Alucinação escrita por Anne


Capítulo 1
Prólogo - A garota Da Echarpe


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo leitores!Estava com esse enrendo em mente a muito tempo para um fic BenFia, mas só agora resolvi concretiza-ló e conto com a ajuda de vocês para continuar com esse projeto. Amo receber comentários, não fiquem acanhados. BeijosAté as notas finais!



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POV BEN

Restaurante Belluci’s. Quarta-feira. 20:00 P.M.

Benjamin discutia com alguns dos investidores japoneses sobre alguns planos para a nova filial do empreendimento imobiliário. Com 23 anos, havia se tornado um jovem empreendedor de sucesso. Tinha se formado em comércio exterior com ênfase em gestão empresarial há um ano, e graças ao seu esforço, havia sido o funcionário a ser promovido mais rapidamente dentro da empresa de tecnologia Global Innovation. Muitos julgavam que o seu sucesso era fruto do seu relacionamento com a bela filha de um dos principais diretores da grande multinacional, mas ele procurava não ligar para isso. Ainda era um cara simples, que gostava de praticar parkour e surfar nas horas vagas, que cada vez eram mais escassas. Tá, talvez não tão simples assim, ele se permitiu admitir, tentando prestar atenção na piada que um dos investidores contava. Havia mudado tantas coisas nos últimos anos. Tinha um apartamento em Manhattan, que ele pouco frequentava devido as viagens a trabalho, e andava mais com terno do que gostaria. Observou por entre a janela as gotas de chuva espessas que caiam deliberadamente e a sua mente voltou a um passado não muito distante. Havia se tornado uma pessoa tão diferente do garoto que há anos atrás andava de moletom e tinha como hobby tocar violão. Sem querer sua mente se lembrou de uma linda garota loira com os olhos maliciosos verdes e um ego inflado. Ela odiava as suas roupas e o jeito de ele se portar. Ele odiava toda sua futilidade e o modo restritivo dela tratar as pessoas. Eles se amavam, ele tinha certeza, mas por alguma brincadeira de mal gosto do destino, ele não fazia ideia de onde ela estava agora nesse momento... “Era para ser assim, eram muito diferentes”. Essa foi a frase que ele repetiu para si mesmo nesses últimos três anos, mesmo quando ouvia uma música em especial e lembrava dela, mesmo quando acordava no meio da noite, agitado, após ter um sonho com ela. Ela era só isso, um sonho, que havia acabado há tempos, e ele queria viver a realidade, ele queria ser feliz, e a sua “felicidade” no momento se chamava Meg.

– Oi amor, cheguei muito atrasada? – a bela loira murmura em seu ouvido despertando Ben dos seus devaneios. Ben sorriu e levantou da mesa, enquanto um dos garçons pegava o sobretudo da sua namorada. Loira, seios fartos, corpo escultural, inteligente e elegante. Ela era linda, indiscutivelmente, e ele tinha o aval dos amigos e familiares. Estava com ela há alguns meses, mas sabia que havia uma pressão quase invisível para uma união mais formal. Casamento. Ele sentia revirar o estômago só de pensar em tal possibilidade.... Deu um breve beijo em seus lábios e seus olhos percorreram discretamente pelo corpo da mulher, e ele sorriu, enigmático, enquanto puxava uma cadeira para a namorada.

– Espero ser bem recompensado pelo atraso quando eu voltar da viagem – ele sussurra no ouvido da namorada, que sorri, e cumprimenta os outros homens a mesa.

– Prazer, Meg, eu sou a namorada do Benjamin – a loira responde automaticamente enquanto os homens de meia-idade a cumprimentam com sorrisinhos entre si. Ela prossegue falando, e ele pode perceber o olhar mais atento de um dos investidores, bem como seu real interesse em não soltar a mão da loira. Acha a situação engraçada, mas disfarça bem e em pouco tempo se perde em seus pensamentos de novo. Odiava o jeito dispersivo em que estava nessa noite. Talvez fosse só a volta a Miami, ou a noite fria e chuvosa que o fazia lembrar de algo que ele queria esquecer. Respira fundo, dando um suspiro, observando o relógio de relance, em poucas horas estaria embarcando em direção ao Japão a negócios.

– Trouxe para você – Meg entrega dois comprimidos para o namorado por debaixo da mesa – Vai ajudar a dormir na viagem – ela complementa falando baixinho em seu ouvido. Ele acena brevemente com a cabeça e guarda o comprimido em seu bolso. Os investidores japoneses cada vez falavam mais alto e alegres, o que ele julgou ser um efeito dos drinks alcoólicos e mortais da Florida.

– Benjamin não nos contou que tinha uma namorada tão bonita – um deles comentou, fazendo-o sorrir enquanto bebia um gole do seu vinho.

– Fazem um bonito casal – outro homem complementou – Já tem planos para casamento?

Ben se engasgou com o vinho, e afastou a cadeira da mesa, ainda tossindo, enquanto Meg o fitava num misto de preocupação e desgosto. Os homens começaram a rir entre si, achando graça da situação, enquanto o moreno se refazia.

– Ele não gosta de falar nisso, mas, com toda certeza vamos noivar em breve – Meg responde, não escondendo seu aborrecimento na voz. Ben toca em sua mão, mas ela o afasta e um clima chato se instaura entre os dois, pouco perceptível ao grupo, alegre demais pela ingestão de álcool.

Benjamin pede licença para ir até o banheiro, e é acompanhado pelo olhar desconfiado da namorada. Ele anda pelo restaurante lotado, sem prestar muita atenção a sua volta, até chegar ao banheiro masculino. Seus olhos encontram seu reflexo do outro lado do espelho por alguns segundos. Ele lembra do comprimido na calça do bolso e o engole tomando um pouco de água da torneira. Depois lava seu rosto, e o enxuga, pausadamente, enquanto diz para si mesmo que daria tudo certo. Vender tecnologia na área de construção civil para japoneses, parecia tão irônico. Resolve voltar a sua mesa, e sente alguém apressado esbarrar levemente. Uma echarpe cai no caminho e ele a junta, sentindo um aroma envolvente e misterioso. Seus olhos assustados se voltam para a delicada figura feminina. Ela caminha com dificuldade até a porta e sorri com a gentileza do garçom em levá-la até a porta do táxi. Dura pouquíssimos segundos, mas ele nunca conseguiria esquecer aquele perfume e aquele belo rosto. Ele a viu partir, ainda em choque, se sentindo agitado por dentro, e um sorriso se formou nos seus lábios assim que aproximou a echarpe do seu nariz e aspirou seu perfume. Era Sofia. Só poderia ser ela.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam do capítulo?
Devo continuar?