Frustrada escrita por Tatiana


Capítulo 11
Sonhos propagadores


Notas iniciais do capítulo

Gente, Frustrada está na reta final =( Bom queria agradecer a todos que deram apoio e estão dando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487116/chapter/11

— Mãe!

Um grito saiu de minha boca quando percebi que estava olhando uma figura reconhecível até debaixo daquela guerra. Ela estava cercada por demônios e chorava. Mas parecia que queria se render. Eu me sentia lá mesmo não estando lá pois não podia me mexer e ela não me escutava. Aquelas coisas iam se aproximando. Eu não podia ver aquilo, não queria ver. E ainda mais não poder ajuda-la.

Os demônios que a cercavam atacaram ela, me fazendo gritar de dor e chorar enquanto eu queria que tudo isso acabasse. Estava perturbada, minha vida mudou de uma hora pra outra e se eu não estivesse sendo forte como estou, já teria me matado. Era real ou apenas um sonho? Podia ouvir os gritos agoniantes de minha mãe, ver ela morrer daquela maneira e não poder fazer nada. Parecia até eu no lugar dela enquanto ela via meu pai morrer. Não podia permitir mas por mais que queria me mexer, gritar, chorar, eu não podia fazer nada. Até que seus gritos pararam e senti uma pontada no peito. Ela tinha ido.

Assim, várias imagens começaram a me rodear e de repente fui para outro lugar. Outra parte da cidade. A escola. Era como se eu estivesse vendo um filme 3D na minha mente. Corpos mutilados jogados no chão, sangue para todos os lugares. Até que aquilo me levou a uma sala de aula. Vi toda a minha classe morta. Cada rosto desfigurado era alguém com quem eu convivia. Bratt, Téss, Julie, Sonya! Haviam sido despedaçados. Por mais que não me desse certo com elas...Não mereciam morrer assim. E Bratt, porque? Um cara tão legal. O que esses demônios queriam afinal? Ninguém aqui merecia morrer, a não ser eles.

Então fui deslocada novamente para outra sala. Não havia ninguém lá, a não ser sangue e ... espera, um corpo! Logo pude ver quem era e me doeu tanto, aquilo tudo estava doendo muito. Ver meus amigos mortos. Todos. Mas ver minha mãe morrer e Hannah assim, por todos os lados doeu mais. O que tinham lhe feito Hannah? Eles a destroçaram. Ela estava em toda parte.

Me senti sendo puxada novamente. Agora observava o caos que aquela cidade estava. Não havia ninguém vivo. Sangue, corpos. Carros virados, casas desabadas. Nada. Não sobrou nada. E me perguntava, quando aquilo tudo iria acabar? Quando isso tudo iria parar de machucar as pessoas que ainda me restam? Senti uma mão em meu ombro e....

Acordei assustada e toda suada. O que tinha acontecido. Era ela, aquela mulher estava com seu braço em meu ombro fazendo um barulho para que eu ficasse quieta.

— Se acalme. Shhh! Calma. Passou.

— O que foi tudo isso?

— Um sonho propagador.

— O que?

— Será que podemos conversar agora? Me acompanhe até minha sala.

Aquele lugar era calmo, as paredes brancas. Passava serenidade, calma. Chegamos a uma porta azul, ela tocou um símbolo de asas e a porta se abriu. Entramos. Lá mais parecia um vácuo. Tudo era branco, era difícil saber qual era a divisão entre teto, parede e chão.

— Sente-se.

Ela fez um gesto para que eu pudesse sentar-me em uma poltrona perto de uma mesa na qual ela estava.

— Então, você sabe o que é, sabe o que carrega e sabe que tudo que aconteceu até agora é real. Vamos começar por que eu sou. Meu nome é Eleanor. Sou um anjo, para ser mais exata um arcanjo. Não sei se Raphael lhe contou mas só existe eu de arcanjo. Alguns foram mortos, outros caíram como seu pai fez.

— Meu pai era um arcanjo?

— Sim, seu pai era o que podemos chamar de Miguel no cristianismo. Existiam 3 arcanjos. Agora sobrou apenas eu e meu filho, Raphael.

— Mas você é muito jovem!

— Arcanjos, depois de uma certa idade não envelhecem mais. Mas isso é apenas uma das curiosidades que não precisa saber agora. Continuando. Aposto que quer saber onde está, certo?

— Sim.

— Você está no que chamamos de ‘’céu’’. Muitos acreditam que o céu fica realmente no Céu. Como pode notar estão errados. O céu dos anjos e o inferno dos demônios estão na Terra. Do inferno não preciso falar muito pois foi de lá que Rapahel te salvou.

— Posso fazer uma pergunta?

— Claro.

— Porque Rapahel e James são criaturas e não híbridos já que vem da relação entre espécies diferentes?

— Vejo que Rapahel já te contou coisas sobre nós não é mesmo?

— Na verdade nem tanto. Eu notei a semelhança enorme entre ele e James. Perguntei e ele respondeu. Ficou muito vago para mim, queria que me explicasse melhor.

— Bom quando um arcanjo se relaciona com um demônio, a cria, ou melhor, o filho tem que escolher qual parte ser leal e se tornar totalmente aquilo que escolheu. Raphael escolheu ficar comigo, tornando-se assim um Arcanjo. Já James preferiu o mal, tornando-se um demônio. Quando se está na situação em que os dois se encontram, de escolher apenas um lado você se torna totalmente a criatura que escolheu. Entre nós não existem híbridos, a não ser você Janett, mas você é um caso à parte. Um caso raro, mas exceção. Você é uma das criaturas mais poderosas do mundo. Nem um demônio sobreviveria aquele acidente. Veja como Raphael ficou depois daquilo.

Eu olhei para baixo lembrando do sonho que tive. Era tão real e ao mesmo tempo surreal. Precisava saber o que esse e os outros pesadelos significavam. Ela sentiu que eu estava incomodada.

— Mais alguma coisa?

— É, acho que só isso.

— Tem certeza?

— Bom, eu estou tendo pesadelos. Começaram apenas com um homem pedindo ajuda e depois ele era atacado. Depois que fui raptada eles pararam.

— E quando começaram?

— Depois da morte do meu pai. Disseram que vocês o mataram.

— Isso não é verdade, não acredite em demônios. Não podemos fazer nada contra alguém da mesma espécie.

— Ele disse que são vingativos e ...

Fui interrompida.

— Isso é verdade, mas vingamos contra os demônios. E não matamos o seu pai mas sim Lucius.

Eu me desviei totalmente do assunto mas aqueles lampejos voltaram numa vez só.

— Algo já me dizia isso.

— Estávamos falando sobre os seus pesadelos, logo depois poderemos falar sobre seu pai.

— Bom, eu tive um pesadelo ontem. Mas mudou. Vi minha cidade atual ser dizimada por demônios, todos mortos, corpos e sangue.

Fiquei meio tonta e pensei que iria cair. Ela levantou-se e abriu... a parede? Puxa aqui era tão branco que nem se via os móveis também. Era um armário ou parecido com isso e me trouxe um copo com água.

— Tome, beba.

Bebi e rapidamente me recuperei.

— Bom, você disse algo sobre sonhos propagadores. O que seria?

— Seria sonhos de coisas que já aconteceram. Ou ainda possam acontecer. Espere um momento.

Uma tensão me tocou. Ao mesmo tempo um sentimento de esperança me encheu. Ela pegou o telefone e é como se eu ficasse surda, não escutava exatamente nada. Apesar da boca dela se mexer normalmente, eu não me escutava também. Nada, como um grande vácuo de som. Logo tudo voltou ao normal.

— O sonho que você teve ainda não ocorreu.

Um suspiro saiu de mim mostrando alívio. Então eu posso impedir e é isso que farei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Frustrada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.