A Carta escrita por Anna Chan
Notas iniciais do capítulo
Bem, esta é a minha primeira Fic postada desde sempre, por isso sejam calmos nas criticas por favor.
Esta historia tem uma parte que é uma carta que irá aparecer a Italico é a carta e o que esta a normal é a historia vista pela minha perspetiva.
Espero sinceramente que gostem. e PS- eu escrevo português de Portugal, peço desculpa se foz um incomodo, qualquer erro avisem
-Boa Noite- Desejei começando a subir as escadas.
-‘Noite- Ouvi a minha mãe e o meu pai a responder enquanto acabavam o trabalho desse dia.
Preparei-me para dormir à velocidade da luz (foi mais á velocidade do som) e entrei na cama, pequei na lanterna de campismo da minha irmã e apaguei o candeeiro, acendendo a lanterna debaixo dos cobertores. Esta é a minha estratégia quando quero fingir que estou a dormir, mas fico a ler ou escrever até ser quase horas de acordar de novo.
Peguei na carta que apresentava uma cor um pouco acastanhada, digna de papel antigo e fiquei a olhar para a letra pequenina e elegante da pessoa que a escrevera.
Tinha encontrado aquela carta enquanto ajudava a minha avo materna a dar uma limpeza melhor à casa, e tinha guardado o envelope com o intuito de devolver assim que acabasse de ler, afinal, a curiosidade mata gatos, não humanos.
Abri com um cuidado santo o envelope e li as primeiras palavras: “Para quem encontrar…” E devo admitir, aquilo chocou-me um pouco, e abalou um pouco a vontade de ler a carta, mas a minha voz interior interveio, dizendo com uma logica muito certeira, cartam foram escritas para serem lidas, em especial uma que começava daquela maneira invulgar. Já comentei que a minha voz interior é uma idiota? Em vez de me aconselhar manda-me pelo caminho do mal.
Pedi desculpa mentalmente, e comecei a ler aquela carta que havia sido esquecida pelo tempo.
“Para quem encontrar…
Não interessa quem você é, mas espero que tenha a decência de, já que começou a ler algo de alguém que vai morre em breve (ou já morreu, não interessa) que acabe de ler, e me deia a sua opinião nem que seja mental, da minha historia de vida em Portugal, onde apesar de não ser a minha pátria.
Tenho de começar na minha Pátria para contar a minha história, nasci na Alemanha, onde neva no inverno e todos os verões nos da tempos incertos, mas a bela Alemanha, o sítio onde nasci onde cresci e onde o conheci. Aquele que seria o pai dos meus filhos. E com aquele homem comecei aquela que provavelmente será a mais estranha tradição de um casal que você meu querido leitor escutará jamais.
Eu nunca soube o nome dele, ele nunca soube o meu, e apesar de ter sentido uma curiosidade tremenda nunca me deixei cair na tentação de procurar o seu nome. E os nossos irmão não gostavam da ideia, não gostavam do casamento, pois ele era moço português e eu dama alemã.
E foi por essas razões que acabaria por morrer em Portugal, viemos os dois juntos, logo depois de casados, e decidimos cuidar de criar família.
Mas parece ser hora de contar as coisas de forma decente, afinal, eu não posso deixar uma história como esta morrer.
Ventoso e frio inverno na Alemanha, e o meu pai iria sair, eu sairia com a minha irmã e iriamos supostamente ficar juntas o dia todo, mas como era de prever uma jovem de 20 anos como a minha irmã queria sair, “viver” como ela lhe chamava, esse viver custava-me uma tarde sozinha num pequeno café um pouco isolado, mas quente e seguro.
E foi ai, ele estava lá a tentar aprender alemão com o dono do bar, o dono tinha já uma expressão cansada e o jovem que de inicio me pareceu ser mais velho que eu muitos anos sorriu jovialmente, e eu percebi que era um jovem bastante bonito,
Um cabelo loiro e uns olhos azulados que eram salientados pela camisola azul que era bastante desapropriada a um inverno.
Assim que o dono desapareceu o jovem veio na minha direcção e falou (penso eu que era a sua primeira tentativa com alguém que não o dono do bar) num alemão bastante pouco coerente.
Quando se apercebeu que era um zero a alemão, algo que eu teria o gosto de lhe dizer se ele me compreendesse, falou na sua língua de origem, e ai foi eu que não compreendi. Pensei que ele fosse desistir, mas voltou com um pedaço de papel no qual se lia em alemão “desculpe incomodar, mas teria eu a honra da sua companhia?”.
Devo dizer que fiquei abismada, um estranho a convidar-me, a MIM, para o acompanhar, sem falarmos a mesma língua? Ia recusar mas quando vi os seus olhos tão peculiares movi levemente a cabeça para cima e para baixo.
Ele estendeu-me a mão e eu poisei a minha na dele. Ele guiou-me pelas ruas frias, e ia gesticulando com as mãos. Ao princípio achei tão estranho e rudimentar, mas depois comecei a fazer o mesmo para a nossa conversa ser mais completa. Rimos bastante, e contamos o máximo possível que uma linguagem não verbal nos permitiu.
Ele perguntou algo que me pareceu “Queres que te acompanhe a casa?”, e eu respondi, “Para o início de novo”.
Dirigimo-nos para o bar e mesmo antes de entrarmos no pequeno bar ele beijou-me, um beijo tímido, mas digo, o meu primeiro beijo, o primeiro beijo de uma jovem alemã.
Apaixonamo-nos sem usar palavras coerentes.
Eu fiquei encantada.
Ele ensinou-me Português, o qual nunca dominei na escrita, e eu ensinei-lhe alemão, ao qual ele nunca dominou a fala.
E agora escrevo isto em português, para demonstrar que mesmo não falando a mesma língua, os contos de fada serão os mesmos.
Mesmo não escrevendo da mesma forma, o amor não tem língua materna.
E mesmo que desejando não o fazer, nos apaixonemos por um estranho, pode ser o nosso verdadeiro amor.
Então, meu caro leitor, aprendeu algo? O meu português melhorou o suficiente para o meu ultimo suspiro ficar registado na língua do meu amado que partiu antes de mim?
E para acabar com esta carta, com o meu testemunho, quero pedir, que não deixe, meu leitor, a minha história morrer. Por mais parecido com outras que tenha escutado, deixe a minha registada, nem que seja na sua alma, afinal, se o corpo morre a alma fica, era o que o meu amor de vida dizia aos nossos filhos, e aos poucos eu abracei a sua convicção.”
Olhei a carta com mais atenção, e pareceu-me que nessa noite, a minha voz interior tinha silenciado.
-Obrigada, por me convenceres a ler esta carta- Murmurei para mim própria pousando a carta com carinho especial e desligando a lanterna, preparando-me para no dia que se seguia contar esta historia aquelas que eram os meus maiores amores de vida até ao momento.
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Então? Gostaram? Independentemente do que acharem deixem um comentário a dizer aquilo em que eu poderia melhorar, ficaria muito agradecida.
Obrigada por lerem