The Warrior of The Pain escrita por CDiAngeloOdairSchreave


Capítulo 2
Capítulo 2




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Quando acordei já estava no trem indo para a Capital. Estava numa cama, com a cabeça no colo de Mags, e Thomas dormindo ao meu lado segurando minha mão. Eu a abri devagar e vi uma coisa prateada. Um medalhão. O medalhão de nossa mãe. Mas o que ele estava fazendo na minha mão?

– Ela acordou! –gritou Mags. Ela me olhava com ternura, do mesmo jeito que minha mãe fazia quando coisas como aquela acontecia. E era com frequência- Thomas, ela acordou! Está tudo bem com você, querida?

– Estou bem, só um pouco tonta –respondi- O que aconteceu? Onde estou?

– Você desmaiou na hora da Colheita e só acordou agora. Já estamos no caminho para a Capital –respondeu Mags, fazendo carinho em mim.

Krystal entra trazendo uma bandeja com uma xícara de chá e alguns comprimidos e me dá.

– Vai ajudar a passar a tontura –diz ela- Tome um pouco. E você precisa comer alguma coisa.

Eu me sento na cama, pego dois comprimidos e tomo junto com o chá. Então Thomas finalmente acorda.

– Dani –diz ele, abrindo os olhos- Você está bem? O que foi que aconteceu com você?

– Estou bem, Tom–digo, engolindo o resto do chá- Foi só uma crise de asma, você sabe que isso acontece às vezes. E eu estava sem a bombinha.

E é verdade. Minha família tem uma grande relação com problemas crônicos de saúde. Minha mãe tem pressão alta, e quase morreu na arena de taquicardia. Eu, asma grave. Já fiquei a beira da morte por três vezes.

– Eu tenho medo quando isso acontece –diz ele, e me abraça com força- Você tem certeza que está bem?

– Tenho sim, Tom –digo, me soltando dele- Estou bem mesmo, de verdade. Só quero ficar um pouco sozinha. Depois eu como alguma coisa.

Todos saem do quarto, me deixando sozinha. Então, deixo explodir um grito que estava escondido no meu coração e atiro lágrimas de dor e frustração que estavam na minha mente.

==#==

Tomei um banho quente pra aliviar um pouco a tensão. Mas ela só aumentava. Eu teria que lutar pela minha vida contra meu irmão. E contra outras 22 pessoas. E justamente agora que eu e Luke tínhamos começado a namorar. Eu estava tão feliz, até que o mundo inteiro desabou em cima de mim. Com certeza a sorte não estava a meu favor.

Vesti uma calça preta, uma camisa de mangas compridas azul, calcei as botas que usei na Colheita e deixei o cabelo solto. Quando me abaixei para calçar as botas, vi o medalhão de minha mãe caído no chão. Eu o peguei e coloquei no pescoço. Fui até o vagão onde ficava a sala de jantar. Tom, Krystal e Mags estavam esperando por mim.

– Vejo que já está melhor, querida –diz Krystal, com um sorriso. Ela estava toda maquiada com uma peruca verde, o vestido e o sapato azul celeste, com detalhes da cor da peruca. É impressionante como eles conseguem combinar roupas e perucas na Capital- Eu ouvi gritos, está tudo bem?

– Eu escorreguei e caí –menti- Mas já me sinto melhor. Só estou com fome.

– É melhor mesmo você comer alguma coisa –diz Mags, séria. Ela parecia estar preocupada com alguma coisa importante- Logo chegaremos à Capital e você precisa estar com uma boa aparência.

Sento-me à mesa e algumas das pessoas que trabalhavam no trem me servem um almoço típico do distrito 4. Mariscos cozidos com legumes e arroz. Enquanto comia, assisti às reprises das Colheitas. O meu desmaio foi vergonhoso. Eu me senti fraca e vulnerável, com um material instável no meu peito, que poderia parar de funcionar com qualquer mínima situação e me desligar pra sempre.

– Eu pareci uma boba na Colheita –sussurrei.

– Não pareceu não –disseThomas, tentando me animar- Eles disseram que foi desmaio de emoção, todos estão acreditando.

– E foi mesmo desmaio de emoção –respondo, grosseira- Emoção de estar indo para a morte certa.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos até que eu me lembre do que tinha para falar.

– Tom–eu pergunto- Como o medalhão da mamãe veio parar aqui?

– Mamãe me deu e pediu para te dar –responde ele- Disse que esse foi o medalhão que ela usou quando foi pra arena, e que te daria sorte.

– Eu terei que disputar pela minha vida contra você. Não tenho sorte alguma, e nada mudará isso –digo, triste. Pego o medalhão e o analiso calmamente. Uma pequena caixa com uma pérola incrustada, e dentro uma foto dos meus pais no dia de seu casamento, e do outro lado, eu e Thomas no nosso aniversário de 10 anos. Nunca mais eu veria minha família feliz daquela maneira.

– Chegamos, crianças –diz Krystal, me despertando do meu devaneio- Bem vindos à Capital.


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