Time escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 6
VI - Carruagem


Notas iniciais do capítulo

[Revisado: 31/03/2015]
{Muito obrigada pela minha primeira recomendação}



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486802/chapter/6

[Your Body - Christina Aguilera]

Atena olhava sonhadora ao longe, para as altas e verdes montanhas do Olimpo. Um sorriso brincalhão brilhava em sua face, e ela observava o sol descer majestosamente. Seu humor a assustava, embora ainda continuasse feliz.

Talvez era apenas o fato das suas sacerdotisas serem as melhores de toda Grécia, talvez ela apenas estivesse feliz por algum outro motivo...

— Precisamos achar algo que leve-nos aos nossos objetivos mais rápido — disse Zeus, está manhã, no conselho. — Algo bom, rápido e durável.

— Posso tomar conta disto, pai — manifestou-se Atena, com um leve sorriso. — Sou ótima com contas, apenas me dê um dia para pensar e logo já estarei com o projeto pront...

— Eu também quero — disse Poseidon, logicamente para irritar Atena,já que o mesmo a interrompeu enquanto a deusa falava. — Atena já estas com Atenas, deixe-me cuidar disto.

— Precisa ter um cérebro para fazer algo assim, Poseidon — disse Atena, notavelmente irritada.

— É, eu sei — disse o moreno. — Por isso acho que não deveria ser você quem vai fazê-lo.

— Olha como fala comigo — disse Atena, os olhos cinzas faiscando. — Sou a deusa da sabedoria, e não tolerarei que fale nesse tom comigo, peixe.

— Uau Atena, não conseguiu pensar em nenhum insulto melhor? — perguntou Poseidon, fingindo choque.

— Nada que pudesse proferir no conselho, pois este é um lugar de respeito... Esqueci que você não sabia, já que não tem respeito por nada!

— Eu vou t...

— Agora chega! — berrou Zeus, e raios cruzaram o céu do Olimpo. — Os dois irão fazer esse projeto, juntos! Vamos ver se assim aprender algo!

— Mas pai... — tentou argumentar a deusa dos olhos tempestosos.

— Não quero ouvir uma palavra, Atena — disse Zeus, olhando ríspido para ela. — Já passou da hora de vocês dois se entenderem. Quero esse projeto pronto até amanhã!

Atena resmungou baixo. Estava irritada, muito irritada.

Zeus era seu pai, mas estava agindo como o bobão do irmão dele! Que ódio a deusa sentia daquilo. Sem falar uma única palavra, ou fazer alguma referencia, Atena se levantou e saiu do sala, deixando todos os outros deuses para trás.

Ela queria chorar, mas não se permitiria isto. Onde já viu? A deusa da sabedoria chorando. Esse pensamento era no mínimo irônico.

A deusa andou até o grande jardim do Olimpo e ficou sentada, atrás de uma árvore escondida, ouvindo o doce som das musas tocando. Tentando de todas as maneiras ignorar o pensamento chato de que ela e Poseidon deveriam fazer algo juntos.

Não. Atena não conseguia acreditar, por que não Apolo? Ares, Hefesto, até mesmo Dionísio? Qualquer outro deus, mas não Poseidon! Justo ele não!

Na sala do conselho, a reunião continuou por apenas alguns minutos, com Zeus dizendo coisas que Poseidon não fez questão de guardar. Apenas uma pessoa se interessava pelas coisas que Zeus dizia, e essa pessoa não estava mais sentada em seu trono.

Atena.

Os pensamentos do moreno estavam focados nela. Em suas palavras, seus gestos, seus sorrisos... Ah não Poseidon! Nada de lembrar dos sorrisos de Atena.

Quando Zeus finalmente liberou o conselho, Poseidon queria voltar para seu castelo no meio do mar, um lugar só dele, e evitar Atena pelo resto do dia, mas a doce voz de Afrodite o fez virar.

—Poseidon! — chamava a mulher de cachos chocolate — Você vai até Atena?

—Não — disse o moreno simplesmente, fazendo careta — Atena deixou bem claro que não me quer como seu companheiro.

— E Zeus deixou bem claro que quer vocês dois fazendo uma dupla — disse a deusa, e seus olhos mudaram de azuis para verdes — Pois vamos Poseidon! Você quer ir atrás dela sim! Só está com o orgulho ferido.

Poseidon bufou, mas optou por não contestar com Afrodite, a deusa jamais cederia.

— O que quer, Afrodite? — perguntou ele por fim.

— Quero que você vá até Atena, e a convença a fazer algo juntos! Depois disto pode ir fazer o que bem entender!

— Mas eu nem sei onde ela está! — disse o deus, se defendendo — Não quero ter que procurar ela pelo Olimpo inteiro e...

— Árvore do canto norte do jardim, a de maças — e a deusa saiu correndo, indo conversar com Hefesto.

Poseidon revirou os olhos, mas decidiu andar. Não fazia sentido ficar ignorando Atena, e Zeus os mataria se não fizessem nada.

Andou até o jardim do Olimpo, ouvindo a linda voz das nove musas enquanto elas cantavam suavemente.

Aos pés de uma macieira, observando os galhos tortos de uma outra árvore estava uma figura com túnica branca, seus cachos dourados caiam até sua cintura, em uma bela cascata, e ela estava com os pés descalços, repousando confortavelmente sobre a grama.

— Atena — saudou Poseidon, ao entrar em seu campo de visão. A loira apenas revirou os olhos e balançou a cabeça, sem fazer mais nenhum movimento. — Devemos pensar em algo para...

— Você quer mesmo fazer isso? — perguntou a deusa, curta e grossa. — Pois eu não vejo necessidade de eu fazer o projeto, em vista que você já vai fazê-lo.

— Zeus pediu...

— Desde quando você faz o que Zeus pede? — a loira fala rápido, sem rodeios e direta.

— Tens razão, eu nunca faço o que Zeus pede, eu faço o que Zeus ordena. — Matracou Poseidon. Atena sentiu uma leve fisgada no estômago, e concordou com a cabeça, lentamente.

— Você tem razão... Zeus ordenou — disse a protetora de Atenas, suspirando fraco. — Alguma ideia?

Poseidon sorriu ao notar a desistência de Atena, e se sentou em sua frente.

— Na verdade... Eu tenho."

Time

— Poseidon! — berrou Atena, sorrindo feito uma maluca. — Isto é maravilhoso! Que animal magnifico!

— Se chama cavalo” — disse o deus, fazendo carinho no animal. — E ele vai puxar o que você fez...

A deusa, por mais encantada que ficou com o cavalo, deu um sorriso e fez surgir o seu invento. Eles estavam em uma colina verde, em algum lugar perto de Atenas. As sacerdotisas de Atena vinham a este local para falar com a deusa de maneira mais rápida, já que esta amava tudo ali. Desde a floresta verde jade, até a grama esmeralda, o céu azul brilhante e as macias nuvens.

— Tharam! — disse a deusa, sorrindo ao mostrar para Poseidon seu invento — Isto se chama carruagem! O que achas?

O moreno deu um sorriso, o objeto a frente era bem legal. Tinha duas rodas e um banco, além de dois cabos de madeira com fios, onde o cavalo seria colocado. Era tudo bem simples e belo. Digno de Atena.

— Ficou muito bom... Mas meu cavalo é melhor!

— Engraçado!

— Ei! Eu só estou afirmando o óbvio! Todos já sabem!

Atena ignorou este comentário, andando até o cavalo e fazendo carinho no dorso dele. Ela olhou para as cordas e disse:

— Vamos testar?

— Como assim testar?

— Ora vamos, Poseidon, esta com medo?

— Medo? Eu não tenho medo, mas a sua carruagem não me parece muito... Segura.

Atena riu e subiu no banco, sua túnica voando com o vento.

— Ande logo, medroso — ela bateu no assento ao lado. — Você é que vai guiar.

Poseidon pensou, mas por fim subiu na carruagem, segurando as rédeas.

— Se eu morrer, volto para te matar — ele disse, sorrindo.

— Você é um deus.

— Não seja chata, Atena, não seja chata — e com isso ele balançou as rédeas e a carruagem começou a andar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[revisado]