Pequena Watson escrita por Mary Morstan


Capítulo 5
Capítulo 05: Por Um Triz...


Notas iniciais do capítulo

(eu postei o anterior hoje também, então... atenção antes de ler)

Capítulo final... Espero que gostem :D



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Emma era a pura satisfação, a imagem do ser realizado ao voltarmos para “a casa da Senhora Hudson (de) Baker”, como ela mesma disse ao sentarmos em um táxi após a conclusão daquele “caso”.


Aliás, a pequena assassina de violinos insistia em dizer que a casa não era minha, que eu estava ali de favor. Quanta ignorância. Ela não sabe ainda que a palavra “favor”, no mundo adulto, significa na verdade “aluguel”. Também desconhece o fato de que com ela vem uma papelada chamada “contrato de locação” e que nele há a obrigação de a senhora Hudson a me deixar morar embaixo de seu teto enquanto eu lhe pagar uma gorda quantia em dinheiro. Basicamente ela concordou, eu concordei e estamos felizes assim.


A propósito, Emma estava decidida a questionar minha senhoria sobre seu (suposto) casamento com o senhor Baker. Que ao ver da pequena era o real dono da (minha) casa e da rua toda (megalomania para que, não? Devia dar-lhe Londres ou a Inglaterra toda de uma vez, mas a filha de John era modesta... Ok, isso foi um pensamento irônico, ignorem-me), coisas que ela iria provar para mim e que eu teria que pagar a descoberta com um sorvete.


John deveria conversar com essa garota sobre “extorsão”, “barganha” e “suborno”. Qualquer um dos termos já o levaria a explicar a todos e ele deveria dizer que eram todos “feios”e “maus”, como o linguajar de uma criança gosta de avaliar as coisas erradas no final das contas.

Mas a educação da garotinha não cabia a mim. Mary e John pareciam tentar fazer um bom trabalho, mas crianças são pequenos demoninhos espertos. Quando não observados e avaliados bem de perto, elas podem acabar saindo da linha e pais desatentos talvez nunca saibam disso.


A garota fez mais oito observações sobre assuntos diversos, que envolviam a senhora Hudson, eu, o como a mãe dela tentava ensiná-la algo, e outros que eu não precisei de fato prestar atenção, já que todas as respostas que eu teria que dar podiam ser resumir a um aceno de cabeça e um “ah...”. O taxista, aliás, fez toda a parte de responder por mim, eu me resumi a ficar ali, apenas encarando a rua e divagando mentalmente.


Quando chegamos (à casa que eu queria chamar de lar, mas Emma não mais permitia), tivemos que bate a porta e esperar que a senhora Hudson nos atendesse. Emma até queria que esperássemos ela nos convidar a entrar, mas esperá-la atender já foi o bastante por mim.


A senhoria havia atendido a porta com uma exclamação estampada em suas feições, porém logo a sua cadeia de pensamento a levou a resposta mais óbvia e irreal: que eu havia esquecido a chaves.


Sorte foi que antes que a senhora Hudson cantasse vantagem sobre um erro meu, que nem remotamente poderia acontecer, e acusar-me de ser normal. Emma começou a falar loucamente, a dizer que ela tinha umas perguntinhas para fazer à senhora e que ia provar umas coisinhas para mim.


Nós já havíamos subido as escadas e estávamos entrando por minha (se é que ela me permite tratá-la como “minha” ainda) sala nesse ponto. Emma correu a um sofá, sentou-se e deu uns tapinhas ao lado para que a senhora Hudson sentasse ali. É claro que ela ficou radiante e se sentou rapidinho, usando da proximidade para mexer no cabelinho loiro da pequena Watson.


Eu poderia revirar os olhos e sair dali, eu tinha todas as respostas das perguntas não feitas, mas algo me fez parar ali e conferir o resultado. Não que eu quisesse ver a Emma quebrar a cara, eu só queria mesmo era avaliar o como a pequena se sairia em sua “investigação do passado da senhora Hudson”.


– Senhora Hudson, eu posso te fazer umas perguntinhas? – ela falou docemente, apertando as mãozinhas uma na outra e fazendo cara de coitadinha.


– Oh, mas é claro meu amor, pode perguntar sim! – a senhora respondeu bondosamente. – Pergunte tudo o que você quiser anjinho!


O sorriso doce e bondoso de nossa adorável senhora iria mudar logo, eu tinha certeza. A princípio ela acharia que era uma brincadeira, franziria a testa levemente e ficaria com os lábios contraídos, depois ela seguraria a respiração, antes que caísse na gargalhada e falasse para Emma que ela era uma gracinha se fazendo de detetive. Sabe, eu acho que ficaria para ver, seria interessante.


Andei para minha poltrona, suspirando pesaroso ao olhar para o lugar onde meu violino deveria estar e não mais estava. Ah Emma, porque mesmo você tem que meter seus dedinhos nos lugares em que crianças não deveriam mexer?


Logo minha consciência respondia ao meu pensamento ao apontar que era porque ela era criança e as crianças normais faziam isso, mas depois até ela deve ter dado de ombros e visto a coisa pelo lado mais prático: ela é uma Morstan Watson, fim!


Bem, de fato não importa. O que eu devo fazer é me focar na cena que irá se desenrolar na minha frente. Apenas isso. Eu irei assistir tudo de camarote e depois ainda poderei explicar a pequena e tristonha “aspirante a detetive” exatamente os pontos em que errou.


– Senhora Hudson, eu disse ao tio Sherlly que sei que você é casada. Você é, né?


– Oh! – ela diz empolgada, virando-se para mim antes de responder a pergunta. – Vocês se entenderam mesmo, não? Ah que lindo, já até vejo que irá treiná-la – e depois ela abaixa o tom de voz e completa em um quase sussurro. – Aposto que ela superará o pai fácil!


Eu não digo nada, apenas dou um tímido sorriso, que não chega nem ao ponto de mostrar meus dentes, mas ela não liga. A senhora Hudson me conhece bem para saber a forma que eu penso, então... Ah, enfim. Voltando aos fatos.


Emma coloca as mãos na cintura e está a ponto de chamar minha senhoria no momento em que ela para de falar comigo e se volta para a pequena.


– Meu anjinho, sim, eu fui casada, mas não sou mais.


– Então... o senhor Baker morreu? – ela pergunta com uma quase fungada, após seu espanto. – De que ele morreu?


Martha Hudson, que não é Hudson Baker faz exatamente o que eu esperava: franze sua testa e tenta acompanhar o raciocínio nada lógico da menina, antes de dar de ombros e perguntar.


– Quem? Esse seria alguém de um caso, meu amor? Lembre-se que eu não estava lá – ela diz sorridente, após cutucar Emma.


– Como assim “quem”? – Emma se faz de ultrajada. – Aposto que você é a mãe do mocinho que vimos... – a loirinha diz irritada.


Martha me olha intrigada, eu solto um suspiro e decido explicar logo que “sim, eu levei a pequena para uma investigação” e também que “não, ela não correu perigo”.


– Emma e eu fomos falar com um velho amigo, era um caso simples, na verdade, eu só precisava adverti-lo de que precisava falar com sua namorada se ainda intencionasse casar com ela um dia.


– Sherlock Holmes salvando um casal apaixonado – a senhora Hudson diz unindo as mãos e falando com um leve sarcasmo. – Que avanço!


– Na verdade não é bem o primeiro casal que eu salvo – eu dou de ombros, decidido a deixar aquele assunto de lado e a voltarmos ao ponto. – Mas aposto que Emma não terminou suas perguntas.


Emma levanta o rostinho zangado, ainda com os braços cruzados, ela volta a perguntar nervosinha para a senhora Hudson. Acho que se ela não conseguir carreira alguma no futuro, só com essa pose ela já entra pra Yard, hein? Ah, e com esse gênio. É praticamente as duas únicas exigências de lá, eles nem cobram percepção que ela levará de brinde.


– Você tem um filho, senhora? – ela repete a pergunta, mas não exatamente como a outra.


– Um em meu coração – ela diz apertando minha mão. – Na verdade, dois meninos e uma menina. Eu não posso esquecer John e Mary – ela se corrige após soltar minha mão.


– Não foi isso que quis dizer... – e ela está levemente zangada, me lembra o Lestrade até...


– Biologicamente eu não tenho nenhum, minha querida – a senhora Hudson disse com um ar triste que até eu mesmo era desacostumado a ver. – Francis e eu... digo, Frank, Frank e eu não tivemos filhos.


– Frank? – Emma pergunta intrigada.


– Meu falecido marido – ela diz, sussurrando para mim depois “que o inferno o guarde”, sorte Emma não ouvir, pois estava falando de novo.


– Mas seu marido devia chamar Henry! – Emma fala batendo o pé.


– Henry? Por quê? – a senhora Hudson é a imagem da confusão.


– Porque Henry Baker II é segundo! O Primeiro Baker só pode ser pai dele, certo?!


– Ah sim... Mas... – minha senhoria começa a falar, mas depois sussurra consigo não entendendo nada. – Juro que ainda não entendi essa.


Estava interessante ver a pequena interrogar a senhora Hudson, mas, a verdade seja dita Martha não entenderia nada se eu não passasse logo a resolver esse grande dilema e contasse que se passava ali.


– A pequena Emma, senhora Hudson, diz que a rua Baker pertence ao senhor Henry Baker e que como está casa é sua, você é a senhora Baker. É uma conclusão estapafúrdia, mas... – eu tentei argumentar, mas ela já estava rindo descontroladamente.


E se a senhora Hudson ria sem parar, Emma era o oposto. A garota cruzou os braços mais fortemente e fez um bico enorme, logo ela estava com cara de choro e não demorou para que lágrimas começassem a escorrer por seu rostinho infantil e suspiros começassem a surgir. Mas não tardou para que esses suspiros dessem lugar para um choro sofrido e Emma enfiasse o rostinho na primeira almofada do sofá que achou.


A senhora Hudson parou de rir, penalizada pelo “estrago” que havia causado a pobre menininha, que nesse ponto estava deitadinha com a cara enfiada na almofada e o bumbum pra cima. E aquilo fez com que Martha esfregasse suas costinhas com cuidado e tentasse lhe falar palavras de consolo, pedindo desculpas por chateá-la.


– Meu anjinho, me desculpe, eu achei que era uma brincadeira sua e de Sherlock, não queria chateá-la assim. Perdoe-me – mas aquilo pareça não surtir efeito nenhum, já que el chorava mais e mais alto.


A senhora Hudson parecia realmente aflita, quase desesperada. Ela me perguntou se eu achava que um “chá” iria acalmá-la, como se eu fosse a pessoa mais indicada para conversar sobre alimentação infantil na face da Terra... Mas, enfim, eu dei de ombros e uma outra ideia me veio em mente, uma que merecia ma tentativa.


– Não precisa de chá, senhora Hudson. Tenho certeza que Emma vai engolir o choro agora e seguir comigo em outro caso – e eu pisquei para Martha, o que a fez sorrir. Acho que ela já suspeitava que eu tentaria remediar a situação. – A nossa pequena Watson não pode desistir em seu primeiro caso, até mesmo John patinou bastante até entender exatamente como funciona o método de dedução.


Emma levantou o rostinho da almofada, olhinhos vermelhos, leves fungadas, ela limpava de tempos em tempos o nariz (que teimava em escorrer) com as costas da mão e, Deus, como aquilo era nojento, mas eu fingi não notar, já que ela pareceu ficar atenta as minhas palavras de “incentivo”.


– Vamos Watson, vamos resolver mais este pequeno mistério antes de seus pais chegarem.


Emma saltou do sofá e logo estava perto de mim, em direção a porta. Ela não tardou a começar a perguntar qual era o “caso”, mas como eu fazia com o pai dela, apenas disse que chegando lá ela saberia.


* * * * *


Não devemos ter demorado nem mesmo meia hora em nossa nova expedição, e Emma era o retrato da felicidade agora, tanto que até havia abraçado minhas pernas quando chegamos à porta da frente. Eu só tive que pedi-la para tomar cuidado, ou eu acabaria sujo.


Ao passarmos pela porta da frente já era possível ouvir gritos histéricos de John no meu apartamento. Emma arregalou os olhinhos e recuou, seu pai realmente parecia furioso, mesmo que não soubéssemos do que ele falava.


A senhora Hudson desceu as escadas um pouco depois, desejando-me sorte e saindo reclamando até a cozinha no piso inferior.


Eu respirei fundo e decidi enfrentar a fera, fosse o que fosse, eu não poderia ficar ali esperando para sempre e mesmo que pudesse, isso não queria dizer que John não sairia atrás de mim em algum momento e que não daria “de cara” comigo.


Subi os degraus sem pressa, tentando não teorizar sobre algo no qual eu não possuía dados (o que aí sim seria um erro). Porque, veja só, eu poderia partir do pressuposto que o “encontro” do casal Watson havia dado errado em sua totalidade, ou apenas algo ruim aconteceu no final da noite e isso eram caminhos opostos. Ou então, eu poderia achar que Martha os havia irritado, vai que John teorizou algo também, não?


E outra coisa, eu só me recusava terminantemente a imaginá-lo enfiado com a cara na almofada de meu sofá e a bunda levantada, isso sim seria patético, não chegava a ser “levemente fofo”, como foi com Emma, era muito humilhante, uma verdadeira vergonha alheia até.

Quando passei pela porta vi que era Mary a pessoa com olhos vermelhos na sala, mas seu traseiro estava bem sentadinho no sofá, o que também chegava a ser um alívio. John, por outro lado, veio até mim em fúria e agarrou meu sobretudo com as duas mãos, me pergunto aqui se ele achava que poderia me levantar no ar sendo tão mais baixo que eu ou se seu cérebro foi apenas incapaz de processar tal informação mesmo.


– O que estava pensando Sherlock?! Você é louco? – pergunta retórica detectada, já que ele não me deixou responder. – Como você sai para investigar algo e leva Emma? O que diabos está pensando?!


Eu até iria responder, mas a voz de Emma soou atrás de mim antes.


– Oh papai o papai falou nome feio! Mãeee! – ela gritou por Mary e correu aos braços da mãe, lhe entregando o sorvete – Tio Sherly comprou para mim com duas bolonas enooormes! Acredita? E é de chocolate! Eu aaaamo chocolate! – ela falava toda contente puxando letras em palavras desnecessariamente, mas com um sorriso radiante.


John e toda a sua “altura” me soltaram no momento em que Mary, que fungou uma última vez antes de sorrir para filha, abraçava a pequena Emma.


– Oh, meu anjo, meu anjo – ela murmurou. – É mesmo um sorvete enorme.


– Tio Sherlock me deixou escolher. Na verdade, ele fez um jogo, eu tive que adivinhar o que saia do... como chama tio? Aquela fruta que tem que secar pra pegar a sementinha? É.... – ela coçou a cabecinha e gritou – cacau! É, cacau! Ele me fez adivinhar o que vinha do cacau!


Eu estava abismado com tamanha inventabilidade daquela criança, até eu acreditaria que ela estava falando a verdade.

– Eu adorei esse jogo de investigação, mamãe! Com certeza o papai devia gostar muito de inventar coisas com o titio, né? Bem que você fala – a imagem da inocência agora estava no colo de Mary e John me encarava envergonhado.


– Esse era o caso em que estavam trabalhando, meu amor? – Mary perguntou beijando a testa da filha.


– Sim! E eu amei o meu primeiro caso com o tio Sherly! – ela disse alegre voltando-se a seu sorvete em sequência.


John limpou meu sobretudo (ou tentou desamassá-lo?) no ponto onde havia me segurado, ele era a imagem da vergonha após as palavras da filha, então eu me mantive firme. Se Emma havia tido todo o trabalho de inventar uma desculpa, porque eu iria contestá-la? John é quem deveria ter aprendido algo comigo e ser mais perceptivo, não é mesmo?


– John – Mary o chamou – peça desculpas a Emma pelo palavreado – ela disse sem graça.


– Bem, me desculpe querida, papai se alterou... – eu levantei a sobrancelha ao ver como a senhora Watson era mesmo a “dona” da casa Watson.


Emma apenas assentiu com a cabecinha, mas logo parou de tomar seu sorvete e cochichou no ouvido da mãe, se bem que até eu ouvia daqui, já que ela não era sutil.


– Papai também deve desculpas ao titio, não é mamãe? Ele disse nome feio pro titio e isso não se faz. – Mary levantou o olhar para John, mas não precisou falar nada.


John estava desconcertado, ele voltou-se para mim, me estendeu a mão e disse quase em um sussurro.


– Me desculpe, Sherlock – ah, mas ele tinha sussurrado, não é? Antes ele gritou...


– Como? Acho que não ouvi, você gritou comigo e estou um pouco surdo, por favor, fale mais alto – eu disse o provocando.


– Sherlock – ele me repreendeu, mas eu continuei com ar de confuso, o que o fez bufar e falar em tom normal. – Me desculpe pela alteração.


– E por falar nome feio também, papai! – Emma o corrigiu.


– Sim, e isso também – John concordou e eu apenas peguei a mão dele em sinal de concordância, mas Emma pulou do colo de Mary e veio até nós.


– Não é assim, você tem que dar o dedinho! Jura de dedinho que não vai fazer mais isso papai, ok? - e é vergonhoso admitir, mas ela realmente nos fez fazer isso, e eu me senti no jardim de infância naquele momento...


Mary se levantou com a cena, mas eu vi quando seu rosto tomou uma feição de espanto ela tapou sua boca com ambas as mãos. Aquilo fez com que todos nós nos voltássemos para “o que quer que ela estava vendo” e uma carranca voltou a mim ao lembrar...


– Oh, John... Aquele é seu violino, Sherlock? – ela perguntou quase sem voz.


– Era – eu disse ao dar de ombros. – Ou melhor, foi...


E bem, isso fez com que John e Mary olhassem para a filha em estado de choque, mas ela apenas deu de ombros.


– Eu não sei tocar como o titio.


– Mas você não deveria colocar sua mãozinha em nada, Emma – John disse sem graça. – Isso não era brinquedo – enfim um conselho sensato, pena que tão tardio.


– Sherlock – Mary veio até mim com cara de choro de novo e pegou minhas mãos – nos desculpe por isso, mas nós vamos reparar sua perda!


– Não se preocupe, senhora Watson – eu disse ao dar de ombros, mas acho que a frase seguinte escapou sem querer. – O fabricante desse violino morreu há vários séculos, não é algo fácil de se encontrar por aí... Não um original Stradivarius...


Mary ficou branca, tal como uma folha de papel, mas Emma não se conteve.


– Credo, tio, você guardava um violino de gente morta? Que horror! – e a careta que ela fez chegou a ser levemente cômica. Mas que mente mais inocente, não?


John tentava buscar palavras para aquilo, mas eu sabia que não chegariam a lugar algum, então era melhor que eu mesmo tentasse solucionar aquele dilema.


– Na verdade eu estou disposto a esquecer isso, não se preocupem.


– Não, Sherlock, era seu violino, não podemos aceitar isso – John disse inconformado. – Temos que pagar por isso.


– Bem, se insistem – eu disse dando de ombros e me sentando na minha poltrona – poderiam então deixar Emma mais vezes – eu tentei soar casual – talvez eu consiga fazê-la se interessar por musica e os dedinhos dela não saiam mais destruindo as coisas.


– Você não precisa fazer isso, Sherlock – desta vez era Mary, o casal Watson tinha um jeito interessante de completarem as falas um do outro.


– Bem, eu faço questão e, acho eu que Emma será uma boa auxiliar, vai aprender rápido.


– Estamos falando de violinos ainda? – Ah John, de onde veio essa percepção repentina, hein?


– Sim, porque não? Afinal, eu sempre precisarei ter meu auxiliar por perto, não? Tenho certeza de que ela pegará prática mais rápido que você John – mas claro, eu desconversei, – já que você nunca conseguiu tocar violino na vida e eu o vi tentando uma vez


E com aquele ar de “quase normalidade”, eu até pensei em pegar meu violino e começar a tocar, mas aí lembrei de Emma e... Bem, enfim. John, Mary e Emma foram para a casa deles após se despedirem e cá ficamos, a senhora Hudson e eu, ela vendo televisão em sua própria casa e eu sem o que fazer. Bem, ao menos eu poderia dar uma pesquisada nas ultima publicações de John Watson em seu blog, seria um passatempo interessante, ao menos.


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Notas finais do capítulo

Ele não saiu exatamente com tudo que eu queria colocar, mas espero que alguém ainda o leia e goste um pouquinho dele. Essa foi minha primeira fic sobre Sherlock, então, se houverem boas almas aí para comentar eu ficaria muito feliz, sabe?