Quinn andava sorridente pelo corredor vazio, não tinha se arrependido de ter beijado Puck, e nem de ter terminado com Biff. Parou pra pensar em arrependimentos. E não se arrependia de nada que fez na vida, ou quase isso. Bem, a loira cometeu muitos erros. Escutou passos atrás dela no corredor. Olhou para trás e viu aquele par de olhos azuis que pareciam ter chorado um pouco. Ali estava, seu único arrependimento. Sam Evans.

Eu sempre precisei de tempo para mim mesma. Eu nunca pensei que eu precisaria de você quando eu chorasse.

"Quinn havia voltado de seu primeiro encontro com Sam no Breadsticks. Ele havia sido um cavalheiro por pagar a conta. Quinn não pode evitar sorrir. Entrou em seu quarto e começou a tirar seu uniforme das Cheerios.

Tinha um grande espelho em seu quarto, então podia ver perfeitamente seu corpo. Quinn estava com algumas estrias, devido a gravidez. E também não tinha recuperado sua forma totalmente.

Preferiu ir logo tomar banho para não ter que ficar olhando a grande transformação que tinha sofrido. Enquanto estava no chuveiro, Quinn voltou a pensar, pensar nela, e nele, e no garoto novo. Seu cérebro estava focado em um triângulo. Beth, Puck, e Sam.

Quinn percebeu que estava derrubando lágrimas ao pensar em sua filha, bem, agora era a filha de Shelby. Achou que depois das férias já teria superado. Mas não. Resolveu parar de pensar na garotinha, pois ainda machucava muito.

Mas Quinn ainda tinha um problema. Puck e Sam. Sam e Puck. Quinn tinha uma história com Puck, mas era algo que queria esquecer. Como se perdoa um cara que a deixa bêbada só pra tirar sua virgindade?

E Sam. Quinn estava louca por ele, e eles mal se conheciam. O sorriso, os olhos, e aqueles lábios que ela tanto queria beijar. Quinn saiu do chuveiro e vestiu seu pijama.

Se jogou na cama e seus pensamentos voltaram para Beth. Queria esquecer essa dor. Sabia que ela estava com alguém melhor, mas era difícil. Quinn apenas pegou seu celular e mandou uma mensagem. 10 minutos depois, houve uma batida em sua janela.

– Sam... - Quinn disse abrindo a janela. Sam pulou para o quarto da loira. Quinn fechou tudo e se sentou na cama, puxando Sam, que se sentou ao seu lado. - Obrigada por ter vindo. - Quinn o abraçou pela cintura e repousou sua cabeça no ombro do loiro, voltando a chorar.

– Quinnie... - Sam a abraçou também. - Quando uma garota linda te manda uma mensagem dizendo "Preciso de você", você não deve ignorar, certo? - Sam disse e Quinn riu um pouco. - O que aconteceu?

– Não consigo parar de pensar nela. Beth.

– Linda, eu... Eu não sei o que eu posso dizer. Não sei pelo o que você está passando.

– Só faça isso parar. Faça a dor passar. - Quinn disse voltando a chorar, dessa vez, soluçando levemente.

– Shh... Vai passar. - Sam continuou segurando Quinn, enquanto ela se acalmava.

A loira se afastou de Sam só o suficiente para alcançar seus lábios. Ficaram ali, os dois apenas com seus lábios colados. Sam tomou coragem e aprofundou o beijo um pouco. Quinn aprofundou mais ainda, e quando perceberam, os dois já estavam deitados em meio a uma sessão de amassos.

– Espera... - Sam afastou Quinn. - Tem certeza que quer ir até o fim... Agora? - Quinn riu e negou.

– Eu só quero te beijar. - A loira disse e Sam sorriu a puxando de volta."

Quinn sorriu para o loiro que ainda estava parado no corredor. Sam retribuiu o sorriso e começou a andar em direção a ela.

– Então... Você e o Puck. Parece que estamos de volta no segundo ano, não é? - Sam disse e Quinn ficou séria.

– Você viu o beijo?

– Vi, mas está tudo bem, nós dois já superamos um ao outro. E eu também ouvi a conversa de vocês no vestiário.

– Preciso te contar uma coisa, Sam.

E os dias parecem anos quando estou sozinha. E a cama onde você dorme, está arrumada do seu lado.

"Quinn havia acabado de chegar em casa. Subiu correndo pelas escadas e entrou em seu quarto. Colocou sua mochila em um canto do quarto e se jogou na cama. Ficou olhando para seu dedo, o anel que Sam havia a dado era lindo.

Logo seus pensamentos foram todos direcionados para o namorado. Começou a pensar em como ele estava lindo hoje, mesmo com aquele olho roxo, o que na verdade, foi um ato de cavalheirismo.

A loira mordeu o lábio inferior e olhou para o outro lado da sua grande cama. Quando chamou Sam para chorar em seu ombro logo após o primeiro encontro, Quinn apenas queria desabafar. E muitas vezes tem sido assim. Chamar ele para passar a noite, sem sua mãe descobrir, e fazer alguma coisa. Conversar, apenas olhar um para o outro, rir, dar uns beijos, mas queria fazer mais."

– Ei... Quinn. - Sam estalou seus dedos na frente de Quinn, tirando a mesma de seus pensamentos. - O que quer me dizer? - Sam perguntou e Quinn sorriu.

– Eu estava pensando no dia em que quase fomos até o fim. E minha mãe entrou no quarto. - A loira soltou uma pequena risada e Sam sorriu.

– Foi por pouco. - Sam disse.

– Sim.

– Então...?

– O que o Puck disse é verdade. Até agora, eu só fui sincera com uma pessoa. Com um cara. Você. E essa sinceridade quase me matou um dia.

Quando você vai embora, eu conto os passos que você dá. Você vê o quanto eu preciso de você agora?

"- Sam, oi, sou eu, Quinn. - A loira falava no celular. Sam não estava atendendo, então o jeito era deixar mensagens, essa já era a sétima mensagem que deixava em duas horas. - Eu já disse o quanto eu me sinto mal por ter beijado Finn, e ter mentido pra você sobre isso. E eu só preciso saber... Eu só preciso... Eu preciso de você Sam, eu te amo. - Quinn desligou o celular e começou a chorar violentamente. Mas dessa vez, seu loiro não estava ali para segurá-la."

– É, aquela semana foi realmente de matar. - O loiro disse.

– Eu nunca quis te magoar. Eu não sei o que estava acontecendo comigo.

– Você estava caindo na real.

– Eu nunca deixei de pensar em você. Quando eu estava com Finn, quando eu beijei o Puck uns dias antes da formatura, quando eu comecei a ficar com um professor de Yale, quando eu transei com a... Com uma pessoa, quando eu estava com Biff, até algumas horas atrás quando eu beijei o Puck... Minha mente volta em você Sam. E eu só quero que isso pare. - Isso de algum modo deixou o loiro triste e criou uma tensão entre eles.

– E quem é a pessoa com quem você transou?

– Quer mesmo saber? - Quinn riu e Sam assentiu, dando um sorriso fraco. Quinn deu um passo para frente e sussurrou no ouvido de Sam.

– Não creio! - O loiro disse rindo, fazendo Quinn rir também.

– Foi no quase casamento do Sr. Schue e da Emma, eu bebi demais.

– Eu também nunca parei de pensar em você, e olha que eu até fiquei com a Tina. - Sam disse e riu.

– Então parece que nunca vamos nos esquecer. Não vamos deixar isso passar.

= Não superamos um ao outro. - Sam concluiu.

Quando você vai embora, os pedaços do meu coração sentem a sua falta. Quando você vai embora, o rosto que eu conheci também me faz falta.

"Quinn estava em seu dormitório em Yale. Estava se agarrando com Biff em sua cama. Biff desceu os beijos para o pescoço da loira. Quinn lembrou de quando estava com Sam e ele havia descobrido seu ponto fraco. Sam sempre que tinha oportunidade a beijava ali só pra vê-la gemendo.

– Sam... - Quinn gemeu baixinho, mas alto o suficiente para Biff ouvir.

– O que? - Biff se afastou e sentou na cama, ainda incrédulo. - É ele, não é? Seu namoradinho de Ohio. Não acredito que ainda gosta dele.

– Biff, não é isso, é que... Eu nunca esqueci ele, ele foi muito meu amigo quando eu precisei.

– Vamos fazer o seguinte então. Vamos para Ohio, você pode ver ele uma última vez e daí, voltamos a nossa vida normal. - Quinn queria evitar, mas não pode deixar de sorrir."

– Eu não sei por que ele achou que eu estava falando do Puck. - Quinn disse.

– Mas mesmo assim, você beijou ele. - Sam disse.

– Sammy. - Quinn viu que tinham lágrimas escorrendo na face do loiro. Passou seus dedos levemente nas bochechas de Sam para limpar as lágrimas.

Quinn manteve suas mãos nas bochechas do ex-namorado. Ficou na ponta dos pés e o beijou. Levemente, igual seu primeiro beijo em sua cama. Sam passou seus braços pela cintura de Quinn e a loira passou seus braços pelo pescoço do loiro.

Logo se afastaram e Sam a puxou até o armário do faxineiro. A loira trancou a porta e começou a beijar Sam intensamente e o loiro correspondia.

– Nunca fomos até o final. - Sam disse sorrindo. - Nunca passamos da segunda base.

– Nunca tivemos a chance.

– Tivemos milhões de chances.

– E temos uma agora.

– Não vamos desperdiçar essa, vamos?

– Já desperdicei muitas chances na minha vida. - Quinn empurrou Sam até a parede e voltou a beijá-lo.

Quando você vai embora, as palavras que eu preciso ouvir para conseguir passar o dia. E fazer tudo ficar bem. Eu sinto a sua falta.

– Desculpa por fazer você esperar tanto. - Quinn colocou sua calcinha e abaixou seu vestido.

– Cá entre nós, valeu a pena esperar.

– Concordo. - Quinn disse dando um selinho em Sam.

– Bem, você traiu o Finn com o Puck, me traiu com o Finn, e agora taiu o Puck comigo. Ciclo completo. - Sam disse rindo. Mas logo voltando a ficar sério.

– Sou uma vadia mesmo. - Quinn murmurou.

– Não é nada. É uma linda mulher, que cometeu muitos erros, mas que continua sendo a mesma Quinn adorável que conheci anos atrás.

– Eu te amo, Sam Evans.

– Eu te amo, Quinn Fabray.

– Eu tenho que ir. - Quinn disse com os olhos marejados. - E esse é mais um erro de que eu não me arrependo.

– Você já se arrependeu de alguma coisa?

– De ter te deixado escapar.

– Também me arrependo desse erro. - Sam sorriu, Quinn sorriu também.

– Tenho que voltar pra lá, vão começar a nos procurar.

– Vai voltar com o Puck agora?

– Eu preciso pensar, Sam, não é fácil.

– Tudo bem, me liga quando resolver.

– Ligo sim. - Quinn sorriu. - Ah, e Sam. - Quinn disse abrindo a porta do armário do faxineiro e deu um passo pra fora.

– O que?– O loiro perguntou e Quinn virou pra trás.

– Corta esse cabelo. - Quinn riu.

– Pode deixar. - Sam soltou uma gargalhada. - Mais alguma coisa, madame?

– Guarde esse momento. Guarde no seu coração. - Disse antes de sumir no corredor.