
–Marshall, acho que teremos de cortar os balões, não gosto de balões.
Ri e respondi
–Também não.
Ela riscou alguma coisa e sorriu
–Vem, vamos ver os preparativos da comida!
Ela andou até a cozinha e ficou olhando as cozinheiras fazerem os bolos e doces, as mulheres olhavam Marcy e sorriam, ela ia anotando tudo na prancheta e logo passou para a sala, onde olhava as decorações e novamente riscava algo que eu era proibido de olhar. O telefone toca chamando a atenção das pessoas no cômodo, Marcy atendeu:

–Oi!
– Sim, sim! Estamos bem!
– É claro!
–Não, não, espera!
– Como?
O sorriso dela desmoronou.
– Sim, tudo bem, não, não, estou bem. Ok, vou dar o recado. Adeus.
Ela desligou e disse.
– Eles não vem hoje, eles não vem amanhã, eles só vem semana que vem.
Fui até ela e disse:
–Tudo bem, podemos ir visitar sua amiga!
Tentei consola-la.
–Uhum, podemos.
Ela ainda olhava para baixo.
Deixei-a sozinha e fui anunciar o recado aos funcionários.

/Flashback

Hum, caramba, ainda não lembro da amiga dela.