The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 68
Chapter Thirty-Two - Part II




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Eu odiava ter que passar o aniversário da Pearl assim, deitada, mas o Keith parecia mais pesado que a Pearl e toda a emoção que eu passei durante a gravidez pesaram agora.

Então aqui estava eu esperando o Peeta voltar da estação de trem com a minha mão e com a Prim, a Pearl estava dormindo aqui comigo. Amanhã era seu aniversário e nós não faríamos nada demais até porque eu não tinha condições de ficar em pé ou caminhando por muito tempo.

Ouço a porta abrindo e alguém correndo para subir as escadas, e me sento, a Prim entra como um vulto e antes que eu consiga vê-la direito ela já está me abraçando, eu retribuo com toda a minha saudade.

– Agora vamos, deixa eu dar uma olhada em você. – digo e ela se afasta. – Ah como você cresceu.

– E como essa barriga cresceu. – eu dou risada.

– É verdade. – minha mãe e Peeta aparecem na porta. – Mãe.

– Filha. – ela me abraça – Como vocês estão?

– Cansados. – digo e ela sorri

– Eu falei que tanta emoção não te faria bem. – fala

– Eu sei, mas era necessário. – dou um sorriso amarelo.

– Eu fiz um bolo, quem vai querer? – pergunta o Peeta.

Antes que a Prim se pronuncie, a Pearl acorda, eu rio.

– Acho que ela quer. – o Peeta pega a Pearl e desce junto com a Prim.

– A senhora não vai descer? – pergunto

– Eu tenho que te avisar que provavelmente o Keith vai nascer antes do tempo. – diz e eu aceno – Só estou te avisando, não creio que seja um grande perigo, ele parece ser bem grande, então só vamos esperar.

– Não se preocupe mãe, eu já imaginava e estou pronta. – afirmo, ela me abraça.

– Bom, então eu vou descer, a viagem me deixou com fome. – eu dou risada.

– A senhora pedi para o Peeta subir? – ela acena e sai.

Eu suspiro, apesar de minha mãe dizer que não havia riscos para o bebê a culpa me dominava, eu sabia que tinha que fazer tudo o que fiz, mas eu podia ter prejudicado realmente o meu filho e isso eu não perdoaria, só descansaria quando eu tivesse ele em meus braços com a certeza de que tudo estava bem.

– Kat? – o Peeta senta ao meu lado e eu o abraço. – O que houve?

– A minha mãe falou que provavelmente o Keith vai nascer antes do esperado, eu acreditava que ainda tinha um mês, mas agora a qualquer momento ele pode estar aqui. – suspiro – Ela me tranquilizou, mas não consigo me sentir bem, mesmo sabendo que eu vou poder segurá-lo a qualquer momento.

– Calma Kat, se não há riscos porque sofrer? E mesmo que ocorra algum problema – eu o olho em repreensão – nós temos como contornar. Vai dar tudo certo. Nós estamos juntos.

Eu olho para ele com espanto.

– Você não fala isso há muito tempo. – não quis dizer desde que você foi capturado.

– Nem por isso deixou de ser verdade, tudo melhora quando eu estou com vocês. – ele sorri para mim.

Eu me limito a beijá-lo como prova de que a recíproca é verdadeira, ele ainda não havia dito que me amava, mas ele esperou por mim, então eu também espero por ele.

– Você me ajudaria descer? – peço – Eu posso ficar quieta e ninguém precisa ficar preso nesse quarto comigo.

– Tudo bem. – ele me ajuda a levantar e me carrega.

– Eu nunca pensei que precisaria andar carregada. – resmungo e ele ri.

– Bom, se tudo correr bem, daqui a pouco você vai poder andar novamente. – diz e eu aceno.

E tudo irá correr.

...

Decidimo-nos então comemorar o aniversário da Pearl durante o café, o Peeta fez um bolo, chamamos o Haymitch, e todos os nossos amigos ligaram para parabeniza-la, os presentes que prometeram provavelmente chegariam em pouco tempo. Ela ficou muito feliz e comeu muito.

Eu me mantive quieta, não queria alarmar ninguém, mas a noite eu havia sentido algumas dores que não me deixaram dormir e agora estava difícil me manter alerta.

– O quê que há docinho? – o Haymitch questiona enquanto prova do bolo.

– Estou cansada, não dormi muito bem hoje. – digo.

– A hora está chegando não é? – pergunta

– Sim.

– E você está com medo? – diz

– Não como com a Pearl, mas não há como não temer. – respondo

– Bom, fique tranquila, aposto que todos aqui, principalmente a sua mãe não deixarão que nada aconteça. – aceno

Ele fica mais um tempo, só que tem que ir embora por causa de uns gansos que ele resolveu criar.

– Peeta? – chamo – Você pode me levar para cima?

– Você está bem? – pergunta

– Sim, só com sono. – digo e ele não parece acreditar, mas me carrega e antes que eu esteja na cama durmo.

...

O Keith havia resistido mais do que o esperado, já estávamos no fim do mês e só agora que eu sentia algumas dores mais fortes, e mesmo assim, não ia fazer alarde, essas dores ainda não queriam dizer nada.

No outro dia a dor já estava mais forte, então eu avisei a minha mãe, não havia muita coisa que pudesse ser feita enquanto eu não sentisse as contrações do parto, então eu só tive que ficar deitada por mais um tempo.

Eu havia acabado de acordar com uma dor muito forte e completamente molhada, o que queria dizer que tinha chegado a hora.

– Peeta! – começo a chama-lo até que acorde.

– O que houve? – respiro fundo tentando aguentar a dor.

– Chama a minha mãe. – outra contração – Está na hora.

Ele fica um segundo me olhando como se não acreditasse depois se levanta e correndo chama a minha mãe. Ela checa a dilatação para ver se realmente está na hora, e está tudo ok. Ela pede que eu comece a fazer força.

Seguro a mão do Peeta e começo a contar mentalmente, 1, 2, 3,..., 9, 10, respira fundo e faz força.

– Muito bom filha, mais uma vez! – instiga minha mãe.

1,2,3..., 9, 10, respira fundo e faz força.

Na terceira vez, eu ouço um choro bem baixo, como se ele não fizesse questão de chamar atenção, solto a mão do Peeta exausta e feliz, tudo estava bem.

Como da primeira vez minha mãe entrega o bebê a Peeta e ele vem sorrindo e chorando ao mesmo tempo para perto de mim.

– Nosso Keith. – ele me entrega aquele embrulhinho.

– Ele é loiro. – sussurro e o Peeta ri.

– E os olhos são... – enquanto Peeta fala ele entreabre os olhos e eu sorrio – iguais aos seus.

– Uma mistura novamente. – comento.

Ele assente.

– Eu vou pegar a Pearl, ela vai querer conhecê-lo. – nessa hora eu reparo que já tinha amanhecido.

– Só se ela estiver acordada. – ele acena se levantando.

Eu ofereço o meu peito para o Keith e ele começa a mamar, eu faço um carinho no seu rosto e ele prende sua mão em um dos meus dedos.

– Devagar Pearl. – avisa o Peeta, enquanto é arrastado para entrar no quarto.

– Imão? – fala olhando para o Keith.

– Sim, irmão. – digo sorrindo e ela sorri de volta.

...

O Keith tinha adormecido e minha mãe tinha o pegado e colocado no berço, o Peeta me ajudava a levantar afinal eu precisava de um banho.

– Banho de chuveiro Peeta. – avisa a minha mãe – Eu vou arrumar isso aqui.

Eu começo a corar ao pensar que quem me ajudaria era o Peeta, já que fazia muito tempo que nenhum dos dois se via tão intimamente. Eu me apoio no seu braço enquanto retiro a roupa e evito olhar em seus olhos enquanto me coloco embaixo do chuveiro, a água quente me relaxa e eu esqueço que é o Peeta ali, até ele me dar o sabonete. Quando eu encosto minha mão na sua, eu me arrepio e tenho que olhá-lo. Eu vejo o mundo ali, nos seus olhos, tem um pouco de tudo: amor, paixão, desejo, ternura, carinho, orgulho.

Esse olhar me enche de alegria e confiança.

– Obrigada. – ele diz, faço uma expressão de dúvida. – Por me fazer lembrar tudo, por me trazer de volta, pela nossa família, por me amar depois de tudo. Eu te amo, Kat.

Eu não me contenho e algumas lágrimas me escapam, ele me faz um carinho no rosto e me dá um beijo, eu não preciso dizer que

– Vamos, você tem que dormir. –

...

Cuidar do Keith é bem mais tranquilo do que foi cuidar a Pearl, pela experiência e por ele ser mais calmo. Eu consigo dormir quase uma noite inteira e ele só tinha um mês. O Peeta também me ajudava muito durante a noite, e de dia ele andava pelo Distrito construindo casas, ele me mostrou o projeto da padaria e se ficasse como nos seus planos seria linda.

A cada dia nos quebrávamos mais um tijolo na parede que nos separava, o Peeta ainda lembra-se de tudo o que o Capitol plantou na cabeça dele, mas a cada dia ele se recordava da verdade e ele vinha com uma novidade e tirava suas duvidas sobre a lembrança.

Eu me lembro do dia em que ele me contou que se recordou da nossa primeira noite.

“ Era de tarde e eu não esperava o Peeta por agora, já que ele costumava se esquecer da vida ajudando as pessoas, e eu amava isso. A Pearl e o Keith estavam tirando o cochilo da tarde e eu aproveitei para ajeitar a cozinha.

– Kat?! – o Peeta quase grita entrando em casa e eu me assusto.

Corro para a sala com medo de que seja algum problema e assim que ele me avista ele me beija, quente, como a muito tempo não acontecia, eu me arrepio e me prendo completamente a ele, quase esquecendo que tinha acabado de dar a luz. Quando quase não consigo mais respirar ele separa nossos lábios, mas não me solta, nem tira sua boca de perto do meu corpo.

– O que... O que aconteceu? – falo arfando.

– Eu lembrei uma coisa. – arqueei as minhas sobrancelhas interrogativa – Lembra que eu te disse que se eu tivesse feito amor com você nunca esqueceria?

Aceno, corando.

– Então... Eu lembrei.

– Ah... – não sei o que falar, só sei que eu coro instantaneamente.

– Eu tinha sentido falta disso. – ele ri e eu sorrio involuntariamente.

Eu ouço o choro do Keith e percebo que me distrai muito com o Peeta, ele me solta.

– Deixa que eu vou. – ele me diz e sobe rapidamente.

Eu já consigo me movimentar livremente, mas eu não vejo a hora de recuperar a minha agilidade, até o Peeta corre mais do que eu e olhe que a prótese o atrapalha bastante. Ele volta com o Keith que já esta silencioso e tranquilo como sempre foi, e com fome também, então eu faço meu papel e esse é um dos momentos que provam que ser mãe vale muito a pena.

...

Com cinco meses o Keith não fazia a metade do barulho que a Pearl já fazia com três, mas nem por isso ele era menos feliz, eu vinha percebendo algo e expus isso ao Peeta outro dia, disse que o Keith devia ser igual a mim quando eu era pequena e a Pearl igual a ele, já a aparência era o oposto a Pearl se parecia cada dia mais comigo, com seus dois anos e meio ela agora já falava tudo e bom, não era tão ruim na cozinha quanto o Peeta pensava, já na pintura. O Keith só não tinha os olhos do Peeta, seus cabelos eram um pouco mais escuros, mas fora isso até a careta que eles faziam quando dormiam era igual, eu disse isso ao Peeta também, ele passou o dia inteiro com o sorriso no rosto.

– Vamos tomar banho meu amor? – falo com o Keith como se ele realmente fosse me responder, mas ele somente me encara com seus olhos incrivelmente iguais aos meus e bota um dedinho na boca.

Eu resolvo tomar banho com ele também enquanto a Pearl não acordava. Eles estavam com um projeto para construir uma escola no Distrito e eu estava animada, mesmo sabendo que a Pearl era muito nova ainda, só a perspectiva de ela aprender algo e se juntar a outras crianças me animava. Eu me distrai dando banho no Keith e em como ele se encantava com a água que não ouvi o Peeta até que ele estivesse no primeiro andar.

– Kat? – o Peeta chama.

– No banheiro. – aviso.

– Kat? – pergunta – Cadê as crianças?

– A Pearl está dormindo e o Keith está aqui. – explico – Por falar nisso será que você poderia vir pegá-lo?

– Claro. – ele entra e seus olhos caem em mim.

Fazia um tempo que as coisas estavam bem quentes entre nós, apesar de nada ter acontecido ainda, nos estávamos evoluindo e o último passo seria esse, em que o ultimo tijolo ia ser quebrado, não tinha nada mais a ser discutido, nem lembrado. Nós só tínhamos que continuar, criar nossos filhos, nos consolar com nossos pesadelos, ficar até a morte juntos.

É difícil não corar, e é mais difícil ainda me segurar e manter a linha, afinal o Keith estava ali e a prioridade era ele. Mas o olhar do Peeta me deixava embaraçada e muito animada.

– A toalha dele está ai em cima. – digo para cortar o clima – Eu já vou sair. Obrigada.

– Tudo bem. – e ele se apressa para fora do banheiro.

Quando eu saio encontro uma Pearl sonolenta no sofá junto com o Peeta, e o Keith quase dormindo no seu colo.

– É incrível a capacidade das crianças se cansarem apenas brincando. – eu digo e o Peeta ri.

Eu dou um beijo nele e pergunto como vai à obra.

– Você tem que ir lá um dia desses, está tudo do jeito que eu queria Kat. Quando estiver pronto vai ficar maravilhoso. – eu sorrio com a empolgação dele.

– Venha, vamos comer. – não era para me gabar, mas a minha comida havia melhorado muito durante o tempo em que estava em casa, sem a minha mãe e sem o Peeta. A Greasy também me ajudou bastante me empresando suas receitas.

Então eu dava comida a Pearl enquanto o Peeta jantava, e o Keith estava no seu berço, ele brincava com seus chocalhos. O Peeta me contava as emoções do Distrito.

– Pelo que eu vi as obras da escola vão começar logo e o Haymitch me contou que tem alguns planos para um Hospital também. – fico animada.

– Minha mãe e Prim poderão voltar. – ele sorri assentindo.

Minha mãe e Prim estavam ajudando nos hospitais por Panem, e o Haymitch estava bem melhor, não bebia tanto e cuidava dos seus gansos, indiretamente comandava o Distrito 12 e passava aqui para brincar com as crianças.

Depois do jantar, o Peeta e a Pearl resolvem fazer um pão para amanhã e se divertem mexendo a massa, enquanto eu amamento e nino o Keith, que dorme tranquilo. Eu fico o olhando durante um tempo no quarto, as vezes eu não consigo resistir a um medo irracional, mas acho que isso todas as mães sentem, então eu tranco as janelas, acendo seu abajur e encosto a porta e o deixo sonhar com os anjos.

Encontro uma Pearl limpa (felizmente) coçando os olhos e a levo para a cama também, enquanto o Peeta inicia sua luta com a água. Eu leio para Pearl, às vezes o Peeta o faz também, e ela dorme rápido, saio do quarto e encosto a porta novamente.

Quando entro no quarto ainda dá tempo de trocar de roupa antes que o Peeta saia do banheiro, de toalha, ela não faz isso, mas eu finjo não achar estranho enquanto espero por ele, percebo que ele vai tirar a toalha e fecho os olhos incomodada, corando, um dia eu deveria encarar isso como algo normal, não?

Sinto que a cama se movimenta e as mão de Peeta na minha cintura, abro os olhos e ele ri de mim.

– Não ria. – reclamo e ele me beija.

Um daqueles beijos quentes e sei que dessa vez não temos nenhum motivo para parar, o Peeta me coloca por cima dele e por um momento penso em protestar, mas ele me puxa para junto de si e a única coisa que sai da minha boca é um gemido.

Ele tira a minha camisola rapidamente e eu aproveito que ele esta sem camisa para arranhá-lo. Eu sinto uma urgência dentro de mim e me mexo contra ele tirando um som do fundo da sua garganta, desesperado por mais ele retira o que resta de nossas roupas e nos une. Toda aquela espera valeu a pena, porque eu não posso lembrar quando isso foi tão bom, eu continuo subindo e descendo devagar, me apertando contra ele. Enquanto sua boca roda por todas as partes do meu rosto e do meu peito. Uma ânsia maior vai se construindo dentro de mim e instintivamente aumento o meu ritmo, até que parece que eu e o Peeta somos um só, se dividindo em um milhão de pedacinhos, perdida completamente em meu céu particular que são seus olhos, deixo os últimos tremores me abandonarem, pensando que se eu tivesse que passar por tudo de novo para estar aqui nesse momento com o Peeta, eu não hesitaria em repetir.

– Eu te amo. – digo, enquanto nós nos ajeitamos um contra o outro.

– Muito. Eu te amo muito. – ele diz e me beija.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês gostem, demorou muito até eu ter certeza se era isso mesmo.



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