Harry Potter - Uma História de Coragem escrita por Donkey Monkey


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoas. Então, eu fiz essa fic pra uma tarefa em um grupo de Hogwarts e resolvi postar aqui. É bem curta, só um capítulo, espero que gostem.



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Uma História de Coragem

Meu último ano em Hogwarts havia acabado. As coisas haviam dado irremediavelmente erradas, os Comensais invadiram a escola e Dumbledore foi morto, a Marca Negra brilhou sobre o Castelo. O apocalipse bruxo estava próximo e eu não sabia o que fazer.

Hogwarts havia sido tomada, o Ministério cairia em breve e a temporada de “Caça aos Trouxas” seria aberta. Eu sou filho de pais trouxas, um sangue-ruim como os Sonserinos gostam de chamar, eu seria caçado e morto, mas eu não deixaria isso acontecer.

Minha mãe e irmã estavam esperando por mim em Londres, na Estação King's Cross. Os dias seguintes passaram-se sem notícias de meus amigos ou de qualquer parte do mundo Mágico, eu estava com minha mochila pronta para partir. Quanto mais tempo eu ficasse ali, pior seria para minha família e para mim.

Eu iria partir no dia seguinte, acordei com um susto quando a campainha tocou. Minha família estava trabalhando, peguei minha varinha e fui com cautela até a porta, olhando pelo olho mágico. Meus amigos bruxos estavam ali, um momento de dúvida passou pela minha cabeça, mas logo afugentei. Eu os conhecia, eles nunca virariam Comensais, e muito menos viriam me matar. Abri a porta, Carol e Josh entraram carregando mochilas em seus ombros. Seus cabelos estavam despenteados e suas roupas um tanto desarrumadas, eles haviam aparatado.

— O que vocês estão fazendo aqui? Estão loucos? - perguntei aflito, eles poderiam ter sido seguidos, ou alguém poderia vê-los. Eles eram puro-sangues de famílias tradicionais no mundo bruxo.

— Aquieta a franga ai – respondeu Carolina

— Nós vamos com você – falou Joseph, ele não gostava de seu nome, então o chamávamos apenas de Josh.

— Vão comigo onde? - perguntei, ignorando Carol.

— Finja que você não é burro por um tempo – disse Carol – nós sabemos que você vai fugir.

— Você nunca deixaria sua família em perigo – falou Josh.

— Bem, sim. Mas isso não explica o que vocês estão fazendo aqui – rebati.

— Isso está óbvio, não? - falou Carol e apontou para sua mochila – Nós vamos com você.

— O quê? - falei, emoção remexendo em meu peito – Vocês não podem, vocês não correm perigo, são puro-sangues. Não podem fazer isso.

— Não adianta teimar, você sabe que eu sou teimosa – falou Carol.

— Nós estamos em perigo também, todos estão. Enquanto Voldemort estiver rastejando por ai.

— Mas... - comecei.

— Não tem nada de “mas” - interrompeu Carol – pegue sua mochila embaixo da cama e vamos. As coisas estão feias, os trouxas estão sendo levados para interrogatório. Temos que sair daqui antes que eles te achem.

Vi que não teria o que discutir, peguei minha mochila e minha capa e encontrei meus amigos na varanda, Carol estendeu a mão e o mundo girou, agradeci por não ter comido nada.

Aparecemos em uma floresta com altos Choupos do Canadá, as folhas secas permeavam o chão. Carol começou a fazer um círculo protetor ao nosso redor, uma enorme bolha de feitiços que iria nos encobrir precariamente. As pessoas podiam nos escutar se passassem perto ou podiam aparatar no quintal da barraca que Josh montou com um estalo de sua varinha, mas pelo menos estaríamos protegidos de olhos curiosos.

Todo dia eu pensava o quanto Carol e Josh eram meus amigos, eles se submeteram ao título de traidores do sangue, poderiam ser condenados a uma passagem para Askaban ou acabariam mortos como eu. Estávamos comendo qualquer coisa que encontrássemos, de folhas a cogumelos, quando ficávamos perto de uma cidade, nos arriscávamos às compras. Nos mudávamos todo dia, cada dia um lugar diferente, refazíamos o circulo protetor e depois nos revezávamos em turnos de vigia.

A barraca de Josh, ou do tio dele, era minúscula por fora. Mas por dentro contia três quartos, uma cozinha, banheiro, sala de jantar e de estar. Um mini apartamento portátil, eu realmente adoro Magia.

Várias vezes encontramos ex-colegas de Hogwarts se escondendo também, nunca chegamos a nos falar e eles nunca nos viram. Uma vez vimos Severo Snape, o único comensal que vimos até agora. Ele levava uma espada com ele.

— A espada de Godric Gryffindor! - falou Carol – o que ele está fazendo aqui com ela?

— Não quero nem saber, vamos sair daqui – sussurrou Josh.

Não ficamos para ver o que ia acontecer, aparatamos para a encosta de uma montanha. Luzes jorravam de uma clareira adiante. Sons de batalha e feitiços proferidos raivosamente chegaram aos nosso ouvidos.

Nos aproximamos cautelosamente por trás de alguns arbustos. Três comensais estavam de costas para nós duelando com uma única pessoa. Relembrei de nosso primeiro ano em Hogwarts, sete anos atrás.

Minerva McGonagall estava fazendo a seleção, eu e meus três amigos do Expresso de Hogwarts estávamos cochichando tentando adivinhar para qual casa iríamos. Minerva chamava um por um, alguns demoravam mais, outros o Chapéu Seletor nem chegava a encostar nos cabelos.

— Joseph Campbell – chamou McGonagall.

— Lufa-Lufa! – retumbou o Chapéu antes de sequer encostar nas orelhas de Josh.

Josh correu para a terceira mesa, sendo recebido com tapinhas nas costas.

— Carolina Stefania Pietski.

— Grifinória! - demorou um pouco mais para ela.

— Luiz Felipe Klein.

— Corvinal – bradou o Chapéu em meus ouvidos.

Fui para a ultima mesa a esquerda, fui recebido com aplausos de meus novos colegas de Casa.

— Jessica Zago – chamou a professora, a última aluna a ser chamada.

— Sonserina!

O Chapéu demorou bastante com ela, parecia indeciso em sua escolha, mas no final afirmou novamente: “Sonserina!”

Eu não vi problema nenhum em Jess ir para a Sonserina, mas aparentemente ela viu. Se distanciou de nós e nos falamos apenas algumas poucas vezes. Agora ela estava ali, lutando contra três comensais, que nós pensamos que ela se tornaria um dia.

— Vocês não vão me levar tão facilmente – falou ela, de um jeito que somente um sonserino seria capaz.

— Ah, nós vamos sim, queridinha – falou a Comensal do meio.

— Seus pais estão esperando por você – falou o mais baixo – E o Lorde também.

Um arrepio passou por minha espinha ao ouvir aquele nome. Lorde Voldemort, o mago todo poderoso e do mal, que queria matar todos ou trouxas, ou seja, eu. A grande maioria das pessoas tinha medo de falar o nome dele, ou o nome que ele usava agora, que seja. Harry Potter havia nos ensinado a não temer o nome, nos encontros da Armada de Dumbledore.

— Eu. Já. Disse. Que. Vocês. Não. Vão. Me. Levar. Para. Ele. - falou Jessica, enquanto defendia-se de um feitiço a cada palavra. Com um grito arrepiante de dor, ela caiu no chão se contorcendo. Um feitiço não pronunciado a atingiu. Crucio. A maldição imperdoável da dor.

Protego Totalum – gritou Carol, se jogando a frente e nos arrastando com ela.

Jessica parou de se contorcer e os Comensais atacaram o escudo de Carol, que logo se desintegrou. Os ataques recomeçaram, Josh e eu, nos colocamos à frente e protegemos Carol enquanto ela ajudava Jess a se recuperar.

Os Comensais não eram grande coisa, seguramos os bem, até Jessica se recuperar.

Petrificus Totalus- gritou Carol.

A Comensal foi pega de surpresa e caiu como um pino de boliche. Isso enraiveceu os outros dois, maldições imperdoáveis começaram a voar contra nós. Nos atiramos para o lado e para o chão, não sabia se conseguiria me proteger de uma maldição da morte.

Jessica lançou um Estupefaça no terceiro comensal e ele foi jogado longe. O que aconteceu em seguida foi surreal, o Comensal restante, o baixinho, se virou e correu. Quatro feitiços foram gritados em uníssono:

Estupefaça – Josh.

Expelliarmus – Carol.

Bombardia – Eu.

Incarcerous – Jess.

Eu não conseguiria descrever exatamente o que aconteceu com o Comensal, cordas em fogo explodiram em seu corpo e um raio de luz laranja atingiu seu rosto, o fazendo voar alguns dez metros para trás e cair inconsciente no chão.

—O que você(s) estão fazendo aqui? - perguntaram Carol e Jess ao mesmo tempo.

— Fugindo – respondemos, Jess e eu.

— De quem? - dessa vez, Josh e Jess.

— Ahh, chega disso – estourou Carol – nós estamos fugindo, você deve imaginar o motivo. Agora eu faço as perguntas aqui. Por que você está fugindo dos comensais?

— Eles estão tentando me levar pro Lordezinho deles – respondeu Jess – por que vocês se meteram? Eu certamente podia cuidar de mim mesma.

— Apenas agradeça e pare de ser rude – falou Josh.

— Ok, tudo bem, tudo bem. Obrigada – falou ela, me lembrando do dia 1º de setembro do nosso primeiro ano no Expresso de Hogwarts. Ela ainda era a mesma pessoa.

— Seus pais são comensais, não? - perguntou Carol, tocando na ferida.

— Sim, ELES são – retrucou Jess, destacando que ela não era e pelo que vimos ali, não queria se tornar uma.

— Tudo bem – falei, tentando apaziguar os ânimos – você está fugindo desde quando?

— Desde o último dia de aula. Eu não fui para casa após o Baile de Formatura – falou ela – na verdade não fiquei no baile.

— E eles são os primeiros que te acharam? - perguntou Josh.

— Não, muitos me atacaram já. Precisamos sair daqui – falou ela como se passar o verão lutando não fosse nada.

— Sim, precisamos – falou Carol.

— Eu estou em uma caverna nessa montanha. Podemos passar a noite lá – Jess falou e esticou as mãos, as pegamos e o mundo girou novamente, como eu odeio aparatar. Quando abri os olhos novamente, me controlando para não vomitar, estávamos na frente da entrada de uma caverna.

Protego Totalum. Abaffiato – recitou Jess, junto com mais um ou dois feitiços. Alguns dos quais usávamos, exceto o Abaffiato, que eu não sabia para o que servia. Não era de admirar que os Comensais a achassem tão facilmente. Ensinamos os outros feitiços a ela enquanto Carol pronunciava os feitiços na entrada da caverna com a varinha em punho.

— Para que serve aquele feitiço que você usou? - perguntei curioso.

— Para podermos falar sem preocupação – falou ela depois de me olhar sem entender – ninguém irá nos escutar.

Estávamos exaustos, comemos e dormimos imediatamente, revezando os turnos de vigia, Josh iria começar.

Éramos um time estranho, admito isso. Um Corvinal com muita determinação mas sem a inteligência e habilidade com feitiços que a maioria dos meus antigos colegas de Casa possuíam. Um Lufa-Lufa que se destacava entre os demais pela sua genialidade, ele quase chegava aos pés de Hermione Granger, a bruxa mais inteligente que eu já conheci, uma “sangue-ruim” como eu. Uma Grifinória nem tanto corajosa, mas com uma determinação, e eu diria teimosia, inabaláveis, além de uma lealdade inestimável. E, por último, uma Sonserina leal aos seus amigos e sem as ambições por poder de sua Casa, mas muito astuta. Sim, éramos tipos bem estranhos.

Os dias seguintes passaram da mesma forma, comíamos qualquer coisa que conseguíamos encontrar, comprar ou roubar. Nos mudávamos todo dia, começamos a repetir os lugares, já que estávamos ficando sem opções. A nossa amizade com Jess parecia nunca ter mudado, como se fossemos amigos desde aquele dia no trem.

As coisas passaram bem até que uma trupe de Comensais da Morte (ou eu deveria chamar de serpentário?) pousou quase dentro de nosso escudo de proteção. Eles estavam em oito e estavam conversando animados sobre um assunto que mandou uma sensação fria por minha espinha. Tomar Hogwarts.

Pelo que fomos capazes de ouvir, Voldemort acreditava que Harry Potter iria para Hogwarts hoje. Os Comensais estavam indo para Hogsmeade. Era por lá que Harry poderia entrar na escola. Eles pararam na clareira a alguns metros e fizeram uma refeição.

Com um olhar, concordamos em sair dali, guardamos nossas coisas com o mínimo barulho que conseguimos, mesmo com o feitiço Abaffiato, não queria me arriscar. Mas eles não escutaram nada. Juntamos nossas coisas e demos as mãos.

Não combinamos o destino. Coisas terríveis poderiam ter acontecido se pensássemos em locais diferentes, como pedaços de nossos corpos por todo o país. Mas mesmo sem combinar, nossas mentes estavam voltadas para apenas um lugar: Hogsmeade.

Um tempo depois os Comensais chegaram e encontraram mais quatro nos limiares do povoado. Não ousamos nos aproximar, não sabíamos que tipo de feitiço havia ao redor da vila.

Esperamos e esperamos, até pegamos no sono, escondidos atrás de montes de neve e com feitiços de ocultação ao nosso redor. Até que um alarme nos acordou, eles haviam chegado. O alarme parecia mais um gato miando loucamente, os Comensais saíram de seus postos com as varinhas em punho. Gritando coisas que não conseguíamos entender devido ao alarme.

Seguimos eles, sabíamos que Harry tinha uma capa da invisibilidade, eles também.

— Ei, bobocas – gritou Carol.

— Nós estamos aqui, imbecis – gritei em coro.

Não gritamos mais, seis comensais viraram para nós. Os outros continuaram atrás de Harry. Lutamos com eles e os derrotamos facilmente, fácil até demais. Dois foram petrificados, outro estupefado, os outros três foram atingidos por feitiços que vieram das casas de Hogsmeade. As pessoas estavam se revoltando.

O frio no povoado aumentou enormemente, eu sabia o que isso significava, Dementadores. Invoquei meu Patrono, uma raposa. Ao meu lado um lobo, uma fênix e um cisne correram ao encontro de um cervo que veio do fim da rua, o Patrono de Harry.

Corremos para lá a tempo de ver uma porta se abrir e fechar, nos esgueiramos por uma rua lateral e esperamos. Depois de um momento de discussão com o dono do bar Cabeça de Javali, os comensais voltaram para o Três Vassouras. Esperamos que Harry saísse de dentro do bar, mas ele não saiu.

Alguma coisa em meu bolso esquentou, coloquei a mão lá e tirei a antiga moeda usada pela Armada de Dumbledore. A voz grave de Neville Longbottom retumbou da moeda: “O Raio atingiu. Está em Hogwarts. A Batalha Final se aproxima. Sigam o Javali em Hogsmeade.”

Eu e meus três amigos nos olhamos, concordando novamente com olhares. Nós não poderíamos entrar nessa batalha, Jess correria perigo, os dois lados tentariam matá-la. E nós não iríamos deixá-la sozinha.

Os gritos de reclamação de Aberforth Dumbledore, o dono do Cabeça de Javali, chegaram até nossos ouvidos. Algo sobre o bar dele estar sendo usado como estação de trem. Nos aproximamos a tempo de ver os cabelos ruivos de Gina Weasley sumindo por um buraco na parede do segundo andar. E então mais vieram, os Weasleys, Lupin, Tonks,todos os membros da Ordem da Fênix ainda vivos.

Quando o fluxo de bruxos aparatando e sumindo pelo buraco na parede parou, entramos no bar. Pensamos que Aberforth não tinha nos visto, estávamos mantendo nosso feitiço da invisibilidade. Subimos ao segundo andar, um quadro de uma garota tapava o buraco que havíamos visto antes.

— Vocês ai – gritou Aberforth, vindo do outro cômodo. Senti que era com nós que ele estava falando. Retirei o feitiço de invisibilidade e olhamos para ele, por um momento vi Alvo Dumbledore. Até que ele falou novamente – também querem pegar um trem para Hogwarts? Fedelhos inúteis, acham que podem ganhar um guerra que já está perdida.

— A guerra não está perdida – falei.

— Então vocês acreditam que uma duzia de velhos e outra duzia de fedelhos podem vencer Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?

— Eu acredito – falou Carol.

— Eu também acredito – Josh.

— Nós acreditamos – falou Jess – e enquanto houver pessoas que acreditam, nada está perdido.

— Tolos – retrucou Aberforth – vocês vão passar ou não? A passagem deve estar aberta ainda.

— Nós vamos passar sim – respondeu Jess, antes que qualquer um de nós pudesse pensar em falar alguma coisa.

— Ariana, você sabe o que fazer – falou o velho. O quadro na parede moveu-se, revelando o buraco que havíamos visto antes.

— Obrigado – falei e o velho me olhou nos olhos.

— Cuide do garoto Potter, o procure e o ajude. Ele não merecia tudo que meu maldito irmão colocou nas costas magras dele.

Concordei com a cabeça e segui meus amigos pelo caminho íngreme que terminava em uma sala familiar, a Sala Precisa. Não havia ninguém ali, saímos por uma escada que partia de uma armário aberto. A batalha já estava acontecendo.

— Nós temos que encontrar o Harry – falei, em meio aos estrondos.

Os outros fizeram que sim com a cabeça e puxaram as varinhas. Corremos por um corredor e descemos dois lances de escada, encontrando Luna duelando contra dois comensais no final.

Estupefaça – gritamos, não sei qual dos quatro jorros azuis acertou e qual ricocheteou nas paredes.

— Luiz – falou Luna, sorrindo.

— Olá Luna – respondi – você sabe onde Harry está?

— Ele estava no terceiro andar, falando com a Dama Cinzenta – respondeu ela, e saltitou escada abaixo para a batalha.

— Vamos – falei. A Dama Cinzenta é o fantasma da minha casa, seu nome verdadeiro era Helena Ravenclaw, a filha de Rowena Ravenclaw.

Corremos escada acima até encontrá-la vagando por um corredor, alheia ao gigante que tentava derrubar o castelo. Quando o gigante nos viu, começou a atacar com a árvore que ele tinha em mãos, passando-a pelas janelas.

— Distraiam ele – falei – Helena, espere - corri até ela, ela se virou e pareceu me reconhecer – Você falou com Harry Potter?

— O garoto que promete? - respondeu ela, com dor trespassando suas feições – Ele falou comigo, pediu onde estava... eu falei a ele.

— Onde estava o que? - perguntei, um olhar de ódio me fuzilou partindo de Helena – tudo bem, eu não preciso saber disso, apenas me diga para onde ele foi, por favor.

— Eu não sei para onde ele foi. Ele estava falando sobre esconder coisas. - com isso Helena brilhou mais intensamente e desapareceu. Esconder coisas. Eu só conseguiria pensar em um lugar para esconder alguma coisa para ninguém encontrar, e havíamos acabado de sair de lá.

— Obrigado – gritei, mesmo que o fantasma houvesse desaparecido no ar.

Meus três amigos corriam de uma janela para a outra confundindo o gigante que tentava, em vão, acertá-los.

Conjunctivitus – bradou Jess. O gigante cobriu os olhos com as mãos e começou a girar loucamente o seu bastão de árvore acertando tudo que encontrava pela frente.

Incarcerous – berrou Josh. Cordas aparaceram e amarraram o gigante que largou o bastão e manteve os braços imóveis, tentando se livrar das cordas, que não aguentariam mais muito tempo.

Estupore – gritou Carol. Eu imaginei que nada ia acontecer ao gigante, mas o jorro de luz azul acertou o peito do gigante e ele tombou para trás, começando a se levantar imediatamente. Nós corremos.

— Para a Sala Precisa – gritei. Foi para lá que fomos.

Quando chegamos ao local no qual a porta da Sala Precisa costuma aparecer, ela estava fechando, monstros de fogo forçavam sua saída para fora. Fogo Maldito. Viramos no corredor e Harry, Rony e Hermione duelavam contra cinco Comensais.

— Harry – gritei enquanto apontava minha varinha e gritava: - Uediuósi – os destroços no corredor se lançaram contra os Comensais, atingindo-os na cabeça e no corpo. Um grande pedaço de parede atingiu uma mulher na cabeça e ela caiu inconsciente – continue Harry, façam o que vocês tem que fazer, nós cuidaremos de suas costas.

Como para provar minhas palavras, Josh, Jess e Carol correram à frente deles e atacaram. Harry olhou desconfiado para Jessica, mas concordou, agradeceu e correu, com Hermione e Rony em seus calcanhares.

Como se tivéssemos treinado antes, Josh e Carol ficaram protegendo e Jess e eu atacamos. Os Comensais eram bons, mas não eram páreos. Com Jess me protegendo, fui capaz de atacar com facilidade. Lancei um Vermillious, uma esfera vermelha de energia saiu de minha varinha e atingiu um comensal loiro. Com um Expelliarmus, desarmei o outro na terceira tentativa, sua varinha voou para minha mão. Sem varinha, o bruxo magro correu em minha direção com as mãos estendidas para meu pescoço.

Trip – gritei, e o comensal caiu – Petrificus Totalus.

Restava apenas um, o outro estava inconsciente a bons dez metros no final do corredor. Jessica o desarmou e eu peguei sua varinha, Josh o parou com outro Petrificus Totalus.

Satisfeitos, corremos novamente até Harry. Não fomos muito longe, pelo que parecia, todos os comensais estavam concentrados em capturar Harry. Oito corriam atrás dos três heróis enquanto eles tentavam se proteger, correr e atacar. Atacamos-os pelas costas e quatro caíram com diferentes feitiços. Os outros logo se viraram para nós, perceberam que não era sábio virar as costas para membros da AD.

Seguindo o mesmo esquema de defesa e ataque, duelamos contra eles. Já havíamos derrotado dois, quando Jess caiu. Mais comensais vieram de corredores laterais.

 

—---#----

 

Josh

 

Seus corpos estavam no salão, me falaram.

Eu não queria saber disso.

Meus melhores amigos haviam morrido. Amigos para a vida toda, que eu nunca iria encontrar iguais.

Potter havia derrotado Voldemort, muitos Comensais se renderam, muitos fugiram e muitos foram mortos ou estavam inconscientes pelos corredores das ruínas enegrecidas do que um dia foi meu lar.

A guerra estava ganha, mas o custo foi muito alto.

Corpos estavam espalhados por todo o lado.

Eu só queria fugir daquele inferno, morrer talvez.

Não, eu não iria morrer.

Meus melhores amigos, meus três irmãos na verdade, perderam essa chance.

Eu não iria desistir.

Eu iria viver por eles.

Eu iria viver o que eles foram impedidos de viver.

Isso era injusto, eu sei.

Eu prometi a mim mesmo que não iria chorar, Eles não gostariam disso.

Eles, tudo que eu conseguia pensar.

Quebrei minha promessa quando aparatei sem rumo.

A entrada da caverna na qual havíamos passado a primeira noite após ter encontrado Jess pairou à minha frente. A noite na qual nossa amizade havia renascido.

Lágrimas corriam livremente pelo meu rosto.


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